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João Batista

João Batista

“Eu te agradeço por tal prodígio. Tudo o que fazes é maravilhoso, tuas obras
são extraordinárias e conheces até o fundo de minha alma”.

Ao iniciar esta conversa sobre João Batista, queria afirmar e acrescentar,
algo que pudesse identificar a figura de João, como Essênio, mas na realidade
ele pertencia a uma seita, muita conhecida, na época que se chamava Nazarenos,
nome dado, na antiga lei, aos judeus que faziam votos, por toda a vida ou por
algum tempo, de conservar-se em pureza perfeita: adotava a castidade, a
abstinência de bebidas alcoólicas e não cotavam os cabelos.

Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram
esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré. Esse foi,
também, o nome de uma seita herética dos primeiros séculos da era cristã, que, à
semelhança dos ebionitas, dos quais adorava certos princípios, misturava
práticas mosaicas aos dogmas cristãos.

Essa seita desapareceu no século quarto. Na verdade os Essênios professavam o
dogma essencial da doutrina órfica e pitagórica. O Orfismo nada mais era, aquilo
que se refere a Orfeu, diz-se dos dogmas, mistérios e princípios filosóficos
atribuídos a Orfeu. Pitagórica está relacionado aos ensinamentos de Pitágoras,
pitagorismo.

A preexistência da alma conseqüência e razão da sua imortalidade. “A alma,
diziam eles, descidos do mais sutil éter e atraída ao corpo por um certo
encontro natural, nela habita como numa prisão; liberta dos laços do corpo como
duma longa escravidão, ela alegremente voa”,( Josefo, A .J.II,8).

O culto, misterioso, oculta nas sombras das origens helênicas que reapareceu
nos séculos VII e VI antes de Cristo, sob forma filosófica e pregava preceitos
mais puros de moral e esperança na imortalidade feliz. Ligava-se a Orfeu a
fundação do Culto.

Vale ressaltar que entre os Essênios, os irmãos propriamente ditos viviam em
comunidade de bens e no celibato, em lugares retirados, cavando a terra,
educando algumas vezes crianças estrangeiras.

Quanto aos casados constituíam uma espécie de ordem terceira, filiados e
submetidos á Outra. Silenciosos, doces e graves, viam-nos aqui e além cultivar
as artes da paz. Tecelões, carpinteiros, vinhateiros ou jardineiros, nunca
armeiros ou comerciantes.

Espalhados por pequenos grupos por toda Palestina, pelo Egito, e até ao monte
Horebe, eles davam-se entre si a mais absoluta hospitalidade. Assim, nós vemos
Jesus e os discípulos de cidade em cidade e de província em província, sempre
certo de encontrar um albergue.

João Batista por este tempo pregava no Jordão; Conforme a idéia judaica,
afigurava-se-lhe que em breve viria o Messias como um vingador e um justiceiro,
que, novo Macabeus, sublevaria o povo, expulsaria o romano, castigaria todos os
culpados, e depois entraria triunfalmente em Jerusalém, restabelecendo, na paz e
na justiça e superior a todos os povos, o reino de Israel.

Pedindo emprestado aos Essênios o costume das abluções, transformando-o a seu
modo, imaginara o batismo no Jordão, como uma manifestação pública da
purificação interior que ele exigia. Jesus quis ver o Batista, ouvi-lo e
submeter-se ao batismo público, pois desejava entrar em cena por um ato de
humildade e de respeito para com o profeta, que ousava levantar a voz contra os
poderes constituídos e acordar do seu sono a alma de Israel.

Do Messias dizia: “Eu só vos batizo com água, porém ele batizar-vos-á com
fogo”. Vi-o, perdido na multidão, meter-se na água até a cintura e curvar-se
humildemente, a fim de receber a aspersão.

Quando o neófito se levantou, o olhar terrível do pregador leonino e o olhar
do Galileu se encontraram. João perguntou a Jesus? Serás tu o Messias tendo ele
ficado calado, cruzando as mãos sobre o peito, pediu ao Batista sua benção.
Aquela pergunta ressoava na alma de Jesus. “Segundo os Evangelhos, João
reconheceu imediatamente Jesus como o Messias e como tal o batizou. Sobre este
ponto a sua narração é contraditória, porque mais tarde João prisioneiro de
Antipas em Maquerunte, pergunta a Jesus: És tu, aquele, que deve vir ou devemos
esperar por outro? (Mateus, XI, 3)”.

Esta dúvida tardia prova que, se João tinha suspeitado que Jesus fosse o
Messias, não estava inteiramente certo disso, Porém, os primeiros redatores dos
evangelhos, sendo Judeus, procuravam apresentar Jesus como tendo recebido a sua
missão e a sua consagração de João Batista, profeta Judeu e popular”.

Os anais místicos de todos os tempos demonstram que verdades morais e
espirituais de uma ordem superior foram percebidas por certas almas de elite,
sem raciocínio, pela contemplação interna e sob forma de visão.

Fenômeno psíquico este ainda mal conhecido da ciência moderna, mas, no
entanto incontestável. Catarina de Sena, filha de um pobre tintureiro, teve,
desde os quatro anos de idade, visões extremamente notáveis.

Swedenborg homem de ciência, de espírito frio, observador, e racionador, aos
quarenta anos de idade, no gozo de uma saúde perfeita, começou a ver visões que
não tinham relação alguma com a sua vida precedente.

Não pretendo comparar estes fenômenos exatamente com os que se passaram na
consciência de Jesus, mas simplesmente estabelecer a universalidade de uma
percepção interna, independente dos sentidos corporais”. Com esta bela exposição
encerro esta matéria que nos traz um belo ensinamento do encontro de João
Batista “O Nazareno com Jesus Cristo, O Essênio. Muitos irão discordar da minha
posição em julgar que Jesus era Essênio, não sou eu a colocar este ponto de
vista, são os estudiosos, os exegetas da época que chegaram a esta conclusão. O
direito de discordar cabe a qualquer pessoa, mas as evidências e os ensinamentos
são fortes aliados. Não somos donos da razão e da verdade. Só o Pai Maior está
com ela. Assim seja.

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