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Filosofia Indiana e Filosofia Espírita

Filosofia Indiana e Filosofia Espírita

Uma coisa, no entanto, é certa: mesmo aqueles que negam o aspecto religioso
do Espiritismo concordam com suas conseqüências morais e a necessidade da
vivência dos postulados aceitos, e nisto reside realmente o que importa (Conf.
Kardec, Le Livre des Esprits – Conclusão IX).

Não se deve olvidar, entretanto, que os problemas encarados pelo saber
espírita deverão ser submetidos a aproximações complexas, seja metafísica,
etíca, epistemológica, sociológica, psicológica, física, etc., numa visão
holística, idêntica àquela perspectiva sintetizadora, no dizer de Sir B. N.
Seal, entre outros, inerente à filosofia indiana (Chatterjee and Datta, 1984);
não podem, por isto, serem dissecados em compartimentos estanques para
apreciações científicas, filosóficas e religiosas, desprezada a perspectiva
globalizante essencial à própria Doutrina. Vide Kardec, La Genèse – I, 18; O que
ensina o Espiritismo (Revista Espírita, 1865), p. 224; Crônica de Bruxelas
(Revista Espírita, 1866), p. 266; Le Livre des Médiums, n.os 13 e 18;
Le Livre des Esprits, Int. n.o XIII.

Finalmente, consignemos, aqui, uma série de princípios fundamentais que são
comuns à Filosofia Espírita e à hindu:

  1. Unidade Divina.
  2. Existência dos Espíritos como seres individuais e imortalizáveis.
  3. Concepção múltipla do Homem.
  4. Evolução em todos os planos da Natureza.
  5. Progressividade dos Espíritos.
  6. Reencarnação.
  7. Responsabilidade individual e coletiva.
  8. Lei de causa e efeito.
  9. Pluralidade dos mundos habitados.
  10. Comunicabilidade entre os Espíritos encarnados e desencarnados, e entre
    encarnados, por meios extra-sensórios.

É certo que o Espiritismo, pela sua própria origem, oferece um destaque todo
especial em relação à fenomenologia mediúnica, mas não podemos olvidar que:

  1. o hinduismo é também rico de expressões fenomênicas;
  2. “as manifestações vêem corroborar, a confirmar, mas elas não são a base
    essencial” da doutrina (Kardec, Le Livre des Médiums, n.o 32).

(Publicado no Boletim GEAE Número 394 de 27 de junho de 2000)