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O Fim de um Ciclo Evolutivo

O Fim de um Ciclo Evolutivo

O homem foi criado para viver em sociedade, entretanto, ela as vezes nos
assusta. Vivemos uma onda de violência estarrecedora, parecendo-nos que todas
barreiras morais foram quebradas. Violências, tráfico e uso de drogas, assaltos,
latrocínios, seqüestras, pornografia, exploração de crianças, prostituição,
corrupção e um sem número de delitos maiores ou menores, que assustam ao homem
honesto, trabalhador, cultivador de um pensamento religioso ou ético-moral.

Seria o fim do mundo? Seriam as cornetas do apocalipse, a tocar para reunir o
rebanho humano e lhe dar uma sentença condenatória ou de salvação? Não! É apenas
mais uma etapa evolutiva que parece chegar ao fim, para se iniciar outra.

Qual as vantagens de se viver em sociedade? Não seria melhor o isolamento? É
preciso convir que, embora os animais se comuniquem, somente o homem tem o
raciocínio e a palavra articulada, assim como diferentes meios de comunicação,
que vai da escrita à simbologia e desta à fala gestual. Tudo isso foi
conquistado pelo homem através da evolução e é fácil deduzir que são meios de
comunicação que indicam o seu próprio uso, a vida social, a vida de relação.

Ninguém pode progredir sozinho. Os seres humanos são solidários e
coletivamente progridem com maior facilidade, porque ninguém tem todas as
faculdades, toda capacidade e por isso precisa dos demais.

Ninguém deve isolar-se do mundo para a sua satisfação egoística. Todos temos
a obrigação de contribuir para o progresso geral. Da mesma forma, a pequena
sociedade formada pela família, também tem as suas obrigações morais. Destruir a
família é voltar aos tempos de barbárie, onde os sexos se uniam pelo prazer e
para o instinto de reprodução, da perpetuação da espécie.

O homem pelo corpo participa da natureza dos animais, contudo, ele é um
espírito imortal, que obedece às leis morais que devem nortear a sua vida. Com
outras palavras, além da vida animal, um homem é um ser moral e está destinado a
vencer a atração da matéria e elevar-se espiritualmente.

Voltemos à abertura dessa editorial. Somos uma sociedade com grandes
desníveis sociais. Uma minoria possui quase toda a riqueza, enquanto parte da
maioria tem bastante, e outros nada possuem? Seria pela vontade de Deus? Teria
essa esmagadora maioria usado mal a fortuna e agora estão pagando os seus
débitos? Não! O que acontece é que criamos e mantemos uma sociedade injusta.
Deus permite isso porque temos o livre-arbítrio, e essas são condições de
aprendizado. Aprende o que nada tem, e aprende o que tem muito.

O Livro dos Espíritos nos ensina que não foi Deus o criador das classes
sociais, e sim os homens. Ora, se criamos, cabe a nós corrigir. Como? Dividindo
as riquezas entre todos? Não! Isso nada resolveria. O que é preciso é
fraternidade, solidariedade e uma melhor distribuição dos bens da terra.

Nossa sociedade está doente, sofrendo de uma carência crônica de amor. Não
somos subdesenvolvidos e sim sub-amantes da vida. Não amamos o bastante para
sermos solidários e enquanto essa situação persistir, teremos mendigos,
famintos, drogados, traficantes, corruptos, sonegadores de impostos, maus
políticos, prostituição, miséria e doenças diversas.

Os homens só poderão se unir pelo amor. Precisamos nos tornar mais humanos,
mais tolerantes, mais cristãos, contudo, não no sentido de seita, de
separatividade, e sim, pelo sentimento amplo do amor e da verdade. Que o amor
seja um sentimento a unir todos os homens.