Os teólogos da linha oficial da Igreja do cristianismo primitivo, por não terem ainda um conhecimento mais profundo sobre Deus e a Bíblia, criaram doutrinas polêmicas. E ai de quem não as aceitasse, pois era punido até com a pena de morte! Assim, era porque a Igreja, naquela época, era unida com o poder civil, e quem rejeitasse uma sua doutrina era considerado inimigo não apenas dela, mas também do imperador ou do rei. E disso resultou que essas doutrinas polêmicas (dogmas) firmaram-se chegando até nós.
E porque as pessoas têm dificuldades para aceitar algumas dessas doutrinas, os líderes religiosos evitam tocar nelas, e para os que insistem em querer explicações sobre elas, eles simplesmente dizem que se trata de mistérios de Deus e que, pois, não podemos compreendê-las. Mas essa resposta não cola mais! E, consequentemente o cristianismo vem perdendo muitos de seus adeptos para outras religiões ou para os que não têm religião, e o pior, para o ateísmo como vem acontecendo, principalmente no chamado Primeiro Mundo. Por isso, ousamos dizer que está passando da hora de a Igreja Católica Apostólica Romana, por ser a maior igreja cristã, pensar em convocar um novo concílio ecumênico para uma reformulação de suas doutrinas, atualizando-as para o Terceiro Milênio. E as outras igrejas, por certo, acabarão por segui-la.
Falamos isso com o intuito de colaborar com Igreja, pois alguém tem que ter a coragem de dizer alguma coisa! Aliás, o próprio relatório final do Concílio Ecumênico Vaticano II diz, figuradamente, que a Igreja iria tirar a poeira de seus bancos para que muitos de seus fiéis não tivessem mais medo de se sujarem neles! Alguma coisa até já foi feita, mas faltou às autoridades eclesiásticas católicas mais coragem para fazerem reformas mais profundas das doutrinas que emperram o cristianismo. Sim, pois chegou a hora de as religiões terem suas doutrinas alicerçadas em princípios não mitológicos, infantis e contraditórios, mas em princípios evangélicos racionais e respaldados pela Ciência. Aliás, foi o grande são Tomás de Aquino quem disse que a fé não pode violentar a razão!
E nos interessa muito aquilo que diz a Bíblia e não tanto os teólogos que nunca foram e nunca serão infalíveis, precisando, pois, a teologia ser atualizada de quando em vez, já que a evolução das ideias sobre Deus não cessa jamais, o que quer dizer que ela, a teologia, deve ser dinâmica e não estática.
Uma doutrina paulina e petrina que fala sobre a ressurreição deixa claro que ela é do espírito e não do corpo. Mas muitos cristãos ainda ensinam que ela é do corpo ou da carne. Uma tradução nova do Credo Niceno-Constantinopolitano fala “creio na ressurreição dos mortos”, o que já está sendo um grande avanço dado na direção da verdade bíblica, pois não diz que é o espírito que ressuscita, mas não afirma também que é o corpo como antes. E deixemos Paulo e Pedro falarem sobre o assunto: “Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual.” (1 Coríntios 15: 44); “… Cristo morto, sim, na carne, mas vivificado (ressuscitado) em espírito” (1 Pedro 3: 18).
E terminamos com o ensino lapidar do excelso Mestre (Mateus 22: 30 e 32): Os ressuscitados não se casam, pois são como os anjos, isto é, espíritos sem corpos; e Deus não é Deus de mortos (corpos), mas de vivos (espíritos)!
Una-se à Fundação Espírita André Luiz (FEAL) na campanha contra o aborto e o suicídio: http://amigosdaboanova.com.br/Espiritismo
- Autor: José Reis Chaves