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Sobre o Livro “Os Cátaros e a Reencarnação”

Sobre o Livro “Os Cátaros e a Reencarnação”

O livro “Os Cátaros e a Reencarnação” (The Cartars & Reincarnation – tradução
de Maria de Lourdes Eichenberger e publicado pela Editora Pensamento) é um estudo
bastante interessante escrito pelo Dr. Arthur Guirdham, medico psiquiatra, das lembranças
de uma encarnação anterior de uma de suas pacientes. As lembranças manifestaram-se
deste a juventude da paciente em diversos distúrbios psíquicos, inclusive levando
a diagnósticos de epilepsia, e gradualmente levaram a recuperação de episódios completos
de sua vida no séc XIII.

Os episódios relembrados referiam-se a um período conturbado da historia francesa,
em que no sul do Pais se desenvolveu uma seita crista com características marcantes.
Os “Cátaros” ou “Albigenses” representavam uma forma de Cristianismo mais simples
que o Catolicismo da época e chegaram a ter tamanha representatividade que tornaram-se
uma ameaça a Roma. Foi lhes movida uma Cruzada, tão sanguinária quanto as enviadas
ao Oriente, e posteriormente uma campanha de extermínio encabeçada pela Inquisição.

De grande interesse é a abordagem adotada pelo medico, que se converteu em historiador
amador para checar a veracidade das referencias fornecidas pela paciente. Deve-se
destacar que o autor não se preocupa em provar ou não a possibilidade de reencarnação
ou dos fenômenos psíquicos, pois ele deixa claro desde o inicio que os aceita, inclusive
seu livro é uma espécie de diário dos eventos psíquicos que envolveram o caso (o
que as vezes torna a narrativa um tanto complicada de seguir).

Parece-me que a leitura desse livro é proveitosa e levanta questões importantes
para médicos e historiadores. Para os médicos, o livro apresenta distúrbios que
são conseqüências de experiências traumáticas vividas em uma encarnação anterior
– o autor não empregou a terapia de vidas passadas propriamente falando, inclusive
os fatos narrados são anteriores ao surgimento dessa terapia – e para os historiadores
mostra “recordações” sendo utilizadas como pontos de partida para a pesquisa histórica.

(Retirado do Boletim GEAE Número 256 de 02 de setembro de 1997)