Os eventos espíritas estimulam a fraternidade, abrem caminhos e, melhor, se
tornam verdadeiros pontos de referência para muitos que ali encontram o desabrochar
de suas habilidades e potencialidades.
Por que muitos espíritas se fecham no próprio Centro em que atuam e não participam
de eventos espíritas de outras casas ou cidades? Medo, insegurança, acomodação,
indiferença?
Não sabemos! E nem nos cabe saber ou julgar, pois um dos pontos marcantes da
Doutrina é a liberdade que faculta ao espírita.
Porém, há algo a pensar. Os eventos, sejam encontros ou congressos, simples palestras
ou até mesmo reuniões, são verdadeiros referenciais de comparação e análise do que
fazemos e do que fazem nossos companheiros de outras casas e cidades. Não comparação
no sentido de menosprezo pelo que fazem os outros, mas comparação no sentido de
encontrar-se referências para crescimento próprio e do Movimento. Sim, pois o intercâmbio,
a troca de idéias, as experiências diferentes fortalecem a todos os envolvidos.
Sendo uma Doutrina de liberdade, o Espiritismo é interpretado conforme o amadurecimento
e estágio evolutivo de quem o estuda. E como vivemos num planeta onde se misturam
diversos estágios de conhecimento, amadurecimento e experiências, todos tem algo
a oferecer. O que sobra em nós, falta em outro. Do mesmo modo, o que falta em nós,
podemos aprender com os outros.
Só por este motivo temos que valorizar o intercâmbio entre grupos, pois sempre
há o que aprender e experiências a trazer e levar. Mas existem outros motivos também
importantes:
- O que dizer sobre a fraternidade que Jesus busca espalhar sobre o planeta?
E nos negaremos a também sermos instrumentos desse trabalho? - Nossa experiência, nossos dons e habilidade ficarão trancados onde atuamos,
sem beneficiar outros que podem ser beneficiados com aquilo que fazemos de bom?
Não seria egoísmo, que tanto falamos combater? - A Doutrina nos faz tanto bem. Vamos querê-la só para o nosso grupo. O objetivo
não é espalhar a semente espírita por toda parte, beneficiando a humanidade? Pois
isto começa da união entre os próprios espíritas que, unidos, abrirão novos caminhos… - Quantas habilidades são desconhecidas pela falta de intercâmbio, união?
- Procuremos não esquecer que os espíritos se manifestam por toda parte, sem
preferências de qualquer espécie, objetivando despertar as mentes para a realidade
que já é do nosso conhecimento. E nós vamos querer segurar, trancar, controlar,
como pretensos donos de uma exclusividade irreal?
Por isso, sempre pensamos na utilidade dos eventos espíritas, de oportunidades
que reunam os espíritas. Eles estimulam a fraternidade, abrem caminhos. E melhor,
se tornam verdadeiros pontos de referência para muitos que ali encontram o desabrochar
de suas habilidades e potencialidades.
(Publicado no Dirigente Espírita no 66 de julho/agosto de 2001)