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A influência dos seres invisíveis na vida humana

A crença na influência de seres invisíveis na vida dos homens existe desde os
princípios da história. Os povos antigos, como os romanos, gregos e egípcios
acreditavam em deuses de forma humana, que interferiam diretamente em suas
ações. Com o passar dos tempos, outras crenças foram se difundindo, como as
figuras dos anjos e santos, capazes de promoverem os milagres e protegerem as
pessoas, e o chamado diabo, feitor das tentações e do sofrimento da humanidade.
Com a chegada da Doutrina Espírita, uma nova interpretação sobre os seres
invisíveis foi colocada.

Ensina o Espiritismo que os homens que viveram na Terra, ao deixarem o corpo
físico através da morte, continuam a viver em um outro plano, chamado mundo
espiritual, onde habitam as almas. Jesus sustenta esta tese quando afirma ser a
verdadeira morada do espírito a vida espiritual.

Naquele lado invisível, as almas, ou espíritos, levam o que tiverem acumulado
de virtudes ou defeitos adquiridos durante a existência material, ou encarnação.
Os homens bons trazem consigo a caridade que praticavam, a paz de espírito e a
benevolência. Vivem em um lugar feliz e trabalham constantemente pelo progresso
de nosso planeta. Podem ajudar as pessoas encarnadas que lhes pedem auxílio. São
o que o povo chama de anjos, santos ou simplesmente Espíritos bons ou
superiores. Quando dirigimos preces a Deus, Ele nos atende através desses seres
bondosos, inspirando-nos coragem na vida, fortalecendo-nos nos bons propósitos
e, às vezes, trazendo-nos a cura para uma doença ou desequilíbrio psíquico.

Já os homens que quando encarnados se detiveram na prática do mal, levam para
o plano espiritual suas más tendências. Continuam sua atividade perniciosa,
inspirando nos que continuam na vida material, todos os vícios e defeitos que
ainda estão apegados. São os chamados diabos, demônios ou simplesmente maus
Espíritos. Podem, com sua maldade e ódio, atrapalhar a vida dos homens,
perturbando o sono, a vida familiar, profissional e até causar doenças. Entre a
classe dos bons e dos maus Espíritos está a categoria de Espíritos comuns. São
seres que quando encarnados não se detinham nem muito no bem, nem tanto no mal.
São em maior quantidade, já que assim age a maioria dos homens. Esta classe de
Espíritos quase que não tem influência sobre os encarnados. Todo homem sofre
constantemente as influências dos bons ou dos maus Espíritos. Porém, cada um tem
a liberdade de ceder ou não às boas ou más inspirações. Depende do indivíduo,
com seu livre-arbítrio, dar vazão à interferência dos Espíritos na sua vida.
Aqueles que procuram fazer o bem, evitar o vício, praticar a caridade e,
principalmente, cultivar bons pensamentos estão mais facilmente ligados aos bons
Espíritos. Vivendo dessa forma, dificilmente um Espírito maldoso poderá
prejudicá-lo. No entanto, aqueles que convivem normalmente em ambientes
viciosos, com o excesso de bebida, cigarro, drogas, sexo desregrado, que se
satisfazem na ociosidade terão mais afinidade com seres espirituais atrasados,
apropriados a esses vícios materiais. Essas entidades poderão, inclusive,
influenciá-los em defeitos mais graves, como o crime, a desonestidade, o
adultério, a mentira, enfim, tudo o que leva o homem ao caminho da ruína.
Palavras e pensamentos perniciosos, falta de apego a uma religião, o
desinteresse pelos problemas alheios, o pessimismo, o orgulho são formas mentais
que atraem interferências negativas. Com elas, o desequilíbrio espiritual e
material não tardará a acontecer.

Quando temos esse posicionamento incorreto frente a vida, dificilmente os
anjos, ou bons Espíritos, conseguem nos ajudar, por mais que tentem. Tudo é uma
questão de afinidade. Se insistirmos em manter nossos pensamentos voltados para
os vícios e prazeres exagerados estaremos impedindo que as boas influências
cheguem até nossas mentes. Diante deste mecanismo de intercâmbio entre o visível
e o invisível, onde cada um recebe de acordo com sua conduta diária, precisamos
buscar a mudança de nosso comportamento, caso queiramos receber as boas
inspirações do mais alto. Não precisamos, nem conseguiremos, transformarmo-nos
em “santos” do dia para a noite. Imperfeições todos temos. Deus conhece nosso
íntimo e sabe o quanto é difícil livrarmo-nos delas. Porém, para que estejamos
aptos a ter a companhia dos bondosos amigos espirituais devemos nos pautar pelas
orientações do Evangelho de Jesus Cristo, cultivar amizades sadias, sermos úteis
à comunidade da qual fazemos parte e lutarmos contra os maus pensamentos que às
vezes tentam nos levar a atitudes incorretas. Agindo assim, com certeza não
deixaremos que influências espirituais perniciosas possam prejudicar nossas
vidas.