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Mediunidade com Caridade

Analisando o benefício representado pela mediunidade, “abençoada ferramenta
de que dispomos para alcançar os cimos da libertação”
, chegaremos invariavelmente
à conclusão de que nada mais é que a grande oportunidade que a bondade celeste,
através da reencarnação nos concede de continuarmos resgatando antigas dívidas assumidas
por todos nós mergulhados na carne, trazidas de épocas recuadas, a se apresentarem
como compromissos inadiáveis que temos de saldar perante a Lei divina, a se apresentarem
por limitações e angústias, transformando-se mais tarde em desequilíbrios da emoção.

Em razão disso, reencarnamos sujeito a dores regulamentadoras e aflições disciplinantes,
para que através do exercício mediúnico, que nos faculta reencontros espirituais
com os que continuam na erraticidade, nos candidatarmos através do trabalho em forma
de caridade no intercâmbio entre os dois mundos, material e espiritual, a elaborar
nossa ascensão na busca da sublimação a que nos destinamos.

Nesse contato, com os Espíritos sofredores desencarnados, podemos nós médiuns
exercer o sublime dom da comunicabilidade que nos permite colocarmo-nos a serviço
dos irmãos que estão necessitados desse tipo de atendimento, fazendo a filtragem
mediúnica, que está na razão direta das chagas que o médium conduz das experiências
pregressas, e são através delas que se ergue para a renovação sofrendo e amando,
em constante exercício do bem operante.

Ocorre, no entanto, que diante do fenômeno incipiente e transitório, muitas vozes
se levantam para blasfemar contra o animismo, com enorme impaciência e incompreensão
com o animista, como se fosse ele conscientemente responsável pela
deficiência de filtragem psíquica de que se faz intermediário. É justamente na manifestação
anímica que encontramos excelentes ensejos, para auxiliar o médium que sofre, esclarecendo-o
e iluminando-o com a palavra evangelizadora e doutrinária de que tem necessidade.

Sendo, pois, o médium um Espírito em constante processo de aprimoramento moral,
é natural que se lhe permitam equívocos e enganos, aflições e fraquezas que a ele
mesmo compete corrigir, manipulado por forças indômitas do passado, que nele se
enraizaram em incessante clima de luta libertadora.

Por isso, se tomba nos percalços da estrada, compadeçamo-nos dele, se vence os
entraves da estrada, rejubilemo-nos com ele, pois sua vitória é também nossa como
nos ensinou o mestre dos mestres quando nos disse: “fazei aos outros, o que gostaria
que os outros lhe fizessem
“.

Mediunidade é caminho de serviço evolutivo por onde seguem, carregando a cruz,
os Espíritos em prova. Por isso, se não nos cabe confundir fenômeno anímico de procedência
íntima do médium mesmo, com fenômeno mediúnico de origem espiritual daqueles que
transpuseram a porta do túmulo, não nos cabe, também, perseguir o animismo
afligindo o animista, como se o doente e não a doença merecesse nosso combate
acirrado.

Amparemos, desse modo, nossos companheiros de atividade mediúnica, sem lhes exigir
além das próprias possibilidades, compreendendo que a caridade começa, inicialmente,
entre aqueles que a exercitam em relação aos outros
, como nos propôs o Mestre
na parábola do Bom Samaritano “ajudar o próximo mais próximo”.

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