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Homossexualismo

Estava há algum tempo sentindo uma necessidade enorme de escrever a vocês, para
me posicionar em relação aos comentários que tem sido feitos em vários boletins,
em relação ao tema homossexualismo. Acho que o empurrão final veio com o comentário
do Lincoln Jose Penetra, no boletim 269, que, como eu, ficou espantado ao ver o
conteúdo de certos comentários feitos em alguns boletins.

Confesso que, não poderia deixar de comentar, não só o tema, mas também a abertura
que o Conselho Editorial da a certos comentários que não estão embasados nos mandamentos
fundamentais: “Ama a teu próximo como a ti mesmo e a Deus sobre todas as coisas.”
e “Fora da caridade não ha salvação.” Não ha como não ver certos textos, certas
frases já escritas, como de uma falta de caridade incomensurável. Imagino que confusões
mentais estes não causaram em um hipotético leitor que já vivia num caos ao se saber
homossexual. Este devia ter se sentido feliz ao receber um Boletim do GEAE e ver
que, finalmente, suas duvidas seriam criteriosamente sanadas. Curta felicidade.

Graças a Deus e a meus amigos espirituais que não era eu este leitor hipotético.
Pois já estive, sim, nesse turbilhão mental da duvida atroz que é se descobrir homossexual.
E, pasmem, continuo sendo homossexual e não vejo a mínima necessidade de seguir
certos “conselhos” pregados por certas pessoas, inclusive em alguns em livros, com
ares de autoridade. Não, meus amigos, as respostas não são essas; muito menos as
soluções! Ao se falar ou escrever sobre o que quer que seja, sob a ótica do Espiritismo,
se isto não for feito com imenso amor, de nada valerão as palavras pomposas. Quem
somos (qualquer um de nós), para dizer que isto é certo ou isto é errado e ponto
final. Isto é ser muito simplista. É reduzir a maior criação do Deus-Pai, o Homem,
a um autômato. É julgar.

Um dos melhores textos sobre o tema encontra-se no livro Vida e Sexo, do Emmanuel,
psicografado pelo Chico Xavier. Infelizmente, meu exemplar deste livro encontra-se
emprestado para uma amiga da família, portanto não posso transcrever o capitulo
em questão. Adianto que este mesmo texto foi utilizado com um outro (não lembro
exatamente qual) do André Luiz, para compor uma das aulas do Curso Preparatório
de Espiritismo, que a Federação Espírita do Estado de São Paulo ministra.

Transcreverei as perguntas e, as respostas dadas por Chico Xavier (algumas inspiradas
por Emmanuel), constantes no livro Lições de Sabedoria – Chico Xavier nos 22 Anos
da Folha Espírita de autoria de Marlene R. S. Nobre, da Editora Fé. Ha ainda três
outras perguntas, um pouco mais especificas, que não transcrevi, por achar que estas
já seriam suficientes para a meditação de todos.

P: Como o Espiritismo encara o problema da homossexualidade? Qual a melhor atitude
da sociedade frente a essa ocorrência? Chico: “Acreditamos que o tempo e a compreensão
humana traçarão normas sociais suscetíveis de tranquilizar quantos se vinculam a
semelhante segmento da comunidade, assegurando-se-lhes a bênção do trabalho com
o respeito devido a todos os filhos de Deus.” “Ate que isso se concretize, não vejo
pessoalmente qualquer motivo para criticas destrutivas e sarcasmos incompreensíveis
para com nossos irmãos e irmãs portadores de tendências homossexuais, a nosso ver,
claramente iguais as tendências heterossexuais que assinalam a maioria das criaturas
humanas. Em minhas noções de dignidade do espírito, não consigo entender porque
razão esse ou aquele preconceito social impedira certo numero de pessoas de trabalhar
e de serem úteis a vida comunitária, unicamente pelo fato de haverem trazido do
berço características psicológicas e fisiológicas diferentes da maioria.” “Nunca
vi mães e pais, conscientes da elevada missão que a Divina Providencia lhes delega,
desprezarem um filho porque haja nascido cego ou mutilado. Seria humana e justa
nossa conduta em padrões de menosprezo e desconsideração, perante nossos irmãos
que nascem com dificuldades psicológicas?” (Marco/84)

P: É licito a duas pessoas do mesmo sexo viverem sob o mesmo teto, como marido
e mulher? Emmanuel (psicografia): “A esta indagação o Codificador da Doutrina Espírita
formulou a Questão 695, em “O Livro dos Espíritos”, com as seguintes palavras: “O
casamento, quer dizer, a união permanente de dois seres, é contrario a lei natural?”
Os orientadores dos fundamentos da Doutrina Espírita responderam com a seguinte
afirmação: “É um progresso na marcha da humanidade.” Os amigos encarnados no plano
físico com a tarefa de sustentar e zelar pelo Cristianismo Redivivo, na Doutrina
Espírita, estão aptos ao estudo e conclusão do texto em exame.” (Julho/84)

Acredito que estas frases conseguiram levar, a quantos as lerem, a meditar, em
definitivo, sobre o assunto.

Que a Paz e o Amor do Pai estejam com todos,

Fabio de Freitas, Brasil.

(Retirado do Boletim GEAE Número 276 de 20 de Janeiro de 1998)

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