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Família e Educação

Família e Educação

A educação, compreendendo o homem no seu sentido integral, isto é,
tanto no aspecto intelectual como no que tange aos sentimentos e atitudes, tem a
função de auxiliar a evolução do Espírito.

Walter O. Alves, em Educação do Espírito, refere que a verdadeira
educação é a que olha o homem como Espírito eterno, criado para a perfeição,
constituindo-se assim esse processo, na Educação do Espírito.

Segundo Kardec (O Livro dos Espíritos, q. 776) o homem traz em si o germe de
seu aperfeiçoamento e se desenvolve à medida que compreende melhor e pratica a
lei natural (leis da matéria e da alma), por meio das várias existências.

A educação é o caminho que conduz o homem ao conhecimento de si mesmo, de
suas potencialidades, possibilidades e metas. Consiste em um processo (ocorre
gradativamente, aos poucos) de desenvolvimento da capacidade física,
intelectual, moral e religiosa. É um conjunto de hábitos adquiridos, que levam
ao desenvolvimento da disciplina, postura fundamental para que se dê a
aprendizagem sistemática nos diversos aspectos.

Na pergunta 634 de “O Livro dos Espíritos” encontramos que o Espírito aprende
pela experiência, onde é citado o exemplo: “Se não houvesse montanhas, o homem
não poderia compreender que se pode subir e descer…”. Assim, o processo
educativo ocorre no dia a dia, nas vivências, nas relações de troca com as
pessoas, no diálogo honesto. Ambos aprendem, educandos e educadores. Somos todos
Espíritos necessitados de auto-educação, do trabalho com nossos sentimentos e
pensamentos. Antes de educar temos que nos entender como educando.
Auto-analisando, descobrindo acertos e enganos, poderemos arrancar dos nossos
corações o joio e cultivar a boa semente que todos possuímos.

O meio familiar, principalmente, é o campo mais propício para esse
aprendizado. É onde somos impulsionados a rever nossas crenças, desejos,
sentimentos, conceitos. Na tentativa de compreender as situações cotidianas e as
pessoas com quem convivemos, identificamos em nós mesmos limitações e
conquistas, sempre com o ensejo de sermos felizes em interrelacionamentos
prazeirosos.

Nessa busca da relação harmoniosa, descobrimos que cabe a cada um construir a
vida que deseja, aceitando e enfrentando limitações, modificando ações e
sentimentos, experimentando sensações gratificantes ao perceber conquistas e
renovações.

Quando tentamos compreender o outro, saber como pensa, sente e percebe as
situações, estamos revendo e ampliando a percepção que temos de nós mesmos, nos
autodescobrindo.

Nessa proposta, convivendo em família somos impulsionados a desenvolver a
afetividade, a solidariedade, o desejo de ajudar pessoas. Identificamos o valor
do compartilhar, do encorajamento, do incentivo, do ouvir, da troca de carinho,
do gesto terno, da voz mais calma, do olhar amigo.

Aliás, o afeto necessita estar presente em toda relação. Na família, o
vínculo entre os membros leva a trocas de experiências individuais já
conquistadas através das reencarnações, ajudando cada um a desenvolver em si
mesmos, aspectos ainda não adquiridos. Nas relações as influências são mútuas, e
cabe a cada um cultivar os aspectos positivos e trabalhar os negativos, que sem
esse enfrentamento, poderiam nos prejudicar. Portanto, melhorando, renovando-nos
pela educação de nós mesmos podemos melhorar o outro, no despertamento de um
trato muito mais fraterno que, sem dúvida, acontecerá.

Junho/2001