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O Fenômeno da Regressão de Memória

Mauricio Mendonça Jr.

Capítulo 1 – A Regressão de Memória

“Regressão de memória é o processo provocado ou espontâneo, por meio do qual, o espírito encarnado ou desencarnado fica em condições de relembrar o passado, da vida atual ou em existências anteriores, sejam elas recentes ou remotas”.

A definição acima é bem ampla, e está assentada nos preceitos básicos da doutrina espírita, sem, no entanto ser uma criação desta, e nem oriundas de uma revelação transcendental revestidas de caráter místico ou dogmático. Antes é um fenômeno natural que pode ser pesquisado utilizando métodos e técnicas apropriadas, e que apesar dos recentes estudos e pesquisas, sabemos de sua utilização já em culturas antigas como no Egito e na Grécia.

A aplicação prática mais usual para esse tipo de pesquisa, seria uma inclusão no modelo clínico atual no tratamento para as doenças da alma, traumas psicológicos e até somáticos, em muitos casos mostra-se uma técnica que facilita a solução de muitos problemas.

Além disso, vislumbro a perspectiva de podermos utilizar a regressão de memória como instrumento de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, e/ou como instrumento para terapeutas possibilitando um melhor conhecimento do paciente de psicanálise, sobre essa questão sugiro a leitura do livro Investigando Vidas Passadas, de Raymond Moody Jr.

Poderíamos também conjecturar, em que seria possível uma espécie de arqueologia espiritual, onde poderíamos explorar determinados pontos obscuros da história, em beneficio geral da humanidade. Como exemplo cito o livro de HCM – Hermínio C. Miranda, “Eu sou Camille Desmoulins”, onde ele mostra um magnífico caso de regressão, identificando um dos líderes da revolução francesa, o qual teremos um capítulo com a sua síntese. Da minha parte posso acrescentar um outro caso que ainda estou pesquisando (até essa data), onde foi identificadas a Rainha Nefertiti, Faraó do Egito na XVIII dinastia, co-regente com o Faraó Akenaton.

Há de se ressaltar que essa obra foi compilada, quase que totalmente transcrita dos livros de Hermínio C. Miranda, e principalmente do livro “A Memória e o Tempo”. O autor, apesar da sua modéstia, na minha opinião, é um dos maiores pensadores encarnados em se tratando desse assunto,. Uma outra parte foi tirada de diversos autores, bem como do aprendizado próprio através de algumas experimentações práticas de nossa parte. Recomendo ao leitor que caso se interesse por esses estudos não deixe de ler esse e outros livros do autor que constam na bibliografia.

Um pouco de história

“As tradições orais que chegaram até nós, à falta de documentos mais confiáveis, foram de grande valor, mas, no curso dos séculos, tornaram-se desfiguradas, como medalhões corroídos, cuja idade os arqueólogos tentam decifrar… (Christian Paul, 1972)”

Equivale a dizer, que o conhecimento de importantes aspectos do espírito e das leis naturais, foi muito extenso e profundo em remotas eras e que a história ‘oficial’ não tem registros. No Egito antigo foi desenvolvida a tecnologia de ‘desdobramento’. Nesse estado que atualmente muitos chamam de ‘estado alterado de consciência’ – o ser espiritual, parcialmente liberto, tinha condições de utilizar-se de conhecimentos que na vida de vigília lhe seriam inacessíveis; de deslocar-se no tempo e no espaço; de entrar em contato com seres desencarnados, etc. Posteriormente algumas dessas técnicas foram utilizadas na Grécia e em Roma, mas aí já com grandes deformações… E depois, uma grande repressão na Idade média sufocou quase que totalmente essas tradições.

Após o término do período de tirania da Igreja Católica, houve uma retomada no desenvolvimento de outras áreas do conhecimento humano. Um dos pioneiros foi Paracelso (1.493), o médico maldito, que reconhecia o aspecto espiritual do homem e questões como a reencarnação. Reencarnaria depois como Hahnemann (1.755) com as mesmas idéias e criaria a homeopatia. Antonie Mesmer (1.733), médico excêntrico, que descobriu o magnetismo-animal, ou seja o fluido-animal, que pode ser utilizado com fins curativos, aplicado hoje nos centros espíritas sob o nome de passe.

Desde meados do século XIX, diversos pesquisadores vêem contribuindo para elucidação desse “mistério”; nomes como Allan Kardec, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Albert de Rochas, etc. E mais recentemente outros nomes tem contribuído com suas pesquisas: Ian Stevenson, Denis Kelsey, Helen Wambach, Edith Fiore, Brian Weiss e muitos outros.

Premissas básicas

Conforme foi dito anteriormente, o fenômeno de regressão de memória é um fenômeno natural e como tal obedece a leis e não a dogmas ou princípios religiosos. Espero que o leitor céptico que por ventura esteja nos dando a honra de sua leitura, possa simplesmente aceitar os princípios que seguem abaixo como hipóteses de trabalho e ir em frente. Porém para aqueles que conhecem a doutrina dos espíritos ou tem algum outro tipo de conhecimento espiritual, lembro que embutidos na estrutura do fenômeno estão os seguintes conceitos fundamentais:

  • Existência do espírito, ser consciente e em evolução.
  • Existência de um corpo sutil, denominado perispírito.
  • Preexistência do espírito à sua vida na carne.
  • Sobrevivência do espírito após à morte do corpo físico.
  • A vida noutra dimensão no intervalo entre as vidas na carne.
  • A reencarnação (em um novo corpo ).
  • A responsabilidade pessoal, pelos atos praticados.

Técnicas

Algumas pesquisas de regressão, dizem respeito a lembranças espontâneas em adultos e principalmente em crianças. Nesses casos não são requeridas técnicas, é bastante uma metodologia para coleta e checagem dos dados. Para a regressão provocada, algumas técnicas foram desenvolvidas e aplicadas em conjunto a fim de possibilitar a leitura das memórias que não estão acessíveis ao que chamamos de “consciência”.

  1. Relaxamento induzido: Devem ser aplicadas sugestões verbais, em local confortável e com música própria para facilitar o relaxamento;
  2. Hipnotismo com Sugestão: Utilizado o Hipnotismo clássico, através de sugestão verbal;
  3. Passes Magnéticos: Aplicação de passes e relaxamento;
  4. Hiper-Oxigenação: Aceleração acentuada da respiração;
  5. Relaxamento pelo Sono: Utilização do cansaço produzido pelo sono;
  6. Drogas alucinógenas;

Dessas técnicas nos deteremos no estudo de três, a saber: Relaxamento profundo, Hipnose e Passes.

Nossa atenção, no decorrer dessa obra, será focada nos mecanismos que dão suporte ao fenômeno, não iremos no deter, portanto, nas práticas de terapia usando a Regressão de Memória como instrumento de trabalho.

Capítulo 2 – A Verdadeira História do Tempo

Para entendermos os mecanismos e as técnicas de Regressão de Memória é imperioso mergulhemos no profundo oceano de idéias e conceitos que envolvem duas das grandezas das mais exóticas: A memória e o tempo. Deixo-lhes aqui com o Pensamento de Hemínio C. Miranda, HCM, em “A Memória e o Tempo”.

O Tempo

Que é o tempo? Pergunta aparentemente simples e de fácil resposta. Não nos iludamos, porém, com sua enganosa simplicidade. Todos conhecemos as noções usuais sobre o tempo como a sucessão de minutos, dias, meses, etc., Mas mergulhe um pouco mais fundo e ficará abismado ante a complexidade do fenômeno ‘tempo’. Santo Agostinho, confessou honestamente a sua dificuldade em definir o tempo, escreveu ele:

“Que é, então, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se desejo explicá-lo a alguém que me pergunte, não sei mais.”

Aristóteles na sua Física, fez uma penetrante análise que ainda hoje impressiona. Para ele o agora é uma partícula indivisível de tempo encravada entre o passado e o futuro e que de certa forma, tem de pertencer um pouco a cada um deles, do contrário não poderia ligá-los.

“O ‘agora’ é o fim e o princípio do tempo, não ao mesmo tempo, contudo, mas o fim do que passou e o início do que virá”

No início do século XX, Albert Einstein revolucionou a Física com suas idéias sobre o universo. Uma de suas equações demonstra o que ficou conhecido como paradoxo dos gêmeos, onde em uma fictícia viagem espacial próximo à velocidade da luz, um dos gêmeos partiria na nave e o outro permaneceria na terra. Passado dez anos na terra a nave retornaria, sendo que o para o gêmeo que viajou teria se passados apenas alguns meses. HCM entende que o tempo é realidade que transcende nossas limitações espaciais:

A divisão presente, passado e futuro é meramente didática, destinada a reduzir a termos compreensíveis uma realidade que, sob muitos aspectos, ainda nos escapa, mas que parece ser contínua e simultânea. O presente é apenas uma linha móvel que arbitrariamente imaginamos, para separar em duas – passado e futuro – uma realidade indivisível e global.

Então, O futuro já existe?

Somos levados a admitir, conjugado com a teologia, e a metafísica a dizer que sim: “é evidente que vivemos num universo perfeitamente ordenado, criado e mantido por uma inteligência prodigiosa, inconcebível para nós. O futuro, portanto, não poderia conter surpresas e imprevisto para Deus, suprema inteligência criadora: seria o caos. E se Deus conhece essa realidade – Ela já existe.

LEF – Lembrança de Um Evento Futuro:

Um acontecimento não raro que acontece com praticamente com todas as pessoas é a nítida sensação de que uma cena (uma conversa, por exemplo) que está acontecendo “agora”,nesse momento, e no entanto tem-se a certeza que aquela cena já aconteceu “antes”, exatamente da mesma forma. Ou seja, é como se tivéssemos lembrando de um evento futuro. A esse fenômeno estou atribuindo o nome: LEF – Lembrança de Um Evento Futuro.

Outro tipo de experiência que demonstra essa idéia, é realizada nos laboratórios de parapsicologia ou de pesquisas PSI. Onde sujeitos (pessoas que se submetem a experiência) tentam prever quais cartas ou imagens irão ser “sorteadas” por um programa de computador. Os resultados mostram um nível de acerto bem maior do que seria apresentada pelo acaso, ou sorte.

Podemos concluir daí que o futuro pode ser lembrado, ou seja observado antes que o fato aconteça. Temos aí, um paradoxo… Se o futuro pode ser lembrado, ele pode ser alterado? Há um determinismo absoluto na nossa vida? Como ficaria o conceito de livre arbítrio? … Parada para respirar…

Próximo vôo

O físico Stephen Hawking[1], cujo livro “Uma Breve História do Tempo” serviu de inspiração para o título desse capítulo, nos seus livros de física para leigos, propõe interessantes teorias para as questões como a origem do universo e a natureza íntima do tempo. Também propõe cenários onde se admitem outras dimensões “paralelas” a essa que conhecemos, com seres inteligentes pertencendo a essa realidade alternativa. No capítulo referente a “forma” do tempo ele diz:

“O que é o tempo? Um rio ondulante que carrega todos os nossos sonhos? Ou os trilhos de um trem? Talvez ele tenha curvas e desvios, permitindo que você possa continuar seguindo em frente e, ainda assim, retornar a uma estação anterior” Stephen Hawking.

O físico Laplace, século XVII, acreditava que o universo obedecia as Leis mecanicistas de Isaac Newton[2], e portanto se soubéssemos a velocidade e a posição inicial das partículas poderíamos teoricamente calcular todos os eventos que ocorreriam no futuro. Atualmente, de acordo com a física quântica existe o princípio da incerteza, que afirma exatamente o contrário, ou seja, nós não podemos conhecer a posição e a velocidade das partículas ao mesmo tempo. Fica então de acordo com a física atual a impossibilidade do conhecimento prévio de qualquer acontecimento futuro. Apesar disso certos fenômenos indicam que de certa forma pode se prever o futuro

Determinismo X Livre- arbítrio

A seguir tento mostrar o meu pensamento de como conciliar essa aparente contradição. Para a próxima fase desse quebra-cabeça precisamos nos armar de algumas ferramentas auxiliares:

  • Mente: O mais complexo elemento do universo;
  • Consciência: Instrumento da mente para percepção e ação da realidade;
  • Deus: A super mente e a super consciência;
  • Projeção: Capacidade de Projetar o Futuro;
  • Futuro P: O futuro projetado por uma mente qualquer.

Hipótese:

A mente tem a capacidade natural de projetar o futuro (Futuro P) de acordo com os dados acessados e principalmente às vastas informações armazenados em si própria. Quanto mais evoluída e capacitada for a mente, mais provável de acontecer será o Futuro P projetado por essa mente.

Sendo assim se a mente do Indivíduo X, pode projetar um futuro P. com uma certa probabilidade que se torne real.Surge a partir daí duas questões sumamente importantes:

  1. Uma mente infinitamente poderosa (Deus) poderia “projetar” o futuro P. com absoluta certeza?
  2. Ou seja, nosso futuro está inexoravelmente traçado na mente de Deus??

A resposta da primeira pergunta é Sim, a segunda é Não. Explico:

Deus nos dá o livre arbítrio relativo, proporcionalmente a nossa responsabilidade em relação às leis cósmicas imutáveis. Quanto maior a responsabilidade adquirida, maior a sua liberdade de escolha, o livre arbítrio. Como compatibilizar a existência de um futuro P. (Projetado) com a liberdade de escolha por cada um de nós? A resposta de uma certa é óbvia; é porque trata-se de um futuro PROJETADO, e não REALIZADO. Portanto em determinado momento de sua existência, o indivíduo X, toma uma decisão radical (certa ou errada), se sua escolha for contrária ao que estava no futuro P. original, instantaneamente um novo futuro Pé calculado; na realidade sempre um novo futuro Pn é calculado a cada instante, similarmente ao que se passa quando se joga uma partida de xadrez, uma nova seqüência é calculada a cada jogada. Isso de certa forma está de acordo com ao princípio da incerteza, onde não há o determinismo absoluto.

Por analogia podemos tomar um outro exemplo: Imagine uma planilha de calculo eletrônica (qualquer computador pessoal possui esse recurso), onde é calculado a lucratividade na fabricação de um determinado produto. Para se chegar à margem de lucro desejada, temos que informar ao programa, uma série de índices e valores iniciais a fim de obter o resultado. Suponhamos que dado uma série S1 de dados iniciais, chegamos ao resultado de lucratividade igual a 1,328; Caso haja uma variação nos dados, no decorrer do tempo, e alterarmos uma variável de maneira radical, poderemos ter uma nova lucratividade igual a 1,456.

Desta forma podemos conjeturar que o tempo na realidade seria uma realidade única, um eterno passado-presente-futuro. E nosso estado de consciência normal, apenas consegue captar com maior exatidão o presente; com alguma dificuldade em perceber o passado e com uma dificuldade muito maior em perceber o futuro. De qualquer maneira a forma habitual como entendemos o tempo, é falsa. De alguma maneira os fatos passados, presentes e futuros estão lá. O que nos falta normalmente é a percepção de como observá-lo.

O PASSADO

Outra complicada questão é: O passado pode ser alterado, ou simplesmente observado?

Ao que parece o Passado está na categoria dos eventos já realizados e não mais estaria sujeito a alterações, podendo ser revisto ou até mesmo vivenciado mentalmente, mas não mais seria passível de mudança.

A Memória

Agora voltemos, ao pensamento sereno de HCM:

Memória é faculdade de reter idéias, impressões e conhecimentos adquiridos anteriormente. Lembrança, reminiscência, recordação.” Embora o conceito de memória não seja tão complexo quanto o de ‘tempo’, oferece também dificuldades quanto ao seu perfeito entendimento. Vejamos o que disse o filósofo Platão, há mais de dois mil anos:

“Sendo a alma imortal e tendo nascido muitas vezes e tendo visto tudo quanto existe… conhece tudo; não é admiração alguma que ele tenha condições de trazer de volta à lembrança tudo quanto já soube acerca da virtude e de tudo. (Platão)”

Na verdade é isto que ocorre: nossos arquivos mentais (as nossas memórias) são exageradamente vastos, há neles um dossiê completo para cada uma de nossas vidas. Ali estão, perfeitamente arrumados, classificados e a disposição do ser humano; todas as suas vivências, do suspiro ou sorriso até as agonias da mais terrível tragédia.

Uma das funções mais importantes da mente é a de esquecer, não esquecer em definitivo, e sim guardar fora da memória consciente todo o material que não está sendo interessante reter no momento. Até mesmo nas memórias da vida presente algumas não conseguimos nos lembrar a não ser por meio da hipnose (ou outro método semelhante).

Existem dois tipos de patologias envolvendo a memória, uma onde a pessoa não consegue lembrar do que aconteceu minutos atrás, e outra onde a pessoa mantém uma espécie de memória fotográfica de tudo que se passou com ele durante toda a sua vida. Esta última aparentemente parece ser uma vantagem, mas na realidade torna-se uma maldição porque causa uma sobrecarga nas funções cerebrais e não consegue-se viver de uma maneira tranqüila e feliz, nem tão pouco utiliza outros aspectos não mnemônicos como a arte e outras inteligências, as chamadas inteligências emocionais.

Um problema real que não podemos ignorar é a possibilidade de se implantar memórias falsas na mente de uma pessoa, através da hipnose. Isso levou a que a polícia americana se precavesse quanto a utilização da hipnose (mesmo sem transe profundo) para a obtenção de confissões de crimes ou como identificação de suspeitos. Isso aconteceu devido a algumas condenações baseadas em lembranças recuperadas sob hipnose e que depois se mostraram falsas.

Por esse motivo, nas seções de RM devem ser evitadas ao máximo sugestões que levem o sujeito à criar personagens e fatos fictícios. Muito embora nos transes mais ou menos profundos o sujeito rejeita as sugestões que estão em desacordo com as lembranças e reafirmam o que realmente estão “vendo” ou sentindo. Em todo caso, não convém introduzir fatores de erros nas pesquisas de RM.

Conclusão

Diante desse quadro, nada há de surpreendente no fato de que se empregando a técnica apropriada seja possível não apenas sincronizar com aquela realidade da memória chamada da memória que chamamos passado, como a outra realidade do tempo que chamamos futuro. De alguma forma, portanto é possível encontrar nas estruturas do tempo brechas cósmicas por onde os sensores da mente aprofundam-se na intimidade de nossos registros inconscientes e reproduzem sons, imagens e emoções de um passado esquecido, mas não destruído, da mesma forma que a metodologia da hipnose pode rebuscar os registros da vida atual no âmbito da subconsciência e do inconsciente. O esquecimento é conveniente, contido por certos condicionamentos, mas não absoluto e total.

Tempo e Memória são dois conceitos fundamentais da técnica de regressão de memória, embora encontremos também referências de natureza espacial.

Capítulo 3 – A Alquimia da Mente

“A Alquimia da Mente” – Este é o título do livro do HCM, que tenta desvendar os mistérios da mente humana. Foi ao mesmo tempo difícil e recompensador a tarefa de estudar e resumir as conclusões do escritor. Nesse livro além de conceitos pertinentes à doutrina dos espíritos, é mostrado também pensamentos e idéias de grandes nomes de filósofos e pesquisadores da mente de uma forma em geral, desde Freud até Anne Besant.

O Cérebro e a Mente:

É muito comum se fazer confusão entre os conceitos de cérebro e mente, ou seja, serem tomados como sinônimos. Muitos querem atribuir ao cérebro a função de criador de pensamento/consciência, assim como o fígado produz bile, ou rim produz a urina, a questão é que a bile ou a urina são substâncias bioquímicas, enquanto o cérebro produz elementos subjetivos como idéias, emoções e inteligência. Mais de acordo com a doutrina dos espíritos é o conceito de que a mente seria a entidade inteligente que comanda o órgão material cérebro, semelhante ao motorista que dirige um grande caminhão. Poderíamos melhor comparar com o que na informática chamamos de hardware e software. Onde hardware seriam os circuitos eletrônicos digitais e o software seriam os programas que agirão nesse hardware. Dessa forma o hardware (matéria) seria o cérebro e o software (Inteligência), a mente. Ou seja, um é o agente, o outro é o instrumento.

Cérebro: Lado Esquerdo x Lado Direito

O cérebro é, portanto um sofisticado e complexo circuito bio-eletrônico, por onde trafegam idéias que recebe, interpreta, processa e despacha. Há uma simetria na forma do cérebro, conjugada com uma assimetria de suas funções. O hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo e dele recebe as sensações correspondentes, ao passo que o hemisfério direito do corpo controla o lado esquerdo. À exceção dos canhotos, a fala e o pensamento espacial constituem atribuições praticamente exclusivas do hemisfério esquerdo. Por outro lado, o direito é especializado em aspectos não verbais, tais como: aspectos imateriais, emoções, música e artes em geral, sendo-lhe pois indiferente que passem por esse ou aquele hemisfério.

O pensamento consciente costuma ser eminentemente verbal, portanto no domínio do lado esquerdo, enquanto o lado direito como não verbal sediaria os pensamentos inconscientes.

Curioso observar que nos canhotos todas as funcionalidades do cérebro estão invertidas. Mais ainda, se um dos hemisférios se danifica, o outro pode assumir tarefas para as quais, em princípio, não estaria programado.

Individualidade e Personalidade:

Seguindo as estruturas desse estudo, precisamos de dois conceitos fundamentais, abalizados pela experiência do Hermínio C. Miranda.

Individualidade:

O ser inteligente, o espírito eterno.

Guarda em si, todas as experiências fisiológicas e psicológicas desde a sua criação, todas as memórias de suas vidas na matéria e fora dela; normalmente instalada (conectada) no hemisfério direito; a mente.

Personalidade:

O mesmo ser individual,

porém sem todos os recursos da individualidade. Dispõe, regra geral, da memória da vida atual, do núcleo dos instintos, das aquisições morais e de Inteligência, sem, no entanto lembrar-se das memórias arquivadas das existências anteriores; normalmente instalada no hemisfério esquerdo; a alma.

O espírito, esse ser consciente, responsável, lúcido e permanentemente ligado à mente cósmica, está instalado no hemisfério cerebral direito seu posto de monitorização e comando. É a Individualidade que traz nas suas próprias estruturas espirituais, não apenas a vivência de todo um passado de experiências, como a programação para cada nova experiência que se inicia na carne. Uma vez colocados na memória operacional da criança, no hemisfério esquerdo, os programas necessários à manutenção da vida, ela se retira para o contexto que lhe é próprio e, através de seus terminais no lobo direito, monitora a atividade que a Personalidade vai desenvolvendo.

Pelo mecanismo da reencarnação, a Individualidade vai aprendendo a vencer as limitações da matéria e a dominá-la, sendo cada vez mais ela própria, até que a personalidade não lhe constitua mais empecilho à sua manifestação. Assim quando uma Individualidade atinge o nível evolutivo do Cristo, a matéria na qual se acha mergulhada a Personalidade não oferece mais nenhum obstáculo à expressão da Individualidade. Nesse caso praticamente não é mais perceptível a diferença entre a individualidade e a personalidade encarnada.

A Alma

Pequeno vocábulo que apresenta segundo o dicionarista, 26 significados. Relacionemos alguns que interessam ao nosso estudo para análises:

Verbete: alma

1. Princípio de vida. (Princípio Vital)

2. Filos. Entidade a que se atribuem, por necessidade de um princípio de unificação, as características essenciais à vida (do nível orgânico às manifestações mais diferenciadas da sensibilidade) e ao pensamento: as faculdades da alma.

3. Princípio espiritual do homem concebido como separável do corpo e imortal: “A alma precisa de silêncio e prece” (Cruz e Sousa, Últimos Sonetos, p. 95): Reza pelas almas dos vivos… (Perispírito).

4. O conjunto das funções psíquicas e dos estados de consciência do ser humano que lhe determina o comportamento, embora não tenha realidade física ou material; espírito: Seu estado de alma sempre lhe transparece nos olhos.

5. Pop. Espírito desencarnado: Diz ele que anda vendo almas. (Perispírito)

6. Pessoa, indivíduo: Era uma boa alma; Mora num lugarejo de dez mil almas.

Quando o Allan Kardec perguntou aos espíritos que lhe assessoravam “O que é a alma?”, responderam simplesmente que “é o espírito encarnado”, mas que isso dependeria do entendimento que se quisesse dar a essa palavra. A reposta, apesar de curta, apresenta uma grande objetividade e coerência com os demais postulados da doutrina dos espíritos. Para o sentido popular “6. Espírito desencarnado”, temos o conceito de perispírito (veja o capítulo do Magnetismo animal), que é mesmo “Ka” dos egípcios, ou corpo espiritual (ou pneumático) no dizer do apóstolo Paulo.

A alma, portanto seria no presente estudo um sinônimo para personalidade. É, portanto uma entidade da mesma natureza que o espírito (ou individualidade), porém não dispondo de todos os seus recursos; ou seja, é um espírito encarnado, e dessa forma limitado pelas circunstâncias que lhe são imposta pela sua condição de encarnado.

Consciente e Inconsciente

Podemos agora relacionar essas duas definições com os conceitos geralmente utilizados na psicologia.

Consciente: é a interface entre a Personalidade e a vida/mundo material.

Inconsciente: é a parte da Individualidade não incorporada à personalidade.

Os habituais conceitos da psicanálise de consciente e inconsciente nos induzem a crer que há dois seres “dentro” de cada pessoa encarnada. Não podemos deixar de reconhecer que suas dissemelhanças apresentam-se tão veementes que justifica em parte o pensamento acima. Apesar disso, não há dois seres distintos em nós, o que há é uma realidade única, o psiquismo superior, ou Individualidade, que, mergulhado por uma de suas pontas na matéria densa, tem a outra acoplada ao que poderíamos chamar de psiquismo cósmico. O Livro dos Espíritos, no capitulo VIII, “da emancipação da alma”, trata dessa questão, ou seja, das atividades que o espírito encarnado exerce nos seus momentos de liberdade relativa. HCM observa que não deve ser qualificado de inconsciente, um processo consciente de si mesmo e que sabe o que quer e para que metas se dirige.

Acesso à Memória Integral

Sendo assim e tendo em mente as estruturas de tempo e espaço, nada há de surpreendente no fato de que se empregando técnicas apropriadas seja possível ter acesso tanto à memória da vida atual (própria da Personalidade) quanto à memória integral pertencente a Individualidade.

HCM sugere que a memória integral é semelhante a um conjunto de disquetes (eu diria hoje, CD regrávaveis que são mais duráveis e de maior capacidade). Para cada nova existência, um novo disquete é preparado para armazenar toda aquela vida. Ao final da experiência na carne os dados seriam transferidos para a área de armazenamento da individualidade. Isso explicaria em parte o fenômeno da recapitulação panorâmica no momento da morte, conforme relatos mediúnicos e as pesquisas de experiências de quase morte. A personalidade teria então um fácil acesso as gravações da vida presente. Durante o transe numa seção de Regressão de Memória, a personalidade adquire momentaneamente alguns recursos a mais da individualidade, incluindo aí o recurso de acesso aos disquetes armazenados de existências passadas, e até mesmo de períodos entre as encarnações.

Dessa forma o mecanismo envolvido na recuperação das lembranças seria tão somente uma questão de memória, ou seja, a capacidade de recuperar todas as informações gravadas anteriormente, e não envolveria diretamente a dimensão tempo e, portanto não explicaria as progressões de memória.

Um outro esquema possível para acesso à memória integral é como se o lado direito do cérebro (ou comandado por ele) pudesse sintonizar da mesma forma como em um receptor de ondas eletromagnéticas de rádio ou TV, com um tempo não-presente e obter as informações detalhadas de todos os períodos das suas existências. Assim explicaria tanto as progressões de memória, quanto a grande carga emocional que o sujeito apresenta quando regride e também o fato dele se sentir lá como se tivesse revivendo a cena. Muitas vezes, em transe profundo, é como se fizesse uma viagem no túnel do tempo.

Talvez também possa ser um misto das duas idéias. De qualquer forma é bom ter em mente essas idéias e quem sabe em futuro breve possamos pesquisar mais profundamente essas questões. Por enquanto nos limitaremos a pesquisar o fenômeno da regressão em si, sem nos preocuparmos qual o mecanismo intimo do armazenamento e acesso às informações.

Capítulo 4 – Regressão no Livro dos Espíritos

Nesse ponto poderíamos questionar quanto a ética sob o ponto de vista espírita, do acesso desses arquivos inconscientes e trazê-los a nível consciente da personalidade.

Implantar em uma Sociedade Espírita, um trabalho de estudo (e, por conseguinte de pesquisa) sobre o fenômeno de regressão de memória, não é uma tarefa das mais fáceis. Embora tenhamos conseguido o apoio da Diretoria da S.E., obviamente algumas vozes se levantaram, se não contra, mas pelo menos em sinal de alerta, que aliás tem sua razão de ser. Por muito tempo tinha escapado das criticas me apoiando nas considerações do Herminio C. Miranda, porque é em linhas gerais o mesmo tipo de pesquisas que procuramos desenvolver. A seguir procurei fazer as minhas próprias argumentações. Na verdade eu busquei no Livro dos Espíritos-LE algum material que possa servir de discussão.

Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro a diferença entre ‘Regressão de memória – RM’ e ‘TVP – Terapia de Vidas Passadas’. TVP como o próprio nome diz é terapia, e, portanto requer um Paciente, um Problema (psicológico no caso) e um Terapeuta Habilitado. Não sendo até o momento objeto de pesquisa da nossa parte.

Como pretendemos nos apoiar no LE, convém relacionar a RM com o fenômeno denominado *sonambulismo* (natural ou magnético), ou seja, a RM é um dos fenômenos que pode ser conseguido quando o indivíduo se encontra no estado de sonambulismo ou de êxtase.

Informando ao leitor caso desconheça, que “sonambulismo” nesse caso não se refere ao distúrbio do sono onde o indivíduo caminha durante o sono. No sentido aqui utilizado o sonambulismo é um estado alterado de consciência onde o indivíduo em transe demonstra maior inteligência e conhecimento e sentidos ampliados do que em estado de vigília.

Vejamos o que consta no Livro dos espíritos:

425- Como se pode explicar o Sonambulismo??

É uma independência da alma, maior do que no sonho, e nesse caso suas percepções estão mais desenvolvidas. … O espirito é inteiramente ele – mesmo. … Que eles são uma conseqüência de uma lembrança precisa de acontecimentos de uma vida anterior, e algumas vezes mesmo uma espécie de intuição do futuro.

426 – O chamado sonambulismo magnético tem relação com o sonambulismo natural?

É a mesma coisa, exceto que ele é provocado.

445- Que conseqüências se pode tirar dos fenômenos do sonambulismo?

… Que ele estude esses fenômenos e aí encontrará a solução de mais de um mistério que a sua razão procura inutilmente penetrar.

455- Resumo teórico do sonambulismo…

… O sonambulismo magnético pode ser reproduzido artificialmente como tantas outras coisas… é um fato, e contra fato não existe raciocínio possível, ele se propaga, malgrado a má vontade de alguns.

… Para o espiritismo o sonambulismo é mais que um fenômeno psicológico é uma luz derramada sobre a psicologia. É ai que se pode estudar a alma, porque se mostra a descoberto…

Apesar dessas questões não tratarem somente da RM, é evidente que ele esta contida no rol dos fenômenos do sonambulismo, a saber: Desdobramento (ou viagem astral), clarividência, mediunidade, telepatia, autoscopia, regressão e progressão de memória, etc.

A seguir veremos as considerações sobre o “véu sobre o passado”, o principal ponto levantado como argumento contrário a utilização da RM, uma espécie de tabu.

O esquecimento do passado…

392 – Por que o espirito encarnado perde a lembrança do seu passado?

R – O Homem não pode nem deve tudo saber, Deus assim o quer… Pelo esquecimento do passado, ele é mais ele – mesmo.

Nessa resposta não há propriamente uma proibição, é mais uma justificativa do ‘por que’ do esquecimento. Evidentemente não dá para contestar a necessidade do esquecimento temporário das lembranças do passado, mas sendo possível utilizar essas memórias com fins úteis, não é inteligente rejeitarmos essa possibilidade. De acordo com as respostas dos espíritos temos duas hipóteses:

1) Não pode – De acordo com as observações de HCM e de nossas próprias experimentações, algumas memórias estão como que censuradas. Muitas vezes o próprio sensitivo diz que “sentiu” que não deveria lembrar. De qualquer maneira não convém forçar para que determinados fatos venham a nível consciente. Entretanto na grande maioria dos casos as memórias estiveram acessíveis e não ofereceram riscos a estabilidade emocional do sensitivo.

2) Não deve – a questão aqui é aprofundar a questão para saber o que deve e o que não deve saber. Obviamente nenhum dos objetivos para recuperar as nossas memórias ‘secretas’ pode ser a curiosidade e devemos ter sempre em vista as questões éticas e morais.

Vejamos as questões seguintes:

394 – Nos mundos mais avançados que o nosso. … eu pergunto se, na sua posição, os habitantes desses mundos não se crêem mais infelizes do que nos.. não tendo a lembrança de uma existência anterior para comparação?

R – A isso é precisa dar duas respostas diferentes. Ha entre aqueles que falas, cujos habitantes tem uma lembrança muito clara e muito precisa de suas existências passadas. … Outros não apreciam sua felicidade, pelo fato de que não tem lembrança de um estado mais infeliz. Se eles não a apreciam como homens, apreciam como espíritos.

395 – Podemos ter algumas revelações sobre nossas existências anteriores?

R- Nem Sempre. …

Essa resposta está de acordo com praticamente todos os pesquisadores de RM, espiritas ou não. Ou seja, somente podemos nos lembrar das coisas que estão digamos, liberadas por uma lei ética independente da nossa própria vontade consciente, e não convém “forçar a barra” para lembrar de fatos passados que estão bloqueados de alguma forma para acesso pela personalidade.

397 – Nas existências corporais de uma natureza mais elevada que a nossa, a lembrança das existências anteriores é mais precisa?

R- Sim. … A lembrança do passado é mais clara para aqueles de um mundo de ordem superior.

Lógico é pensar que a Terra irá um dia, talvez breve, mudar de ordem e nesse caso como se processaria esse acesso às lembranças? Naturalmente? Isto é, vindo dos espíritos, ou requer a participação dos homens de ciência? Ou quem sabe até dos espiritas? – permita-me uma pitada de ironia.

Kardec comenta assim sobre esse esquecimento: “… o espirito perde momentaneamente a lembrança de suas vidas passadas… e elas podem lhe serem reveladas em certas circunstancias; mas é apenas pela vontade de espíritos superiores, com o fim útil e jamais para satisfazer uma vã curiosidade. “

Aplicação prática da RM mais evidente é a TVP Terapia de Vidas Passadas, inúmeros pesquisadores, a maioria não espírita, já observou a eficácia desse tipo de terapêutica, em muitos casos, poucas ou somente uma, sessão de regressão já foram suficientes para conseguir uma melhora significativa dos sintomas. Disso nos ocuparemos um pouco mais à frente. Outros pesquisadores, dentre eles, o americano Dr. Raymood Jr. autor do bestseller “vida além da vida”, mostram a possibilidade de se usar a RM como meio de Buscar o auto-conhecimento , fazendo um estudo sistemático das nossas vidas e buscando fazer um relacionamento entre elas e o nosso presente de uma maneira positiva e como forma de aprendizado. HCM sugere que podemos realizar uma espécie de Arqueologia espiritual, onde personalidades históricas e ou participantes dela, encontrada nos casos estudados possam permitir verdadeiras entrevistas com quem realmente participou dos tramas e dramas da humanidade.

Na minha opinião, nós espiritas estamos ‘enterrando’ os talentos que recebemos. Somos aqueles a quem foi confiado o talento do conhecimento e com medo de errar, arriscar, preferimos nos esconder atrás da desculpa de que isso não é permitido, que seria pecado profanar o sagrado. Enquanto vacilamos na nossa missão outros pesquisadores fora do movimento, mesmo em condições adversas em termos de conhecimento, desbravam esse terreno fantástico.

O movimento espírita, como todo movimento humano esta sujeito a cometer erros, um dos mais graves a meu ver é a quase total ausência de grupos de pesquisas nas sociedades espíritas. Precisamos urgentemente mudar esse panorama e oferecer à comunidade de uma forma em geral, programas de pesquisas modernas que possa dar ao espiritismo uma conotação científica dinâmica e não aquela fossilizada no século XIX. Além de grupos de pesquisa precisamos de publicações especializadas, sites na internet e acesso nas universidades. Sei das enormes dificuldades para tornar isso realidade, da falta de incentivo, de verba; mas nada é conseguido sem o devido esforço, o importante é sair da inércia. Com programas desse tipo, podemos atrair mentes acadêmicas e outros pesquisadores e com isso propiciar a retro-alimentação dos mesmos.

Muitos reclamam do ceticismo “irracional” da comunidade acadêmica e da falta de adaptação das exigências do paradigma cientifico atual; e com razão, mas temos que propor mudanças, e mais, mostrar resultados que possam ir aos poucos moldando esses postulados e sua filosofia, ou por outra, a mudança do paradigma da filosofia cientifica atual. No capítulo “A questão científica”, me arrisco a propor um modelo para uma teoria cientifica sobre Regressão de Memória a vidas passadas – RMVP.

Capítulo 5 – A Leitura da Alma

Vejamos o que diz A Memória e o Tempo:

Poucas línguas preservaram o sentido original da palavra “magia”, como em francês, por exemplo, em que a palavra “magie”, deve ser considerada como “mistérios” no sentido de conhecimento de uma realidade superior e transcendental.

“As tradições orais que chegaram até nós, à falta de documentos mais confiáveis, foram de grande valor, mas, no curso dos séculos, tornaram-se desfiguradas, como medalhões corroídos, cuja idade os arqueólogos tentam decifrar… (Christian Paul, 1972)”

No Antigo Egito

O Antigo Egito era possuidor dessa “magia”, tinha conhecimento da realidade espiritual, o Deus único, a lei de ação e reação e a doutrina da reencarnação era uma das colunas mestras dessa estrutura de conhecimento e sabedoria. Tecnologia adequada foi desenvolvida para obter-se o desdobramento, ou seja, a separação temporária e controlada entre o perispírito e o corpo físico, no ser encarnado. Relativamente livre da prisão celular, a Personalidade tinha condições de utilizar-se da memória integral; de deslocar-se no tempo e no espaço; de entrar em contato com seres desencarnados; realizar diagnósticos em si mesmo ou em outras pessoas, recomendando tratamento adequado para os males do corpo e da mente. Não era, pois, de se admirar que tão rigorosos fossem os testes criados para não deixarem a mínima dúvida quanto às faculdades e à moral do candidato à posse de tais conhecimentos. Ali se operavam o desdobramento, a regressão de memória, a autoscopia, diagnose por psicometria ou vidência, a telediagnose, o tratamento por passes, a mediunidade, materializações, etc.

Vejamos uma descrição do processo de iniciação, descritos por alguém, durante uma seção de regressão:

n Os iniciados eram levados até uma porta, o véu de Osíris. Entravam numa sala onde estavam representados os sete símbolos sagrados da vida. Havia então uma série de portas e tinha que descobrir a porta da sabedoria.

n Então ele passava a uma sala escura e fria, onde um poço profundo e uma passagem estreita simbolizava a passagem da sabedoria cega para a racionalização do espírito. Ele devia descobrir a saída dessa sala.

n Depois ele passaria pela segunda sala, a prova da água, simbolizava o batismo, era a prova da sabedoria e da coragem.

n Com sabedoria e coragem, chegava até a terceira prova, a do fogo, o véu de Osíris e a sabedoria de Rá.

n E a última prova, a mais dificil de todas, a tentação da carne. Mulheres lindas que lhes tentam os sentidos, comidas finas, vinhos saborosos. Se sucumbir, será escravo de nossas pirâmides, para sempre. Se passar, será então admitido á iniciação.

n Estudará astrologia, os segredos da filosofia, um mundo de sabedoria, mas ainda não terá conhecido Osíris nem Rá.

n Somente após anos de estudo, quando ele aprender a ser humilde e destituído, de tudo, então será levado aos grandes mestres, à sala de Osíris. Lá ele será levado, a um sarcófago. Será encerrado vivo e, por uma longa noite, conhecerá tudo que já foi.

Todos esses conhecimentos foram aos poucos se perdendo, até que ma idade média forma quase que totalmente esmagados pelo poder dogmático da igreja dominante.

A Chave do Universo

“A alma é a chave do universo”, escreveu Schuré na introdução de Os grandes iniciados. Mas era necessário o segredo para usar a chave. Por séculos esse segredo ficou oculto ao ocidente, e uma das áreas mais prejudicas foi a medicina, que ainda hoje vê no homem apenas o corpo material. Após o término do período de tirania da Igreja Católica, houve uma retomada no pensamento nessa área do conhecimento humano. Um dos pioneiros foi Paracelso (1.493), o médico maldito, que reconhecia o aspecto espiritual do homem e questões como a reencarnação. Reencarnaria depois como Hahnemann (1.755) com as mesmas idéias e criaria a homeopatia. Antonie Mesmer (1.733), médico excêntrico, que descobriu o magnetismo-animal, ou seja, o fluido-animal, que pode ser utilizado com fins curativos, e que hoje é aplicado hoje nos centros espíritas.

Se a alma é a chave do universo, então podemos concluir que a chave da alma é a reencarnação. Nenhuma abordagem racional aos problemas da alma, bem como elevada percentagem dos problemas do corpo físico será viável sem levar em conta o conceito das vidas sucessivas e tendo como pano de fundo a responsabilidade pessoal de cada um pelos seus atos. Junto ao conceito de reencarnação, está o de evolução do ser espiritual, onde a cada nova etapa absorve novos conhecimentos e novas experiências.

Leitura da Alma

No capítulo III – Alquimia da mente, pudemos conjeturar como seria o mecanismo de armazenamento e recuperação das informações na memória. Reconhecemos ali a impossibilidade, no atual estágio de pesquisa, de chegarmos a alguma conclusão. No entanto, as técnicas e métodos de leitura dessas lembranças estão muito bem definidas e documentadas, e são elas que nos deteremos a detalhar nesse momento.

Com certeza as técnicas a serem utilizadas para acessar a memória integral da Individualidade, não podem ser as mesmas que investigam os fenômenos de âmbito e natureza essencialmente materiais. O caminho é desenvolver técnicas que reduzam a influência inibidora do corpo físico sobre a Personalidade, ou seja, provocando o desligamento parcial e controlado entre um e outro. É o fenômeno dodesdobramento onde o perispírito se afasta pelo menos um pouco do corpo continuando a ele ligado, e nessas condições possa transmitir seu pensamento, que como Individualidade, pode acessar os seus “arquivos secretos” e transmitir informações por intermédio de seu próprio corpo físico. Trata-se, portanto de um fenômeno anímico.

Estado Alterado de Consciência

No momento em que o sensitivo está em estado de desdobramento, isto é, consegue fazer com o seu perispírito se afastasse um pouco do corpo físico, as suas ondas cerebrais apresentam claros sinais de alteração, podendo inclusive ser mensuradas por aparelhos específicos para essa função. As ondas cerebrais variam de 25 Hz, que é o estado de vigília e 0 Hz, que é o estado de morte cerebral.

Classificação das Freqüências Cerebrais

HzOndaDescição
14 a 25BetaVigilia
08 a 13AlfaRelaxamento
04 a 07TetaHipnose Profunda
01 a 03DeltaEstado de sono profundo

Quando o cérebro passa a emitir ondas na faixa de 01 a 13 Hz, dizemos que esse indivíduo está em um estado alterado de consciência. Podemos ver claramente pela tabela que quanto menor o acoplamento do perispírito, menor a freqüência das ondas cerebrais.

Há várias maneiras de conseguir as condições necessárias para o desdobramento, ou seja, de conseguir esse acoplamento entre os a memória integral e os sensores do indivíduo encarnado. Em princípio, portanto, qualquer técnica que provoque o desprendimento parcial é válida: hipnose, magnetização, uso de drogas específicas (anestesia, por exemplo), choques elétricos e emocionais, rebaixamento do nível de vitalidade, sono comum, relaxamento muscular profundo, hiper-oxigenação, sopros, fixação do olhar, etc.

Aqui vamos nos concentrar no estudo e aplicação dessas duas técnicas: Magnetismo animal e Hipnose, que embora para muitos seja a mesma coisa, manteremos a diferenciação. Magnetismo utiliza passes e/ou toques, enquanto a hipnose fica restrita à sugestão verbal, transmitindo as instruções, em cadência e tom de voz adequada. Sendo que os dois métodos tanto podem ser usados separadamente, como ser combinados e aplicados simultaneamente, conforme teremos a oportunidade de aprofundarmos no assunto a seguir.

Capítulo 6 – Magnetismo Animal

A técnica mais simples e muitas vezes mais eficaz de provocar o desdobramento, é a utilização do que no meio espírita denominamos ‘passe’. Para entendermos seus mecanismos precisamos recuar no tempo e estudarmos o que ficou conhecido como ‘magnetismo animal’ a partir do século XVIII.

Magnetismo Animal

Após a vulgarização do Magnetismo animal por Mesmer (1.733), muitos outros pesquisadores deram continuidade ao estudo e aplicação dessas técnicas. Além da aplicação para cura, outros fenômenos podiam acontecer durante uma aplicação magnética, entre elas podia ocorrer clarividência, telepatia, comunicação mediúnica e anímica (inclusive sonambulismo). Esses fenômenos eram atingidos, geralmente, pela aplicação de passes com ou sem toques, mas também eram utilizados sopros quentes, fixação do olhar, músicas ritmadas, etc.

No presente estudo, nos concentraremos somente na utilização de passes, que demonstra melhor eficácia aliada a sugestão hipnótica. De qualquer forma todas as técnicas levam ao mesmo resultado, que é um afastamento do perispírito e do corpo físico mais ou menos acentuado e isso é que permite a ocorrência dos fenômenos, é o que chamamos de desdobramento.

O Passe

Para compreender o passe, devemos entender, primeiramente, os conceitos de fluido cósmico, perispírito e aura. O fluido cósmico universal é o plasma divino com o qual se estruturam os mundos, as estrelas, os espaços entre os corpos celestes. André Luiz, no livro Mecanismos da Mediunidade, nos informa em que esse fluido é de essência eletromagnética, portanto um campo, e subentende-se que ele enche todo o espaço, não existindo o vazio em toda a amplidão sideral. Podemos compará-lo a um ímã comum, esses em forma de ferradura, por exemplo, e aproximemos de seu campo magnético limalhas de ferro; vamos ver que essas limalhas serão atraídas; que, de dentro para fora, o campo vai diminuindo de intensidade, ou de energia, e que essa energia pode passar para outro corpo; mergulhando no campo um outro corpo, uma chave de fenda, por exemplo, esta vai absorver a energia e, por sua vez, integrá-la em seu próprio campo magnético e atrair, agora, embora com menor intensidade, outras limalhas que se lhe aproximarem.

perispírito é o corpo estrutural que sobrevive á morte do corpo físico, similar na aparência e funcionalidade. Composto também de células que obedecem ao comando da mente.

Tanto o corpo físico, como o corpo espiritual (perispírito), são essencialmente, de natureza eletro-magnética; e têm seu próprio campo magnético associado, e que são diferenciados por estarem em faixa vibratórias diferenciadas. A resultante desses campos é chamada de aura. Esse campo magnético influencia e é influenciado por outros campos, sendo possível por assim dizer uma transferencia de fluído de magnetismo animal.

O que vem a ser o passe? Ao que se deduz de tudo o que foi dito, e do próprio ato em si, podemos dizer que o passe é a ação ou esforço de transmitir, para um outro indivíduo, energias magnéticas, próprias ou de um Espírito, a fim de socorrer-lhe a carência física e, ou mental, que decorre da falta dessa energia e ainda de provocar o estado alterado de consciência, ou transe mediúnico ou anímico. Sendo esse último o enfoque maior que daremos no presente estudo.

O passe geralmente é aplicado estando o paciente sentado, e o magnetizador em pé á sua frente, executa lentos movimentos com as mãos, partindo da cabeça até os pés a uma distância de aproximadamente 20 cm. Á pessoa que tem potencialidades para transmissão desses fluidos chamaremos aqui, de magnetizador.

Podemos classificar o magnetismo animal quanto a sua fonte, nos seguintes termos:

  • Magnetizador comum: que transmite as suas próprias energias magnéticas ao sujeito que tem sob a sua ação. Fenômeno anímico puro.
  • Médium curador: que transmite o fluido magnético cedido por um Espírito que o assiste. Este fluido é de natureza espiritual.
  • Natureza mista: onde o magnetizador comum recebe a ajuda dos Espíritos que lhe ativam a faculdade mediúnica, e lhe transmitem seus recursos magnéticos.

O perispírito recebe a energia através de pontos determinados, chamados por André Luiz (autor espiritual) de centros de força e que certas escolas espiritualistas chamam de chacras. Em seu livro “Entre a Terra e o Céu”, encontramos a notícia referente aos centros de força do perispírito:

“_ Como não desconhecem, o nosso corpo de matéria rarefeita está intimamente regido por sete centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”.

Esses campos de força, localizados no perispírito, teriam a forma de pequenas rodas ou vórtices, para a captação e expulsão de energia, ou, querendo-se, diminutos discos giratórios, movimentando-se constantemente e afunilados para dentro, em forma de cone.

De resto, é aconselhável, para uma perfeita sintonia mental do paciente, o recurso da prece, a fim de estabelecer o clima espiritual propício para o sucesso do socorro magnético. Quanto mais fé se tem na recepção de qualquer benefício de ordem espiritual, mais se recebe e com maior proveito, porque o organismo necessitado absorve com maior facilidade.

Aplicação da Técnica

Para utilização com a finalidade de provocar o desdobramento, o passe deve ser aplicado em um local adequado, com o sensitivo em uma posição confortável (deitado se possível), e com uma música instrumental suave ao fundo (desejável).

Aplicar passes longitudinais ao longo do corpo e principalmente na cabeça por alguns minutos (10 a 15 min), até perceber alguns sinais de transe, ou seja: movimentos das pálpebras, relaxamento do maxilar, respiração um pouco acelerada e caso haja possibilidade técnica mudança nos sinais do encefalograma.

Iniciar um diálogo com o sensitivo, comandando que ele descreva o que está vendo e de acordo com a resposta, prosseguir com os passes ou prosseguir com os comandos. Pode se combinar com o sensitivo que quando ele veja alguma cena, faça um pequeno sinal, como levantar um determinado dedo da mão.

Uma das formas para iniciar o processo de regressão propriamente dita é:

__Agora Imagine que você esta descendo, uma escada e no final dessa escada tem uma porta. Pausa.

__ Depois dessa porta você, vai ver imagens do que aconteceu em uma outra vida sua. Pausa.

__ Abra a porta. Pausa. O que esta vendo? __estas frases devem ser ditas calmamente e com firmeza.

Caso a operação tenha sido bem sucedida, continue com o diálogo procurando alcançar os objetivos desejados.

Para finalizar o transe, aplique passes transversais e/ou comande para que desperte, lembrando de tudo (se for interessante) quando eu contar até 3. um… dois… três. Acorde!

Um modelo de como deve ser conduzido o diálogo pode ser visto na Fase 3 do anexo 1. Sendo que o diálogo deve ser conduzido de acordo com o objetivo da experiência e do bom senso do operador. A forma de iniciar a visualização também pode ser como está exemplificado no anexo 1, ou pode também simplesmente perguntando ao sensitivo se está vendo algo, ou ainda combinar antecipadamente um sinal quando ele estiver visualizando algo. Nas regressões individuais, deve-se sempre levar em conta que o melhor método para obtenção do transe depende de qual método o sensitivo tem melhor aceitação. Convém então experimentar de diversas formas e escolher o mais produtivo.

Experiência Pessoal

No nosso grupo de 30 pessoas, dividi em 15 duplas e alternadamente um fez a vez de sensitivo e o outro de magnetizador (operador). Dessa forma foi possível realizar a regressão individual de uma forma bem produtiva, uma vez que foi possível estabelecer o dialogo entre ambos durante o transe. Conseguimos uma margem de 60% na obtenção de regressões usando esse método, ou seja, 18 pessoas ao mesmo tempo tiveram experiência de regressão no estado sonambúlico, com interessantes diálogos.

Na formação das duplas deve ser levado em consideração: A afinidade e a confiança entre o sensitivo e o operador; A capacidade e o conhecimento teórico do operador; a facilidade de cada sensitivo entrar em transe; e o ambiente espiritual propício, ou seja, com harmonia e o amparo espiritual. Não é demais lembrar, a utilização da prece no início dos trabalhos a fim de obter garantia quanto à obtenção de resultados positivos no trabalho.

Capítulo 7 – O Hipnotismo

Primórdios

A hipnose (hipo – radical grego para sono) é a prática para se conseguir o desdobramento, que utiliza basicamente a sugestão verbal do hipnotizador para o sensitivo. O primeiro a definir técnicas de hipnotismo foi o Dr. James Braid (1847), com isso reformulou alguns conceitos do que se chamava até então de magnetismo animal, mas também caindo no erro de pensar que tudo era explicado somente pela sugestão. Na realidade são conceitos distintos, mas que produzem basicamente o mesmo resultado; dois caminhos diferentes, mas que chegam ao mesmo destino. Pessoas refratárias a um método podem ceder ao outro, bem como os insensíveis a um certo método por uma pessoa podem mergulhar em um transe profundo com o mesmo método aplicado por outra pessoa. O Dr Liébaut, um dos pioneiros, determinou que cerca de 87% das pessoas são susceptíveis de chegar a um estágio de transe mais profundo.

Atualmente usada na psicologia e na odontologia (em pacientes a que não lhes podem ser administrados sedativos ou analgésicos) a hipnose é aceite na comunidade científica atual desde 1965, data em que num congresso médico em Paris a hipnose foi considerada válida cientificamente. Quando digo na «comunidade científica», refiro-me a minoria de cientistas, claro que nem todos aceitam o valor da hipnose.

Teoria

A teoria do mecanismo de funcionamento da hipnose ainda hoje é muito vaga, exatamente porque ela trata diretamente dos mecanismos internos da mente, e sabemos que isso é de difícil exame. No entanto vamos seguir o raciocínio de HCM, nesse terreno:

· Existe semelhança entre o hipnotismo e o Sono comum?

Sim. Existem semelhanças e também diferenças. Assemelha-se no aspecto externo e por ambos serem desdobramento. A principal diferença está no diálogo que pode ser mantido entre Operador e Sensitivo.

· Por que tantas sugestões são aceitas e cumpridas sem exame crítico?

Não nos ocorre por que nenhum argumento racional, para explicar por que o indivíduo em estado hipnótico cumpra ordem que recusaria prontamente em estado normal, como, por exemplo, tocar um violino imaginário ou comer uma cebola achando que uma deliciosa maçã. No entanto essa aceitação se verifica quase sempre, somente nas fases iniciais do transe. Na fase mais profunda do transe, a chamada sonambúlica pelos magnetizadores, não ocorre mais essa cega obediência, e muito pelo contrário, às vezes o sensitivo se recusa a obedecer e repreende o operador.

· E, por quê a obediência nesses casos?

Não sei. Talvez seja, como sugere Dr. Pavlov, similar a paralisação automática que ocorre em certos animais quando sem possibilidades de fuga, incapaz de fugir ou reagir ele se faz de morto para não chamar atenção do predador. Mecanismo semelhante parece fazer com que em estágio intermediário, o indivíduo enquanto não completa o processo de desdobramento, prefere “agradar” o operador, no qual, confia desconfiando. Uma vez que a Individualidade considera a posição de certa forma segura, reassume as posições de crítica.

Considerações

A idéia de controlar a vontade de qualquer outra pessoa é totalmente impossível, pois ela deve estar pré-disposta e aceitar esse “controle”.

Auto-hipnose assistida seria provavelmente o nome mais adequado a ser atribuído a uma sessão de hipnose, já que o sensitivo precisa estar pré-disposto a ser hipnotizado, e o hipnotizador não será mais que um mero guia, condutor ou explorador.

Uma analogia interessante é a visualização de um filme no cinema: o espectador sabe que é apenas um filme, contudo assume que a história é real durante o tempo que dura o filme.

Não é necessário ao condutor qualquer tipo de faculdades paranormais ou mediúnicas.

Os indivíduos demasiado rígidos (conservadores) ou que se acham espertos (como aqueles que desafiam que se lhes tente hipnotizar) não são, obviamente, bons candidatos.

Pessoas inteligentes e calmas, ou então inseguras ou inquietas são preferíveis. Deve-se sempre esclarecer que a hipnose não é controlada pelo hipnotizador, mas pelo sensitivo, que pode sempre interromper a sessão a qualquer momento.

Existem dezenas de livros e manuais de técnicas de indução hipnótica, um confiável é manual de Hipnose Médica e Odontológica do Professor Osmard de Andrade.

Técnica

Existem várias técnicas de Indução hipnótica, a seguir descrevemos uma técnica como exemplo:

  • Preparação do local da sessão: Uma divisão isolada de som, sem elementos distrativos é preferível. O sensitivo deverá estar confortavelmente instalado, preferivelmente numa cadeira reclinável e com braços. Gravata e objetos dos bolsos deverão ser retirados antes da sessão.
  • Preparação do sensitivo: Para que a experiência aconteça, é necessário que o sensitivo esteja calmo e totalmente confiante no condutor. Um modo de testar e acalmá-lo é a «queda para trás»: Estando ambos de pé e direitos, o condutor apóia as mãos nos ombros do sensitivo e verifica que os pés estão juntos e paralelos. Para confirmar que o sensitivo está relaxado, levanta-se-lhe um braço em cerca de 30° e larga-se – deverá cair sem qualquer resistência.
  • Em seguida pede-se ao sensitivo para fechar os olhos, levar as pupilas acima (olhando para cima) e levantar a cabeça um pouco para trás.
  • Dizer-lhe algo como «Agora eu vou contar até dez, a cada número vai pensando intensamente em cair para trás. Quando eu chegar ao número dez tu cairás para trás – na minha direção – tranqüila e confiantemente». Proceder a uma contagem lenta.
    Importante: segurar o sensitivo para que não caia.

Resultados:

O sensitivo deverá oscilar ligeiramente sobre si, estando em pé, reflexo de falta de tensão; Será visíveis uma ausência de suor e deglutição, e a boca entreaberta.

  • Bloqueio: Nesta fase o sensitivo já estará mais sugestionável e receptivo. Proceder-se-á ao bloqueio de um membro, como uma perna. Olhando o sensitivo a cerca de meio metro, dir-se-á algo como «agora as tuas pernas estão a ficando insensíveis… e ao som da minha voz vais ficando com sono… cada vez mais insensíveis… bloqueados na cadeira…», «quando eu bater as palmas voltarás ao normal e sentir-te-ás perfeitamente bem». Pedir ao sensitivo que se levante devagar e sem esforço e bater as palmas assim que possível.
  • Bloqueio ocular : O objetivo é produzir cansaço nos músculos oculares, para que eles se mantenham fechados durante o resto da sessão. Há várias opções, como fixar-lhe o teu olhar, fazê-lo seguir um objeto oscilando ou então – a minha escolha – pedir que se abram e fechem os olhos de um modo repetido e monótono enquanto são introduzidas sugestões de cansaço «… as tuas pálpebras estão ficando mais pesadas… quanto mais as tentas abrir… mais te pesam… já não consegues abrir as pálpebras porque estão muito pesadas… já não queres abrir…», «só poderás fazê-lo quando eu disser».

Avaliar o tempo entre a abertura e fecho das pálpebras, que deverá aumentar progressivamente; A pupila deverá dilatar-se e «fugir» para cima.

Fase do «sono hipnótico» alcançada. O sensitivo está consciente.

  • Verificação e aprofundamento: Pedir ao sensitivo que levante um braço (este deverá subir lentamente) enquanto se lhe é instruído «… Os teus olhos estão perfeitamente fechados… Agora levanta o braço bem esticado e com o punho fechado… Devagar… O teu braço começa a ficar insensibilizado, começando pelo ombro… Passando pelo cotovelo… à mão fechada… Vou contar até dez, a cada número que eu contar o teu braço estará cada vez mais insensível. Quando eu disser “dez” podes abrir os olhos, sentir-te-ás bem, mas não consegues dobrar o braço. Só poderás fazê-lo quando eu disser

Nota: Se desejares acordar o sensitivo nesta fase, é recomendável esperar pelo menos um minuto. O despertar deve ser suave, usando uma contagem algo como «vou contar até cinco, a cada número vais-te sentindo mais desperto. Quando eu disser “cinco” sentir-te-ás perfeitamente bem e sereno».

  • Sugestão verbal: Esta fase é dirigida para o terreno mais fértil: a imaginação. Deveremos ter previamente, uma idéia do campo pessoal dos desejos, aptidões, esperanças, tensões, ocupações e diversões do sensitivo. É perguntado ao sensitivo se prefere a praia, o campo ou a cidade. Há que saber se o sensitivo sofre de claustrofobia ou outros medos que serão evitados a partir deste ponto. É requerida do condutor uma linguagem adequada, criando um cenário tridimensional, rico em detalhes e sensações, incluindo o olfato.
  • Contagem de ajuste: «Agora vou contar até vinte, e a cada número você ficará cada vez com mais sono, o seu sono vai-se tornar cada vez mais profundo. Quando eu chegar a vinte você estará completamente adormecido». Iniciar a contagem.

Comentários

Toda a atenção do sensitivo deverá estar centrada no que o operador está dizendo, pelo que se aconselha sugerir «você dorme profundamente, muito profundamente. Tudo no mundo está distante para você… Só ouve a minha voz… O seu sono torna-se cada vez mais profundo…», «está ouvindo a minha voz e a seguindo o que eu estou dizendo».

Se o sensitivo tiver mostrado preferência pela cidade, pode-se-lhe administrar a sugestão do elevador, caso tenha escolhido o campo, a sugestão do prado. Pessoalmente recomendo uma combinação das duas sugestões (ligando-as mais ou menos assim: «saia do elevador, estás agora num prado…») a não ser que uma aversão por um dos cenários seja evidente. Aprofundar com a visualização de:

  1. Um elevador pequeno, cômodo, quente, acolhedor que vai descendo lentamente, enquanto aprofunda o sono». Insistir na sua segurança. Alguns detalhes como luzes azuladas (que têm o efeito de relaxamento) ou o fato de ser silencioso contribuem para uma sensação de relaxamento. A viagem deve ser lenta, mas não longa (Maximo 3 minutos). Parar o elevador, sair para o sono profundo.
  2. Um prado descrito com os seus aromas e cores, o perfume da erva recém cortada, uma leve e tépida brisa primaveril.
    «Não tens problemas de tempo, não tens nenhuma preocupação, a tua mente está em branco, estás perfeitamente calmo e tranqüilo, sentes-te incrivelmente bem. No ar morno, movido por uma leve brisa, há um aroma muito agradável de erva acabada de cortar. Ao longe ouve-se o som claro de um riacho a correr. Sentas-te e respiras este ar balsâmico a plenos pulmões e, desse modo, voltas a carregar-te de energia vital. Tudo é paz e bem-estar… à tua volta… e dentro de ti.

Verificar as expressões faciais. Num estado mais profundo perguntar o que vê. Caso surjam elementos perturbadores no sensitivo, acordamos sem perder a calma, contando até vinte. Não permitir que as recordações desagradáveis sejam recordadas.

Sugestões exemplo:

A partir deste ponto poderemos introduzir sugestões negativas (que impedem ou limitam ações, como deixar de poder dobrar um braço) ou positivas.

Ordem pós-hipnótica

«Quando eu te despertar e ouvires a palavra «letra», diriges-te à mesa e tentarás levantar o livro que está em cima dela, porque vais querer observá-lo melhor (indicar o motivo, sempre). Por muitos esforços que faças não conseguirás levantá-lo, porque é extremamente pesado, nem sequer movê-lo. Quando eu bater quatro palmas, eliminarás por completo esta sugestão. Agora vou contar até 10, quando disser 10 estarás completamente desperto e sentir-te-ás muito bem, não recordarás nada desde o início da sessão incluindo esta sugestão, ainda que a executes pontualmente». Iniciar a contagem.

Se você leitor já viu um programa de hipnotismo na televisão, reparou que as hipnoses são rápidas. Isto acontece porque foi dada ao sujeito a ordem pós-hipnótica de «re-hipnotização rápida», ao que se lhe dirá algo como: «Agora segue com muita atenção o que eu te digo: no futuro, basta que eu diga «letra» e conte até 10. Quando eu, e só eu disser 10, estarás profundamente adormecido, mais adormecido do que agora e só aceitarás as minhas sugestões».

As instruções pós-hipnóticas, particularmente de re-hipnotização, são extremamente sensível e nem sem sempre funcionam. Há fatores que podem inviabilizar as sugestões: a ordem não foi claramente expressa pelo operador; a ordem choca com a forma de ser do sensitivo (ridículo, p.e); a ordem produz-se depois de o sensitivo ter estado com o operador.

Aplicação na Regressão de Memória

Via de regra os facilitadores de RM, utilizam as técnicas de hipnose associada à um método de relaxamento. Esse método consiste em fazer uma contagem regressiva, de 20, 10 ou de 5 até 1. Em cada numero, sugerir relaxamento muscular em partes especificas do corpo. O tempo para indução ao transe varia entre 10 a 20 minutos e depende da facilidade e das repetições com cada sensitivo, quanto mais habituado menor o tempo necessário. Mostro no Anexo I um roteiro básico que temos utilizado com um bastante sucesso, para regressão de grupo. O roteiro pode ser facilmente adaptado para regressão individual.

Capítulo 8 – Pesquisadores Modernos

Até agora nesse trabalho, vimos as estruturas do psiquismo humano e algumas técnicas que levam obtenção de desdobramento perispiritual, seguindo a ótica do Prof. Hemínio C. Miranda, experimentado pesquisador da Mediunidade e de outros fenômenos psíquicos. Dentre estes, o fenômeno da Regressão de Memória. Este por sua vez, além da sua própria experiência de mais de 20 anos, apoiou-se nas experiências e conclusões de outros pesquisadores desse e do século passado.

Nesse roteiro vamos, nos concentrar na dinâmica de como se processaram as experiências de várias pessoas e apresentar os competentes comentários de HCM, além do nosso próprio quando for necessário.

O primeiro pesquisador foi o Cel. Albert de Rochas (1837 – 1914), Francês, coronel-engenheiro. Interessou-se pelo magnetismo e escreveu nessa área dois livros: A Exteriorização da Sensibilidade, e As Vidas Sucessivas. Já havia experimentado a técnica de regressão de memória em alguns sensitivos, mas, sempre procurando explorar as memórias da vida atual, mesmo porque não cogitara ser possível obter memórias de vida anterior e nem se interessava por isso. Certa vez em 1904 resolveu magnetizar, meio sem propósitos claros, uma jovem de 18 anos, Joséphine, e foi surpreendido quando mesmo sem sugestão a jovem pôs-se a narrar fatos de sua infância. Depois de algumas seções o Cel. resolveu continuar com passes longitudinais para provocar uma regressão mais distante no tempo, e para sua surpresa, ela narrou memórias de durante a gestação, antes da concepção e finalmente de uma vida anterior. “… de início, tive alguma dificuldade em determinar a natureza da manifestação…”, disse ele.

A Dra. Helen Wambach, psicóloga americana formada com o tradicional pensamento acadêmico, publicou na década de 70, “Recordando Vidas Passadas”. Desenvolvia seu trabalho de psicanálise normalmente, quando esbarrou no conceito de Reencarnação. Iniciou o tratamento de um garoto de quatro anos que tinha sintomas de autismo. Quando conseguiu que ele falasse com ela, falou insistentemente que era um guarda de trânsito e deu detalhes sobre essa vida. A partir daí ela dedicou-se a estudar fenômenos psíquicos e utilizando a hipnose/relaxamento consciente; dessa forma regrediu mais de duas mil pessoas.

Sua linha de pesquisa consistia basicamente em entrevistar um grande número de pessoas que foram postas em estado de transe consciente e depois ao despertarem preenchem um formulário respondendo de acordo com as experiências das vidas lembradas. Os itens faziam referencia principalmente a questões culturais e sociais. Por exemplo, qual o tipo de calçado, tipo de prato ou utensílios domésticos, raça, idade e tipo de morte, etc. A partir desses dados ela podia chegar a outras conclusões como a classe social a qual cada indivíduo pertencia e a densidade demográfica das populações.

O próximo passo então foi elaborar uma série de gráficos com base nos dados, mostrando a comparação entre as quantidades e índices obtidos na pesquisa e esses mesmos elementos retirados de estudos históricos e sociais reais. A conclusão a que chegou seu trabalho é que as respostas dos indivíduos que participaram da pesquisa correspondiam ao que de fato aconteceu com as civilizações durante o período da história humana, o que não aconteceria se os relatos fossem uma mera experiência alucinatória.

O Dr. Brian Weiss, psiquiatra, lançou na década de 90, o bestseller “Muitas Vidas, Muitos Mestres”, da mesma forma inesperada, se chocou com o conceito das vidas sucessivas quando uma de suas pacientes, em transe, começou a narrar fatos de uma vida passada. Seguiram-se uma série de sessões, que o convenceram dos fenômenos da reencarnação e mediunidade.

O Dr. Raymood Jr. é o autor do consagrado livro “Vida após a vida” onde estuda o fenômeno de quase morte, entrevistando pacientes que passaram por experiência de morte clínica e depois conseguem voltar a vida. Segundo ele, no livro “Investigando vidas passadas”, durante as suas diversas palestras enfocando esses estudos, muitas pessoas perguntavam sobre outros fenômenos relacionados á questões da sobrevivência da alma, reencarnação e também queriam saber da sua opinião sobre a regressão de memória. Sobre esse ponto ele respondia que não possuía conhecimentos para dar uma opinião abalizada, no entanto pessoalmente considerava que se tratava de algum tipo de alucinação, algo parecido com um sonho e que isso só acontecia com pessoas crédulas ou místicas.

Já no final da década de 90, uma sua amiga psicóloga lhe falou que estava realizando terapias utilizando a RM, e sugeriu que ele próprio participasse de uma seção hipnótica conduzida por ela. Ele aceitou o convite, e sem maiores dificuldades nesse mesmo dia, pode visualizar nove vidas passadas. A partir daí o conceito que tinha da RM mudou completamente e resolveu ele mesmo fazer algumas experiências e delas surgiu um livro onde apresenta alguns casos de regressão e terapia dirigidos por ele e tenta explicar o fenômeno por meios convencionais e pela própria reencarnação.

O Professor Hermínio C. Miranda, há mais de 20 anos estuda e experimenta fenômenos psíquicos. Suas explorações na área de regressão de memória, não foram de maneira alguma casual, fez um programa de pesquisa com um pequeno grupo e entre outros casos encontrou a estória de Camille Desmoulins, um dos líderes da revolução francesa, reencarnado como o também jornalista Luciano dos Anjos. Um espantoso número de detalhes históricos que puderam ser confirmados posteriormente, esse talvez seja o caso mais bem documentado de regressão de memória envolvendo uma personagem histórica real.

Os Métodos de Indução

Como já vimos, são vários os métodos de indução ao transe, vamos recapitular quais os utilizados pelos pesquisadores aqui destacados. O Cel. Albert de Rochas utilizava os passes magnéticos longitudinais, para uma maior regressão (mais distante no tempo) continua com passes longitudinais e para despertar o sensitivo usava os passes transversais; o professor Hermínio Miranda também preferencialmente utiliza os passes, e a partir de conseguido o transe, sugestões para dirigir o processo; Já a Dra. Wambach e o Dr. Brian Weiss recorrem a hipnose/ relaxamento profundo para iniciar e continuar o processo. Na realidade, o melhor método de indução depende mais do sensitivo, ou seja, qual o método que ele melhor se adequa.

Considerações Gerais

Existem diversas fases no decorrer do aprofundamento do Transe, em linhas gerais podemos dizer que diminui a sensibilidade dos sentidos e também a sugestionabilidade, passando o sensitivo a oferecer resistência praticamente invencível aos comandos do operador.

Laço luminoso:

Durante o desdobramento a ligação corpo/perispírito é feita através de um laço luminosoPode ocorrer do sensitivo poder “ver” com os olhos fechados e inclusive visitar lugares distantes, podendo também se relacionar com seres desencarnados ou em desdobramento (de Rochas).

Recordar-se e “estar lá”:

Apesar de semelhantes há uma sutil diferença, numa fase mais profunda o sensitivo tem a sensação de estar lá… No mesmo local e no mesmo tempo de antes, sendo assim mais fácil falar de detalhes daquela existência (HCM). Numa fase de transe mais superficial, o sensitivo sente-se consciente e mesmo assim pode visualizar imagens ou relembrar de uma vida passada, e muitas vezes ao final da seção insiste em afirmar que esta ‘aqui’ (consciente) o tempo todo, e acha que tudo foi apenas “invenção da sua cabeça”. No entanto as informações históricas (época, país, governante) checadas posteriormente comprovem não se tratar de uma simples mistificação. Este tem sido o que acontece em nossas experiências pessoais.

Incorporação da personalidade:

Apesar de parecer incrível, é exatamente o que acontece. Pude comprovar esse fato em alguns dos meus sujeitos. Mas sem dúvida o caso mais patente, foi o caso “Nefertiti”, citado alhures onde por diversas horas estive frente, entrevistando uma das mais famosas rainhas da história, pelo menos essa foi a sensação que eu tive. Interessante anotar que nessa situação o sujeito perde a noção da realidade presente, não reconhece o operador e nem sabe o que está se passando. Pode acontecer que o sujeito se recorde ou não dos detalhes de toda as fase da experiência ao despertar,

Ângulo de observação:

Interessante observar que algumas vezes, principalmente no inicio da seção, o sensitivo vê imagens na perspectiva de um observador externo, como se assistisse a um filme em três dimensões, estando na cena mas sem pertencer a ela. Na seqüência da seção, ele pode passar a visualizar a cena no ângulo de um dos personagens, com a qual ele se identifica como ele próprio, vivendo com uma outra personalidade. Pode-se conseguir esse efeito, comandando para que o sensitivo olhe para os seus pés, depois que ele descreve a cena. Outras vezes, a lembrança vem como uma recordação de uma estória sem nenhuma imagem, a qual poderá surgir a seguir em forma ‘flashes’ ou passar para uma das fases iniciais (experiência pessoal).

Anacronismo:

Confusão de datas quanto à acontecimentos e pessoas. Convém lembrar, que o sensitivo desdobrado tem noção muitíssimo diferente do habitual quanto ao conceito de tempo. A memória não é igual ao uma agenda que todos os dias estão muito bem determinados, um em cada folha. Não é, pois de admirar se durante as experiências ocorrerem alguns anacronismos. Outras vezes a memória se mostra com uma incrível competência. Veremos depois o caso de uma regressão onde o sensitivo, do nosso grupo, lembra de uma vida na Galiléia e ele diz que o ano é 800, na época do Imperador Claudius, o quarto depois de César. Nesse caso interessantíssimo, a data está surpreendentemente correta, pois o mesmo se referia ao calendário utilizado na epoca, o Romano, que é contado a partir da fundação de Roma em 753 AC.

Pontos Hipnógenos:

Existem pontos que quando tocados (após a devida preparação) induzem o transe e outros que o encerram. Segundo as pesquisas de de Rochas, podemos identificá-los devido a insensibilidade dessas áreas. Ele cita: pulsos, atrás da orelha, peito e nas costas, mas pode variar de pessoa para pessoa. Eu não me dispus a fazer essas verificações em nenhum sujeito.

Regressões em espíritos

Hemínio C. Miranda realizou inúmeras regressões em espíritos durante a manifestação mediúnica, utilizando basicamente o método de magnetização. Dessa forma é possível realizar verdadeira psicanálise em espíritos desencarnados.

Progressão de memória:

Albert de Rochas também tentou fazer experimentos de progressão de memória, ou seja, fazer o sensitivo ver o seu futuro. Porém foram poucos e inconclusivos. Penso eu, que as experiências de progressão mostram uma possibilidade de futuro, talvez a mais provável no momento (mas é somente uma hipótese). Vislumbro também utilizá-la como uma espécie de imagem mental criativa, a fim de fazer uma mentalização positiva, ou uma simulação de determinadas cenas que facilitem o tratamento psicológico.

Apoio espiritual:

Nas nossas experimentações, estamos supondo que há uma equipe espiritual que participam na obtenção dos fenômenos, e até induzem as épocas das regressões que possam atender a determinados objetivos, e isso podemos ter percebido durante as práticas, Conforme veremos mais à frente. E também no que tange a ausência de manifestações mediúnicas, salvo uma, por enquanto, que garantia a presença deles na condução do trabalho e solicitando sinceridade nos propósitos e oferecendo segurança no processo.

Efeitos colaterais:

Quando há ocorrência de um transe mais profundo, é comum que o sensitivo guarde por algum tempo o desconforto devido às fortes emoções que foram revividas. Pode até mesmo causar reações posteriores em função daquelas lembranças. Portanto é extremamente importante, que antes de trazer o paciente para o presente, seja feito um lento trabalho de re-equilíbrio, dando sugestões de calma, serenidade, saúde, etc. fazendo-o compreender que deve manter as memórias, mas as emoções devem ficar restritas a aquele determinado período no tempo.

Capítulo 9 – Experiência Pessoal

Muito provavelmente esse nosso trabalho é um dos primeiros dessa envergadura realizado dentro de uma Sociedade Espírita, dessa forma convém fazer um relato de como se procedeu, para se for o caso, outros possam aproveitar os pontos positivos e evitar os erros cometidos. No início do ano de 2001 formamos dois grupos, cada grupo foi composto por 20 pessoas cada, que se reúnem um dia na semana. O objetivo principal foi o estudo teórico, e de nenhuma forma seria objetivo obter cura para males espirituais ou orgânicos (Terapia), muito embora dois casos tenham surgido sem intenção prévia. O primeiro caso, foi de uma senhora que tinha enxaquecas constantes e a partir do momento que se viu como uma menina, que andando a cavalo bateu com a cabeça numa árvore, cessaram as dores de cabeça. No segundo, foi uma jovem que tem pavor de cobras, e se viu morrendo em um poço com cobras numa espécie de penalidade no antigo Egito[3] na época da XVIII dinastia (uma jovem Núbia). Diminui o nível do pavor, e não teve mais os sonhos recorrentes sendo atacada por cobras, no entanto, ainda não se sente totalmente “curada”. Durante os estudos teóricos poderia haver experimentações práticas, que, aliás, foram realizados com absoluto sucesso conforme veremos adiante. Dessa forma assumi o papel de facilitador e aprendiz de um processo fascinante.

No primeiro encontro além da explanação sobre os objetivos do trabalho, foi realizada uma dinâmica de grupo chamada de “Técnica do caminho” (vide anexo II) cujo objetivo principal é demonstrar através de símbolos a relação do indivíduo com vários aspectos da vida, além de propiciar um excelente meio de se habituar com visualizações mentais, proveniente de um estado alterado de consciência, ou transe. Na realidade o meu objetivo principal era avaliar o grau de envolvimento do grupo nesse processo de entrega. Praticamente todos do grupo visualizaram as imagens sugeridas, cerca de 80% dos participantes.

Nos próximos encontros foram estudados os Aspectos teóricos e históricos envolvendo toda a fenomenologia da mente, concentrando-nos no fenômeno de RM. A seguir realizamos uma pratica de regressão à vida presente, onde foi utilizada a técnica de sugestão/relaxamento em grupo. Antes da prática propriamente dita, apliquei técnicas variadas de relaxamento (respiração, visualização, etc) para que o grupo se habituasse com esse estado. Os participantes foram levados através de sugestão a dois momentos felizes, um na juventude outro na infância, as experiências se mostraram ricas em imagens e emoções. Praticamente todo o grupo pode ter algum tipo de experiência, e a maioria, cerca de 80%, no nível mais intenso. Alguns depoimentos foram gravados em K7, para futuras análises. Nos próximos dias, estudamos outros aspectos teóricos.

A partir da metade do trabalho iniciamos a pratica de regressão em grupo, mais uma vez foi usado para conseguir o estado de transe o relaxamento profundo. Após 15 minutos iniciais de relaxamento, foi solicitado que se imaginassem em um jardim, e depois um castelo. E que no interior desse castelo havia uma escada com uma porta fechada no alto da escada. Foi sugerido então que no final da contagem de 1 a 3, abriria a porta e ao abrir a porta veria uma cena/imagem de uma vida anterior em que teria sido feliz. Dessa forma cerca de 70% das pessoas conseguiram visualizar/sentir lembranças de uma vida anterior e puderam gravar seu depoimento após a seção. Interessante observar que antes do início da prática foi informado tudo o que se pretendia fazer, bem como, as sensações e fenômenos que podiam ocorrer, como por exemplo, o surgimento de imagens e uma certa movimentação nos olhos ou a sensação de dormência e de desdobramento do perispírito. A metade das pessoas levou colchonetes nesse dia e algumas participaram em cadeiras de plástico um tanto quanto desconfortáveis, que, no entanto, não impediu a obtenção de bons resultados.

Pratica de regressão utilizando relaxamento profundo

01/02/2001 – Depoimentos Gravados. (Considerando a profundidade do transe numa escala de 1 a 6). Essa escala não é objetiva nem bem determinada, é tão somente meu sentimento perante o caso. Baseado nos sintomas físicos e psicológicos aparentes. Então o nível 1 representaria um transe superficial, quase totalmente consciente, mas que o sensitivo consegue visualizar alguma coisa de uma vida passada e muito poucas informações objetivas (nome, lugar, época, etc.). O nível 6 representaria um transe muito profundo onde o sensitivo realmente se sente na época e no local da lembrança e passa a assumir a personalidade antiga no momento do transe.

Caso 1 – Carlos: “Um jovem castelã Francês do século XVIII. Um cavaleiro da época, aquele chapeuzinho meio bicudo, aquelas penazinhas, aquele negócio meio fru-fru atrás,… uma espada… uma pessoa alegre, muito extrovertida.. e pelo jeito muito querido pela família… “

· O transe foi bastante superficial (nível 1), mesmo assim as imagens foram bem nítidas, sem conteúdo histórico. Na próximo seção com o Carlos há alguma informação histórica. Onde ele se vê em uma reunião social. Seu nome era Richelier (não o Cardeal), na companhia de alguns amigos, dentre os citados um deles chamado Danton, ao periodo da revolução francesa. Após seu depoimento, perguntei se ele sabia quem era Danton, e ele garantiu que não sabia. Danton era o nome de um dos líderes da revolução francesa e que depois foi acusado de trair a revolução e foi guilhotinado. Ele também disse que eles não comungavam com os mesmo gostos e idéias, daquelas pessoas da festa, e ficavam isolados dos demais. Seria interessante um transe mais profundo para maiores detalhes da época.

Caso 2 – Lêda: “… me vi num local… um jardim, com roupas bem antigas; vestidos longos. Como se estivesse lendo algum livro..

· O transe não muito superficial (nível 2), imagens nítidas, um bom contexto social, mas sem conteúdo histórico.

Caso 3 – Edvan (Homem) – O camponês Escocês.

· Um transe já um pouco profundo (nível 3), com imagens nítidas, um bom contexto social, e um ótimo conteúdo histórico, os dados fornecidos pelo sensitivo em transe, foram confirmados, exceto o nome do Conselheiro ( Na britânica chamado ‘Guardian`) que seria de acordo com ele denominado Malcon. Pude verificar que antes de 1294 e depois do domínio Inglês os Reis foram da linhagem dos Malcon`s. O Sensitivo ficou receoso em relatar a experiência pois achava que nada disso fazia sentido e que não existia “essa estória de conselheiro Malcon”.

Pratica de regressão usando passes magnéticos (em duplas)

Após algumas aulas teóricas, voltamos à prática dessa feita utilizando a técnica do passe magnético. No nosso grupo de 30 pessoas, dividi em 15 duplas e alternadamente um fez a vez de sensitivo e o outro de magnetizador (operador). Dessa forma foi possível realizar a regressão individual de uma forma bem produtiva, uma vez que foi possível estabelecer o dialogo entre ambos durante o transe. Conseguimos uma margem de 60% na obtenção de regressões usando esse método, ou seja, 18 pessoas ao mesmo tempo tiveram experiências de regressão no estado sonambúlico, com interessantes diálogos.

Na formação das duplas deve ser levado em consideração: A afinidade e a confiança entre o sensitivo e o operador; A capacidade e o conhecimento teórico do operador; a facilidade de cada sensitivo entrar em transe; e o ambiente espiritual propício, ou seja, com harmonia e o amparo espiritual.

Caso 4 – Robson, o cigano eslavo: 

· Um transe bastante profundo (nível 5), a sensação de “estar lá”, respondeu sem nenhuma dificuldade a todas as perguntas pessoais, e contextuais, época (final do século 19), local (Russia), e o nome do Czar (não verificado), um excelente contexto social. Chegou a “ler a mão” da operadora numa demonstração de seus afazeres. Iniciou o diálogo com um pequeno choro, lamentando-se porque sua amada estava acidentada, com a perna quebrada depois de um acidente com a carroça que virou.

Caso 5 – Ranieri, Um rico Galileu:

“Eu sou um comerciante rico… Tenho 4 filhos…3 homens 1 mulher

__Qual a sua religiao?

.. Não tenho.

__ Qual a sua crença, em que você acredita?

…Dinheiro, Trabalho. (Descreve o ambiente da sociedade e alguns locais)…

__ Quem era o governante da região em que morava??

.. Arquimedes, Governador amigo de religiosos…

__ Novo, ele é?

…Não, (tem) os seus 60 anos

__ Qual a descendência dele?

 Romano, amigo do imperador…

__ Governa a quanto tempo?…

13 anos

__ Este é o ano que você está, 813? (Havia entendido errado)

. … Não!!… 800…Ele governa há 13

__ E qual o Imperador romano nessa época?

(Pausa de 20 segundos tentando lembrar)

…Quarto depois de César…

(Tentei comandar para que ele lembrasse o nome do imperador, mas ele não conseguiu lembrar).Fim da Seção.

· Um transe também bastante profundo (nível 4), imagens muito nítidas, um bom contexto social, e com ótimo conteúdo histórico. Impressionante a forma como foi respondida a questão quanto ao ano: 800 (respondido com absoluta convicção) e sem nenhum esforço respondeu quem era o imperador de Roma: o IV depois de César. Informou também o nome do governador da Galiléia na época Arquimedes, amigo do Imperador que tinha 60 anos aproximadamente e há 13 era o governador.

Interessante a aparente incongruência quanto ao ano 800, pois pelo calendário ocidental os dados estariam sem nenhum sentido real.

Fazendo os cálculos, tomando o marco inicial da era Romana como sendo a fundação de Roma em 753 AC, o ano 800 R corresponde a 47 d.C. Portanto na era de Claudius, o 4o. depois de César. A informação então confere de forma singular. Resta ainda a confirmação do governador Arquimedes na Galileia, então com 13 anos de nomeação, segundo o sensitivo.Interessante o pequeno enigma com relação ao ano. Isso reduz drasticamente a hipótese da criptominésia. Ainda mais que ele sabe a ordem dos imperadores, mas não lembrou do nome, mostrando tratar-se de vivência e não memorização como se ocorresse o contrário.

A ordem dos imperadores romanos:

0. Julio Cesar .. a.C (Que não chegou a ser imperador)
1. Otavio augusto .. a.C
2. Tiberius em 37 d.C.
3. Caligula 37 a 41 d.C
4. Claudius 41 a 54 d.C <====
5. Nero 54 a 6? d.C

Prática de progressão para o futuro em grupo

Logo a seguir tivemos a oportunidade de experimentar indicando para os participantes que visualizassem alguma situação localizada no futuro, cerca de 10 e 20 anos à frente no tempo. Interessante observar que me no encontro anterior (tanto na Quinta-feira quanto no Sábado) uma participante obteve imagens referentes ao futuro, mesmo sem ter sido dada a sugestão. Isso me pareceu fortalecer a tese de que houve uma certa influencia no processo como um todo de entidades espirituais, interessadas no desenvolvimento do trabalho de pesquisa. Quanto a questão de ser possível “ver” o futuro, sugiro ao leitor reler o capítulo referente às estruturas.

Convém salientar que quase nenhuma pesquisa existe sobre a progressão de memória, ressaltando as experimentações de Albert de Rochas ainda no início do século e como dissemos alhures foram poucas e não conclusivas. Resolvi incluir essas experiências no nosso trabalho muito mais para observar as diferenças do sentimento dos sensitivos com relação à regressão e daí resultar em algum aprendizado. Aparentemente a facilidade quanto atingir a fase de visualização é similar à regressão, porém os níveis de detalhamento do contexto social e histórico são muito inferiores.

A impressão que tive é que a maioria das experiências mostram os desejos que os sensitivos desejam realizar, apesar de alguns casos ( a minoria ) não tenham seguido esse modelo, e até serem contrário como um rapaz que segundo notamos vislumbrou o próprio funeral, descrevendo inclusive as sensações da morte; e outro que se viu bem mais velho e numa cadeira de rodas ao lado de sua filha após 20 anos aproximadamente. Outra observação é que alguns participantes tiveram experiências de uma vida no futuro. Destacando bem a diferença nas ruas largas e nos prédios muito altos e diferentes, mas também sem conteúdo social e histórico. Esse tipo de pesquisa me pareceu muito promissor, embora de uma complexidade maior que a regressão, mas por enquanto pretendo focalizar as nossas pesquisas na regressão que já tem por si só, as suas complexidades. No futuro, voltaremos a experimentar a progressão.

O leitor mais atento pode questionar que se considero a progressão mais como a projeção de desejos pessoais, por que a regressão também assim não o seria? Primeiro temos que considerar as poucas experimentações nesse campo, desprezível comparado à regressão. Além do mais temos que considerar os dados históricos advindos das regressões algumas vezes de difícil comprovação, como o caso do governante da escócia no ano 1304 d.C. e poucas experiências de regressão podem ser considerados como “desejos” do sujeito regredido, pois via de regra, é algo totalmente diferente disso, o que acontece. Mais adiante focaremos a questão da comprovação científica da RM – Regressão de Memória.

Capítulo 10 – Eu sou Camille Desmoulins

Neste capítulo vamos tentar mostrar de um modo resumido, o fantástico caso que compõe o livro da autoria conjunta de HCM e de Luciano dos Anjos, chamado: Eu sou Camille Desmoulins. Nele veremos uma experiência de RMVP onde o co-autor L.A. reconhece-se como Camille Desmoulins, um dos líderes da revolução francesa. Nesse processo muitas informações foram registradas em fita no momento do transe e com um excelente trabalho de pesquisa histórica posterior pode-se avaliar essas informações.

O método para obtenção do transe foi através do passe com sugestões e foram realizadas cerca de dez seções, com aproximadamente uma hora cada uma. O sensitivo relata que no momento do transe ficava “inconsciente” ou seja, não tem lembrança do que se passou. Vejamos o que ele diz com relação às suas sensações durante o início do processo. Vejamos como ele descreve o procedimento:

— Fechei os olhos e me estendi na poltrona, procurando relaxar todos os músculos do corpo. Até as pálpebras, procurei deixá-las como mortas. Ouvia a voz monótona do Hermínio, enquanto fixava o interior negro de minha própria visão. Depois de 10 minutos, comecei a ficar ligeiramente tonto e sentir a total paralisação dos músculos e tendões. A tonteira foi aumentando e a respiração tornando-se cada vez mais difícil. Eu ofegava. A cabeça passou a girar cada vez mais rápido. As mãos e os pés começaram a formigar ligeiramente; e depois, mais e mais. O formigamento foi subindo e, na medida em que atingia outras partes do corpo, deixava as anteriores anestesiadas, completamente insensíveis. Minha ausência de controle psíquico era total… e após isso perdi a consciência.

Passada essa fase de indução, seguia a conversação buscando extrair as informações. Nas primeiras seções, apesar do transe profundo os diálogos não foram muito produtivos, isso certamente pela “falta de prática“ do sensitivo e também dada a gravidade política da época em que aconteceu aquela vida. Exemplo:

__ Descreva o que vê.

__ Uma sala grande… Muitas janelas… Muitas. Passadeiras, quadros.

__ Tem mais alguém aí?

__ Não. Estou esperando alguém.

__ O que você foi fazer aí?

__ Acho que tínhamos um encontro. Agora já chegou.

__ Como é esse amigo?

__ É uma mulher.

__ Como se chama?

__ Therèse. É minha amiga; ou noiva.. ou irmã…não sei… de um amigo meu.

Após algumas seções os diálogos mostram-se consistentes e com muitos detalhes pessoais e históricos. Exemplo:

__ Nessa época havia notas, moedas? Quanto representava?

__ Tinha. O “louis”.

__ Como se repartia em moedas de menor valor.

__ O “sou”.

__ Quanto valia um “sou” ?

__ Um “louis” tinha… um “sou” era a quarta parte. Vinte e cinco “sous” faziam cem “louis”… Havia notas também. A “livre”.

__ Quanto custava os seus jornais? Cada exemplar.

__ Ah… Cinco sous.

O que impressiona nesse caso, além da dramaticidade incorporada ao diálogo, é a grande quantidade de informações históricas difíceis de serem encontradas. Tendo de ser buscado hora numa obra, ora em outra. E praticamente todas as informações se mostraram acertadas. A seguir listo uma relação de informações obtidas nesse estado:

· Nome: Camille, Lucie Simplice Benoist Camille Desmoulins.

· Ano de nascimento: 1760

· Local de nascimento: Guise

· Onde mora: Paris

· Faculdade: Direito.

· Esposa: Lucile. O nome verdadeiro, Anne-Louise Philippe Laridon Duplessis, nasceu em 24 de abril de 1771.

· Pai: Jean-Nicolas Benoist Desmoulins, Advogado, magistrado da corte em Aisne.

· Mâe: Marie Madeleine Godart.

· Irmãos: Sete. Henriete que morreu com 9 ou 10 anos, Marie-Toussaint, Armand, Anne, Lazaré, Clemente e Lucie(eu).

· Sogro: Claude Etienne Laridon-Duplessis, trabalhava na Fazenda Pública.

· Sogra: Madame Duplessis. Eu a chamava de Madame Darrone. Darrone é Patroa, é gíria.

· Saída de casa: 13 para 14 anos, queria sair de Aisne.

· Onde estudou: Colégio Clermont, depois mudou para Louis-le-Grand na Rue Saint Jacques.

· Amigo do tempo do colégio: Leon… Robespierre, ele foi padrinho de nosso filho, Horace. Ele já estava lá quando cheguei.

· Livro que leu antes da guilhotina: Méditation sur le Tombeu, de Jonh Hervey.

· Melhor amigo: Danton. Morava na cour de commerce, número 1.

· Parente: Fouquier-Tinville Atuou na revolução. Um crápula. Primo distante.

· Primeiro Trabalho: Arranjado pelo primo por parte de mãe, Viefville Desessart.

· Primeiro jornal publicado: Les Révolutions… Custava 5 sous cada e produção saía por 100 sous, 1 louis.

· Salário do tipógrafo: 25 a 30 sous por mês.

· Salário de um advogado: 5 ou 6 mil livres por ano.

Os detalhes das informações são impressionantes, e o nosso espirito crítico já tende a conjecturar que são muitos acertos para um só caso, já nos levando a supor alguma espécie de fraude por parte do sensitivo. Talvez ele tivesse estudado tudo isso e conscientemente tivesse dando somente uma demonstração de seus conhecimentos adquirididos. No entanto a maioria das informações foi dada em repostas a perguntas não previamente fornecidas, e sem nem sequer o pesquisador saber se existiam em livros ou não; o que só seria confirmado em pesquisa posterior. Algumas vezes as perguntas erão preparadas previamente e sem o conhecimento do sensitivo. Uma certa vez, uma terceira pessoa, Murilo Alvim Pessoa – Professor, formulou uma pergunta e lacrou em um envelope o qual somente foi aberto no momento que o Luciano já estava em transe. Vejamos o diálogo:

__ Sobre um jantar de despedida, já muito na tensão, na expectativa de ser preso… Você teria dito uma frase, provavelmente não em Francês, e que alguns historiadores registraram.

(Longos momentos de silêncio e expectativa. De repente, sua respiração se altera,… o tom de voz se modifica…)

__ Eu sei o que ele quer. Foi um jantar… em minha casa. Foi antes de eu ser preso. Eu e Danton. Brune estava presente e queria que eu parasse de publicação do Viex Cordelier. É isso que ele quer. È Latin. Foi… “Edamus et bibamus, cras enim muriemmur!” ; “Buvons et mangeons, nous mourrions demain.”

__ Comamos e bebamos que amanha seremos mortos— digo eu.

Capítulo 11 – Memórias de Nefertiti

Se o caso de Camille Desmoulins, resumido no capítulo anterior considerei “fantástico”, para este novo caso me falta palavras que o descreva. Talvez aquela que melhor exprima meu sentimento seria “inacreditável”. Felizmente eu tive o privilegio de acompanhar pessoalmente e diretamente todas as fases desse trabalho, pois foi o único caso de personalidade histórica que eu encontrei nas dezenas de regressões que realizei como operador. Estatisticamente a quantidade de casos observados por mim, é insuficiente para tão importante achado. Mas, ampliando a um nível das pesquisas de outros pesquisadores ficaria na faixa do razoável. Não posso afirmar categoricamente, mas posso dizer que, dado às condições e as técnicas utilizadas por mim, entrevistei e tenho gravado mais de 10 horas com a misteriosa rainha do Egito – Nefertiti – a esposa daquele que ficou conhecido como “o Faraó Herege” – Akhenaton – da XVIII dinastia, o pai de Tutakaton.

Repito as palavras de Augusto dos Anjos, com relação à identificação do sujeito: “Afirmar que se é a reencarnação de uma figura histórica, requer entre outras coisas muita coragem”. As críticas e acusações vão partir de todos os lados. Reservo-me no direito de ocultar momentaneamente o nome das pessoas envolvidas, aguardando para fazê-lo no momento apropriado, uma vez que pretendo publicar um romance sobre esse caso, com o sugestivo título de “Memórias de Nefertiti”. Caso haja autorização dos sujeitos, poderei para explicitar seus respectivos nomes.

O método geralmente utilizado para obter o transe foi a de relaxamento induzido, tudo se deu conforme a explicação do capítulo anterior, a diferença básica foi que meu sujeito, uma jovem de 24 anos, lembrava de quase todas as coisas mesmo após o transe. A diferença crucial entre um e outro caso foi à forma cronológica em que se deram as descobertas. Serei o máximo sucinto, uma vez que isso será detalhado no livro citado acima.

Quando comecei a escrever esse livro em 2001, aliás, nem tinha a intenção de escrever um livro, nada com relação a este capítulo ainda tinha sido cogitado. Como o leitor atento pode notar, ele tem o formato de uma apostila baseado nos livros de HCM. Na realidade este foi o último capitulo a ser escrito e ainda relutei em incluí-lo. Como vimos no Capitulo 9 – Experiência Pessoal – me dispus a montar um curso sobre Regressão de Memória. Dessa forma entre outras vivencias houve a lembrança no antigo Egito (na realidade, na Núbia que fazia parte do Império Egípcio) e a partir das informações dada por esse sujeito, foi possível chegar a um segundo sujeito[4] em 2002, que de antemão já supúnhamos ser a reencarnação da personalidade em questão. Como tinha fortes evidências que isso fosse verdade, sugeri ao segundo sujeito que aceitasse fazer uma regressão para checagem. Segue o resultado da 1a Seção:

__ Vou contar até 3 e surgirá lembrança de uma outra vida, uma vida no antigo Egito, uma lembrança, um momento feliz… 1 – 2 – 3

Sol. (Pausa)

__ O que tem o SOL?

Claridade.

Não ouve, portanto na primeira seção uma identificação positiva, mas a figura simbólica do sol, dava boas condições para continuar a pesquisa.

O diferencial nesse caso comparado ao anterior é que a versão dos fatos apresentados pela suposta personalidade Nefertiti – difere da versão oficial da história radicalmente. Creio que nenhum historiador ou arqueólogo sobre a terra poderia imaginar uma versão tão dispare e tão real, tão humana por assim dizer. Os documentos encontrados até agora não autorizam a autenticação da versão revelada, mas a meu ver não impedem que tenham se dado assim e não da forma que a “imprensa” oficial da época fez questão de passar para a posteridade. Olhando por um lado positivista e científico, pode ser uma grande vantagem ter acontecido dessa forma, e quem sabe não sai das areias do deserto, evidência de que os fatos realmente assim passaram-se, comprovando a eficácia da arqueologia espiritual empregando o recurso da Regressão de Memória.

De uma coisa, porém, tenho a mais absoluta certeza, essa é uma excelente, se não a melhor forma de se escrever um romance histórico. Ingredientes de realidade, paixão, religião, filosofia, crimes, traição e vida. O roteiro completo, com personagens humanas apresentando defeitos e qualidades. Isso tudo pronto, seqüencialmente pronto, sem remendos, nem correções… Seqüências surpreendentes. Depois vi que não era tão fácil assim, foram necessários muitos meses de pesquisas. Pode até estar parecendo propaganda do outro livro a ser lançado, pode até ser, mas não pode ser atribuído a algum tipo de vaidade da minha parte, porque pouco tenho a ver com a “criação” da obra – sou um mero compilador. Vamos a História propriamente dita:

Se fossemos escolher um episódio histórico que precisasse de reparos, e que para isso fosse necessário essa espécie de arqueologia espiritual, talvez não houvesse outro melhor que o desse período do final da XVIII dinastia do Egito.

Caixa de texto: FARAÓS DO SOL</p> <p>A rebelião de akenaton começou com seu pai, Amenófis III, que reinou por 37 anos numa era de esplendor. Amenófis usou a riqueza do império para construir um conjunto de monumentos sem precedentes em Karnak e Luxor, centros religiosos do deus Amon, o patrono de Tebas. Depois que essa cidade recuperou o controle do Egito, por volta de 1520 a.C Amon tornou-se cada vez mais venerado. Seu nome significa "o oculto" e, no seu templo em Karnak, sacerdotes alimentavam, banhavam e vestiam sua estátua. Amon logo se fundiu ao antigo deus-sol Ra, tornando-se Amon-Ra. O próprio Amenófis III considerava-se filho de Amon-Ra. Sua autoridade divina somente podia ser renovada pelo deus em um festival chamado Opet, que acontecia uma vez por ano.<br /> Em uma fase posterior de seu reinado, talvez zangado por causa dos atritos políticos com os sacerdotes de Amon, Amenófis III determinou que ele não era só o filho de Amon, mas também a encarnação de Ra — ou seja, pelo menos igual a Amon. Começou então a erigir monumentos à sua própria divindade, incluindo um vasto templo funerário que contemplava Tebas da margem oposta do Nilo. Nesse templo assomavam duas estátuas suas de quartzita, cada uma com 20 metros de altura e 650 toneladas. As ruínas dessas estátuas ficaram famosas como os Colossos de Memnon.<br /> Com isso, estava montado o cenário para a entrada de Akhenaton, que ascendeu ao trono como Amenófis IV. Alguns estudiosos supõem que Akhenaton e seu pai tenham reinado juntos, como co-regentes, durante um longo período. Ray Johnson, especialista da Universidade de Chicago, acredita que o pai ainda viveu por muitos anos, passando o poder ao filho e acompanhando-o à capital Amarna. Hoje, contudo, a maioria dos estudiosos argumenta que Akhenaton reinou sem seu pai.<br /> Ele provavelmente já era casado com Nefertiti quando subiu ao trono. Talvez fossem ambos crianças quando se casaram, como acontecera com seu pai e sua mãe, a rainha Tiye. Ninguém sabe de onde veio Nefertiti. Como seu nome significa "a bela que chegou", muitos pesquisadores entendem que ela provinha de uma cidade agora chamada Akhmim, que pertencia à influente família da rainha Tiye. Onde quer que tenha nascido, Nefertiti participou da revolução desde o início.</p> <p>Edição de abril/2002 da revista National Geographic<br /> Alguns pontos de discordância entre as versões são de importância capital, vejamos:

1) Nefertiti era forte opositora das mudanças na religião;

2) Ela era adepta fanática pelo culto rival de Amon-Rá;

3) Ela participou ativamente da conspiração que assassinou o próprio marido;

4) Teve sete filhas no Total;

5) Seu pai não era Aye.

Muitos outros pontos são de concordância:

1) O Casal não teve filhos homens;

2) Sua mãe morreu precocemente;

3) Tutakaton era filho de uma esposa secundária

4) O Faraó impôs uma grande opressão religiosa

5) A ordem cronológica dos acontecimentos

Apesar de ser alegada uma vida de riqueza e poder, teria sido uma vida de extrema tristeza, afastando de uma certa maneira a hipótese de fantasia. Não faz muito sentido, criar um personagem que tem uma ótima reputação histórica e criar fatos que desmanchem o próprio prazer de ter sido tal personalidade. Essa mesma ocorrência, também poder ser usada contra as hipóteses de criptomnésia e de telepatia, pois mostra independência do sujeito sobre todas as influencias.

Capitulo 12 – A Questão Científica

A regressão de memória está provada cientificamente? Quais são essas provas? As respostas para essas questões não são absolutamente simples. A primeira dificuldade é saber definir o que seja uma prova científica. Isto envolve dificuldades da ordem de questões filosóficas, sobre quais tipos de atividades podem ser consideradas científicas. No século IXX imperava o conceito indutivo (positivismo), que determinava que o método científico devia ser baseado em um grande numero de experiências e a partir dos resultados chegaria a uma teoria, dita científica. Ainda hoje muitas pessoas pensam que agir cientificamente é agir dessa forma.

No início do século XX, o filósofo da ciência Karl Popper criticou severamente o método indutivo e apresentou um novo critério para avaliação das teorias científicas, o falseamento. Segundo ele uma teoria, só poderia ser dita cientifica se houvesse alguma forma de testá-la, tentando refutá-la. Filósofos mais modernos, como Imri Lakatos[5] entendem que o critério de falseabilidade é insuficiente e não necessário para uma atividade de pesquisa possa ser declarada científica. Lakatos afirma que um programa de pesquisa científica deve ter um núcleo principal rígido com os princípios da teoria, e um cinturão de hipóteses protetoras que podem sofrer adaptações no decorrer do desenvolvimento da ciencia. Esse conjunto de preposições deve ser coerentes entre si e devem poder prever fatos novos, além de apresentar desenvolvimentos significativos no programa de pesquisa e em suas teorias.

Acredito que a regressão de memória possa ser enquadrada em uma teoria científica (ou programa de pesquisa) nos moldes de Lakatos, e utilizando o falseamento para validar ou não, algumas de suas hipóteses ou leis auxiliares. Aliás, a própria reencarnação, também poderia ser assim enquadrada, mas por simplificação, nessa colocação vou considerar somente a RM. No momento o que nos interessará, é se o conceito básico de RM pode ser provado, ou seja, se em determinada circunstancia uma pessoa pode “lembrar” de uma vida de outra pessoa que viveu no passado, e se essas “lembranças” são verídicas e não eram do conhecimento anterior daquela pessoa. Observe que não está dito, que as referidas memórias são da mesma pessoa (espírito), portanto estamos nos abstraindo de envolver o conceito de reencarnação.

Essa teoria seria do tipo fenomenológica pois não descreve a forma como ocorreria essa “lembrança”, contenta-se em certificar a veracidade do fenômeno da RM.

Enunciado da Teoria

Núcleo Rígido:

Regressão de Memória a Vidas Passadas (RMVP) é o fenômeno pelo qual o indivíduo S, em transe acessa a memória de indivíduos P1, P2,… Pn que viveram e faleceram numa data anterior ao nascimento do indivíduo S. sem haver uma informação prévia por meios sensoriais na vida presente.

Hipóteses e Leis Auxiliares

Há uma correspondência entre o Indivíduo S e os Indivíduos P1, P2 … Pn ; onde para cada indivíduo S há vários Indivíduos P; onde cada Indivíduo P teve um período de vida e morte de forma a não haver interseção entre um e outro.

Há uma correspondência entre os Indivíduos P1, P2 … Pn. e o indivíduo S; onde para cada indivíduo Pn corresponde a um e somente um S.

Habilidades artísticas ou intelectuais inatas do Indivíduo S, são memórias provenientes do aprendizado de um ou mais indivíduos P.

Problemas ou Traumas psicossomáticos presentes no indivíduo S e não originados na vida atual do Indivíduo S, são reflexos ou condicionamentos de algum(s) indivíduo(s) P.

Fatos explicados pela Teoria

1 – Lembrança espontâneas de vidas passadas (principalmente em crianças de até quatro anos de idade ).

2 – Memórias legítimas e emoções vivenciadas nas Lembranças de Vidas passadas estando o sujeito em estado alterado de consciência.

3 – Curas de traumas psicológicas e doenças psicossomáticas usando a Terapia de Vidas Passadas.

4 – O fenômeno onde a pessoa reconhece detalhes de lugares que nunca esteve antes. Casos específicos onde o sujeito tem a lembrança nítida dos lugares, e não, das ocorrências.

Existem obviamente outras hipóteses que dão outros significados aos fenômenos acima relacionados, porém nenhuma consegue explicar o conjunto completo, precisando recorrer hora a uma explicação ora outra, conforme mostraremos de uma forma resumida a seguir.

Hipótese da fraude:

As informações sobre P são aprendidas por meio sensorial normal anteriormente e durante a experiência o Sujeito relata como uma lembrança de uma vida passada.

Objeção: A RMVP acontece facilmente com praticamente 80% das pessoas que se submetem as técnicas apropriadas (segundo minha avaliação subjetiva), não importando mesmo se acreditem gostem ou não da idéia de vidas passadas. Essa hipótese também não explica os fatos 1,3 e 4. É uma hipótese que até mesmo os críticos de RM, não mais utiliza.

Memória Genética:

As memórias são provenientes dos genes dos antepassados, e tomados como sendo do próprio sujeito.

Objeção: Quase todos os casos de RMVP não apresentam qualquer conexão com os antepassados, e além do mais a memória só poderiam está nos genes até o nascimento do filho, e muitas vezes nem filho teve. Ou seja, está totalmente em desacordo com os dados levantados. Somente aceitam essa hipótese, os críticos que não tem nenhuma intimidade com as pesquisas nessa área.

Criptomnésia :

As informações sobre P são aprendidas por meio sensorial normal anteriormente e são esquecidas (ficam no inconsciente) e durante a experiência o Sujeito relata como uma lembrança de uma vida passada, elaborando um drama fictício e incorporando emoções fortes, tudo isso inconscientemente.

Objeção: Não há evidências nem estudos que o inconsciente possa realizar esse tipo de prodígio, seria explicar o desconhecido por algo tão desconhecido quanto. Essa hipotése não explica os fatos 1 e 4 suficientemente bem. Crianças de 3 até 5 anos tem relatado vidas passadas que puderam ser comprovadas serem verdadeiras ( 20 casos que sugerem reencarnação, Ian Stevenson). Há também inúmeros casos de regressão em adultos com um alto índice de detalhes e acertos, sendo impossível imaginar uma leitura anterior com seu posterior esquecimento, indicando datas, endereços, etc. Como contra exemplo mostro os casos: Eu sou Camille Desmoulins – Hermínio C. Miranda – Memórias de Nefertiti – Mauricio. Não está de acordo com os fatos.

Telepatia/Clarividência:

O sujeito capta telepaticamente da mente de outra pessoa (presente ou não no ambiente) ou via Clarividência a partir de um documento qualquer, e elabora inconscientemente um drama pessoal durante a sessão de regressão.

A rigor os fenômenos PSI, ainda não são aceitos pela comunidade cientifica como autênticos. Nos laboratórios de parapsicologia obtêm-se uma pequena tendência para a transmissão de conteúdos simples, alguns pontos percentuais a cima do esperado pelo acaso, não podendo dar suporte a uma quantidade tão grande de informações e com exatidão que dá o sujeito quando em estado alterado de consciência e fala sobre lembranças de uma vida passada. Não explica os fatos 1,3 e 4. Alguns críticos afirmam que em não conhecendo os limites de PSI, não se pode determinar o que pode ser uma verdadeira lembrança do passado.

A Questão do Cetismo

Uma questão interessante a ser analisada é a que diz respeito a determinação do rótulo crente/céptico. O pensamento céptico geralmente apresentado é mais ou menos assim:

“Existe um ponto a ser considerado em relação à postura cética que é o do ônus da prova. Considera-se que este recai sempre sobre quem afirma alguma coisa, ou seja, se alguém afirma que algo existe, cabe a esta pessoa provar que existe, e não às outras pessoas provar que não existe. Em resumo, cabe aos proponentes de um fenômeno apresentar as provas. Em muitos casos, no entanto, nem sempre essas provas são fáceis”.

“Por esse motivo, nenhum cético sério irá afirmar categoricamente que um determinado fenômeno não existe. A inexistência não pode ser provada. O que um cético realmente afirma é que não acredita no fenômeno em questão, ou que não considera sufucientes as provas apresentadas”.

Esse céptico descrito acima, é na realidade um céptico teórico difícil de ser encontrado. Participei por algum tempo do FCB – Fórum Céptico Brasileiro (Internet), a convite de um amigo e com raras exceções, me pareceu mais um grupo de fanáticos defendendo a sua causa (a pureza cientifica e anti-religião) a qualquer custo. Quando me apresentei, disse que “buscava a verdade”, apesar de ser espírita… o moderador então me disse que a “a busca da verdade” não lhe interessava e que para isso já existia a comunidade cientifica, etc etc… Para mim um recado obvio. Não venha para cá com essas idéias fantasmagóricas. Argumentei que tinha algumas idéias e experiências interessantes. Retrucou então que se EU tivesse algum trabalho publicado na Nature ou similar e somente assim poderia citá-la. Fim de papo.

Onde quero chegar?! No meu entender a questão das crenças e descrenças pessoais são dois lados da mesma moeda. Um crente e um pseudo-céptico na realidade estão calcados em suas crenças (ou descrenças) pessoais com a mesma intensidade. Ambos tem extrema dificuldade de passar a aceitar a verdade do outro, mesmo quando apresentadas evidencias consideráveis. A historia da ciência, da filosofia e da religião, mostra muitos desses casos. Como exemplo, cito a aceitação pela dita comunidade cientifica da teoria da órbita da terra em redor do sol. Os cépticos da época, não aceitaram a teoria e muitos morreram com essa convicção, apesar dos de todos os dados auferidos. Alguns, entretanto, não aceitaram as explicações ad-hoc, ou seja, os tais dos movimentos retrógrados dos planetas, e creram na nova teoria, apesar de dados precários e ainda imprecisos. E assim, quanto maior numero de crentes foram aderindo, mais respeito foi dado à teoria. Até que esses últimos passaram a ser maioria e a teoria passa a ser a teoria oficialmente aceita.

Ou seja, na realidade, em ultima instancia a teoria é aceita como foro intimo, ou seja, cada um avalia se “considera suficientes as provas apresentadas” seguindo o método que entende como o melhor dos métodos.

Para muitos o método cientifico. (Sim, mas qual deles????) E como saber da medida para considerar suficientes as provas apresentadas, 1 prova, 2, ou mil? Quantos experimentos 1,2 ou mil? Quantos experimentos de PSI serão necessários para prová-la junto a comunidade cientifica internacional, 1, 2 ou mil?? — Para algumas pessoas uma (experiência pessoal, por exemplo), para outras 2, para outras NADA é suficiente. Na realidade, de acordo com a maioria dos filósofos da ciência, nenhuma teoria pode ser totalmente provada, somente pode ser declarada falsa, quando ela for refutada Somente quando a maioria (POR CRITÉRIOS INDIVIDUAIS) aderir à teoria ela passara a ser aceita como valida para a comunidade. Será o novo paradigma.

O “Ser” Teoria Científica

Infelizmente (ou felizmente) o método cientifico não é único. Sendo ele próprio, o método científico, uma teoria cientifica estudada no âmbito da filosofia da ciência, uma meta-ciência, desenvolve-se e altera-se com o passar do tempo. Ou seja, o que era considerado cientifico no passado, pode já não sê-lo hoje e o que é hoje poderá deixar de ser. Antes o indutivismo, hoje o falseonismo, que por sua vez já é criticado pelas idéias do paradigma e dos Programas de pesquisa de Lakatos e outros. Certamente muita água ainda vai correr por baixo dessa ponte. Acima de tudo estão os fenômenos, os fatos, esses em ultima analise é que prevalecerão, apesar de todas as teorias. Penso que em PSI, e antes na metapsíquica, e na Parapsicologia em geral a falta de um modelo teórico, ou princípios básicos, é o que mais dificulta o progresso dessa ciência. Os experimentadores praticamente ficam repetindo ad-eternum, experimentos, experimentos.. e não formulam uma teoria consistente que explique os principais fenômenos.

Conclusão

As pesquisas até aqui realizadas, tanto pelos pesquisadores mostrados nesse livro, quanto por nós mesmos dão apoio à confirmação da teoria da RMVP. Os cépticos em geral alegam, não haver pesquisas que realmente apresentem características de um programa de pesquisa científico. Em parte eles têm razão, já poderíamos ter avançado bastante nessa área. Entretanto os dados e pesquisas acumulados até o momento são muito promissores e fatalmente nos próximos anos os cépticos e a comunidade científica em geral não poderão ficar à margem desse novo conhecimento, principalmente aqueles envolvidos em trabalhos e pesquisa com o psiquismo humano. Um indicativo desse caminho é que os consultórios desses profissionais cada vez mais têm se habituado com conceitos como vidas passadas e reencarnação. Falta realmente dar a essa prática, mais suporte teórico através de pesquisas que atendam a um grau maior de cientificidade.

Enquanto isso, podemos verificar com uma certa facilidade que levando em consideração os fatos e pesquisas até agora realizados a teoria que melhor explica e se enquadra é de fato a RMVP.

Capítulo 13 – Programa de pesquisa

Lembrando a Vida Imediatamente Anterior

Alguns projetos de pesquisa na área de regressão de memória tem sido utilizados por pesquisadores diversos. Vejamos uma pequena síntese:

  1. Lembrança espontânea em crianças – O principal pesquisador é o Dr. Ian Steavenson. Suas mais recentes pesquisas incluem o detalhado exame nas marcas de nascença (veja artigo em anexo);
  2. Pesquisa estatística socio-econômico-cultural – Realizada pela Dra. Hellen Wanback. Comprovando a veracidade histórica dos dados relembrados;
  3. Pesquisa de personalidade Histórica – Realizado pelo Hermínio C Miranda. Através do estudo do caso Camille Desmoulins e agora o caso “Nefertiti” pesquisado por mim.
  4. Terapia de Vidas Passadas – Vários profissionais de saúde mental já utilizam a Regressão de Memória como meio profilático. O psiquiatra Brian weiss e Roger Woolger. são os mais famosos.

O tipo de pesquisa que pretendo iniciar é diferenciado desses apresentados, não porque eu as considerei insatisfatórias, e sim como uma forma de apontar para um novo caminho para comprovar e entender as nuanças do fenômeno.

Objetivo:

Realizar uma série de experimentos objetivando que o sujeito relembre a sua ultima existência. Nessas condições obter o máximo de informações pessoais e contextuais. A partir daí por meios de pesquisa e estatísticas estabelecer as conclusões sobre o trabalho.

Características:

As pesquisas terão como suporte o conjunto de principio teóricos estabelecidos na descrição formal da teoria no capitulo anterior.

As técnicas para obtenção do estado de transe será as que foram descritas no capitulo que trata da “Leitura da alma”.

Protocolo Simplificado:

  1. Entrevistar[6] detidamente o sujeito com relação à sua vida atual, identificando características que possam ser possível fazer alguma previsão sobre a vida anterior. Informações do tipo: Fobias, Hobbies, Habilidades Manuais, predileção por alguns lugares ou épocas, problemas de relacionamentos, etc…
  2. Treinar o sujeito na obtenção de visualizações e lembranças da vida atual (Infância);
  3. Realizar quantas seções forem necessárias para obtenção dos dados da vida imediatamente anterior. Informações do tipo Nome Completo, datas varias. Nome Completo dos familiares, Localização geográfica precisa, nome de governantes locais, Casamento, formação acadêmica, etc…
  4. Efetuar pesquisa nos locais adequados a fim de confirmar ou não a existência da personalidade lembrada, e caso confirmada chegar a veracidade das demais informações.
  5. Concluída a fase de coleta das diversas amostras (100, por exemplo), eliminar as que apresentem algum indicio de fraude ou vazamentos sensoriais (personalidades históricas ou de localidade onde o sujeito já teve algum contato).
  6. Elaborar gráficos e relatórios que possibilitem as conclusões sobre os resultados.

FORMULÁRIO 2 – Lembrança da Vida Anterior

Época: _1905______________________________________________________

Nome: __ISABEL GONÇALVES_____________________ Sexo: __F_______

Filiação:__ LÚIS GONÇALVES E MARINA GONÇALVES ______________

Local (País, Cidade, Endereço):__PELOTAS. RS. Fazenda SANTA INÊS

Cidade e Data de Nascimento:__ PELOTAS EM 1888 (Aproximadamente)

Governante: _FLORIANO PEIXOTO _(1905 – Aproximadamente)

Formação Escolar : _______________________________________________

Profissão/Ocupação: __DONA DE CASA _____________________________

Roupas/Calçados: _________________________________________________

Impressões Gerais e outras informações: __A CASA ERA UM CASARÃO EM ESTILO COLONIAL, COR AZUL CLARO COM DETALHES BRANCO EM ALTO RELEVO. VARANDAS PRETAS NAS PORTAS SUPERIORES E EMBAIXO NAS JANELAS (OU PORTAS) LATERAIS. BATENTE DE PEDRA BRANCA COM PEDRAS BRILHANTES. O PISO DE MADEIRA CORRIDA , ESCURO E BRILHOSO. A FILHA LUISA (HOMENAGEM AO PAI) NASCEU EM 1922 (APROX.).

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Data da Regressão : _20/10/2001 À 30/11/2001 (3 SEÇÕES)_

Capítulo 14 – O MOB (Modelo Organizador Biológico)

Quando falamos com leigos sobre conceitos como reencarnação, geralmente vem a pergunta: __Mas “o que” realmente reencarna? __ A resposta que talvez mais satisfaça às mentes científicas, vem do engenheiro e pesquisador brasileiro, Hernani Guimarães de Andrade. Ele idealizou um modelo, que apesar de simplificado pode guiar os futuros pesquisadores a encontrar uma resposta mais específica. Vejamos:

MOB – Modelo Organizador Biológico.

(Teoria de Hernani Guimarães de Andrade – Apresentada nos livros : A teoria corpuscular do espírito; Novos rumos a experimentação espíritica;

Parapsicologia experimental; e A matéria PSI.).

Núcleo:

— Existência de um campo-psi e de uma materia-psi, participante de uma realidade mais ampla, da qual o campo-eletromagnético e a matéria-física são casos particulares.

— Existência de estruturas autônomas oriundas do campo e materia psi, fora do âmbito do nosso espaço e em outras dimensões alem das três registrada pela nossa experiência direta.

— Existência da possibilidade da interação entre os dois domínios.

O MOB – Modelo Organizador Biológico e o CBM-Campo Bio-magnético.

MOB – Uma unidade autônoma e evolutiva pertencente ao domínio PSI, capaz de interagir com a “matéria orgânica”, e desse fato resultar o ser biológico como conhecemos.

— Uma das propriedades do MOB é a de ser portador de um “campo biomagnético” CBM, cuja principal função é permitir a açao do modelo, sobre as moléculas da matéria orgânica e vice-versa.

CONSIDERACOES: Conclusões e previsões a partir dessa teoria:

A) Evolução Biológica:

“O desenvolvimento dos seres vivos, desde a origem da vida até agora, demonstra uma sistemática tendência ao aperfeiçoamento e sabe-se que de acordo com a genética que a simples experiência de um ser vivo não é biologicamente herdada pelos seus decendentes. Para explicar essa evolução sem lançar mão da hipótese de Lamarck, criou-se a teoria das sucessivas mutações ocasionais, seguidas da seleção adaptativa. Essa teoria, entretanto, deixam sem explicação o ”porque” o embrião deve passar obrigatoriamente por fases epigenéticas que sugerem uma recapitulação dos estágios evolutivos da espécie a que pertence. Ficam sem explicação a existência de orgão e detalhes nos organismos vivos, inúteis uns, demais engenhosos outros para terem sido obtidos por mutações aleatórias seguidos de ensaios e erros. HGA”

Admitida a existência do MOB e do seu CBM, essas questões seriam resolvidas com uma certa facilidade, um MOB (pertecente a uma determinada espécie-viva) guardaria em sua memória, todas as fases da sua própria evolução e principalmente todas as suas experiências vividas na matéria orgânica e fora dela. Dessa forma as mutações genéticas-melhores-adaptadas passariam adiante o seu sucesso. Eis o processo da reencarnação. Para aprofundamentos sugiro alem dos livros do Hernani, o livro de Chico Xavier (Evolução em dois mundos – autor espiritual André Luís) de onde com certeza o Hernani hauriu suas inspirações.

B) Fenômenos PSI:

“Ao analisarmos as características dos fenômenos paranormais, veremos que as suas leis nao puderam ser enquadradas nos esquema das leis que regem os fenômenos ditos normais. Os fenômenos causais

eficientes que governam os eventos paranormais provavelmente se desenrolem fora do nosso espaço físico, em uma outra circunstancia espacio-temporal, não obstante possuírem meios de interação com os objetos do mundo em que vivemos. Sendo a funcao-psi uma faculdade da mente, e se essa se relaciona com determinada organização material (nosso sistema nervoso), talvez sua estrutura se prolongue para alem do espaco-fisico, operando em outro tipo de espaço de onde partiram as causas eficientes dos fenômenos paranormais. Este prolongamento mental poderia encontrar-se no MOB. Seu meio de interação com a matéria física seria o campo-biomagnetico CBM.”“.

C) Memória Extra-Cerebral:

“Se, após a morte do corpo físico, alguma outra coisa sobrevive como suporte da personalidade e repositório da memória de suas experiências ( e de suas mutações), por que não admitir a possibilidade do seu retorno ao palco da vida? Não seria esse o processo básico da evolução biológica?? É possível que o MOB possibilite duas modalidades de ação. Uma seria a estrutura espacio-temporal do MOB, operando como fator de recapitulação OBJETIVA das experiências biológicas pelas quais transitou em sua evolução pretérita. A outra seria a recordação SUBJETIVA da sua experiência psíquica. Esta memória extra-cerebral, quando inconsciente,

poderia manifestar-se como tendências, aptidões inatas, genialidades e instintos. Em certas ocasiões, emergindo para o consciente, provocaria o surgimento das RECORDACOES DE VIDAS anteriores.

Da mesma forma o MOB poderia transferir, de uma encarnação para outra, certas características físicas adquiridas.”

O mais profundo trabalho sobre esse fenômeno esta na obra de Steavenson, Reencarnação e Biologia. Um livro com mais de 2.000 páginas, com o maior critério cientifico, com fotos, depoimentos, comprovações onde crianças apresentam sinais de nascença nos locais onde sofreram ferimentos numa vida anterior, fatos esses comprovados reais por Steavenson e sua equipe. Uma outra linha de pesquisa muito promissora, que eu próprio estou desenvolvendo pesquisas, na lembrança de vidas passadas mediante a indução a estados alterados de consciência… Já existindo uma grande quantidade de estudiosos estudando esse fenômeno.

D) Fenômenos Mediúnicos:

Uma vez admitido o MOB e a sua relação com sistemas orgânicos, ficaria evidente o fenômeno conhecido como mediunico, uma vez que a entidade do domínio da materia-psi poderia influenciar o sistema neurológico humano com menor ou maior grau e produzir os mais diferentes fenômenos. Vale a pena citar os trabalhos de Materialização realizados por William Crookes e Albert Von Schrenk, onde poderia se admitir a utilização do MOB e seu CBM na produção do fenômeno; Os casos de Xenoglassia onde um Médium pode falar e conversar (ou escrever) numa língua desconhecida para ele; Casos de efeitos inteligentes, onde a comunicação esta muitíssima alem das possibilidades culturais e intelectuais do Médium, cito o caso de Chico Xavier que publicou o livro “Parnaso de alem túmulo” com 20 anos de idade e apenas o ensino fundamental (da época) apresentando versos, poesias e sonetos da suposta autoria dos maiores poetas brasileiros (Castro Alves e Augusto dos Anjos, entre outros) ate hoje considerado um “assombro” pelos acadêmicos de letras. Outra obra sua já citada aqui (Evolução em dois mundos) uma obra complexa e extremamente acadêmica tratando de profundos conceitos de biologia, química, genética, etc. Onde se lê na introdução, que a pedido do “espirito” os capítulos impares foram Psicografadas pelo próprio Chico e os pares por outro médium, em outra cidade, pelo Medium Waldo Vieira. Para controle cientifico segundo ele.

E) Fenômenos de Quase-morte:

Onde pessoas que tiveram morte aparente e muitas vezes cessaram os sinais vitais, alegam permanecer conscientes durante esse lapso de tempo. Quem primeiro estudou esse fenômeno foi o Dr. Raymood Jr,( Vida depois da vida ) a partir da década de 70. Segundo suas pesquisas, algumas ocorrências obedeceram a um padrão recorrente, independente de crenças e aspectos culturais.

  1. Visualização do próprio corpo e do ambiente ao redor;
  2. Encontro com entes familiares já mortos;
  3. Visão de um ser de luz, que transmite paz e amor;
  4. Passagem através de um túnel, com uma luz brilhante no final;
  5. Recapitulação de cenas da vida em alta velocidade.

O resultado desse estudo confirma um outro realizado no final do século de 19. Realizado por Gabriel Delanne, onde as informações sobre a morte são obtidas por via “mediúnica” entrevistando “espíritos”. Ha um alto grau de correspondência entre um e outro estudo apesar da diferença das formas de investigação. Atualmente outros pesquisadores utilizando regressão de memória a vidas passadas, também chegaram a resultados bastante aproximados do estudo do Dr. Raymood. A diferença destes dois últimos e o primeiro é evidentemente quanto ao desfecho, uma vez que neste o sujeito não completa o processo de morte. Outra linha de pesquisa semelhante são os casos de “aparições” no leito de morte com um grande numero de casos relatados.

F) Psicanálise / Terapia de Vidas Passadas

Também a partir da década de 70 alguns psicólogos, psiquiatras e psicanalista começaram a experimentar a Regressão de Memória a vidas passadas, como ferramenta para tratamento psicológico contra males psíquicos. Pode-se ressaltar Dra. Edith Fiori, Dra. Hellen Wambach, e mais recentemente Dr. Brian Weiss e Dr. Raymood Jr. passaram a incluir a TVP no seu modelo de tratamento. Essa terapia tem obtido excelentes resultados, a despeito da crença ou descrença na reencarnação seja do paciente ou do psicoterapeuta. Muitos pacientes apresentaram melhora surpreendente (às vezes numa única seção de regressão), mesmo que antes tenham feito meses de terapia convencional. O fato de ver (ou rever) as cenas que ‘presumidamente’ deram origem aos problemas elimina os sintomas reclamados.

Considerações Finais

“Pensamos que a investigação da existência do campo biomagnetico (CBM) seria, o primeiro passo no sentido de confirmar ou REFUTAR a hipótese do MOB. Poderíamos aprender a detectá-lo e a medi-lo, usando os próprios meios biológicos como, por exemplo, culturas bacterianas que, devidamente padronizadas se prestassem para isso. Uma primeira pista já esta franqueada, pois os campos magnéticos estáticos exercem influencia no desenvolvimento de bactérias, ratos, tumores… conforme já se verificou pelos trabalhos da “Biomagnetic Research Foundation”.

Poderá parecer sem sentido estabelecer correlação entre os fenômenos paranormais e os fenômenos biomagnetcos. Todavia, se analisarmos cuidadosamente as características dos fatos paranormais, veremos que suas leis não puderam ate agora, serem enquadradas nos esquema das leis que regem os fenômenos ditos normais.

Sendo a funcao-PSI típica da mente, e se esra se relaciona com determinada organização material (nosso sistema nervoso), talvez sua estrutura se prolongue para alem do espaço físico, operando em outro tipo de espaço de onde partiriam as causas eficientes dos fenômenos paranormais. Esse prolongamento mental poderia encontra-se no MOB. Seu meio de interação com a mateira física seria o campo-biomagnetico (CBM).Hernani Andrade, A mateira PSI.

O MOB – Como Teoria

Penso ter demonstrado suficientemente o argumento que a Teoria do MOB seja verdadeiramente uma TEORIA CIENTIFICA. Os fatos e pesquisas que aqui apresentei são suficientes em número e qualidade pra que seja respeitada. O preconceito por ser uma teoria que “pareça” ser mística / religiosa não deve ser entrave para que seja avaliada como uma outra qualquer. E caso seja uma teoria falsa, que seja refutada. Mas, não pode ser descartada a priori, pois isso não seria cientifico. Da minha parte, procuro desenvolver experimentos que possibilitem testar a teoria, atualmente estou trabalhando com o fenômeno de regressão de memória a vidas passadas, e daqui a alguns anos pretendo pesquisar a questão das comprovações das comunicações mediúnicas, já que tenho acesso a meios apropriados.

Falando claramente, para que não fiquem suspeitas de “objetivos secretos” da minha colocação: O que proponho (como hipótese de trabalho) é que o MOB, constituído pela mateira PSI da Teoria do Hernani e que é o mesmo perispírito de Kardec, E´ o agente tanto dos fenômenos PSI quanto dos fenômenos chamados espiritas ou mediunicos. Antes das “provas”, gostaria de apresentar um resumo dos princípios teóricos dessa teoria. Para isso vou escolher o método de Lakatos, por que eh o que melhor se presta a esse serviço.

Capítulo 15 – Psicanálise e TVP

Uma avaliação

Nesse trabalho não temos por objetivo, estudar detalhadamente a TVP (Terapia de Vidas Passadas), está inclusive nos nossos planos uma incursão nessa área em um outro momento. No entanto é imprescindível que quem interesse pela teoria e principalmente pela prática de regressão um conhecimento razoável sobre essa área, uma vez que estará em contato direto com a psique dos indivíduos. Compararemos então de forma superficial a TVP com a Psicanálise.

A rigor a regressão de memória pouco tem a ver com a Psicanálise como foi concebida por Sigmund Freud (1856 – 1939 ) que foi baseada muito mais na interpretação dos sonhos e outras análises subjetivas. Quando muito os psicanalistas modernos utilizam a hipnose para fazer com que os pacientes relembrem de algumas experiências traumáticas ocorridos na infância. Paradoxalmente, Freud, que revolucionou o tratamento das doenças mentais, chamadas até então de nervosas, e passou-lhes a considerar um problema da psiquê (alma em grego), até o fim dos seus dias foi um materialista convicto. Foi também um dos primeiros a entender o psiquismo dividido em consciente e inconsciente.

A base de sua doutrina:

Interpretação dos sonhos; O Ego, Id e Super-ego; Complexos sexuais (Electra, Édipo, etc); Instinto; Sexualidade Infantil; Inconsciente; Neurose; Ab-reação; e Traumas.

O principal problema com essa doutrina é a questão do Pansexualismo e o da sexualidade infantil, onde na sua ótica tudo gira em redor do sexo e de uma forma exagerada, onde todos os problemas tem que ser assim explicados.

O primeiro aspecto positivo do pensamento de Freud é, pois, o da ênfase psicológica nos problemas emocionais do ser humano, em contraste com as abordagens mecanicistas, biológicas, e orgânicas. É válido o seu conceito de inconsciente como depósito de emoção, desejo e memória que permanece, em geral, velado para nós.

No entanto algumas reformulações são necessárias. No conceito de inconsciente, por exemplo, falta um elemento vital ao seu entendimento: o das vidas sucessivas. E às usuais definições de regressão, fixação, repressão e trauma; adicionar responsabilidade pessoal, perdão, amor e imortalidade.

Um Novo Modelo Clínico

Não é difícil observar-se que a psiquiatria e psicologia mostram-se mais à vontade nesse início de milênio com o conceito de reencarnação, que aos poucos vai se integrando às práticas de consultório, introduzindo sutis modificações no modelo clínico básico até agora adotado. Contudo, este conceito, uma vez absorvido nas estruturas do novo modelo, provocará profundas reformulações, porque ela não constitui aspecto isolado da problemática do ser. Teria que ser levado em conta toda a estrutura apresentada nesse estudo e algumas outras contidas na doutrina espírita, sem no entanto querer dizer que o terapeuta tenha que pertencer ao movimento espírita.

  • O ser humano desenvolve-se ao longo de lento processo evolutivo, durante o qual vai se tornando cada vez mais consciente de si mesmo e do universo que o cerca.
  • Conhecimento e moral seguem esse processo evolutivo autônomos entre si, em paralelo, mas não no mesmo ritmo nem ao mesmo tempo.
  • A dor seja física ou moral, é indício de conflitos emocionais, mais ou menos sérios e resulta de atos cometidos em prejuízo alheio (ou próprio).
  • Os conceitos estímulo / reflexo / condicionamento corresponderia a erro/sofrimento/ correção sem muitas adaptações.
  • Da mesma forma somos estimulados a desenvolver certos aspectos éticos, ante o estímulo do prazer na sua mais elevada e pura conotação – a da paz espiritual.
  • As experiências de regressão de memória demonstram que há um encadeamento lógico na seqüência das diversas existências, após estágio mais ou menos longo no mundo espiritual.
  • Elas revelam também, a existência de um componente ético conjugado com um severo mecanismo de responsabilidade pessoal, a lei de ação e reação (Carma).

Instrumento Terapêutico

A regressão para fins terapêuticos deve considerar no seu modelo clínico não apenas o aspecto mnemônico, mas também e principalmente, o ético. Ou seja, não basta desentranhar a lembrança do erro cometido das profundezas do inconsciente, é preciso trabalhar os conflitos e fazer com que o paciente compreenda que as leis cósmicas exigem a reparação do equivoco ou a reposição da ordem perturbada. O paciente precisa entender que deve promover em si mesmo as mudanças de comportamento (reforma íntima) que, por sua vez desencadeiam o processo de cura ou reajuste. Do que se conclui que o trabalho do profissional de saúde mental tem seu inevitável componente doutrinário, aconselhador, harmonizador. A regressão facilita o processo e lhe confere confiabilidade, porque o paciente é atraído precisamente pelos episódios que tenham a ver com os seus conflitos do presente, mesmo que uma época muito remota. Uma vez identificado a causa do problema, recorre-se ao diálogo, o debate, a doutrinação, no sentido de racionalizar o trauma. No caso de Identificado o ódio por alguém no passado como sendo a causa de um trauma, a solução não é tão somente “assumir” esse ódio. Necessário faz-se identificá-lo, admití-lo, racionalizá-lo e principalmente a reconciliação e harmonização com a pessoa odiada num contexto de compreensão, tolerância e até perdão.

O esquema que estamos propondo incorporar à tecnologia terapêutica não é uma receita mística para elaboração de uma panacéia universal que cure desde o mau-olhado até a apendicite.A regressão de memória é apenas instrumento de busca e identificação dos núcleos traumáticos situados no inconsciente, não uma terapia por si e em si mesmo. Sendo assim deve ser utilizada como instrumento terapêutico por profissionais da área de saúde mental com a devida formação acadêmica e jamais deve ser utilizada por mera curiosidade.

TVP – A Terapia de Vivências Passadas

No nosso entender a TVP representa uma ruptura com a escola tradicional de psicanálise e que utiliza a regressão como principal instrumento terapêutico, no entanto estará incorrendo em grave erro, se não seguir a estrutura proposta nesse trabalho. Para os que estudam com atenção as estruturas da doutrina dos espíritos e observam na dinâmica dos fenômenos psíquicos, é difícil de entender como possa alguém, dedicar-se ao tratamento de distúrbios mentais, sem sólidos conhecimentos dos mecanismos espirituais.

Anexo 1 – Método Prático de Regressão em Grupo

Indução por relaxamento/indução hipnótica

1. Preparação:

  • Observar as condições preliminares já citadas anteriormente.
  • Iniciar a prática com alguns esclarecimentos sobre a técnica que será usada (falar sinteticamente de todo o processo que se seguirá) e sobre os resultados esperados.
  • Tenho trabalhado com uma turma de 15 pessoas, mas esse número poderá ser maior caso haja mais pessoas para ajudar em caso de algum imprevisto.
  • É Recomendada a realização de algumas seções (de aproximadamente 60 minutos cada) de preparação para visualizações de imagens, como sugestão, cito a técnica do caminho e uma regressão na vida presente (na fase infanto-juvenil), neste caso sugerir a lembrança de momentos agradáveis como festas, passeis, jogos, etc.

2. Relaxamento:

  • Tem dado um bom resultado, antes de provocar o transe, fazer leves exercícios físicos de relaxamento com movimentos no pescoço, ombros, cintura e membros por aproximadamente 5 minutos. Isso descontrai física e mentalmente o grupo.
  • Não esquecer de minimizar o risco de interrupções (portas, celulares, etc.).
  • Lembrar de colocar uma música instrumental suave ao fundo de estilo oriental ou “nova era”.
  • Todos devem estar confortavelmente acomodados sem nada nas mãos e de preferencia descalços.

3. Indução ao transe:

3.1 FASE 1 – Iniciar o monólogo de uma forma calma, monótona, pausada e firme. (5 minutos)

  • A partir de agora, gostaria (Começar sem parecer estar ordenando e aos poucos tomar uma postura mais imperativa) que mantivéssemos (usar o plural) os olhos fechados e a sua atenção para as minhas palavras. Pausa 3seg.
  • Vamos interiorizar o pensamento, e vamos por alguns instantes concentrarmos somente na respiração. Respire (a partir daqui usar o singular) lentamente e profundamente, observe atentamente todo o movimento da respiração. Dessa forma você começa a sentir-se bem relaxado. Pausa 30seg.
  • Pois muito bem… Mantenha os olhos fechados e imagine que você possui mãos invisíveis e com elas massajará todas as partes do nosso corpo; Quero que utilize o seu poder de imaginação mental e visualize um quadro branco e nele veja o número 10.

FASE 2 – Relaxamento: (10 minutos)

  • Visualize o número 10… e com as suas mãos invisíveis massageie os seus pés; sinta os músculos sendo massageados e ficando bem soltos, relaxados, sinta a massagem por todo o pé, entre os dedos, e a partir daqui deixe-os assim o mais relaxado possível.
  • Visualize o número 9… e com suas mãos invisíveis massageie suas pernas e joelhos, fique bem relaxado.
  • Visualize o número 8... massageie suas coxas e quadris. Concentre a atenção nesses músculos e sinta-os relaxarem completamente.
  • Visualize o número 7… massageie suas mãos e seus braços. Sinta como eles estão relaxados e ficando cada vez mais insensíveis.
  • Visualize o número 6… massageie agora os ombros e os músculos do pescoço. Os músculos se afrouxam e permitem que você fique ainda mais relaxado, leve e muito tranqüilo.
  • Visualize o número 5… massageie as costas e sinta sua coluna relaxar, sinta um bem estar enquanto você libera as tensões musculares e nervosas dessa região lhe deixando tranqüilo para continuar com o relaxamento.
  • Visualize o número 4… massageie agora a região do peito, os músculos do abdômen e envolva nessa energia os órgãos internos… isso fará com que se sinta ainda mais relaxado.
  • Visualize o número 3…Use as sua mãos invisíveis para massagear suavemente a cabeça, especialmente o couro cabeludo e a nuca. Relaxe, relaxe… relaxe.
  • Visualize o número 2…massageie suavemente os músculos da face e da testa, você se sente cada vez mais tranqüilo, em paz e muito relaxado. Relaxe profundamente e Mantenha atenção nas minhas palavras.
  • Visualize o número 1… massageie agora as narinas, e sinta ar da respiração entrando pela faringe, garganta, e indo até os pulmões, sinta prazer em sentir sua respiração..! Respire lentamente e profundamente. Isso lhe deixará em estado profundo de relaxamento. Relaxe, relaxe.
  • Visualize o número 0... Você esta agora totalmente relaxado, e com uma enorme sensação de paz e tranqüilidade. Quero que mantenha esse estado de relaxamento até o final da nossa experiência e que fique muito tranqüilo e confiante.
  • Agora, imagine que você está dentro de um espaçoso e confortável elevador; nele há uma suave luz azulada. (Pausa)
  • elevador começa a movimentar-se muito lentamente…você continua inteiramente relaxado e concentrado plenamente na minha voz. O elevador continua se movimentando e quando eu contar até 3, o elevador irá parar e a porta irá se abrir e você verá uma cena de um momento de uma vida passada. Mantenha-se tranqüilo e relaxado. Nessa experiência você poderá sentir as emoções que acompanham as lembranças, se isso acontecer fique confiante que elas não lhe causarão nenhum mal. Você já passou por elas antes e sabe que está seguro, e permanecerá tranqüilo e relaxado até o final da experiência.

FASE 3 – Exploração da vida passada

  • Então, quando contar até 3, o elevador irar parar e abrir a porta, então você verá uma cena de uma vida anterior… 1.. ( 2 seg)… 2 (2 seg) e 3. Veja a cena.
  • Calmamente observe a cena que está visualizando ou começando a se formar (3 seg)…Simplesmente observe. (3 seg).
  • Tente olhar para os seus pés…Veja se esta usando algum calçado… Olhe para o chão em volta dos pés. (2 seg).
  • Observe calmamente as suas vestes… A sua aparência, como você se vê?.. (3 seg)
  • Agora, observe novamente a cena, procure lembrar o que ela representa, o que está acontecendo? (10 seg)
  • Observe se há outras pessoas nessa cena,… Se há, o que estão usando?… E quem são elas? (10 seg)
  • Veja como é esse lugar que você está vendo…Há algum tipo de construção?… Como é a geografia desse lugar?
  • Continue relaxado… Observando e lembrando de como era essa sua vida passada. Caso não saiba responder a alguma pergunta, espere calmamente pelas próximas perguntas…
  • Lembre de como era e como vivia sua família… (5seg)… E como era o local que morava… (5 seg)… Você se consideraria rico ou pobre?
  • Qual era a sua ocupação… .. Trabalhava? Estudava? Cuidava da casa? (10 seg)
  • Qual era a sua crença, ou religião? (5 seg)
  • Procure lembrar do seu nome…Caso não lembre tente ouvir como alguém lhe chama. (10 seg)
  • Lembre o nome do lugar ou País que vive nessa vida passada (5 seg).
  • Qual o nome do governante desse lugar ou País? (5 seg)
  • Agora, quero que lembre o ano em que passa essa cena? (5 seg).
  • Sinta-se bastante relaxado e tranqüilo e veja agora outro momento dessa mesma vida e fique bem a vontade de observar sem ter que responder as minhas perguntas… Por alguns minutos… Observe! ( 5 min. )

FASE 4 – Final

  • Agora, você voltará para o elevador do início. Lembre que isso foram lembranças de uma vida passada e que essas lembranças devem fazer você compreender melhor a sua vida presente. Sinta a luz azul tranqüilizante que lhe dará ainda mais energias e manterá todas as lembranças aqui vivenciadas.
  • O elevador começa a se movimentar lentamente e o trará para a vida presente. E quando eu contar até 3, o elevador parará e estará de volta ao presente e desperto. 1 – 2 – 3 . Acorde. (Pedir que acordem sem pressa).

Anexo 2 – Técnica do Caminho

Essa técnica utiliza visualizações através de símbolos que se alega representar algumas questões referentes ao momento presente da vida do participante e os seus relacionamentos. Pessoalmente não sei a origem desses símbolos, mas na prática tem demonstrado um alto grau de “coincidências”; e como o objetivo principal é apenas um treinamento quanto ao estado de transe e visualizações mentais é interessante que seja praticado nas primeiras seções antes das regressões propriamente ditas.

Tabela de símbolos e sua significação:

O Caminho à A Situação atual da vida

O Galho à Os Problemas

A Chave à Os Projetos

O Vaso à A Família

O Animal à O Parceiro

O Lago à A sexualidade

O Muro à A Morte

  1. Explicar os procedimentos que se seguirão, sem, no entanto falar dos símbolos; dizer: “veremos alguns objetos no caminho que representa a nossa vida e se desejarem podem fazer algo com os objetos”
  2. Iniciar com o relaxamento hipnótico, conforme as fases 1 e 2 do anexo I , de uma forma simplificada.
  3. Depois de atingir a fase de relaxamento, sugerir que eles vejam um caminho, um caminho que simboliza a nossa vida. (Pausa 10seg)
  4. Pedir para ir caminhando nesse caminho e a seguir sugerindo a visão dos objetos, sempre intercalando uma pausa de pelo menos uns 10 segundos entre um e outro.
  5. Para finalizar sugira a visão de um jardim aconchegante, e transmita sugestões de paz e tranqüilidade em quanto os induz ao despertar final.
  6. Após alguns minutos de recuperação da normalidade, formar um grupo e ouvir atentamente cada pessoa sobre o que vivenciou. Em seguida revelar a chave dos símbolos e fazer alguns comentários necessários.

Anexo 3 – Estudo sobre Lakatos

Neste artigo são apresentadas anotações sobre os modernos conceitos de ciência. Ainda aqui os artigos do filosofo Silvio Chibeni me servem de roteiro de estudos, a destacarem-se para esta parte dos estudos os artigos “Concepções de Ciência”. No seu trabalho intitulado Concepções de Ciência o filosofo Chibeni oferece-nos de maneira clara e didática os modernos conceitos de Ciência, os quais cito abaixo:

“Do que vimos sobre as limitações das concepções indutivista e falseacionista de ciência, transparece que representam as teorias cientificas e suas relações com a experiência de modo demasiadamente simples e fragmentário. A inspeção da natureza, gênese e desenvolvimento das teorias cientificas reais evidencia que devem ser consideradas como “estruturas” complexas e dinâmicas, que nascem e se elaboram gradativamente, em um processo de influenciação reciproca com a experiência, bem como com outras teorias. Essa visão da ciência e ainda suportada por argumentos de ordem filosófica e metodológica.

Se for verdade que as teorias cientificas devem apoiar-se na experiência – embora não dos modos descritos pelo indutivismo e pelo falseacionismo -, residindo mesmo nela a sua principal raison d’etre, não e menos verdade que a busca, condução, classificação e analise dos dados empíricos requer diretrizes teóricas.”

(Obs: raison d’etre = razão de ser).

“Alem disso, a própria malha conceitual através da qual formulamos nossas idéias e experiências sensoriais constitui-se ao menos parcialmente pela atuação de nosso intelecto. No caso especifico dos conceitos abstratos da ciência, o exame de sua criação e evolução mostra que surgem tipicamente como idéias vagas, só adquirindo significado gradualmente mais preciso na medida em que as teorias em que comparecem se estruturam, embasam e ganham coerência.

Por fim, em contraste com o que propões a visão indutivista (e talvez também a falseacionista), as teorias cientificas não consistem de meros aglomerados de leis gerais. Devem incorporar ainda regras metodológicas que disciplinem a absorção de impactos empíricos desfavoráveis, e norteiem as pesquisas futuras com vistas ao seu aperfeiçoamento.”

Neste ponto o filosofo Silvio Chibeni, em seu trabalho “Concepções de Ciência”, após apresentar as razoes da falsidade dos conceitos antigos de ciência, inicia a apresentação das modernas concepções de ciência, que ganharam forca e consistência na segunda metade deste século XX:

“O filosofo Imre Lakatos sistematizou de maneira interessante as características da ciência que vimos discutindo, introduzindo a noção de “programa cientifico de pesquisa”. Iniciaremos nossa breve

e simplificada exposição das idéias centrais de Lakatos recorrendo a este parágrafo do citado livro de Chalmers (CHALMERS, A.F. What is this Thing called Science? St. Lucia, University of Queensland

Press, 1976, p. 76):

Um “programa de pesquisa” lakatosiano e uma estrutura que fornece um guia para futuras pesquisas, tanto de uma maneira positiva, como negativa. A “heurística negativa” de um programa envolve a estipulação de que as assunções básicas subjacentes ao programa, que formam o seu “núcleo rígido”, não devem ser rejeitadas ou modificadas. Esse núcleo rígido e resguardado contra falseações por um “cinturão protetor” de hipóteses auxiliares, condições iniciais, etc. A “heurística positiva” constitui-se de prescrições não muito precisas que indicam como o programa deve ser desenvolvido… Os programas de pesquisa são considerados “progressivos” ou “degenerastes”, conforme tenham sucesso, ou persistentemente fracassem, em levar a descoberta de novos fenômenos.

O núcleo rígido (hard core) de um programa e aquilo que essencialmente o identifica e caracteriza, constituindo-se de uma ou mais hipóteses teóricas. Eis alguns exemplos. O núcleo rígido da cosmologia aristotélica inclui, entre outras, as hipóteses da finitude e esfericidade do Universo, a impossibilidade do vazio, os movimentos naturais, a incorruptibilidade dos céus. O núcleo da astronomia copernicana consiste das assunções de que a Terra gira sobre si mesma em um dia e em torno do Sol em um ano, e de que os demais planetas também orbitam o Sol. O da mecânica newtoniana é formado das três leis dinâmicas e da lei da gravitação universal. O da teoria especial da relatividade é o principio da relatividade e a constância da velocidade da luz; o da teoria da evolução de Darwin-Wallace, o mecanismo da seleção natural.

Por “uma decisão metodológica de seus protagonistas” (Lakatos 1970, p. 133), o núcleo rígido de um programa de pesquisa e “decretado” não-refutável. Possíveis discrepâncias com os resultados empíricos, são eliminadas pela modificação das hipóteses do cinturão protetor.

Essa regra e’ a heurística negativa do programa, e tem a função de limitar, metodologicamente, a incerteza quanto a parte da teoria atingida pelas “falseações”. Recomendando-nos direcionar as “refutações” para as hipóteses não-essenciais da teoria, a heurística negativa representa uma regra de tolerância, que visa a dar uma chance para os princípios fundamentais do núcleo mostrarem a sua potencialidade. O testemunho da historia da ciência parece de fato corroborar essa regra, como vimos nos exemplos que demos acima. Uma certa dose de obstinação parece ter sido essencial para salvar nossas melhores teorias cientificas dos abundantes problemas de ajuste empírico que apresentavam quando de seu nascimento.

Lakatos reconhece, porem, que essa atitude conservadora tem seus limites. Quando o programa como um todo se mostra sistematicamente incapaz de dar conta de fatos importantes, e de levar a predição de novos fenômenos (i.e., torna-se “degeneraste”), deve ceder lugar a um programa mais adequado, “progressivo”. Como uma questão de fato histórico nota-se que um programa nunca e abandonado antes que um substituto melhor esteja disponível.

A heurística positiva de um programa é mais vaga e difícil de caracterizar que a heurística negativa. Segundo Lakatos, ela consiste “de um conjunto parcialmente articulado de sugestões ou idéias de como mudar ou desenvolver as ‘variantes refutáveis’ do programa de pesquisa, de como modificar, sofisticar, o cinturão protetor ‘refutável’.” (op. cit. p. 135) No caso da astronomia

Copernicana, por exemplo, a heurística positiva indicava claramente a necessidade do desenvolvimento de uma mecânica adequada a hipótese da Terra móvel, bem como de novos instrumentos de observação astronômica, capazes de detectar as previstas variações no tamanho aparente dos planetas e as fases de Vênus, por exemplo. Assim, o telescópio foi construído algumas décadas após a morte de Copernico pelo seu ardente defensor, Galileo, que também principiou a criação da nova mecânica. Esta, a seu turno, uma vez concebida por Newton, apontou para um imenso campo aberto, no qual se deveria buscar uma nova matemática, medidas das dimensões da Terra, aparelhos para a detecção da forca gravitacional entre pequenos objetos, etc.”

Como podemos notar da citação acima, os modernos conceitos de ciência, mais realistas, deixam transparecer o caráter claramente humano da ciência, que passa a ser enato vista como um fruto das convicções de um grupo social (que “decreta” que o núcleo rígido de seu programa de pesquisa e’ nao-refutavel), com todo o seu conteúdo de crenças e des-crencas e, portanto, de subjetivismo. Enfim, assume-se claramente a realidade de que não existe um método “objetivo e seguro” de se fazer ciência.

Continuando a citar Chibeni:

“A concepção lakatosiana de ciência envolve um novo critério de demarcação entre ciência e nao-ciencia. Lembremos que o critério indutivista considerava cientificas somente as teorias provadas empiricamente. Tal critério e, como vimos, forte demais: não haveria, segundo ele, nenhuma teoria genuinamente cientifica, pois todo conhecimento do mundo exterior e falível. Também o critério falseacionista, segundo o qual só são cientificas as teorias refutáveis, elimina demais: como nenhuma teoria pode ser rigorosamente falseada, nenhuma poderia classificar-se como cientifica.

O critério de demarcação proposto por Lakatos, por outro lado, adequadamente situa no campo cientifico algumas das teorias unanimemente tidas como cientificas, como as grandes teorias da física. Esse critério funda-se em duas exigências principais: uma teoria deve, para ser cientifica, estar imersa em um programa de pesquisa, e este programa deve ser progressivo. Deixemos a Lakatos a palavra (1970, pp. 175-6):

Pode-se compreender muito pouco do desenvolvimento da ciência quando nosso paradigma de uma porção de conhecimento cientifico e uma teoria isolada, como ‘Todo cisne e branco’, solta no ar, sem estar imersa em um grande programa de pesquisa. “Minha abordagem implica um novo critério de demarcação entre ‘ciência madura’, que consiste de programas de pesquisa, e ‘ciência imatura’, que consiste de uma colcha de retalhos de tentativas e erros …”

“A ciência madura consiste de programas de pesquisa nos quais são antecipados não apenas fatos novos, mas também novas teorias auxiliares; a ciência madura possui ‘poder heurístico’, em contraste com os processos banais de tentativa e erro.” Lembremos que na heurística positiva de um programa vigoroso ha, desde o inicio, um esboço geral de como construir os cinturões protetores: esse poder heurístico gera “a autonomia da ciência teórica”.

Essa “exigência de crescimento continuo” [progressividade do programa] e minha reconstrução racional da exigência amplamente reconhecida de ‘unidade’ ou ‘beleza’ da ciência. Ela põe a descoberto a fraqueza de “dois” tipos de teorização aparentemente muito diferentes entre si. Primeiro, evidencia a fraqueza de programas que, como o marxismo ou o freudismo, aso indubitavelmente ‘unificados’, e fornecem um plano geral do tipo de teorias auxiliares que irão utilizar para a absorção de anomalias, mas que invariavelmente criam suas teorias na esteira dos fatos, sem ao mesmo tempo anteciparem fatos novos. (Que fatos novos o marxismo “previu” desde, digamos, 1917?) Em segundo lugar, ela golpeia seqüências remendadas de ajustes ‘empíricos’ rasteiros e sem imaginação, ato freqüentes, por exemplo, na psicologia social moderna. Tais ajustes podem, com o auxilio das chamadas ‘técnicas estatísticas’, produzir algumas predições ‘novas’, podendo mesmo evocar alguns fragmentos irrelevantes de verdade que encerrem. Semelhantes teorizações, todavia, não possuem nenhuma idéia unificadora, nenhum poder heurístico, nenhuma continuidade. Não indicam nenhum programa de pesquisa, e são, no seu todo, inúteis.”

Fica assim apresentada uma das concepções modernas de ciência, as quais colocam o fazer ciência sob uma perspectiva muito mais realista: fazer ciência e’ uma atividade humana como outra qualquer, e como tal esta’ sujeita `as convicções e julgamentos dos grupos sociais que a realizam. Enfim, volto a frisar, me parece claro que não existe uma maneira segura e objetiva de se extrair conhecimento cientifico a partir dos fatos. A ciência e’ muito mais difícil do que se poderia supor a partir das concepções positivistas, pois tem-se que elaborar teorias cientificas apesar de toda a subjetividade e insegurança intrínsecas ao psiquismo humano.

Apenas para finalizar essa panorâmica teórica, apresento abaixo uma citação do mesmo artigo “Concepções de Ciência” do filosofo Silvio Chibeni em que se definem teoria cientifica construtiva e teoria cientifica fenomenologica.

“Uma distinção importante no estudo epistemologico das teorias cientificas, e que nos será útil no restante deste trabalho, e aquela entre teorias “construtivas” e teorias “fenomenologicas”.

Essa distinção diz respeito a natureza das proposições da teoria, e consequentemente ao tipo de explicação que fornecem para os fenômenos.

TEORIAS FENOMENOLÓGICAS.

Classificam-se como tais as teorias cujas proposições se refiram “exclusivamente” a propriedades e relações empiricamente acessíveis entre os fenômenos. (“Fenômeno”: aquilo que aparece aos sentidos.) Essas proposições descrevem, conectam e integram os fenômenos, permitindo a dedução de conseqüências empiricamente observáveis. Exemplos importantes de teorias fenomenológicas são a termodinâmica, a teoria da relatividade especial e a teoria da seleção natural de Darwin-Wallace.

TEORIAS CONSTRUTIVAS.

Em contraste com as teorias fenomenológicas, as teorias construtivas envolvem proposições referentes a entidades e processos inacessíveis a observação direta, que sao postulados com o objetivo de explicar os fenômenos através de sua “construção” a partir dessa suposta estrutura fundamental subjacente. Exemplos característicos desse tipo de teoria aso a mecânica quântica, a mecânica estatística, o eletromagnetismo, a genética molecular e grande parte das teorias químicas.

E importante observar que essas duas categorias de teoria “não” são conflitantes, no sentido de que é possível que um mesmo conjunto de fenômenos seja tratado por duas teorias: Uma fenomenológica e outra construtiva; nesse caso, a ultima vai além da primeira no nível explicativo, desse modo complementando-a. Há de tal situação um exemplo notável na física, que e a coexistência da termodinâmica com a mecânica estatística.”

Anexo 5 – Formulários Para Pesquisa da Última Vida

FORMULÁRIO 1 – Dados da vida atual

Nome : __________________________________________________________

Data de Nascimento: ________ Local de Nascimento: ___________ Sexo : ___

Filiação: _________________________________________________________________

Endereço: _________________________________________________________________

Cidade:____________________________ Estado: _____________________

Formação escolar : _________________________________________________

Profissão atual: ___________________________________________________

Habilidades Artísticas ou Artesanais: ________________________________

_________________________________________________________________

Fobias: _________________________________________________________________

Problemas psicológicos ou físicos: ____________________________________

_________________________________________________________________

Outros Comentários : _______________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Já teve experiências com hipnose/meditação antes ? [ ] Sim [ ] Não

Tem facilidade para visualização de imagens mentais? [ ] Sim [ ] Não [ ] Pouca

Já teve experiência de Regressão de Memória ? [ ] Sim [ ] Não

Acredita em REENCARNAÇÃO? [ ] Plenamente [ ] Sim, mas tenho dúvida

[ ] Não acredito

FÓRMULÁRIO 2 – Lembrança de Vida Anterior

Época: ___________________________________________________________

Nome: _______________________________________________ Sexo: ______

Filiação:__________________________________________________________

Local (País, Cidade, Endereço):_______________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Cidade e Data de Nascimento:________________________________________

Governante: _________________________________________________________________

Formação Escolar : _________________________________________________

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Data da Regressão : __________________________

Anexo 6 – Reencarnação e Biologia

Reencarnação e Biologia. Uma Contribuição para o Etiology de Marcas de nascença e Defeitos de Nascimento é um livro a muito esperado. Quando se abre os dois grandes volumes de 2268 páginas, fica evidente por que esperamos tão grande tempo. Leitores podem experimentar uma mistura de temor e desespero quando enfrentam com mais de 2200 páginas. Afortunadamente, Praeger também publicou um volume pequeno Onde Reencarnação e Biologia Cruzam, o qual Stevenson escreveu para satisfazer as necessidades de leitores que desejam entender o conteúdo essencial do trabalho maior sem se aborrecer em cima de detalhes. Este volume resume os achados, os argumentos, e as conclusões do trabalho maior. Ambos os trabalhos, a Reencarnação de dois-volume e Biologia. Uma Contribuição para o Etiology de Marcas de nascença e defeitos de Nascimento Onde Reencarnação e Biologia Cruzam, contêm 26 capítulos e levam os mesmos títulos em ambos os trabalhos.

Emergiu gradualmente que casos da reencarnação (CORT) não só é caracterizado por recordações de alegadas prévia vida de crianças jovens, mas também por um padrão de outras características. Provavelmente mais inesperado é que às vezes são achados marcas de nascença e defeitos de nascimento que é relacionado ao modo de morte de uma pessoa falecida sobre de quem vida que a criança-sujeito pode fazer para algumas declarações corretas, e quem a criança pode reivindicar ter estado em uma vida prévia. Stevenson expressou a visão que estas marcas de nascença e defeitos de nascimento são o aspecto mais impressionante do multi-faceted CORT. Agora ele nos dá a evidência – mais de 200 casos – quase tudo investigados pessoalmente pelo próprio Stevenson.

Esta é uma monografia médica escrita com a eficácia, claridade, e consideração que são características de Stevenson. Há documentação extensa de cada caso e inclui numerosas fotografias, mesas, notas de rodapé e referências, e índices de casos e nomes. Para nos ajudar a entender o fundo cultural e histórico para alguns dos casos, Stevenson iguala presentes pequenas revisões da recente história de dois países (a Turquia e Birmânia) onde foram achados muitas marca de nascença e casos de defeitos de nascimento.

O primeiro capítulo dá uma avaliação dos achados básicos relativo a CORT. O segundo capítulo, ” Completas mudanças que correspondem a imagens mentais na pessoa afetada, ” descreve numerosos casos da literatura médica que mostra vários vínculos entre imagens mentais e completas funções, como stigmata, modificação hipnótica de uma variedade de funções, e algum raros efeitos que foram observados para acontecer quando as pessoas revivem recordações de muito intenso dano físico ou trauma. Este é o exame mais extenso de seu tipo conhecido ao revisor, e é uma avaliação histórica excelente.

Stevenson discute que há fatores comuns que estão por baixo da ocorrência de mudanças físicas que correspondem a imagens mentais. Principalmente, eles são violência e dano físico juntados com atenção concentrada e impressionabilidade (absorção) no assunto. Um fator adicional é o reatividade dos tecidos da pele que pode resultar na formação de cicatrizes ou dermographisms. Stevenson apresenta uma fórmula para a ocorrência destas ocorrências; a CA DI PF CS. CA representa Atenção Se concentrada ou Absorção, DI para Duração da Imagem, PF para os Fatores Fisiológicos e CS para o resultante Mudança na Pele. Alguns destes efeitos fisiológicos também são anômalos na sensação que eles não correspondem a configurações conhecidas de nervos ou vasilhas de sangue da pele.

O próximo capítulo, ” mostra mudanças que correspondem às imagens mentais de outra pessoa, ” revisões a literatura em impressões telepáticas espontâneas e experiências nas quais um efeito físico localizado em uma pessoa corresponde a uma imagem mental em outro. Menos famoso é casos de impressões maternas que freqüentemente foram publicadas conduzindo diários médicos nos século 19º e início do 20º. Stevenson achou relatórios de 300 casos que revelam uma correspondência íntima entre uma impressão na mente de uma mulher grávida e o defeitos do bebê dela.

Os primeiros três capítulos servem como uma introdução ao assunto principal do trabalho: marcas de nascença e defeitos de nascimento, como eles podem relacionar a CORT. Porém, é uma indicação incompleta para descrever estes três capítulos como uma introdução, embora eles servem ambos como “notar-abridores ” para o material nos capítulos que seguem e como uma base teórica. Aparte de ser revisões excelentes, eles contêm muito material novo. Estes três capítulos só (um total 175 páginas) faria um livro altamente interessante e provocativo saltar para ser lido amplamente e citaria para vir por muito tempo. O Cartel de estudos de Stevenson tem largura notável e é verdadeiramente em âmbito internacional. Ele freqüentemente também se refere a fontes estrangeiras inclusive alemão, francês, e italiano, algo muito raramente achou entre americano (ou até mesmo britânico) os estudiosos. Tal eficácia do cartel de estudos por idiomas e culturas vai longe freqüentemente no passado e é raro.

Os próximos 12 capítulos são dedicados a marcas de nascença como eles são achados na investigação de CORT. Eles são categorizados de acordo com o grau de verificação de um possível vínculo entre uma marca de nascença incomum na pele de um sujeito e feridas correspondentes no corpo de uma pessoa falecida. Tal verificação varia amplamente de caso a caso e outros nada apresentam (embora o caso ainda pode ser de interesse), por apoio de recordações de informadores, para documentação médica.

Um leitor pensativo pode considerar se as marcas de nascença e defeitos de nascimento correspondem por casualidade. De acordo com Stevenson, a pele de um adulto normal -de tamanho incluiria 160 quadra cada 10 grid de centímetros. Localizando a pele marca em tal um grid, ele calcula o odds contra chance de uma única marca de nascença que corresponde em localização com uma única ferida como 1/160. Porém, a explicação de chance está até mesmo menos provável em casos em qual mais que a pessoa feriu e marca de nascença corresponde. Por exemplo, Stevenson tem 18 casos nos quais uma criança reivindica se lembrar de ser atirado por uma bala e tem duas marcas de nascença que são achadas para corresponder a feridas de bala de entrada (pequeno) e saída (maior). Aqui novamente um padrão de partidas de marcas de nascença um padrão de feridas. Na opinião de Stevenson estes casos constituem a evidência mais forte. Quando duas marcas de nascença correspondem assim a duas feridas o odds contra aumento de chance para 1/160 x 1/160, ou 1/25000.

Um caso extremo era Necip Ünlütaskiran de Turquia que teve sete marcas de nascença seis de que corresponderam a feridas descreveu em um documento médico. Aqui o odds contra coincidência de chance ficam verdadeiramente astronômicos. Além disso, a reivindicação de Necip que ele tinha apunhalado a esposa dele de uma vida prévia na perna, com uma cicatriz de resultante, foi verificado quando ela foi identificada.

Na Predição de capítulo ” de Marcas de nascença ” Stevenson descreve casos nos quais poderiam ser preditas marcas de nascença. Por exemplo, em um caso turco, uma marca de nascença tinha sido informada a ele. Quando ele aprendeu depois que a morte da personalidade prévia alegada tinha sido causada através de feridas de bala, ele predisse uma segunda marca de nascença, devolveu ao sujeito e achou uma segunda marca de nascença que correspondeu à ferida de saída. Tais casos raros e casos de marca de nascença experimentais denominados são extremamente importantes, particularmente porque eles oferecem um pouco para a possibilidade de mudança estes casos além da crítica aplicada à maioria dos casos espontâneos e introduzindo um elemento de controle experimental.

Na coleção de Stevenson há também casos que podem aparecer a muitos leitores para ter só leve ou nenhum evidential estimam, mas que ele acha revelando por uma razão ou outro. Por exemplo, há 21 casos de crianças que fizeram para nenhuma declaração tudo que sobre a personalidade prévia (como também um adicional 7 que fez único ou duas declarações) e que foram identificados somente por adultos em base das marcas de nascença deles/delas que se assemelharam a feridas fatais infligidas em alguém eles souberam ou vieram aprender aproximadamente. De acordo com convicções locais, tal identificação é apoiada freqüentemente alguém tendo tido ” anunciando sonhos ” antes da criança nasceu, uma característica improvável impressionar os leitores Ocidentais.

As marcas de nascença que figuram nos casos de Stevenson também são de interesse porque a maioria deles difere do tipo de marca de nascença que quase todo o mundo tem. Eles são freqüentemente áreas calvas de enrugou, tecido de scarlike, elevou sobre tecidos circunvizinhos ou deprimido relativo a eles; alguns são áreas de pigmentação diminuída. Alguns estão sangrando e estão escoando quando o bebê nasce. Esses que se assemelham a nevi e moles em aparecimento são freqüentemente maiores que nevi ordinário e também freqüentemente acontecem em localizações incomuns. O mesmo pode ser dito para defeitos de nascimento que figuram nos casos. Não só é nascimento trai raro em geral comparou a marcas de nascença, mas muitos desses informaram por Stevenson é tipos que são sumamente raros e em algumas instâncias quase sem igual.

Em alguns casos, são achadas marcas de nascença para emparelhar feridas que foram o resultado de operações cirúrgicas. Um real oddity é o caso de Jacinta Agbo de Nigéria que teve a marca de nascença mais extraordinária Stevenson alguma vez viu. ” Consistiu em uma área, aproximadamente 3 centímetros largo, de tecido de scarlike pálido que estendeu a cabeça inteira dela ao redor ( Onde Reencarnação e Biologia Cruzam, pág. 57).” Depois, uma pessoa foi identificada que em uma disputa tinha sido dado com a cabeça com um clube e tinha sido cosido até presente uma incisão extensa no escalpo. A marca de nascença de ” Jacinta era muito mais largo que a incisão teria sido, e isto é por que eu acredito que correspondeu a um bandagem colocado pelo cirurgião ao redor do hea pág. 58).”

O segundo volume de Reencarnação e Biologia se trata de defeitos de nascimento e outras anomalias como eles podem derivar de vidas prévias. O (visível) defeitos de nascimento são divididos nesses das extremidades, esses da cabeça e beija, esses que envolvem dois ou mais regiões, e esses que envolvem que condições ” de Stevenson trai ” nascimento experimental (as crianças nascido com sinais de marcas que emparelham esses em crianças que foram mutiladas deliberadamente ou caso contrário marcados depois de morte). Geralmente, os casos de defeito de nascimento também são associados com mortes violentas, inclusive assassinatos (algumas mutilações envolvendo e tortura) e acidentes. Stevenson também inclui quatro capítulos que descrevem casos em qual as doenças internas do assunto, anormalidades de pigmentação, e outros aspectos de aparecimento físico e função podem emparelhar esses da pessoa cujo vida que uma criança reivindica se lembrar.

Um capítulo especial discute 42 casos de gêmeos que Stevenson investigou, em qual ou ambas as crianças falam de recordações de vidas prévias. Particularmente interessante é o achado que em 62% dos 34 casos para os quais a informação estava disponível, as duas personalidades prévias tinham morrido ao mesmo tempo ou pelo menos na mesma ocasião. Também havia freqüentemente uma relação pessoal entre as personalidades prévias. Alguns dos gêmeos eram monozygotic e mostraram diferenças consideráveis em comportamento em linha com características das personalidades prévias.

Stevenson reuniu uma quantia volumosa de dados novos, tanto de forma que mim não pode pensar de nada comparável como a publicação de Phantasms do Viver (Gurney, al de et., 1896) que se tornou imediatamente um clássico e influenciou uma era inteira de pesquisa e debate.

A pessoa pode desejar saber como os críticos extremos virão ver este trabalho. Nós podemos conjeturar que eles provavelmente reagirão em muito o mesmo modo como eles fizeram ao Phantasms do Viver,isto é, despedindo o trabalho como uma coleção de casos espontâneos que são investigados depois que eles aconteçam e conseqüentemente são propenso a fraquezas famosas de testemunho. Provavelmente um problema mais sério para se dirigir é as diferenças culturais fortes entre os casos. A incidência informada de marcas de nascença ou defeitos de nascimento grandemente varia entre culturas, e estas diferenças podem ser uma expressão de convicções populares. Parece isso nas culturas das quais estes casos são convicções tiradas, populares encoraja associações entre marcas de nascença incomuns e pessoas que morreram de feridas ou tiveram cicatrizes incomuns ou malformations. Estas convicções poderiam afetar declarações feitas por um assunto quando as pessoas ao redor de him/her desenvolveram expectativas ou convicções que a criança era previamente uma pessoa particular. Estas fraquezas são discutidas por Stevenson. Convicções certamente expectativas de influência e modos de interpretar phenomena. Porém, também é justificável perguntar se as convicções locais surgiram de observações do tipo descritas por Stevenson?

Em alguns sonhos de culturas também é interpretado freqüentemente como um pressentimento da identidade da personalidade de um bebê para nascer. Esta convicção posa um problema e uma armadilha potencial para o investigador, especialmente se ele ou ela vêm aos anos de cena atrás de um caso foi estabelecido na família estendida ou o bairro do assunto.

Os registros volumosos e detalhados de Stevenson de casos que ele categoriza e analisa a duração de vários modos, deveria abrir uma era nova de debate aproximadamente como ou se podem ser unidos atributos físicos a nascimento a pessoas que morreram. Foi aceitado gradualmente que nossa influência de lata estatal psicológica nossa saúde. Stevenson apresenta evidência que um estado psicológico – especialmente próxima morte, e especialmente se a morte é uma violenta-pode influenciar o desenvolvimento de corpos futuros.

Na metodologia das ciências de vida é aceitado amplamente que alguns achados são como vulnerável para preconceitos subjetivos do investigador e como dependente em circunspeção de his/her como esses obtidos no caso de estudos. O trabalho de marca de nascença de Stevenson é ligado para ser desafiado, porque é trabalho sério de grande conseqüência. Argumentos não ajudarão muito. As batalhas significantes só serão lutadas no campo, pelo processo de replication.

A ênfase de Stevenson está em apresentar os dados dele em grande detalhe, mas ele também discute várias explicações e implicações dos dados, como esses para genéticas e para o problema de notar-corpo. Em Onde Biologia e Reencarnação Cruzam que ele conclui:

Ainda dizendo que eu penso que reencarnação é a melhor explicação para muitos casos, eu não reivindico que é a única explicação. Pesquisa adicional pode mostrar que está nem mesmo o melhor. Esta é uma questão sobre a qual minha opinião deveria contar para pequeno. Eu considero minha contribuição como isso de apresentar a evidência tão claramente quanto eu posso. Cada leitor deveria estudar a evidência cuidadosamente-preferentemente na monografia-e então alcança o dele ou a própria conclusão dela (pp. 112-113).

Reencarnação e Biologia e Onde Reencarnação e Biologia Cruzam junto é um trabalho de proporções verdadeiramente sem igual. Eu não li nada como interessante e fascinando por muitos anos. É único e é ligado para se tornar um clássico, definindo um domínio sem igual e difícil. É o trabalho de coroamento de um estudioso verdadeiramente excelente e investigador.

Erlendur Haraldsson Departamento de Psicologia Universidade de Islândia IS-103 Reykjavik, Islândia, (Tradução automática do original em Inglês via Internet).

BIBLIOGRAFIA

  • A Memória e o Tempo, Hermínio C. Miranda, Editora Lacaster
  • Alquimia da Mente, Hermínio C. Miranda, Editora Lacaster
  • Eu Sou Camille Desmoulins, Hermínio C. Miranda / Luciano dos Anjos, Editora Lacaster
  • Manual de Hipnose Médica e Odontológica, Professor Osmard de Andrade
  • O Universo numa Casca de Noz, Stephen Hawking, Editora Mandarim
  • O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Editora FEB
  • O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Editora FEB
  • A Teoria Corpuscular do Espírito, Hernani Guimarães Andrade
  • Novos Rumos da Experimentação Espírtica, Hernani Guimarães Andrade
  • A Matéria PSI, Hernani Guimarães Andrade
  • Vinte Casos que Sugerem Reencarnação, Ian Steveason
  • Reincarnation and Biology, Ian Steveason
  • Investigando Vidas Passadas, Raymood Jr.
  • Recordando Vidas Passadas, Helen Wanbach
  • O Passe, Jacob Melo
  • Memórias de Nefertiti, Mauricio Mendonça

[1] Stephen Hawking

Cientista e físico britânico, famoso por suas teorias e cálculos sobre a origem do universo e dos buracos negros no espaço e por seus estudos na física quântica.Interessante “coincidência” entre dois espíritos que reencarnaram dando continuidade ao trabalho do outro. Stephen Nasceu a exatos 300 anos (19xx) após a morte de Galileu Galilei.

 EGITO

Quando escrevi esse parágrafo ainda não sabia do desenrolar que teria esse caso. Esse foi o ponta pé inicial para a descoberta do caso “Nefertiti” (cerca de um ano depois) citado em outro capítulo e com mais detalhes no livro “Memórias de Nefertiti” escrito por mim.

[4] PISTAS PSÍQUICAS

Como foram essas informações e como pude chegar até o segundo sujeito estarão no anexo do livro “Memórias de Nefertiti” .

[5] Lakatos

Veja mais informações sobre o pensamento filosófico de Lakatos poder ser visto nos Anexo 3.

[6] ENTREVISTA

O anexo 6 sugere modelos de formulários a serem aplicados nessa pesquisa.