Nas atividades como docente era muito comum escutar dos pais nas reuniões: Meu filho é bom, pena que está em má companhia.
Esqueciam de uma observação de Jesus: Diga com quem andas que direi quem és.
Entretanto, esses pais nada fazem diferente do que todos nós fazemos há milênios:
Criar culpados para nossas desditas.
O ser humano ao longo da sua jornada evolutiva teve e continua tendo a necessidade de produzir demônios, fantasmas ou criaturas que vem para tirá-lo do caminho reto.
São todos inocentes, pois a culpa é sempre do vizinho.
Esses demônios, fantasmas, maus espíritos e etc., servem para explicar as ações malfadadas, os insucessos e tropeços dos seres humanos.
Mais fácil depositar nas costas do outro, porquanto assumir dá um trabalho danado.
Ao longo do tempo já demonizaram os que se comunicavam com os Espíritos, os pobres, negros… Os ricos também foram demonizados e nem o número 666 escapou.
Culparam também os gays, as pessoas com necessidades especiais, os banqueiros, o PT, as mulheres, o sexo, os políticos e até a Xuxa. Já demonizaram a máquina de escrever, a internet, a pilula contraceptiva, a Boticário, os centros espíritas e a igreja do Edir Macedo.
Agora demonizam as redes sociais; o Facebook é o grande culpado pela dissolução dos casamentos, términos de namoro e etc, etc, etc.
Entretanto, é esquecido o fato de que o Homem é dotado com um bem preciosíssimo: O livre arbítrio. Tem o ser humano a capacidade de raciocinar, refletir, pesar prós e contras e, então, agir… Os demônios criados ao longo do tempo foram e são apenas para que se encontre um culpado pelos infortúnios que, em realidade, são apenas de responsabilidade dos seres humanos.
Em O Livro dos Espíritos, na questão de número 921 os Espíritos explicam que o homem é quase sempre o construtor da sua infelicidade.
Portanto, não são os demônios, fantasmas ou qualquer outro o culpado pela desdita, mas o próprio ser humano que, não raro, cava sua própria cova.
Pode ser que o caminho para o crescimento interior seja encontrar menos culpados, demonizar menos o exterior para assumir uma postura mais responsável ante as escolhas feitas ao longo do percurso por este mundo.
Vale pensar nisso.