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Por Que Considero Inteligente, o Cândido, Francisco Xavier?

Por Que Considero Inteligente, o Cândido, Francisco Xavier?

André Luiz nos diz que a educação da alma é a alma da educação. É a educação
como formação, que desenvolve interesses, valores e atitudes. Seu princípio
organizador a internalização – incorporação de valores éticos-morais de outra
pessoa ou da sociedade. É a aceitação, como se fosse próprio, de atitudes,
regras, princípios e sanções que o levam à formação de julgamentos de valor ou à
determinação de sua conduta. Nela existem estágios de desenvolvimento:Estágio 1.
As conseqüências físicas de uma ação determinam se ela é boa ou má. Os motivos
morais são baseados no desejo de evitar punição. Estágio 2. “Certo” é aquilo que
satisfaz necessidades pessoais. Há igualdade e reciprocidade por motivos
pragmáticos, não por lealdade, gratidão ou justiça. Neste nível, significa: “Se
ele me bate, eu bato nele”. Estágio 3. Há necessidade de evitar a reprovação e o
desagrado dos outros. Comportamento de grupo. Tendem a se comportar como pessoa
“bem educada”. A intenção torna-se importante pela primeira vez. Estágio 4.
Mostra respeito pela autoridade, pelas regras fixas e pela manutenção da ordem
social. Estágio 5. Há respeito pelos direitos individuais. O direitos e deveres
são baseados no livre acordo. Há valorização do legal, mas a lei pode ser
mudada em função da sua utilidade social. Estágio 6. As decisões da pessoa são
guiadas por princípios éticos selecionados por ela própria, como justiça,
reciprocidade, igualdade e respeito pela dignidade do ser humano. Compreende que
nem tudo o que é legal é moral.

Por outro lado devemos entender que a mente humana pode passar por estados
mórbidos como: a Neurose e a Psicose, distintas primariamente por intensidade de
desarranjo.

Neurose é um distúrbio emocional da personalidade. Conduz a estilo de vida
desajustado. Há conflito: consigo mesmo porque tendências contraditórias se
debatem dentro dele, como a necessidade de afeto e a hostilidade e com o meio
ambiente porque luta agressivamente contra os fatores externos como se estes
constituíssem uma ameaça à sua vida e, ao mesmo tempo, procura recuar diante
deles como se julgasse não poder enfrentá-los.

O neurótico acha que deve lutar antes de cooperar e, por isso, é fortemente
competitivo (ainda que não pareça).

Neurose corresponde em trabalhos espíritas ao termo clássico perturbação,
definida como estado de ânimo desajustado, em que o indivíduo não consegue
manter a estabilidade emocional e mental, desviando-se para a tristeza,
pessimismo, desânimo, agressividade.
Aplica-se especialmente ao espírito
desencarnado em desequilíbrio.

Há tipos de atitude geral e tipos de personalidades: 1) aproximam-se porque
precisam ansiosamente de afeto e não suportam a solidão – complacente; 2)
opõem-se porque são ambiciosos e querem dominar e possuir tudo – agressivo; 3)
afastam-se, mal toleram o contacto humano e sentem-se melhor no isolamento –
indiferente.

As três atitudes não excluem as opostas, presentes mas inaparentes. O sujeito
em oposição aos outros é carente de afeição, mas procura ocultar isso.

O homem normal contém esses elementos em proporções equilibradas. É amistoso,
solidário, cooperativo.

Como fica o nosso raciocínio quando passamos pelas duas condições?

Neurose – raciocínio normal. Parece desviado porque usa bases falsas;
“ninguém gosta dele, o mundo é um lugar mau e perigoso, ou adora todo mundo”.
Esses juízos são falsos. O mecanismo de pensar está intacto. Existe o senso da
realidade e a vida social é possível.

Na psicose, a desorganização é muito mais avançada. O senso da realidade e a
vida social mostram-se nulos ou quase. Não pode responder pelo que faz.

O que está no fundo das neuroses e psicoses?

A tríade afetiva do desequilíbrio mental. Os “micróbios” do egoísmo, do
orgulho e da hostilidade.

Qual a causa geral de qualquer perturbação psíquica?

Desobediência constante às determinações da Lei de Deus, abandono sistemático
das obrigações impostas pela Lei).

Uns estão rebelados contra a vida, o mundo e Deus; outros estão desanimados
ante os obstáculos a remover do próprio caminho. Um dia, eclodem os variados
sintomas neuróticos ou psicóticos, conforme a intensidade da perturbação íntima.

Egoísmo – base dos sentimentos desequilibrantes da alma – é o excessivo apego
ao próprio bem, sem considerar o dos outros. “Hipertrofia congênita do eu”,
“Obsessão neurótica do eu”.

Orgulho, inflação da personalidade, é o desejo de parecer superior ao que é.

Assim esses indivíduos só se ocupam de suas conveniências e vantagens. “Eles
gostam de levar vantagens em tudo” ignorando os outros.

Existe outro fator quase sempre presente que é a obsessão. Ela pode se
definida como a influência maléfica, intencional ou inconsciente, exercida por
Espíritos imperfeitos sobre a humanidade encarnada, de modo prolongado. É o
predomínio de uma mente sobre a outra produzindo constrição.

Um homem pode enlouquecer só porque um Espírito mau se lhe aderiu à
organização perispiritual, dominando-lhe a vontade e impondo-lhe seus
pensamentos.

Obsessão é, portanto, um constrangimento que se sente, graças à presença
perturbadora de um ser espiritual. Ela possui três graus distintos: 1. Obsessão
simples – peculiar a quase todos – seria um tipo de “gripe emocional”. Porque
vivemos num mundo atribulado, imediatista, agressivo, desequilibrando-nos e
sintonizamos
com os Espíritos também agressivos e desequilibrados. 2. Quando
ela se agrava é a obsessão por fascinação. O indivíduo se acredita abençoado por
forças superiores e não admite o intercâmbio com os Espíritos menos ditosos; 3.
Quando a pessoa perde o senso de equilíbrio, cai no que o Evangelho chamava de
possessão e que Allan Kardec, denominou como obsessão por subjugação, porque a
entidade subjuga-o, imprime-lhe a vontade e passa a exercer nele um predomínio
quase total.

Como podemos perceber o indivíduo que possui inteligência emocional-moral em
equilíbrio esta distante destes estados acima descritos. Nesse particular nos
lembramos da figura do médium Chico Xavier, que como verdadeiro homem de bem
perseguiu os 12 passos do equilibrio abaixo. Afinal de contas uma inteligência
emocional-moral equilibrada: 1. É generosa – Cumpre a lei de justiça e de amor,
na sua maior pureza. Se ela interroga a consciência sobre seus próprios atos, a
si mesma perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem
que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil; enfim, se
fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. 2. Percebe a existência de uma
Inteligência Suprema – Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na
Sua sabedoria. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima
dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores,
todas as decepções são provas ou expiações e as enfrenta sem murmurar. 3. É
justa – Possuída de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga
alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e
sacrifica sempre seus interesses à justiça. 4. É altruista – Encontra satisfação
nos benefícios que espalha, nos serviços que presta. O egoísta, ao contrário,
calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. 5. É sem
preconceitos – É boa, humana e benevolente para com todos, sem distinção de
raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. 6. É livre –
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não é falso com os que como
ele não pensam. Tem como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras
malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de
alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda
que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo. 7. Perdoa –
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus,
perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que
perdoado lhe será conforme houver perdoado. 8. É indulgente – É indulgente para
as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem
presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que se
achar sem pecado.” Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda,
em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa
atenuar o mal. 9. Possui autocritica – Estuda suas próprias imperfeições e
trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder
dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
10. É incentivadora – Sabe que autovalorizar-se não é de sua atribuição, por
isso procura não dar valor a si mesma, aos seus talentos, a expensas de outrem,
mas aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja
proveitoso e de valor encontrado em outros. 11. É sem vaidade (humilde) – Não se
envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais. Usa, mas não abusa dos
bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de
prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de
aplicá-lo à satisfação de suas paixões. 12. Sabe obedecer e comandar – Se a
ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e
benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para
lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto
lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. Se
subordinada, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em
cumpri-los conscienciosamente.

Finalmente, o ser em equilíbrio respeita todos os direitos, que as Leis da
Natureza dão aos seus semelhantes, como quer que sejam respeitados os seus.

Admiro Chico porque demonstrou inteligência privilegiada ao adotar o Mestre
como modelo, mas, principalmente, por ter aplicado à própria vida a “Pedagogia
do Exemplo” de Jesus.

Referências Bibliográficas.

  • Formiga, LCD. Antes de Votar Pergunte ao Candidato Sobre o Aborto.
    Núcleo Espírita Universitário do Rio de Janeiro. Home-page
    http://zap.to/neurj. Campanhas. Agosto de 1999.
  • Formiga, L.C.D. Vacinação Desafio de Urgência. Reformador,
    99(1823): 61-64, 1981.
  • Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo (tradução). 57a
    ed. FEB, RJ, RJ.
  • Rizzini, C.T. Evolução para o Terceiro Milênio: tratado psíquico para o
    homem moderno
    . 1aed. EDICEL, SãoPaulo, SP, 1977.

Artigo do mes de setembro, 2000, da home-page do Lar Chico Xavier –
http://www.larchicoxavier.com.br,
publicado na Revista Internacional de Espiritismo