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O Espírito da Verdade

O Espírito da Verdade

Verdade qualidade pela qual as coisas se apresentam como realmente são.
Conformidade com a realidade. Veracidade, autenticidade e exatidão.
Representação fiel. Sinceridade, boa fé. Coisa verdadeira. Princípio certo e
antônimo de mentira.

São significados, da palavra Verdade, que a língua mãe coloca a nossa
disposição, para “sinonizarmos” tão bonita expressão, que muitas pessoas não a
conhecem ou deixam de praticar. Porém a Verdade a que nos referimos nesta
matéria é outra; ela vem acompanhada de uma palavra muito mencionada nos dias
atuais: O Espírito de Verdade. Você na sua sapiência, já procurou saber o que
seria o Espírito da Verdade? Não. Pois é bom sabermos; eu, você e outrem.

Na literatura espírita e nas revistas, bem como, nas palestras dos Centros
Espíritas, muito tem se dito, a respeito do Espírito da Verdade, às vezes
envolto, deixando transparecer uma nuvem encantada de curiosidade, em outras
ocasiões mergulhado em misticismos e continuando, pairando nas profundezas do
inefável (que não pode exprimir por palavras, indizível, encantador e
inebriante).

Será que nós seres imperfeitos temos tendências para culturas religiosas
antigas, ultrapassadas, com a variação e inclinação para classificar o abstrato,
decodificá-lo e transformá-lo em coisa tangível e concreta. Para muitos o
Espírito de Verdade toma a forma de Jesus Cristo, do Espírito Santo, de uma
plêiade de Espíritos, causando para nossas mentes já cansadas pelo tempo,
preocupações, estresses, sofrimentos, um assunto bastante polemizado.

Certos exegetas afirmam que a verdade não tem rótulo, nem dono, a quem
prestar obediência, mas pode ser luminosa, brilhante, clara e eterna.

O nosso Allan Kardec em 09 de abril de 1856, pergunta: ”(Á verdade)-
Criticaste o trabalho que fiz outro dia, e tiveste razão. Tornei a lê-lo e
reconheci na trigésima linha um erro quanto ao qual protestaste com as pancadas
que me fizeste ouvir… “

Não consigo imaginar Jesus, por três horas seguidas dando pancadas na parede
do escritório de Kardec, para lhe avisar que, na trigésima linha de seu
trabalho, havia cometido um erro.

Se Jesus quisesse participar com representatividade da Codificação, o faria
todas as mensagens e durante todo o tempo, de maneira clara e insofismável e com
inigualável saberem todas elas, como sempre fez e como lhe seria permitido como
Espírito Puro que é.

Não haveria nenhuma razão para esconder-se atrás de qualquer adjetivação.
Quando esteve entre nós há 2000 anos, não deixou qualquer mensagem escrita,
confiando a seus apóstolos, na certeza de que seus ensinamentos seriam
condignamente transmitidos a gerações futuras.

Em Obras Póstumas (Meu Guia Espiritual, pagina 273; 35 de março de 1856)
descreve toda esta polêmica. Confiou aos seus discípulos e se assim não
procedesse a sua obra teria sido em vão e se perderia no tempo.

Citamos aqui algumas passagens para quem quiser se aprofundar mais no
assunto: “A Gênese” página 385, número 35, página 386, número 37, página 387
números 38 e 39.

As palavras, “Jesus claramente indica que esse Consolador não seria ele”, são
de Allan Kardec, são do codificador da Doutrina Espírita.

Continuando, página 387; número 40, em Prolegômeros página 50, vale ressaltar
que mais de cinqüenta espíritos com mais de cem mensagens, entre eles o de são
Luis colabora com dezesseis, Santo Agostinho com onze; o Espírito Protetor com
oito; o Espírito da Verdade com oito mensagens, usando as denominações: Espírito
da Verdade, Espírito-Verdade; Espírito Verdade e na grande maioria espírito de
Verdade.

Sobre a polêmica mensagem publicada no Livro dos médiuns; Cap XXXI página
450(1861), diz o nosso codificador: “Esta comunicação foi assinada com um nome
que o respeito nos não permite reproduzir, senão sob todas as reservas, esse
nome é o de Jesus de Nazaré, como já disse anteriormente, quanto mais elevados
são os espíritos na hierarquia, com tanto mais desconfianças devem ser seus
nomes serem acolhidos nos ditados. Kardec afirma: o que reconhecemos nessa
comunicação é a superioridade incontestável da linguagem. Já te disse que, para
ti, sou a verdade; isto, para ti, quer dizer discrição; nada mais saberás a
respeito. Quem for mais sagaz, e estudioso, vai perceber perfeitamente nítida
impressão de Kardec e do Espírito Superior em não revelar a identidade”.

Ficamos até impressionados quando certos irmãos de doutrina afirmam
peremptoriamente que esta mensagem é de Jesus, se Jesus nada deixou escrito como
iríamos saber quando da identificação das mensagens se a letra que estava ali
afirmando ser de Jesus de Nazaré, se nós não conhecemos totalmente sua vida,
imaginem sua letra ou caligrafia. Em que língua estava à mensagem, e outros
fatores para se afirmar com certeza que realmente era o Nazareno.

O que pode ser tirado como lição é que a Terceira Revelação não foi colocar
em pedestal mais alto o revelador, ou evidencia como queiram, mas a Revelação,
que é de origem divina; O importante não foi revelar o Espírito e sim a Verdade,
o Espírito da Verdade e o que acho mais importante é que a Verdade está em toda
sua Codificação e em todas suas obras.

Não podemos jamais ser o dono da verdade, somos filhos do Pai e a Verdade só
a ele pertence, aliás, o filho não pode sobrepujar o Pai, se a verdade pertence
ao Pai, só ele poderia designar ou repassar o que ele é. Na própria Bíblia vemos
narrações tipo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém poderá ir ao Pai
senão por mim”.

Se a Bíblia passou de pai para filho e não é considerada a palavra de Deus,
dizem que Moisés destruiu a Bíblia de Deus, no Monte Sinai, como iremos afirmar
com plena certeza que uma mensagem passada a Kardec seria a de Jesus Cristo.

É bom salientar que certos espíritos gostam de pregar peças e “esta não teria
sido uma delas”. Muitos desencarnados já se apresentaram em reuniões mediúnicas
usando o pseudônimo do grande Bezerra de Menezes, a fascinação poderia ter
tomado conta de nosso Codificador, já que, ele além de ser o codificador não era
Espírito Puro e sim imperfeitos como nós.