Esses escritos juntam várias coisas que ouvi e observei, recentemente, relacionadas a essa “coisa” de achar o outro sempre mais inteligente do que a gente.
A inteligência é a característica que define o ser espiritual, de acordo com a filosofia espírita. Portanto, somos todos inteligentes e pertencemos à Criação Divina. Todos nós fomos criados com o mesmo potencial e aprendemos a escolher o que fazer com ele.
Em geral, consideramos inteligente alguém que cria um carro para estacionar sozinho, ou um chip cada vez menor que armazena cada vez mais gigas. Achamos que tecnologia é fruto de inteligência, mas nos sentimos pouco inteligentes nas coisas do dia-a-dia.
Ninguém, exceto as almas evoluídas, é altamente inteligente para tudo! Somos mais inteligentes para lidar com algumas situações e desafios, menos inteligentes para outros. Mas isso faz parte da nossa jornada evolutiva. Dificilmente poderíamos desenvolver todos os nossos potenciais numa só encarnação, então, trabalhamos por partes e evoluímos um pouco em cada setor.
Um fato sobre esses avanços tecnológicos recentes é que eles surgem de trabalho coletivo, são pequenas melhorias construídas sobre melhorias anteriores, ou reunidas com ideias dos colegas, de modo que praticamente não existe mais a figura individual do inventor, como Graham Bell e o seu telefone. Ou seja, há uma inteligência que não é necessariamente a de um único “gênio”, mas a de muitas pessoas pensando juntas.
Quero dizer aqui, então, que a própria Humanidade é uma inteligência coletiva, crescendo em conjunto. E que isso faz com que, individualmente, dentro desse movimento, também possamos desenvolver nosso potencial de inteligência, compreender mais, aprender melhor e viver mais satisfatoriamente. O Facebook contém tantas boas dicas, tantos pensamentos que construtivos, ideias inteligentes, notícias de belas iniciativas pelo mundo
Mas essa inteligência muitas vezes não fica tão evidente, não é mesmo? Nas coisas cotidianas, por exemplo, é comum não se estar satisfeito consigo, com seu lugar, com seus relacionamentos. E não saber o que fazer.
Notamos que temos uma relação neurótica com o tempo. Num mundo que tantas vezes assusta e desconforta, desenvolvemos um grau de negatividade que nos faz defensivos e distantes. Ou nos enterra em nós mesmos, no trabalho, no consumismo, no vício. E nada disso denota um alto grau de inteligência, perante essas situações.
Às vezes, absorvidos em nossos “problemas”, perdemos o foco das alegrias simples, que mostram como a vida é especial. Às vezes, distanciados de nós mesmos, aderimos a padrões inventados por outras pessoas e que não compreendemos. Ou com que, em alguns casos, nem concordamos…
Mas isso pode ser diferente, quando desenvolvemos alguma inteligência de nós mesmos. Quando nos conhecemos melhor e descobrimos o que realmente desejamos que esteja em nossas vidas, deixando de lado o que não faz parte.
O que eu quero que seja cotidiano, para mim? Acordar disposto todos os dias? Trocar um beijo com o ser amado? Agradecer mais e reclamar menos? Cumprir minhas tarefas com ânimo e disposição? Celebrar a Natureza, a amizade? Comer alimentos mais saudáveis? Se nada disso está presente no meu dia de hoje, poderá estar a partir do momento da minha decisão.
Essa percepção e decorrente mudança é parte da inteligência de si, que todos estamos descobrindo e treinando, o que vai se tornando viável quando buscamos encontrar a essência de nós mesmos e daquilo que nos faz verdadeiramente felizes.
E quanto mais pessoas fizerem isso, individualmente, e quanto mais elas compartilharem suas descobertas, as chances de que a Humanidade se torne mais feliz também aumentarão.
Ps.: Os conceitos aqui emitidos não expressam necessariamente a filosofia Feal, sendo de exclusiva responsabilidade de seus autores.