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Eu e o espiritismo

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Amilcar Del Chiaro

    Se escolhermos aleatoriamente um centro espírita e perguntarmos aos seus freqüentadores o motivo que os levaram a procurá-lo muitos responderão que foi devido a algum problema de saúde muito grave, ou a algum problema vivencial. Outros dirão que foi à procura de conseguir um bom emprego, ou devido a algum amor perdido. Enfim, acreditaram que no centro espírita alcançariam a solução de seus problemas e a almejada felicidade. Infelizmente, muitos dos que se tornaram espíritas assim, permanecem na periferia da doutrina, especialmente os que conseguiram o resultado desejado. Estes se apegam aos fenômenos e estão sempre à procura de novas sensações.

Felizmente não são todos. Há os que chegando ao centro por essa via, se apercebem da profundidade do pensamento espírita, e vão fundo no estudo, tornando-se dinâmicos e participativos. Há também os que freqüentam por medo, porque indo ao centro com perturbações emocionais ou problemas materiais, alguém disse a eles que são médiuns e precisam trabalhar, praticar a caridade, caso contrário nada dará certo em suas vidas. Seria verdade isto ou é simplesmente chantagem emocional? Ficamos com essa última hipótese, pois, uma doutrina eminentemente libertadora, não pode criar algemas que aprisionem consciência para mantê-las no centro espírita.

É um absurdo algemar pessoas à necessidade de ser espírita, pois, só seremos realmente bons espíritas quando o queremos ser. O fato de sabermos que Deus é um Pai misericordioso e bom, que nos criou com muito amor e nos destinou à perfeição, mas que a alcançaremos pelos nossos esforços em evoluir, ou se preferirmos, pela exaustão da dor, torna a Doutrina Espírita libertadora, e por isso não se pode passar a impressão de que existe protecionismo nas leis divinas ou que Deus está sujeito às nossas bajulações, pelo fato de o adorarmos desta ou de outra forma. Qual doutrina pode explicar a reencarnação e a lei de causa e efeito com tanta justeza e sabedoria? Somente a Doutrina Espírita. Através dela ficamos sabendo o porque da vida, o que estamos fazendo na Terra e qual a nossa destinação.

Através dela podemos compreender melhor os ensinamentos de Jesus de Nazaré, como, NA CASA DO MEU PAI HÁ MUITAS MORADAS. Sim! habitamos um universo pleno de vida em todas as dimensões. Não poderia ser diferente, mesmo quando ministros religiosos e cientistas negam que possa existir vida em outros planetas. Eu amo o Espiritismo! Será ele o melhor caminho? Para mim é! Sim, porque é o caminho que escolhi livremente; escolhi livre de pressões do medo ou do salvacionionismo, como, também, livre de barganhas.Aprendi a respeitar os que escolheram outros caminhos. Meu Mestre disse que ele é o caminho que conduz a verdade e à vida, e esta vida percebo dinamizada em todos os planos do universo. O Espiritismo não para mim uma crença, mas uma certeza.

Eu não acredito! EU SEI! Sei, por exemplo, que existo para crescer. Sei que o sofrimento faz parte de um processo evolutivo, é a dor do crescimento. Sou espírita porque o Espiritismo é luz no meu caminho, é esperança em meu coração. Ele não é misterioso, muito menos iniciático, é uma filosofia de vida que pode ser compreendida por todas inteligências. Antes eu apenas vivia, hoje eu existo e transcendo a esta existência, porque sou espírito imortal.(Desculpem-me por não usar o plural da modéstia nos três últimos parágrafos; é devido o tema ser muito pessoal).