Partindo do pressuposto de que Deus existe e de que Ele é essencialmente amor
(cf 1Jo 4, 8) e porque esse sentimento não é egoísta (cf 1Cor 13, 4), fica bem mais fácil
de compreender porque Deus acabou criando o mundo e tudo o que ele contém (cf Gn
1). E como centro da criação Deus colocou o homem e mulher (Gn 1, 27). Tanto é
que, diferente dos seres vegetais e minerais e dos outros animais, o homem e a
mulher são os únicos seres dotados de razão e atraídos ao amor. São os únicos
seres capazes de darem-se conta de que existem e de que são possuidores de
tantos atributos, inclusive o da liberdade, liberdade para administrar (bem ou
mal) suas vidas e a natureza toda.

Foi tudo por amor. Ao criar este ser estipulado de humano, Deus só quis poder
ter com quem compartilhar o seu Ser Até porque, frisando esta dimensão,,
amor não se esgota em si, mas se faz doação/entrega total, livre e
gratuita em prol do bem e da felicidade do outro. E é por isso mesmo que o maior
anseio de todas as pessoas é a felicidade. Todos querem ser felizes. Por isso.
Porque foi criado para a felicidade e para co-participar da essência divina que
é o amor. E é por isso também a busca contínua de todas as pessoas por este sentimento tão lindo.

Dizem que é capaz de tudo, mas é porque todos somos capazes e
impulsionados ao amor. Assim como para a felicidade, somos resultados e
destinados a ele. E não estamos sossegados enquanto não estamos na plena
felicidade. Porque isso tornou-se pelo Sumo-Amor, essência
também humana. E como a plenitude do amor e da felicidade nós só alcançaremos na
eternidade, preparada por Nosso Senhor (Jo 14, 1-3), somos, no momento, todos
viandantes rumo ao céu, onde conheceremos como verdadeiramente somos conhecidos
(Cf 1 Cor 13, 12).

Dilvano Westenhofer Brum, 26 anos é ex-seminarista, é acadêmico do curso de
História na FAPA (RS), Agente de Pastoral e escreve periodicamente sobre
assuntos diversos.