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A Paz

Vivemos num tempo de agitação. Tempo de conflitos, de aflições, “de guerras e
de rumores de guerras”. E eis que todo mundo deseja encontrar a paz.

Mas, o que significa este sentimento ? Seria a tranquilidade, advinda do conforto material ?
Seria a segurança, provinda da conquista do poder transitório dos homens? Ou
seria a estabilidade, adquirida na aquisição das riquezas terrenas?

Não meus amigos, ela não se resume em situações transitórias. Na
verdade todo conforto, todas as conquistas, todas as riquezas do mundo são
insuficientes para garantir a paz interior, tão desconhecida na Terra.

A paz traduz sim conforto, segurança e estabilidade, mas não material, e sim
espiritual. Reflete a harmonia dos sentimentos, alcançada ao preço de
inumeráveis experiências, infindáveis lutas,…

Poderíamos distinguir então, a paz do mundo, transitória, fugaz, que
muitas vezes, reflete a indiferença pelos problemas por que passam os
semelhantes e a paz do Cristo, profunda e constante, estável e
definitiva, que sempre reflete a serenidade íntima, alcançada no cumprimento do
dever, na busca constante do bem estar individual e coletivo, todavia, um bem
estar espiritual, mais que físico.

Quando alguém está em hârmonia consigo mesmo, poderá se encontrar num
ambiente perturbado pela agitação de todos, que não perderá seu estado de
espírito, em harmonia com a Lei de Deus. Por outro lado, se não temos ela
conosco mesmo, de nada adiantaria sermos guindados ao Céu, porque mesmo lá nos
sentiríamos intimamente aflitos, intranqüilos.

O Cristo, em sua inesquecível passagem pela Terra, é o mais retumbante
exemplo deste sentimento. Mesmo vivendo rodeado pelos conflitos humanos, sendo
constantemente perseguido, incompreendido, agredido; assistindo a todo instante
o triste espetáculo de nossas fraquezas, de nossos erros, o Mestre jamais perdeu
a Paz de Espírito, nunca deixou escapar a serenidade íntima. Nos
momentos em que agira com energia extrema, assim o fizera com profundo
equilíbrio, e nos momentos de intensa dor, padecera com extrema resignação,
refletindo a segurança que lhe ia na alma.

E é justamente o Cristo, quem pode nos fornecer a paz que tanto anelamos. Ao
contato de seus sublimes ensinos, a alma se enche de energia para as lutas da
vida, as lutas que nos conferem ela. Ele mesmo nos prometeu concede-la: “Deixo-vos
a paz: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o
vosso coração, nem se atemorize
.”

Confiar em Jesus é crer no poder do bem. Esta confiança nos confere
paz, Não há razão para temores, porque tudo se resolverá com o
trabalho do bem
. Não há motivos para perturbação, porque todos os
problemas encontram solução na esfera do entendimento cristão
. Então, mesmo
num mundo, onde a guerra ainda persiste, perturbando a paz coletiva, ser-nos-á
possível já, desfrutar a paz do coração, fortalecido no amor de Cristo; a
paz de consciência, edificada no labor cristão.

 

(Publicado no Boletim GEAE Número 447 de 24 de dezembro de 2002 )