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O Espírito na Reencarnação da Humanidade

O Espírito na Reencarnação da Humanidade

Um fenômeno de tal ordem, equilibrado nas polaridades sexuais dos seres,
denotando inteligente direcionamento, não pode estar submetido a um acaso
biológico. Terá que haver um diretor, um orientador responsável conduzindo o
processo. Este só poderá ser o Espírito reencarnante, que traz consigo, no
momento de seu mergulho na matriz perispiritual materna, a polaridade sexual de
sua necessidade reencarnatória. Daí, passaria a influenciar, pelas suas
irradiações, o espermatozóide (X ou Y) que penetrará o óvulo, concluindo a
concepção (gravura-1). Temos como certo que o Espírito reencarnante com seus
automatismos em irradiação seleciona o espermatozóide que atenda o revestimento
corpóreo de suas necessidades evolutivas, se em corpo masculino ou feminino.

No processo reencarnatório, o Espírito será o campo-organizador-da-forma,
embora sem a consciência do processo, o que acontece na maioria das
reencarnações. Os automatismos dos lastros espirituais, desenvolvidos nos
milênios e sempre com aquisições das experiências pretéritas, ocupando a célula
fecundada – o ovo –, passa a direcionar, com seus impulsos, a embriogênese na
conclusão do novo ser.

Os 46 cromossomos que caracterizam as células da espécie humana possuem um
total de 100.000 genes, onde cada um deles ou mesmo pequenos grupos afins são
responsáveis por determinados fatores de herança. Toda essa imensa rede de
genes, em seu bioquimismo, não pode deixar de obedecer a um orientador, um
elemento que acione seus potenciais, de modo tão perfeito e adequado, que o
resultado seja ajustado e harmonioso. Um simples bioquimismo material não possui
condições de proporcionar uma fenomenologia inteligente. O que se passa nos
mecanismos genéticos é da mais expressiva precisão, de modo a traduzir uma meta
a ser alcançada.

Por aí, desde logo, percebe-se que, se o orientador ou impulsionador
apresentar defeitos, estes, naturalmente, alcançarão os campos a que estão
coligados, perturbando o processo em questão. Porém, nada havendo no campo
orientador, constituído de energias específicas e desconhecidas, como, também,
no campo material onde se instalam os genes, os mecanismos se farão com
precisão, obedecendo as respectivas influências que trazem em sua organização.

A molécula cromossômica que aloja os genes é o conhecido ADN (ácido
desoxirribonucleico) e o campo energético que lhe influencia, orienta e conduz é
o campo-organizador-da-forma. Este, de há muito era conhecido da filosofia e
seitas religiosas orientais. No Egito foi denominado de Ka e na Grécia de
Eidolon. Paracelso intitulou essa organização de Campo Sidéreo; outras tantas
denominações, amiúde, se tem mostrado. Em meados do século XIX, Allan Kardec
teve a feliz idéia de criar o termo perispírito na designação de tal campo, hoje
de voz corrente na maioria dos estudos e experiências paranormais.

Assim, os cromossomos com seus genes estariam como que mergulhados no mundo
energético perispiritual sofrendo sua direta influência e que, por sua vez, está
submetido à orientação da zona mais nobre e desconhecida do psiquismo, a zona do
inconsciente ou espiritual.

Diante de tais fatos, os genes, em última análise, seriam influenciados pelas
fontes ou raízes espirituais, tendo na camada perispiritual um campo adaptador,
autêntico filtro energético, de modo a permitir que a “telegrafia espiritual”
possa mostrar-se nos campos materiais e dentro das possibilidades dos mesmos.
Daí deduzir-se que o conteúdo psíquico estaria sob influência da região central
da psique, o Grande Eu, a Luz Espiritual.

A fim de que o campo perispiritual possa adaptar-se aos genes, bem claro que
seria necessário uma afinidade entre os mesmos. Diante de tal conceituação,
poderíamos dizer que os genes, alojados na molécula do ADN, não seriam
propriamente a sua organização atômico-molecular, mas uma zona específica, que
por aí se instale, cujas condições possam atender as duas partes, a energética e
a material. Não seriam os genes um campo energético bastante condensado com
afinidades pela matéria, mas, ao mesmo tempo, coligado às terminações
perispirituais e com que perdendo-se e fundindo-se nos vórtices atômicos do ADN?
Isso porque os genes, em sua estruturação, são desconhecidos; conhecemos, sim,
zonas nos cromossomos, sob forma de listras, tidas como sendo os próprios genes,
a representarem as unidades biológicas.

É nessa zona dos genes que os pesquisadores, os geneticistas, têm apresentado
valorosos trabalhos e descobertas que estão ampliando os campos da ciência. Ao
decifrar o denominado mapa genético, se vão localizando os campos dos genes e
suas respectivas responsabilidades no processo da herança. Os pesquisadores têm
utilizado animais de variada natureza a fim de atender seus intentos
científicos. Com as trocas e substituições nas fitas cromossomiais, vão
observando os efeitos e atinando com a topografia e situação dos genes,
demarcando as zonas de herança, de modo a decifrar, cada vez mais, o mapa
genético. Muitos genes já foram avaliados e decifrados. Segundo informações
científicas, somente na década de 20 do próximo século conheceríamos em detalhes
o total segredo da herança física que, por natural seqüência, abriria o campo
ainda desconhecido da herança espiritual com seus mecanismos experienciais,
renovatórios e de ampliação evolutiva proporcionados pelas reencarnações.

Ao lado de tudo isso, os pesquisadores acreditam que, com o mapeamento dos
genes cromossomiais, poderemos corrigir muitas doenças congênitas pelo
conhecimento de sua origem e tendências nos processos de herança. Acrescentamos
que essas posições serão alcançadas, com maior precisão, quando conhecermos os
mecanismos da influência perispiritual, ou campo organizador, na zona material,
e suas adequadas conseqüências no sistema imunológico do ser.

A própria ciência já bem situou o processo da herança física. Sabemos que na
espécie humana, especificamente, por mais semelhantes sejam os indivíduos no
processo de herança (alimentação, educação, lar, condições ambientais), não
existe um indivíduo igual ao outro. Mesmo nos gêmeos univitelinos, onde as
condições de herança física são idênticas, inclusive indivíduos do mesmo sexo,
mesmo assim o biótipo psicológico é diferente. Existe algo bem diverso que nos
chama atenção, mostrando existir no processo de herança algo muito importante
além da semelhança física. Herdamos semelhanças físicas, até mesmo alguns
direcionamentos no sentido de orientação da vida em formação, mas nunca as
tendências e o processo afetivo-íntimo, enfim o caráter. Os pais nos
proporcionam o corpo, jamais a alma.

Existem, perante o rosário reencarnatório, aquisições das múltiplas e
incontáveis experiências que permitirão, nos processos da herança física, aqui e
ali, possam revelar-se com a aquisição de novos genes. Estes devem, a pouco e
pouco, mostrar-se em futuras reencarnações, atados a tal mecanismo. Se a herança
fosse exclusivamente física, com limites nos genes existentes, ficaríamos num
ciclo vicioso sem avanço e a evolução seria a conseqüência de um processo
fixista, atualmente sem qualquer condição de defesa. Tudo seria adrede
preparado, do mais simples animal até o hominal! Como não pode existir
privilégios no concerto universal, o processo renovador das reencarnações será a
única explicação lógica na compreensão de tal mister. O princípio inteligente ou
espiritual, até alcançar a espécie humana, foi caldeado nos reinos da natureza,
em intermináveis épocas, com experiências e retificações de todos os matizes. Em
cada reencarnação, o espírito além de proporcionar o nascimento de novos genes,
embora muito lento nas jornadas corpóreas, como fixação de experiências, também
se mostra em tendências, no caráter e na mais íntima condição da energia
criativa que é o amor. Cada ser mostra a condição do amor, com todas as suas
vertentes, a seu próprio modo e na posição evolutiva em que se encontra.

Já foram anotados, nas fitas cromossômicas, além dos genes, pequenos pontos
que foram denominados de micro-satélites e que ousaríamos dizer como sendo os
responsáveis pela herança dos caracteres adquiridos de colorido espiritual
(gravura 2). No sentido espiritual, J. B. Lamarck teria razão quando fez, em
1809, a grande afirmativa da existência da herança dos caracteres adquiridos,
que não podem ser computados na cadeia física como sendo direta conseqüência de
pai para filho. Quem sabe Lamarck não teve a intuição do mecanismo em pauta e
focalizou-o na herança física? O pensamento de Lamarck necessita de revisão,
mesmo porque seus estudos permitiram muitos esclarecimentos no interessante
trabalho de C. Darwin. A herança adquirida se passou na dimensão espiritual.

Não pode deixar de existir a herança espiritual que cresce e avança às
expensas das experiências corpóreas, embora deixando pequenos e complicados
rastros de difícil interpretação. Somente os dias vindouros, em próximas
décadas, poderão decifrar os complexos fenômenos de hoje, quando os ritmos
perispirituais forem registrados, analisados e bem interpretados, tal qual
acontece com os ritmos cerebrais, anotados pelo eletroencefalograma.

Assim, de futuro, o psiquismo oferecerá novas condições de pesquisa
científica, em estudos mais bem calcados num espiritualismo sadio e melhor
compreendido que, com suas sondas, irá em busca da definição das raízes do
espírito.