Tamanho
do Texto

Pela Paz Entre os Povos

Pela Paz Entre os Povos

“A minha Paz vos deixo. A minha Paz vos dou” – Jesus

Quantas línguas são faladas em nosso planeta? As informações são imprecisas…
Mudando o referencial, mudam as informações… Só para ilustrar, quantas línguas
falam os nossos índios? Nem nós sabemos ao certo…

De qualquer maneira, mencionam-se no mínimo 3.000 línguas no mundo… Ainda
atualmente há línguas que estão em processo de criação (as línguas crioulas,
derivadas de outras línguas com influências locais, como a derivada do Francês
no Haiti e do Português em Cabo Verde), e outras que vão desaparecendo, não sem
antes deixar marcas profundas na linguagem da região onde existiram… Comparemos
o Português atual do Brasil com o de Portugal, quanta diferença com a evidente
influência de línguas indígenas e africanas!

Ora, neste vasto mundo de vastas influências e vasto pluralismo lingüístico,
no intuito de diminuir um pouco as distâncias (também vasto é o conceito de
distância, há a distância no tempo, no espaço, a distância de identidade
cultural, espiritual, ideológica, filosófica…), sempre houve necessidade de um
meio de comunicação mais homogêneo. Sempre houve quem conquistasse esse papel,
impondo-se através de algum tipo de poder, nem sempre ou quase nunca através de
atitudes eticamente recomendáveis.. E assim sempre houve predominância de uma ou
outra língua em determinado tempo, isso é, uma língua sempre “esteve”
internacional. Basta examinar a História para verificar o papel do Grego, do
Latim, do Francês… Através de dominação militar, econômica ou política… No
século 19 havia quem opinasse que o mundo havia chegado à Língua Internacional
definitiva: O Francês! De onde ele estiverem hoje, essas pessoas, reencarnadas
ou no mundo espiritual, constatarão que não se pode tirar conclusões apressadas!

A internacionalidade circunstancial de uma ou outra Língua Nacional tem sido
um mal para a humanidade? Evidentemente não, elas naturalmente ocupam um papel
que se faz necessário por si mesmo! A seu tempo, e no momento evolutivo em que
se enquadram, exercem seu papel, cumprem sua função… O fato de sempre haver uma
língua que se destacasse internacionalmente mantém acesa uma verdade: o mundo
absolutamente precisa de uma Língua Internacional…

Porém, o mundo evolui e velhas soluções paliativas necessitam sofrer
reavaliação…

Hoje, no portal do terceiro milênio, sob tremendas pressões de forças
renovadoras, o mundo vive momentos dos mais graves. É palco de forças
antagônicas e de acontecimentos paradoxais… Em paralelo com as maiores
atrocidades, os crimes mais hediondos, as ações mais vis, florescem os
movimentos evolucionistas, as mais belas demonstrações de altruísmo, os mais
altos testemunhos de sacrifício e renúncia, as mais comovedoras demonstrações do
amor mais puro e desinteressado. Florescem os movimentos minoritários com
propostas renovadoras, revisando a forma de viver, conviver, estar no mundo,
dentro de princípios de uma nova ética, em consonância com as Leis Morais da
Vida, ainda que às vezes os proponentes nem se dêem conta disso. É o momento em
que cada um, livremente, alavancado pela própria vontade, se define e se situa,
não há mais tantas cobranças externas como dantes, para que não mais haja
camuflagens por pressões de fora para dentro… Cada um “mostra a sua cara”,
evidencia seu peso específico, define-se. É o pleno amadurecimento do joio e do
trigo, oferecendo-se para a colheita, segundo a sua própria característica… Já
não são confundíveis agora, como quando tenras plantas…

Neste mundo de altas luzes e grandes estertores, um fenômeno se evidencia: a
alteração das distâncias… A distância espacial torna-se cada vez mais fácil de
ser transposta, e a distância temporal, esta desapareceu, é nula! É possível a
comunicação com um russo com a mesma facilidade (e o que é mais surpreendente, a
igual preço) com que se comunica com um amigo de nossa cidade! No lugar do russo
pode-se colocar o chinês, o japonês, o hindu, o sueco, o australiano, o
canadense… etc, etc, etc… Enfim, alguém de qualquer país do mundo… Eis a aldeia
global! Ei-los tão nossos próximos como nossos vizinhos! Em que idioma falar com
meu amigo russo?

Em Português? Quantos russos conheceriam nossa Língua Pátria? Em Russo? O
alfabeto russo é o alfabeto cirílico, não é ocidental! Teremos que aprender
outro alfabeto? Nalguma língua de um terceiro país?

Mas… Eu falo Português, meu amigo fala o Russo, e teremos que aprender a
língua de um terceiro país, onde não moramos?

E se fosse num idioma que não é do Brasil, nem da Rússia, nem do terceiro
país, nem de país nenhum do mundo, e que por isso mesmo pode ser IGUALMENTE de
todos? Numa língua que, não sendo NACIONAL, só pode mesmo, com justeza, ser
denominada INTERNACIONAL? Já plenamente desenvolvida e capaz de expressar
qualquer nuance do pensamento humano?

Tal língua já está à disposição de todos, eis um bebê de 113 anos… Esperanto!
Língua que não se impõe, mas se propõe… dentro de princípios de uma nova ética,
onde toda força bruta há de se transmutar em força de persuasão, para merecer
ter permanência no novo estado de coisas, no Mundo de Regeneração… Genialmente
planejada para ser um Código de Comunicação Internacional, dentro do princípio
da necessidade e da suficiência, sem menos, sem mais… Que no parecer da Academia
de Ciências da França “é uma obra-prima de lógica e simplicidade”, que respeita
a criatividade e a inteligência de seu usuário e não lhe dá mais do que o
necessário e o suficiente para que sua própria expressividade seja o principal
elemento criador, que não impõe exceções incoerentes às regras…

Língua onde o convite de Jesus “ame o seu próximo como a si mesmo”, isso é,
ame o seu próximo respeitando as Leis Morais de Igualdade, Liberdade, Justiça,
Amor e Caridade, possibilita o amor a este próximo transcontinentalmente… Que dá
ensejo à comunicação com o próximo não em condição de superioridade, falando uma
língua nacional majoritária, não em condição de inferioridade, falando uma
língua nacional minoritária, não em condição incompreensivelmente indigna,
utilizando uma língua de terceiros… mas olhando nos olhos um do outro, sem
constrangimentos, de igual para igual…

Eis que o mundo é fruto que, apodrecendo, sua semente lança brotos novos, com
seiva nova, a notícia da nova estação! Não por acaso o Esperanto floresce no
portal do terceiro milênio, é o idioma para o homem novo, renascido de sua
própria velha carcaça! Que as forças positivas da vida o guardem de repetir
velhos erros indutores de largos círculos de redenção cármica, que se mantenha
fiel à filosofia que lhe deu nascimento, o amor e suas naturais conseqüências: a
justiça, o respeito, a caridade, a igualdade, a fraternidade!

(Jornal Verdade e Luz Nº 175 de Agosto de 2000)