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Os vícios

José Henrique Baldin

Normalmente os vícios são considerados pelas pessoas como motivos de prazer, alegria e desejo. Mas a realidade esconde sua real função. As propagandas de televisão associam ao hábito de beber e fumar, como uma aventura maravilhosa, com homens e mulheres bonitas se divertindo e sorrindo.

O cigarro possui 7000 produtos químicos, dentre eles alguns até radioativos. Fazem câncer de pulmão, pressão alta, derrame, infarto do miocárdio, entre outras. As bebidas alcoólicas não ficam atrás. Trazem cirrose hepática, problemas no fígado, pâncreas etc., além de outras formas indiretas como direção perigosa ao volante, desatenção no trabalho e no lar.

Você sabia que o cigarro e as bebidas alcoólicas são chamados de “drogas legais” pelo Governo? Sim, drogas, porque elas causam dependência, um vício do qual dificilmente nos libertaremos, pois causa uma verdadeira obsessão. Alguns dizem que tomam uma cerveja por dia nas refeições, mas se ficam um dia sem beber, ficam irritados e insatisfeitos. Isso não é um vício?

Se a ciência condena o seu uso, pelos fatos citados acima, porque razão estas drogas são consideradas “legais” pelo Governo? Porque elas trazem muito dinheiro aos cofres públicos por causa dos altos impostos taxados. Os governantes preferem fechar os olhos ao vício. Vamos raciocinar. Será que o dinheiro ganho pelos impostos destes produtos compensa em relação ao que o Governo gasta para manter os atendimentos médicos dos viciados?

Nós espíritas sérios que não fumamos e bebemos, somos chamados de “crentes”, “fanáticos” e afirmam que uma cerveja num bate papo com os amigos descontrai e traz alegria e motivação e não fazem mal nenhum. Afirmam que Jesus disse: “Não é o que entra pela boca que faz mal, mas o que sai..”. Jesus falava por parábolas e quem estuda a Bíblia sabe que o sentido das palavras de Jesus era bem outro. Ele falava do mal que causamos aos outros por causa da dureza de nossos corações.

No Movimento Espírita, muitos centros permitem que freqüentadores e trabalhadores fumem dentro das casas espíritas, os dirigentes alegam que é faltar com a caridade proibir as pessoas de fumar e que o Espiritismo não proíbe nada. Quanto a proibição é verdade, mas também não é faltar com a caridade para os não fumantes ficar ao lado com as pessoas fumantes? Há casas também que realizam eventos, como almoços beneficentes e que aproveitam e vendem bebidas alcoólicas. Mais uma incoerência sem tamanho.

A Doutrina Espírita nos ensina que a nossa razão deve estar sempre atenta para julgar o certo do errado, para melhorarmos moralmente. As bebidas alcoólicas fazem o inverso. Cada mililitro de álcool afeta o nosso sistema nervoso central e anestesia a nossa razão. E tem mais, se os Espíritos influenciam em nossos pensamentos mais do que supomos, tanto que as vezes são eles que nos dirigem, imagine se perdermos parcialmente ou totalmente a razão através do alcoolismo? Que atos podemos praticar para com o próximo?

Os vícios também são considerados como obsessão, pois a vontade do indivíduo se junta a vontade dos Espíritos desencarnados ainda ligados aos vícios materiais. É claro que eles não podem beber ou fumar diretamente, mas absorvem a energia dos viciados encarnados. Daí o motivo da dificuldade em se largar os vícios.

Os vícios também trazem o suicídio de forma “indireta”. Temos que zelar pelo corpo físico que nos foi concedido por Deus para evoluirmos, e temos que aproveitá-lo ao máximo, pois sabe-se lá quando teremos outra chance de reencarnar. Restará nos lamentarmos no mundo espiritual a oportunidade perdida e esperar por uma nova oportunidade.

Procuremos pois nos libertar destes vícios o quanto é tempo.

E-mail: jhbaldin@convex.com.br
Texto publicado no site NovaVoz – Grupo Espírita Bezerra de Menezes
em 0904/99
São José do Rio Preto – SP