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Jesus e José

“O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Em verdes prados me faz
repousar; e para águas tranquilas me conduz. Renova as minhas forças e por
caminhos certos me leva, como ele mesmo prometeu”

Muitos historiadores, religiosos, cientistas, pesquisadores, já procuraram
estudar afinco a vida destas duas personagens bíblicas. Inclusive eu. Na Bíblia
e vários livros que procuram desmistificar e descobrir algo mais, do que consta
no livro sagrado. Jesus, como já foi dito por alguns estudiosos, herdou o porte
de José e a beleza de Maria.

Quando ele se quedava pensativo, numa atitude grave ou para tomar qualquer
decisão importante, ainda mais se acentuava, no seu perfil heráldico, o aspecto
grave de seu pai. José era um homem serviçal, reservado e conhecido pela sua
retidão, firmeza de caráter e ação moral, além de excessivamente cauteloso nas
coisas mais simples.

Muito atencioso para com a família, embora severo, jamais aceitava qualquer
compromisso profissional, caso ainda tivesse alguma dúvida em poder cumpri-lo.

Enérgico, sóbrio, religioso, mas sem excitamento fanático ou exagero
místico, manifestava profundo respeito para os preceitos e regras sagradas do
Torá.

Era também um terapeuta esterno da coletividade dos Essênios, pois atendia os
necessitados através de um curandeirismo à base de passes fluídicos e
irradiações magnéticas, cujo trabalho desprovido de qualquer interesse
mercenário foi objeto da atenção de Jesus.

Não confundir curandeirismo com macumba, pelo amor de Deus! Essas virtudes
impeliam-no fortemente para as realizações práticas e influíram bastante na
educação de Jesus, evitando-lhe os impulsos prematuros de libertação espiritual,
antes de atingir o momento psicológico de sua tarefa messiânica. José ajudou-o a
desenvolver suas forças espirituais para saber imunizar-se contra as manchas do
mundo material.

Nas respostas que deu aos fariseus, a mulher adúltera e no caso das moedas de
César, o Mestre devia algo de sua acuidade à prudência de seu pai José. Jesus
reconheceu que os ensinamentos de seu pai foram de bastante para sua evolução
espiritual. José não opôs qualquer obstáculo a seu filho, ele reconheceu que
Jesus era de estirpe superior e jamais poderia desviá-lo do rumo heróico e
redentor.

Certa vez, José notou Jesus muito aflito e indagou: O que está acontecendo
meu filho?

Ele demorou a responder. Exclamou, sem qualquer mágoa ou queixume: Tu não
podes compreender a minha aflição, porque eu vivo a vontade de meu Pai que está
nos céus e só Ele sabe o motivo de minhas preocupações! Num gesto de ansiedade
acrescentou: Mas ainda não descobri para onde o Pai me guia os passos! E num
sorriso algo triste, mas resignado, aduziu: Sofro muito pela espera!

Vivo resignado a clarear o caminho dessa pobre humanidade. Jesus dominado por
uma força estranha e disse: que importância é viver, se, para contentar os
desejos insaciáveis do meu corpo, preciso esmagar os anseios da minha alma?

Que sentido tem a vida, quando consumida entre os prazeres medíocres e
transitórios da carne na implacável caminhada para o túmulo?

José estremeceu e ficou confuso: E disse que era a razão da vida humana e
deve ser próprio da vontade de Jeová que ela assim seja! Jesus apesar da
gravidade espiritual de sua fisionomia, ele não escondeu um sorriso meigo. Pai
os animais não vivem também à vontade de Jeová? Mas nós raciocinamos, não é
assim?

Os bichos atendem as suas necessidades físicas! Jesus disse a José tu pensas
o que penso. José ficou abismado com a evolução espiritual de seu filho. Quem
der sua vida por Jeová, ganhá-la-á para toda eternidade!

Jesus sonhava com a paisagem da Galiléia beijada pelo sol da tarde, pelos
verdejantes ciprestes e pelo céu tarjado de luz crepuscular, fazendo brotar de
sua alma ternura, amor e paz ao espírito.

Pai! Que a vossa vontade se cumpra em mim até a última gota de sangue!O
arcanjo Gabriel, seu guia, para dizer-lhe que estava próximo dos passes
messiânicos. Vale salientar este aspecto: quando o menino Jesus atingiu os dez
anos, Maria já era responsável por uma prole numerosa, pois além dos filhos
sobreviventes do primeiro casamento de José com Débora, já haviam nascido
Efrain, José, Elisabete e Andréia, enquanto Ana e Tiago são posteriores.

Quando José faleceu vítima de um insulto cardíaco, Jesus chegava aos vinte e
três anos. Assim seja. Aprendi e continuo aprendendo com o mestre Ramatis, que
viveu sua última encarnação em 986 depois de Cristo.