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Ferramenta Muito Útil

Ferramenta Muito Útil

Apesar do pioneirismo estar situado ainda no século XIX e dos esforços que se
seguiram, inclusive posteriormente com o surgimento dos mecanismos de preservação
histórica, os passos de valorização desse instrumento essencial ainda são vacilantes.

Diga-se de passagem que o tradicional jornal O Clarim, fundado pelo valoroso
Cairbar Schutel m 1905, alcança seu 1o centenário de circulação
no próximo 15 de agosto de 2005, fato por si só de alto significado para nosso movimento
espírita, como também os 120 anos da revista REFORMADOR, entre outros veículos da
imprensa.

Como percebe o leitor, desejamos destacar a Imprensa Espírita. É que ela, a imprensa,
através de seus órgãos representativos (sejam jornais ou revistas e muitas vezes
pequenos e eficazes boletins), cumprem função essencial na consolidação do pensamento
espírita. Sim, cumpre porque estimula, revitaliza e faz “andar” o movimento. A Doutrina
Espírita, por si só, é independente, mas o movimento espírita é estimulado pelo
intercâmbio de experiências entre os espíritas. E este intercâmbio tem sua principal
ferramenta na imprensa espírita. É que a imprensa noticia, a imprensa faz circular
as energias e as boas iniciativas de muitos lugares, promovendo uma grande integração.
Sem ela, seremos grupos isolados, ainda que unidos na instituição ou cidade a que
nos vinculemos.

Basta que observemos o estímulo trazido mensalmente no jornal ou revista que
chega em nossos endereços. O carteiro normalmente é esperado, pois sabemos que trará
as notícias do que está acontecendo no Brasil e no exterior, além, é óbvio, das
matérias selecionadas que as publicações trazem mensalmente.

Em 1976, por ocasião do VI Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas
(Brasília-DF), e com participação de 400 congressistas brasileiros e estrangeiros,
de diversos países, foram aprovados os Princípios Éticos do Jornalismo Espírita.
O documento, publicado pela Revista Internacional de Espiritismo, edição de maio/76
e reproduzido na edição de junho de 2001, contém diretrizes importantes para a fidelidade
que se espera de editores e articulistas. Em 2001, a ADE-PR (Associação dos Divulgadores
Espíritas do Paraná), lançou campanha nacional de estímulo para leitura e assinatura
de jornais e revistas espíritas com o slogan Espiritismo em movimento – fique
por dentro!

É que a imprensa espírita é mesmo muito importante. Deve guardar fidelidade aos
princípios espíritas e estimular o conhecimento dentro e fora do próprio movimento
que alimenta. Ela é tão importante que talvez seja a única ferramenta que permite
estabelecer um referencial para a integração de editores e articulistas. Sim, porque
possuindo a Doutrina Espírita um conteúdo cujo entendimento e interpretação depende
do nível de maturidade intelecto/moral de seus profitentes, tais entendimentos e
interpretações podem apresentar-se distorcidos ou equivocados pelas páginas de um
livro ou jornal, por exemplo, seja por equívoco do autor ou mesmo por falha do responsável
pela edição.

Ë a velha questão da consciência doutrinária. Só se adquire com o estudo e reflexão
permanente dos postulados do Espiritismo. Como pondera Kardec no item VIII da introdução,
2o parágrafo, de O Livro dos Espíritos: “O que caracteriza
um estudo sério é a continuidade que se lhe dá”. E isto no silêncio da reflexão
e da maturidade das experiências, inclusive de convivência, através do tempo.

E, se por um lado, há toda essa necessidade de uma imprensa séria, coerente,
comprometida com os princípios éticos e doutrinários do Espiritismo, o que dizer
das instituições e seus dirigentes, de nós mesmos, os espíritas, os coordenadores
de grupos de estudo e palestrantes?

Bem, a todos nos cabem o dever de divulgar e apoiar as iniciativas da imprensa
espírita. Como? Muito simples: assinando as publicações. É a maneira de mantê-las,
com a contribuição de cada um. E diga-se de passagem a assinatura anual de um jornal
ou revista tem custo mensal inferior a um “cachorro-quente”.

E, além disso, divulgá-las, comentá-las, distribuí-las. Citá-las em grupos
de estudos e palestras. É o mínimo que podemos fazer. Com isso estaremos colaborando
de maneira expressiva com esta extraordinária ferramenta de divulgação espírita.