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Os Pais e os Filhos-Problema

Os Pais e os Filhos-Problema

“Os filhos doentes são mensageiros de amor que Deus te envia, para que o
amor se desentranhe de qualquer forma do egoísmo enquistado e se inflame de luz,
na luz da sublimação”. (Emmanuel)

 

Os laços de família não se verificam por acaso: há uma Lei Divina
comandando o destino e a união das almas na vida corpórea. Antes de acolhermos
nos braços, com ternura, o ser pequenino, pelas vias da maternidade sagrada,
idealizamos para ele o melhor: o corpo mais perfeito, a saúde orgânica integral,
a inteligência lúcida; mas não devemos esquecer que essa escolha já foi feita
realmente por nós, desde muito tempo, sem ilusões e sonhos, na maioria das
vezes, antes de reencarnarmos. Deste modo não devemos alarmar-nos com o que os
filhos possam trazer para nós de trabalhos dificuldades e problemas, desde tenra
idade.

Nossos filhos, em verdade, não são nossos filhos: São filhos de Deus, e
temporariamente se encontram sob nossos cuidados. Junto aos filhos simpáticos,
pacíficos e obedientes, surgem também aqueles outros que, desde o berço, já
começam a provocar preocupações, irritações, tensões emocionais, aborrecimentos,
angústias e canseiras físicas e psíquicas, por apresentarem um temperamento
forte de rebeldia e desobediência, destacando-se pela insubordinação e
leviandade. São os filhos problema que a Lei da Reencarnação trouxe ao nosso
convívio familiar, ensejando a oportunidade de renovação de seus destinos. É o
reencontro para a reconciliação indispensável entre pais e filhos, em busca de
um melhor futuro espiritual. Na intimidade do coração, os pais sempre indagam
quem são estes filhos diferentes que trazem uma maior dose de lutas e trabalhos.
O mentor espiritual Emmanuel explica: “Os filhos-problema são aqueles mesmos
espíritos que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter e envenenando-lhes os
sentimentos”.

Os filhos difíceis são filhos de nossas próprias obras, em vidas passadas,
que a Providência Divina agora encontra a possibilidade de nos unir pelos laços
da consanguinidade, dando-nos a maravilhosa chance de resgate, reparação e os
serviços árduos da educação.

A primeira atitude construtiva dos pais, ante os filhos rebeldes, é
desenvolverem em si mesmos a grande compreensão, para não se deixarem dominar
pela revolta e amargura, julgando que são infelizes e perseguidos pela má
sorte… O evangelho de Allan Kardec nos ensina: “Não recuseis, portanto, o
filho que no berço repele a mãe, nem aquele que vos paga com a ingratidão: não
foi o acaso que o fez assim e que o enviou. Uma intuição imperfeita do passado
se revela e dela podeis deduzir que um ou outro já odiou ou foi odiado, que um
ou outro veio para perdoar ou para expiar”.

Encontramos no livro do espírito André Luiz, “Nos Domínios da Mediunidade”
cap. 24, psicografia de Francisco C. Xavier, um fato interessante sobre
reencarnação e família. Na encarnação atual, vamos encontrar o pai de nome
Júlio, espírita convicto, acometido de paralisia das pernas e que possui quatro
filhos desorientados: Américo sofre de perturbação mental. Márcio é vítima do
alcoolismo e Guilherme e Benício vivem na leviandade e extravagâncias noturnas.
Os Espíritos Superiores revelaram a André Luiz que, em vida passada Júlio, o
pai, fora chefe de um grupo de assaltantes e desencaminhou quatro rapazes para
aventuras delituosas, os quais, hoje, são seus filhos desequilibrados. Teremos
sempre os filhos de que precisamos e merecemos, dentro dos estatutos da Justiça
Divina e através dos processos redentores das reencarnações expiatórias.

Os pais espíritas com cérebros esclarecidos e os corações iluminados pela
Doutrina Kardecista, devem ficar felizes por encontrarem esta oportunidade
grandiosa de cooperar na recuperação de espíritos infelizes; a quem devem e que
talvez, há longo tempo, esperam por esta bênção do reencontro.

Fonte: Rev. “Informação”

(Revista Espírita Allan Kardec Nº 5)