Tamanho
do Texto

A qualidade dos resultados do trabalho no centro espírita

Temos insistido, e outros confrades também, na necessidade da avaliação dos resultados
obtidos pelo trabalho que fazemos, e na preocupação constante com a qualidade da
nossa relação com os componentes da equipe do centro espírita, e dela com os frequentadores.

Em um encontro recente com os companheiros da cidade de Rancharia, dissemos,
em resposta a uma questão acerca de como alcançar a qualidade, que contratamos,
em nossas instituições de assistência, profissionais especialistas em diversas áreas,
para que os seus objetivos sejam alcançados.

Na presidência do Hospital Bezerra de Menezes, em Lins, vivemos essa realidade.
Mesmo com as dificuldades financeiras da entidade, procurávamos os melhores profissionais
das diversas áreas para que os pacientes entregues à nossa responsabilidade pudessem
ter o atendimento técnico da melhor qualidade. Isso é tão natural que nossa diretoria
nunca titubeou em sacrificar outros planos em favor de se conseguir especialistas
experientes e competentes, dentro da realidade da nossa instituição.

Entendemos que um paciente, uma criança, um idoso, ou qualquer outro ser humano
recebido por uma entidade espírita merece o melhor tratamento, sob pena de responsabilidade
dos confrades que a dirigem para com os seus assistidos, e do comprometimento da
imagem da Doutrina perante a sociedade.

Por que, então, ser diferente no Centro Espírita? Por que não termos um psicólogo
para orientar a equipe de entrevistas? Por que não termos um pedagogo para orientar
o trabalho dos expositores, dos evangelizadores e dos orientadores das mocidades?
Temos o direito de errar na orientação de uma pessoa que nos procura em desespero?
Temos o direito de dar, às crianças, uma orientação menor do que a que elas precisam
para encarar o mundo com sólida visão doutrinária sobre suas possibilidades pessoais
de construir a sua felicidade, e contribuir para a felicidade da sociedade? Temos
o direito de castigar os jovens com trabalhos cansativos, distantes dos seus interesses,
e incapazes de motivá-los a abraçarem um vida de responsabilidades e compromissos
com a evolução?

Claro que não temos esse direito. Como responsáveis por um Centro Espírita, nossa
responsabilidade é enorme. Se erramos, se oferecemos um trabalho medíocre, estaremos
influindo negativamente na vida de muitas pessoas, com conseqüências que nem podemos
mensurar! Não basta a boa vontade, nem as melhores intenções.

Tendo espíritas preparados em cada área, devemos envolvê-los nas atividades do
Centro. Não tendo companheiros na cidade, convidemos os de cidades próximas para
trabalhos regulares com os envolvidos nas atividades do Centro. Não sendo possível,
procuremos profissionais sérios, de reconhecida competência técnica, e que tenham
um vida pessoal compatível com a ética cristã, mesmo não sendo espíritas, para que
possam dar às equipes de trabalho o embasamento técnico necessário ao melhor desempenho.

Não há mais tempo para adiarmos a tomada séria de decisão a esse respeito. Não
podemos manter os Centros com os mesmos métodos de trabalho que são usados há um
século. Precisamos nos atualizar rapidamente. Temos que buscar métodos eficientes
de trabalho, de avaliação dos resultados que estão sendo obtidos, e confrontá-los
com os objetivos que procuramos alcançar.

Devemos ter o mesmo cuidado que temos com a administração competente das entidades
de assistência social mantidas pelos espíritas na administração e funcionamento
dos Centros Espíritas, pois eles estão sendo cada vez mais procurados por pessoas
que precisam receber o melhor de todos os trabalhadores que neles atuam. Por isso,
é necessário cuidar do treinamento e da formação das equipes de voluntários, para
que possamos alcançar os melhores resultados.

Eis, aí, um tema para a consideração dos dirigentes espíritas.

(Dirigente Espírita Nº 58 – Março/Abril de 2000)