Plataforma de Embarque
O Livro Espírita, quando bem orientado pelo dirigente espírita,
desestimula o exercício do leitor alienado imerso nesta sociedade de informação,
do exercício simples de fantasia, estimulando, em contrapartida, a reflexão
crítica da realidade material e espiritual.
Numa análise do século 21 que se iniciou observamos que está marcado pelo
avanço tecno-científico, pela informação sem fronteiras e pela tela eletrônica.
De outro lado, esta sociedade de informação procura também
clonar animais e seres humanos, novos medicamentos e outros que não significam
necessariamente qualidade melhor de vida. É o exemplo recente da crise
energética no Brasil. Estes avanços, contudo, admitem, estariam
gerando um vazio espiritual, justamente pela ausência de religiosidade, apesar
das religiões de resultados imediatos!… Para o espírita consciente, contudo,
esta situação pode ser amenizada, simplesmente pela leitura de uma obra
doutrinária, do passado ou da atualidade.
O Livro Espírita, quando bem orientado pelo dirigente espírita, desestimula o
exercício do leitor alienado imerso nesta sociedade de informação, do exercício
simples de fantasia, estimulando, em contrapartida, a reflexão crítica da
realidade material e espiritual.
No âmbito do lar espírita, pela ausência forçada de outros meios de
informação, como TV, vídeos, internet, o livro espírita ganha maior espaço de
consulta, através de leituras diárias e/ou em grupos de estudo. O verdadeiro
espírita é aquele leitor que sabe o que acontece nesta sociedade em constante
transformação e sabe ler o que realmente está escrito e não tão somente aquilo
que está impresso. Formar e informar esse leitor é tarefa de todos nós:
dirigentes espíritas, divulgadores. Espera-se que estes livros doutrinários
atuais sejam uma rica plataforma de embarque para o conhecimento do mundo
material e do espiritual e não tão somente uma plataforma de embarque para o
desconhecimento, alienação e leitura inútil para o enriquecimento cultural
espírita.
(Publicado no Dirigente Espírita no 66 de julho/agosto de 2001)