Silvio e Clarice Seno Chibeni
1. Introdução
Seja por constituir a base experimental da ciência espírita, seja pelo papel histórico que desempenhou no surgimento do Espiritismo, ou ainda pela importância que assume nas atividades práticas dos Centros Espíritas, a mediunidade merece de cada um de nós a melhor das atenções. Desincumbindo-nos do dever de estudá-la continuamente, estaremos reunindo condições para a correta compreensão tanto de sua natureza, como de suas finalidades, e para o discernimento dos muitos enganos de opinião a seu respeito que circulam entre a população leiga e mesmo nos meios espíritas. Habilitaremo-nos, assim, a dela obter os mais seguros e produtivos resultados, com vistas ao nosso aperfeiçoamento intelectual e moral.
Nunca será demais insistir em que nenhum artigo, folheto ou apostila poderá substituir ou tornar dispensável o estudo daquele que constitui o mais completo e profundo tratado que já se escreveu sobre a mediunidade: O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec. Assim, os presentes apontamentos devem ser tidos unicamente como uma exposição incompleta de alguns tópicos importantes, destinada a facilitar posteriores contatos com a obra fundamental e a vasta literatura subsidiária que surgiu desde sua primeira edição, em 1861.
2. Definição de Mediunidade
Embora no Vocabulário Espírita que forma o capítulo 32 de O Livro dos Médiuns Kardec tenha dado como sinônimos os termos “mediunidade” e “medianimidade”, o uso consagrou o primeiro, que ali é definido através do termo “médium”:
MEDIUNIDADE é a faculdade dos médiuns.
Isto posto, resta saber o que é médium. Kardec fornece a definição deste termo em vários pontos de suas obras, como por exemplo nesse mesmo Vocabulário, onde se encontra:
MÉDIUM. (do latim, medium, meio, intermediário). Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens.
A partir dessa definição sucinta, Kardec desenvolve o conceito, que comporta duas acepções distintas, expressas com clareza neste trecho da Revue Spirite: [Nota #1]
ACEPÇÃO AMPLA:
Qualquer pessoa apta a receber ou a transmitir comunicações dos Espíritos é, por isso mesmo, médium, seja qual for o grau de desenvolvimento da faculdade, desde a simples influência oculta até a produção dos mais insólitos fenômenos.
ACEPÇÃO RESTRITA:
Em seu uso ordinário, todavia, esse termo tem uma aplicação mais restrita, aplicando-se às pessoas dotadas de um poder mediador suficientemente grande, seja para a produção de efeitos físicos, seja para transmitir o pensamento dos Espíritos pela escrita ou pela palavra.
Quando analisamos um texto, um discurso, uma conversa onde o termo médium aparece, é sempre importante reconhecer em qual desses sentidos está sendo empregado, a fim de se evitarem mal-entendidos e mesmo discussões sem fundamento. Assim, por exemplo, a afirmação de que todos somos médiuns, encontrada em tantos autores (inclusive Kardec: ver O Livro dos Médiuns, parágrafo 159), só deverá ser entendida na acepção abrangente do termo, pois já sabíamos, desde a questão 459 de O Livro dos Espíritos, que todos somos passíveis de receber a influência dos Espíritos, ainda que sob a forma sutil de intuição. Incorreremos em grave equívoco se concluirmos a partir desse fato que todos somos médiuns no sentido restrito (e usual) da palavra ‘médiuns’, ou seja, se julgarmos que todos podemos produzir manifestações ostensivas, tais como a psicofonia, a psicografia, os efeitos físicos, etc. Concluindo, então, temos que a proposição ‘Todos somos médiuns’ é verdadeira quando o termo ‘médiuns’ é tomado em seu sentido amplo, e falsa quando tomado no sentido restrito. Tal circunstância não deve causar estranheza, já que resulta da imperfeição de nossa linguagem, na qual uma mesma palavra pode ter mais de um significado. Um caso semelhante dessa ambigüidade lingüística ocorre, por exemplo, com a proposição ‘Todos os homens são mortais’, que é verdadeira se o termo ‘homens’ referir-se unicamente ao corpo material, e falsa se se considerar o ser espiritual.
3. A Natureza da Mediunidade
Limitando-nos daqui para frente à acepção restrita do termo ‘médium’, que é a mais usual e relevante, estaremos, então, no que se vai seguir entendendo a mediunidade como aquela aptidão especial que certas pessoas possuem para poder servir de meio de comunicação entre os Espíritos e os homens encarnados.
A questão que naturalmente surge neste ponto é a de se determinar qual é a natureza da faculdade mediúnica: quais as suas causas, por que surge somente em determinadas pessoas e em modalidades e graus diversos, se é passível de desenvolvimento forçado através de alguma técnica, etc.
Tais indagações vêm sendo abordadas com sucesso pelo Espiritismo, que sobre elas já projetou intensas luzes, contribuindo desse modo para que o manto de superstição e misticismo que desde eras imemoriais vem encobrindo a mediunidade fosse removido, e para que, melhor compreendida, pudesse ser corretamente utilizada para os elevados propósitos a que se destina.
Dois aspectos centrais relativos à mediunidade acham-se expostos na resposta à questão que Kardec endereçou aos Espíritos, no parágrafo 226 de O Livro dos Médiuns:
O desenvolvimento da mediunidade guarda relação com o desenvolvimento moral dos médiuns?
— “Não a faculdade propriamente dita se radica no organismo; independe do moral. O mesmo, porém, não se dá com o seu uso, que pode ser bom ou mau, conforme as qualidades do médium.”
Na presente seção nos ocuparemos exclusivamente do primeiro desses aspectos: a origem orgânica da faculdade mediúnica. A questão do emprego bom ou mau dessa faculdade será tratada na seção 6, abaixo.
Como observamos pela resposta dos Espíritos, a aptidão de poder servir de “ponte” entre o mundo espiritual e o mundo material está ligada a fatores de ordem orgânica. Essa constatação, que é reafirmada em vários pontos da obra de Kardec, bem como de outros autores espíritas abalizados, passa freqüentemente despercebida à maioria das pessoas, mesmo espíritas, o que acaba inevitavelmente gerando enganos sérios de compreensão e de prática.
Já em 1859 Kardec afirmava, em seu livro Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas (Vocabulário Espírita, item “Médium”) que “esta faculdade depende de uma disposição orgânica especial, suscetível de desenvolvimento.” (Ver também O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 24, parágrafo 12.)
Em O Livro dos Médiuns as referências neste sentido são numerosas: No parágrafo 94, estudando as manifestações físicas espontâneas, o Codificador obtém dos Espíritos a informação de que “essa aptidão [de ser médium de efeitos físicos] se acha ligada a uma disposição física.” No parágrafo 209, tratando da formação dos médiuns, Kardec raciocina: “Têm-se visto pessoas inteiramentre incrédulas ficarem espantadas de escrever [mediunicamente] a seu mau grado, enquanto que crentes sinceros não o conseguem, o que prova que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica.” Fica assim estabelecido mais um princípio, que destacamos: A mediunidade não depende das convicções filosóficas ou das crenças religiosas do médium.
Em resposta à questão 19 do parágrafo 223 deste mesmo livro os Instrutores Espirituais continuam esclarecendo:
A mediunidade propriamente dita independe da inteligência bem como das qualidades morais [do médium].
Observamos que aqui aparece a informação adicional de que a mediunidade independe também do desenvolvimento intelectual do médium. [Nota #2]
Com base neste conhecimento, estamos aptos a reconhecer freqüentes erros de apreciação sobre a mediunidade, quais os de pôr em dúvida as possibilidades mediúnicas de uma pessoa tão-somente:
- pelo fato de apresentar comportamento moral deficiente;
- por ser dotada de poucos recursos intelectuais ou culturais;
- pelo fato de não ser espírita.
No parágrafo 200 de O Livro dos Médiuns, Allan Kardec registrou o importante princípio de que “não há senão um único meio de constatar [a existência da faculdade mediúnica em alguém]: a experimentação.”
Os princípios precedentes já nos possibilitam dirimir algumas confusões que freqüentemente surgem entre leigos e mesmo espíritas na apreciação da importante questão do desenvolvimento da mediunidade.
Uma primeira observação básica é a de que se a presença da faculdade mediúnica em uma pessoa independe de sua condição moral, intelectual e de crença, ninguém poderá tornar-se médium tão-somente pelo fato de moralizar-se, ou de estudar, ou de aderir às convicções espíritas. É evidente que essas atitudes serão de imenso proveito para a criatura, pois a colocarão em condições de compreender e utilizar bem a faculdade mediúnica que porventura possua.
É significativo a esse respeito que Kardec tenha alertado já no terceiro parágrafo da Introdução de O Livro dos Médiuns que muito se enganaria aquele que “supusesse encontrar nesta obra uma receita universal e infalível para formar médiuns.” Lança mão, a seguir, de uma comparação muito clara e objetiva, que esclarece o assunto à saciedade (os destaques são nossos):
Se bem que cada um traga em si o gérmen das qualidades necessárias para se tornar médium, tais qualidades existem em graus muito diferentes e o seu desenvolvimento depende de causas que a ninguém é dado conseguir se verifiquem à vontade. As regras da poesia, da pintura e da música não fazem que se tornem poetas, pintores, ou músicos os que não têm o gênio de algumas dessas artes. Apenas guiam os que as cultivam no emprego de suas faculdades naturais. O mesmo sucede com o nosso trabalho. Seu objetivo consiste em indicar os meios de desenvolvimento da faculdade mediúnica, tanto quanto o permitam as disposições de cada um, e, sobretudo, dirigir-lhe o emprego de modo útil, quando ela exista.
O caráter espontâneo da faculdade mediúnica é ainda destacado no parágrafo 208 de O Livro dos Médiuns (o destaque é nosso):
Se os rudimentos da faculdade [mediúnica] não existem, nada fará que apareçam.
E no capítulo intitulado “Manifestações dos Espíritos” de Obras Póstumas (parágrafo 6, n. 34) encontramos esta rica passagem (destaque nosso):
O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos expansiva do perispírito do médium e da maior ou menor facilidade da sua assimilação pelo dos Espíritos. Depende, portanto, do organismo e pode ser desenvolvida quando exista o princípio. Não pode, porém, ser adquirida quando o princípio não exista.
O mestre de Lyon não descuidava nunca de extrair das constatações científicas conseqüências referentes à nossa conduta, e no presente caso ele o fez (entre outros lugares) no parágrafo 198 de O Livro dos Médiuns, que trata da diversidade das faculdades mediúnicas:
Em erro grave incorre quem queira forçar a todo custo o desenvolvimento de uma faculdade que não possua. Deve a pessoa cultivar todas aquelas de que reconheça possuir o gérmen. Procurar à força ter as outras é, antes de tudo, perder tempo, e, em segundo lugar, perder talvez, enfraquecer com certeza, as de que seja dotado.
Encerrando o parágrafo, Kardec transcreve esta comunicação mediúnica de Sócrates, que se notabiliza por sua gravidade:
Quando existe o princípio, o gérmen de uma faculdade, esta se manifesta sempre por sinais inequívocos. Limitando-se à sua especialidade, pode o médium tornar-se excelente e obter grandes e belas coisas; ocupando-se de tudo, nada de bom obterá. Notai, de passagem, que o desejo de ampliar indefinidamente o âmbito de suas faculdades é uma pretensão orgulhosa, que os Espíritos nunca deixam impune. Os bons abandonam o presunçoso, que se torna então joguete dos mentirosos. Infelizmente, não é raro verem-se médiuns que, não contentes com os dons que receberam, aspiram, por amor-próprio, ou ambição, a possuir faculdades excepcionais, capazes de os tornarem notados. Essa pretensão lhes tira a qualidade mais preciosa: a de médiuns seguros.
Apenas como exemplo de opinião de um outro autor, corroborativa da de Allan Kardec, vejamos como Emmanuel responde à questão 384 de seu livro O Consolador, questão essa que versa especificamente sobre o tema que estamos focalizando:
Dever-se-á provocar o desenvolvimento da mediunidade?
— A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.
Logo em seguida, em resposta à questão 386, o credenciado Espírito reitera:
Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária observando-se contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade. [Nota #3]
Nós, espíritas, precisamos, portanto, estar vigilantes quanto à opinião, infelizmente tão comum em nosso próprio meio, de que as pessoas devem ser encaminhadas às chamadas “sessões de desenvolvimento mediúnico”, que existem em muitas casas espíritas. São dois os motivos mais freqüentemente alegados para esse tipo de recomendação:
- O empenho e dedicação com que alguém se interesse pelo Espiritismo, sugerindo, segundo julgam, que têm “todas as condições” para exercer a mediunidade.
- Os desequilíbrios variados de saúde ou de comportamento que a pessoa apresente, notadamente quando venham desafiando a perícia dos médicos.
Ora, no primeiro caso dever-se-ia ponderar que as boas disposições do companheiro deverão ser aproveitadas antes de mais nada em seu aperfeiçoamento intelectual e moral, e, em se tratando de sua colaboração nas atividades do centro espírita, naquele setor ao qual mais se ajuste por sua formação profissional, seus interesses e disponibilidades, quais sejam a condução de estudos, a evangelização infanto-juvenil, a administração, a biblioteca, as visitas fraternas, a costura de enxovais, a faxina, a distribuição de alimentos, a acolhida aos novos freqüentadores, etc., ou os trabalhos mediúnicos, se os sinais de mediunidade se apresentarem de forma espontânea.
No segundo caso, que é o mais freqüente, seria preciso compreender que o mero fato de a pessoa se encontrar desequilibrada significa que não pode ser inserida no grupo mediúnico, sob o risco de comprometer o seu bom funcionamento. A mediunidade em si é uma faculdade neutra, que não tem qualquer conexão com os desajustes físicos, mentais e espirituais da criatura. Estes surgem por motivos específicos, e requerem o tratamento médico, psicológico ou espírita adequado ao caso. Somente após seu retorno à normalidade é que o companheiro poderá vir a participar, como médium, dos trabalhos mediúnicos, se a faculdade surgir espontaneamente. O exercício da mediunidade não é recomendável na presença de determinadas enfermidades físicas, como por exemplo, nas doenças contagiosas, ou onde o equilíbrio orgânico esteja “por um fio” e a atividade mediúnica envolva situações que emocionem muito o médium. No caso dos desequilíbrios mentais e espirituais, o exercício mediúnico não pode nunca ser iniciado, ou continuado. Um médium nessas condições não poderá contribuir positivamente com nada, além de gerar problemas para o grupo, inclusive facilitando a atuação de Espíritos interessados na instalação da desarmonia, dos melindres, das suspeitas, do enregelamento das relações entre os membros.
O desenvolvimento mediúnico a ser promovido nos centros espíritas não deve nunca ser entendido como o aprendizado de técnicas e métodos para fazer surgir a mediunidade, pois que não os há nem pode haver, mas exclusivamente como o aprimoramento e direcionamento útil e equilibrado das faculdades surgidas espontaneamente, o que pressupõe o aperfeiçoamento integral do médium, através do estudo sério e de seus esforços incessantes para amoldar suas ações às diretrizes evangélicas.
Ressaltemos, outrossim, que os núcleos espíritas não deverão iniciar qualquer trabalho mediúnico, quer de desenvolvimento (no sentido correto do termo), e muito menos de assistência aos Espíritos enfermos, se não estiverem seguros de que dispõem de colaboradores suficientemente preparados, por seus conhecimentos doutrinários, por seu equilíbrio psicológico e por sua conduta cristã, que disponham de tempo para encetar com regularidade tão delicada tarefa.
4. Os mecanismos da Mediunidade
Na presente seção procuraremos reunir alguns informes sobre os mecanismos da faculdade mediúnica, ou seja, sobre como se dá o fenômeno mediúnico. A fonte básica continuará sendo Allan Kardec. Iniciemos com este trecho do capítulo “Manifestações dos Espíritos”, parágrafo 6, n. 34, do livro Obras Póstumas (destacamos):
O fluido perispirítico é o agente de todos os fenômenos espíritas, que só se podem produzir pela ação recíproca dos fluidos que emitem o médium e o Espírito. O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos expansiva do perispírito do médium e da maior ou menor facilidade da sua assimilação pelo dos Espíritos.
Esmiuçando as informações aqui contidas, notamos:
1) O perispírito desempenha papel de capital importância no processo mediúnico. Daí concluímos que somente o Espiritismo nos poderia fornecer explicações amplas e sólidas sobre a mediunidade, já que somente ele nos dá conhecimento racional e experimental desse “corpo espiritual”.
2) Sendo o perispírito “o agente de todos os fenômenos espíritas”, e estes só podendo produzir-se pela ação recíproca dos fluidos que emitem o médium e o Espírito, temos como regra sem exceções que ocorrendo um fenômeno espírita necessariamente haverá um médium participando. Em alguns casos, como em certas manifestações de efeitos físicos, não se nota a presença do médium, mas pelo princípio acima exarado podemos estar certos de que haverá alguém, em algum lugar, servindo de médium, ainda mesmo que este não esteja consciente do papel que desempenha.
Prossigamos na explicitação das demais conseqüências que se seguem do trecho de Obras Póstumas que citamos no início desta seção.
3) A presença da faculdade mediúnica em alguém liga-se à possibilidade de seu perispírito “expandir-se”. Veremos mais adiante que essa “expansão” pode ser entendida, em outros termos, como a “exteriorização” do perispírito, ou seja, como a sua parcial desvinculação do corpo físico.
4) A efetivação da comunicação exige, além dessa “exteriorização” do perispírito do médium, a assimilação deste com o perispírito do Espírito comunicante, ou seja, tem de haver sintonia entre ambos. Esse fato importante, de que o médium em geral não é capaz de comunicar-se indiscriminadamente com todos os Espíritos, é ressaltado por Kardec no item que segue ao que acabamos de transcrever (grifamos):
As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio dos respectivos perispíritos, dependendo a facilidade dessas relações do grau de afinidade existente entre os dois fluidos. Alguns há que se combinam facilmente, enquanto outros se repelem, donde se segue que não basta ser médium para que uma pessoa se comunique indistintamente com todos os Espíritos. Há médiuns que só com certos Espíritos podem comunicar-se ou com Espíritos de certas categorias.
Passando ao exame do assunto do item 3, acima, vamos colher subsídios em André Luiz, o autor espiritual que tanto tem contribuído para a expansão de nosso conhecimento científico acerca da mediunidade. Em sua obra Evolução em Dois Mundos, ao analisar a fase evolutiva em que se elaborava a faculdade de desprendimento do veículo perispiritual durante o sono (capítulo 17, item “Mediunidade espontânea”), adianta esta valiosa informação (grifamos):
Começaram na Terra os movimentos de mediunidade espontânea, porquanto os encarnados que demonstrassem capacidades mediúnicas mais evidentes, pela comunhão menos estreita entre as células do corpo físico e do corpo espiritual, em certas regiões do campo somático, passaram das observações durante o sono às da vigília, a princípio fragmentárias, mas acentuáveis com o tempo.
Vemos, assim, que o respeitado cientista desencarnado deixa entrever a correlação íntima entre a possibilidade de contato com a realidade espiritual durante a vigília (mediunidade) e um certo “afrouxamento” das ligações entre as células do perispírito e as suas correspondentes do corpo material. Prosseguindo, André Luiz explicita mais essa correlação:
Quanto menos densos os elos de ligação entre os implementos físicos e espirituais, nos órgãos da visão, mais amplas as possibilidades na clarividência, prevalecendo as mesmas normas para a clariaudiência e modalidades outras, no intercâmbiio entre as duas esferas.
Refletindo um pouco sobre as assertivas de André Luiz, verificamos, inicialmente, que não conflitam com a explicação dada por Kardec, em termos da “expansibilidade” do perispírito do médium. Há, pelo contrário, até um reforço, já que a noção de “expansibilidade” é suficientemente abrangente e flexível para permitir ulteriores elaborações e detalhamentos, dentro da natureza eminentemente progressiva da Doutrina Espírita. Podemos compreender, deste modo, a expansibilidade do perispírito como a sua faculdade de desvinculação parcial e temporária com relação ao corpo físico, passando, neste estado especial, a partilhar da realidade do mundo espiritual, dela colhendo impressões diversas, sem no entanto perder a possibilidade de atuação sobre o corpo denso.
Utilizando-nos de uma comparação um tanto tosca, a mediunidade seria como se uma pessoa colocasse a cabeça para fora de uma janela e transmitisse, através de gestos com as mãos, ou escrevendo, as informações acerca do que estaria vendo, para alguém que permanecesse no interior do aposento. Estaria servindo de intermediário entre o “mundo de fora” e o “mundo de dentro”, assim como o médium, ao partilhar simultaneamente da realidade espiritual e da realidade material, serve de intermediário entre esses dois “mundos”. Explorando um pouco mais essa analogia, teríamos ainda que quem não é médium estaria na condição de alguém que não conseguisse pôr a cabeça para fora da janela, e nem sequer abri-la, ficando (durante a vigília) inteiramente restrito ao interior da casa. E, de maneira geral, todos nós somos, durante o sono, como alguém que pula a janela, passando a viver plenamente as impressões do mundo “exterior”, com reduzidas possibilidades de comunicar o que presenciamos ao mundo “interior”.
É fundamental deixar claro que o que acabamos de expor não corrobora de modo algum a idéia popular de que no processo mediúnico o Espírito do médium “sai” e “dá lugar” ao Espírito comunicante, que passaria então a servir-se diretamente do corpo do médium. Os Instrutores Espirituais já esclareceram a Kardec, no importante capítulo “Do papel do médium nas comunicações espíritas”, de O Livro dos Médiuns, que essa idéia não corresponde à realidade. A mensagem sempre passa pelo Espírito do médium, mesmo quando ele não guarda disso a consciência ao despertar do transe. Vejamos o que dizem na sexta questão do parágrafo 223:
O Espírito, que se comunica por um médium, transmite diretamente o seu pensamento, ou este tem por intermediário o Espírito do médium?
— “É o Espírito do médium que é o intérprete, porque está ligado ao corpo que serve para falar e por ser necessária uma cadeia entre vós e os Espíritos que se comunicam, como é preciso um fio elétrico para comunicar à grande distância uma notícia e, na extremidade do fio, uma pessoa inteligente, que a receba e transmita.”
Compreendemos então que o comando do veículo físico só pode ser feito pelo seu próprio “dono”. Poderíamos dizer que o corpo material é feito “sob medida” para cada Espírito, e que não “serve” para nenhum outro. Aliás, temos no Espiritismo uma explicação detalhada de porque tal é o caso, fundamentada no conhecimento que nos propicia do processo de formação do corpo, em que intervém o Espírito.
Assim, a mencionada “exteriorização” de determinadas regiões do perispírito deve ser entendida unicamente como um “afrouxamento” dos laços que o ligam ao corpo material, e jamais como um rompimento desses laços e conseqüente “desocupação do lugar” para o Espírito comunicante. Mesmo que ocorresse tal rompimento (o que se dá apenas com a morte), o Espírito estranho não teria como agir sobre as células materiais formadas sob a influência de outro Espírito e para o seu próprio uso. Portanto, a emancipação do perispírito é apenas uma condição necessária para a sua “penetração” na realidade do mundo espiritual, para que nela colha impressões ou entre em contato com os Espíritos que pretendam comunicar-se com os encarnados.
É interessante notar que nas questões seguintes à transcrita, os Espíritos frisam — mesmo enfrentando uma oposição inicial de Kardec — que essa é uma regra absoluta, sem exceções, nem mesmo na mediunidade dita “mecânica”, ou ainda nos casos de efeitos físicos onde uma mensagem inteligente é transmitida (tiptologia, escrita através de pranchetas, etc). Vemos, na questão 10 do referido parágrafo, que os Espíritos expressam indiretamente sua desaprovação a esse modo de denominar a mediunidade na qual o médium não guarda consciência do conteúdo da comunicação: o médium jamais atua como máquina, mecanicamente.
5. As Modalidades Mediúnicas
Um aspecto importante dos esclarecimentos de André Luiz vistos acima é que permitem compreender não somente como é que se dá o fenômeno mediúnico, mas também o porquê da existência de diferentes modalidades de mediunidade. Observamos, através do trechos citados, que a faculdade mediúnica será deste ou daquele tipo conforme a região do organismo em que as células do perispírito apresentem maiores possibilidades de desvinculação das células correspondentes do corpo físico. Desse modo, segundo o exemplo dado, se é nos órgãos da visão que ocorre a maior liberdade das células do perispírito, a mediunidade assumirá a forma de vidência se nos órgãos da audição, a de audiência se nos da fala, a de psicofonia, e assim por diante.
Devemos notar, no entanto, que os órgãos a que se refere André Luiz são, conforme se depreende de outras passagens de sua obra, não tanto os órgãos periféricos — olhos, ouvidos, mãos, etc. –, mas fundamentalmente as regiões do cérebro responsáveis por seu comando. De fato, sabemos pelas conquistas da Ciência, que há no cérebro grupos de neurônios (células nervosas) mais ou menos especializados para as diversas faculdades sensoriais e motoras. No caso da visão, por exemplo, tais neurônios recebem os impulsos elétricos gerados na retina do olho através do nervo óptico, sinais esses que a alma interpreta como imagens. O mesmo se dá, mutatis mutandis, com os demais sentidos. No caso das funções motoras, ao comando da alma determinados centros cerebrais enviam, através dos diferentes nervos, impulsos elétricos aos diversos músculos, que então lhes obedecem às ordens, do que resultam os movimentos corporais.
Apresentaremos agora os principais tipos de fenômenos mediúnicos, que se associam às principais modalidades mediúnicas. Como toda classificação, não é absoluta, pois o estabelecimento de fronteiras nítidas entre diferentes modalidades mediúnicas não é possível.
Kardec dividiu os médiuns em duas grandes categorias: os de efeitos físicos e os de efeitos intelectuais. Os primeiros são “aqueles que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas”; os segundos, “os que são mais especialmente próprios a receber e a transmitir comunicações inteligentes” (O Livro dos Médiuns, parágrafo 187). Para fins didáticos, é conveniente subdividir a categoria de efeitos inteligentes em dois grupos: efeitos sensoriais (percepção da realidade espiritual na forma de uma impressão dos sentidos) e efeitos intelectuais propriamente ditos (transmissão de uma mensagem inteligente, seja pela palavra escrita, oral, por gestos, etc.).
O quadro abaixo é uma adaptação do que foi elaborado por Jayme Cerviño em seu livro Além do Inconsciente, e reúne, evidentemente, apenas as modalidades mais importantes e conhecidas. Nesse interessante e original livro, o autor extrai dos estudos clássicos da psicologia experimental e da neurofisiologia, bem como de investigações sérias sobre os fenômenos espíritas, deduções sobre as regiões do encéfalo [Nota #5] associadas às diferentes maneiras pelas quais se produzem tais fenômenos. Vemos nesses estudos um reforço às idéias de André Luiz, que discutimos acima.
EFEITOS INTELECTUAIS (mediunidade de expressão cortical)
- Efeitos estritamente intelectuais (córtex frontal)
- Intuição
- Psicografia
- Psicofonia
- Psicopraxia
- Efeitos sensoriais (córtex extrafrontal)
- Vidência
- Audiência
- Sensitividade
EFEITOS FÍSICOS (mediunidade de expressão subcortical)
- Telergia
- Sons
- Luzes
- Odores
- Movimentos
- Curas
- Teleplastia
- Materializações
- Somatização
- Transfiguração
- Estigmatização
6. O exercício da Mediunidade
Na seção 3 deste trabalho aprendemos, com Allan Kardec, que se deve fazer uma distinção clara entre a mediunidade enquanto faculdade e o seu uso, ou exercício. Se a faculdade em si é neutra quanto à condição moral do médium, o mesmo não vale para o seu uso, que pode ser bom ou mal, dependendo do grau evolutivo do médium.
Vimos que, na Introdução de O Livro dos Médiuns, Kardec destaca entre os objetivos da obra a orientação para que a mediunidade seja empregada de modo útil. Um requisito essencial para isso é, naturalmente, a compreensão de sua natureza e mecanismos, para o que o Espiritismo tem contribuído de forma decisiva. Com seu imenso respeito pela liberdade humana, ele não poderia prescrever normas de conduta para os médiuns de maneira cega, impositiva, sem que os convencesse pelo esclarecimento racional da sua necessidade. De fato, é facilmente constatável a justeza da afirmação de Kardec, nessa mesma Introdução, de que “as dificuldades e os desenganos com que muitos topam na prática do Espiritismo se originam na ignorância dos princípios desta ciência”.
A preocupação de Kardec com as questões da compreensão e do exercício da mediunidade vem sendo partilhada pelos espíritas sérios, que se conscientizaram da necessidade do crescimento espiritual do médium para que sua faculdade tenha um emprego útil. A esse respeito, notemos que praticamente todos os grandes autores espíritas dos dois planos da vida nos têm legado estudos e lições preciosas sobre a mediunidade e seu objetivo. Procuraremos, no que se vai seguir, compilar alguns desses ensinamentos.
Comecemos, no entanto, com O Livro dos Médiuns, em cujo parágrafo 226 Kardec endereça a seguinte questão aos Espíritos (questão 3):
Os médiuns que fazem mau uso de suas faculdades, que não se servem delas para o bem, ou que não as aproveitam para se instruírem, sofrerão as conseqüências dessa falta?
* “Se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem e não o aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o cego que cai no fosso.”
Dádiva com que a misericórdia divina nos informa de nossa natureza de seres imortais, a mediunidade bem empregada reveste as formas de esclarecimento acerca da vida além-túmulo, de consolo para os que perderam a esperança, de advertência salvadora para os equivocados, de amparo para os que cambaleiam, de recursos terapêuticos para os que enfermaram, de despertamento para os sofredores e os trânsfugas do dever que já cruzaram a aduana da morte.
Mal empregada, a mediunidade significa o cultivo da ignorância, a disseminação da dúvida e da mentira, o insuflamento do egoísmo e do orgulho, da vaidade e do personalismo, o verbo e o texto degradantes, o entorpecimento nos vícios e prazeres embrutecidos, a manipulação de forças mentais deletérias, geradoras de desequilíbrios orgânicos e espirituais.
Na lição “Examinando a mediunidade” do livro Encontro Marcado, Emmanuel assevera:
O exercício da mediunidade nas tarefas espíritas exige larga disciplina mental, moral e física, assim como grande equilíbrio das emoções.
E com o iluminado Espírito Camilo, no livro Cintilação das Estrelas (lição 32), aprendemos:
Em mediunidade é importante que o médium se aplique em melhorar-se a si próprio, ampliando as percepções, iluminando-se a cada hora, nas lutas que deve enfrentar, na pauta do cotidiano.
O desenvolvimento da mediunidade marcha ladeando o desenvolvimento do médium. Quanto melhor o indivíduo, maior a sua fulgência mediúnica no bem.
Aprimore-se o homem para que se lhe ampliem as posições de sensibilidade mediúnica.
Têm-se infelizmente observado que muitos agrupamentos mediúnicos desenvolvem suas atividades de forma ritualística, tratando os médiuns como simples máquinas de comunicação. No momento do intercâmbio, os trabalhadores assumem posturas formais, como que denotando concentração e devoção ao bem, mas que nem sempre se fazem acompanhar das atitudes íntimas correspondentes. O Espírito Manoel Philomeno de Miranda comentou essa situação em na lição 25 do livro Sementeira da Fraternidade:
O médium é filtro por cuja mente transitam as notícias da vida além-da-vida.
Nesse sentido, consideramos a concentração mental de modo diverso dos que a comparam a interruptor de fácil manejo que, acionado, oferece passagem à energia comunicante, sem mais cuidados…. A concentração, por isso mesmo, deve ser um estado habitual da mente em Cristo, e não uma situação passageira junto ao Cristo.
No livro Educação e Vivência, lição “Mediunidade e problemas”, Camilo tece as seguintes considerações:
Tristemente, porém, muitas dessas criaturas que se sabem ou se imaginam médiuns não são bafejadas pelos recursos de amadurecido estudo, a fim de que compreendam o que é que se passa nesse vasto território dos fenômenos psíquicos.
Seria de esperar que os indivíduos que se embrenham pelos bosques das percepções mediúnicas fossem caindo em si, aprendendo que todos terão que dar conta desses talentos formidáveis que lhe são concedidos, nas experiências terrenas, na condição de empréstimo, proporcionando liberdade e ventura íntimas, logrando evadir-se dos tormentosos episódios do pretérito culposo ou negligente.
Já comentamos na seção 3 a situação na qual o aparecimento da faculdade mediúnica se dá juntamente com desequilíbrios físico-espirituais variados, destacando o erro dos que consideram tais distúrbios como uma conseqüência da mediunidade em si. Nesse mesmo livro, Camilo coloca a questão nos seus devidos termos:
A decantada “mediunidade de provas” não passa de episódio no qual alguém em provas e sérias expiações, recebeu da Divina Misericórdia as excelências da sensibilidade mediúnica, através de cujas portas será chamado ou convocado à assunção de responsabilidades, bem como ao cumprimento dos deveres para com Deus, através do próximo.
Dessa forma a mediunidade, mesmo quando se apresente assinalada por impertinentes padecimentos dos médiuns, representa para eles a mão da Celeste Providência evitando dores maiores e tormentos mais acerbos.
A origem do nosso sofrimento, da nossa aflição, não reside na mediunidade, mas a bagagem de desacertos que ainda trazemos, acumulada nesta e em vidas pregressas. É por isso que nossos canais mediúnicos, neutros em si mesmos, amiúde ainda se ligam aos mundos de sombra.
Tais considerações nos ajudam a perceber o quanto é positiva para a evolução do ser a mediunidade bem exercida, equilibrada, como colocou Kardec no capítulo XX da segunda parte de O Livro dos Médiuns, intitulado “Da influência moral do médium”. Daí a necessidade de desenvolvermos esse abençoado talento, através dos trabalhos da caridade, dos exercícios constantes, contínuos de benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, de perdão das ofensas, conforme a questão 886 de O Livro dos Espíritos. Reconheçamos, acima de tudo, que mais importante do que sermos bons médiuns, no que toca à faculdade, é sermos médiuns bons, a serviço de Jesus.
Referências Bibliográficas
- ANDRÉ LUIZ. Nos Domínios da Mediunidade. (Ditado a Francisco Cândido Xavier.) 13. ed. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1955.
———-. Evolução em Dois Mundos. (Ditado a Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.) 1.ed. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1959. - CAMILO. Cintilação das Estrelas. (Psicografado por José Raul Teixeira.) Niterói, Fráter, 199 .
———–. Educação e Vivência. (Psicografado por José Raul Teixeira.) Niterói, Fráter, 199 . - CERVIÑO, J. Além do Inconsciente. 2. ed. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1968.
- CHIBENI, S. S. “Espiritismo e ciência”, Reformador, maio de 1984, pp. 144-147 e 157-159.
———-. “A excelência metodológica do Espiritismo”, Reformador, novembro de 1988, pp. 328-333, e dezembro de 1988, pp. 373-378.
———-. “Ciência espírita”, Revista Internacional de Espiritismo, março de 1991, pp. 45-52. - EMMANUEL. O Consolador. (Ditado a Francisco Cândido Xavier.) 8.ed. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1940.
———-. Encontro Marcado. - JOANNA DE ÂNGELIS. Estudos Espíritas. (Psicografado por Divaldo P. Franco.) 2. ed. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1982.
- KARDEC, A. Instruction Pratique sur les Manifestations Spirites. Paris, La Diffusion Scientifique, 1986.
———-. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d.
———-. O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, 43ª ed., Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, s.d.
———-. Oeuvres Posthumes. Paris, Dervy-Livres, 1978.
———-. Obras Póstumas. Trad. Guillon Ribeiro, 18ª ed., Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, s.d.
———-. L’Obsession. (Extratos da Revue Spirite.) Farciennes, Editions de L’Union Spirite, 1950. - MIRANDA, Manoel Philomeno de. “Mediunidade e viciação”, in: Sementeira da Fraternidade, ditado por Espíritos diversos a Divaldo Pereira Franco. Salvador, Livraria Espírita Alvorada Editora.
- PEREIRA, Y.A. Devassando o Invisível. 4. ed. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1963.
Notas de Rodapé
- 1859, p. 33; L’Obsession,p. 87. Ver também O Livro dos Médiuns, parágrafo 159.
- Outras referências sobre a origem orgânica da mediunidade são: O Livro dos Espíritos, Introdução, item 4; O Livro dos Médiuns, parágrafo 174; Revue Spirite, 1859 (L’Obsession, p. 88); também Estudos Espíritas, de Joanna de Ângelis, capítulo “Mediunidade”.
- Todos os destaques são nossos. Ver também, sobre esse ponto, André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, cap. 1, pp. 18-9, e Yvonne Pereira, Devassando o Invisível, cap. 10, p. 216. ” Espiritismo e ciência”, “A excelência metodológica do Espiritismo”, “Ciência espírita”; ver Referências Bibliográficas para detalhes.
- Resumidamente, lembramos que o encéfalo é a parte do sistema nervoso contida na caixa craniana; o córtex cerebral corresponde à parte mais externa desse órgão, e coordena a inteligência, os sentidos, os reflexos condicionados ou adquiridos; o subcórtex, que inclui vários órgãos da base do encéfalo (tálamo, hipotálamo, cerebelo), é a sede dos reflexos incondicionados ou inatos (instintos, atividades fisiológicas, emoções).