Seu filho com deficiência, não o descreia, é alguém que retorna aos caminhos
humanos, após infelizes rotas de desrespeito à ordem geral da vida.
Seus filhos lesados por carências corporais ou psíquicas estão em processo de
ressarcimento, havendo deixado para trás, nas avenidas largas do livre-arbítrio,
as marcas do uso da exorbitância, da insubmissão ou da crueldade.
Costumeiramente, os indivíduos que se valeram do brilho intelectual ou da
sagacidade mental para induzir ao erro, para destruir vidas no mundo, para
infelicitar, intrigando e maldizendo, reencarnam com os centros cerebrais
lesados, em virtude de se haverem atormentado com suas práticas inferiores,
provocando processos de desarranjo nas energias da alma, localizadas na zona da
estrutura cerebral.
Não só intelectuais degenerados renascem com limitações psico-cerebrais,
tangidos pela Síndrome de Down, mas, também, os que resolveram mergulhar nas
valas suicidas, destroçando o cérebro e os seus núcleos importantes, mantendo-se
com os fulcros de energias perispirituais sob graves distúrbios que deverão ser
recompostos por meio da reencarnação.
Indivíduos que, no passado, se atiraram à insana destruição corporal,
arremessando-se de altitudes, ou sob pesados veículos, ou deixando-se afogar no
bojo de massa líquida, podem retornar agora na posição de filhos da sua carne,
marcados por hemi, para ou tetraplegias, por cegueira, mudez, surdez ou outras
dramáticas situações que estão situadas no território das teratologias.
O despotismo implacável pode gerar neuroses ou epilepsias; o domínio cruel de
massas indefesas e desprotegidas pode produzir os mesmos efeitos.
Os homicídios cruéis podem acarretar infortunados quadros epilépticos,
produzindo sobre a rede psico-nervosa adulterações nas energias circulantes,
provocando panes de freqüência variada, de caráter simples ou crônico.
Seus filhos com deficiências podem estar em alguma dessas condições,
necessitados da sua compreensão e assistência, para que sejam capazes de superar
as próprias deficiências, colocando-se aparelhados de resignação e esforço
íntimo para que suplantem-se a si mesmos, rumando para Deus, após atendidos os
projetos redentores da Divindade.
Ame seus rebentos problematizados do corpo ou da mente, ou de ambos,
cooperando com eles, com muita paciência e com o preito da ternura, para que
possam sair vitoriosos da expiação terrena, avançando para mais altos vôos no
rumo do nosso Criador.
Forre-se de carinho, de paciência, de tranqüilidade interior, vendo nesses
filhos doentes as jóias abençoadas que o Pai confia às suas mãos para que as
burile.
Por outro lado, vale considerar que se você os tem nos braços ou sob a sua
assistência e seus cuidados, paternais ou maternais, é em razão dos seus
envolvimentos e compromissos com eles.
Você poderá tê-los recebido por renúncia e elevado amor de sua parte, mas,
pode ser que você esteja diretamente ligado às causas que determinaram os dramas
dos seus filhos, cabendo-lhe não alimentar remorsos descabidos, mas, sim,
auxiliá-los e impulsioná-los para a própria recomposição, enquanto você,
igualmente, avança para o Criador, sofrendo por seu turno o ter que vê-los
resgatar, sem outra opção que não seja abraçá-los e se colocarem, você e eles,
sob a luz do amor de Deus, resignadamente.
(Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, inserta no livro “Nossas
Riquezas Maiores“, no prelo)
(Jornal Mundo Espírita de Julho de 1997)