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Quem não tem medo de nada levante a mão parte 2

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Enéas Canhadas

O que é o medo? A resposta é, aparentemente, simples. O medo é um impulso. Algo nos mobiliza instantaneamente acionando as nossas defesas e então sabemos que estamos sentindo medo. No dia-a-dia usamos expressões que falam sobre os impulsos que sentimos. “Tive um impulso e fiz isso ou aquilo”. “Não resisti e comprei tal coisa”. “O meu desejo foi o de dar um tapa na cara dele”. Assim falamos muitas vezes de situações em que temos consciência dos nossos impulsos. O medo é, pois, mais um desses impulsos tão comuns.

O que são impulsos de medo? O “Vocabulário da Psicanálise” de J.Laplanche e J.-B.Pontalis, explica o termo pulsão utilizado por Freud desta maneira: “Processo dinâmico que consiste numa pressão ou força (carga energética, fato de motricidade) que faz tender o organismo para um alvo. Segundo Freud, uma pulsão tem origem numa excitação corporal (estado de tensão).

O objetivo dessa ação é aliviar o estado de tensão surgido em algum momento de perigo ou ameaça. Podemos traduzir como uma carga energética que nos leva a ação. Como se trata de uma ação instantânea, uma resposta do nosso organismo que nem sempre espera uma reflexão da nossa mente, podemos definí-la como ação impensada, não refletida, pronta e imediata, em reação a algo que nos acontece.

Por tratar-se de uma ação impensada, os impulsos geralmente são desqualificados como comportamentos inadequados, gerando interferências repentinas na nossa maneira de conviver com os outros e também de levar a gente a fazer certas coisas.<br><br> Isso fica parecendo negativo ou prejudicial, por isso é comum atribuir-se aos medos qualidades ou tendências indesejadas, moralmente julgados como sentimentos inferiores de fraqueza ou incompetência. A pessoa impulsiva passa a ser apenas alguém incapaz de possuir auto controle.

Se os medos enquanto impulsos, são coisas boas ou más, o leitor deverá julgar e concluir na sua experiência e em cada caso. A verdade é que se manifestamos impulsos de medo, temos algo a melhorar em nós, na grande e permanente tarefa do nosso auto desenvolvimento e aperfeiçoamento ao longo da eternidade da vida.  André Luiz, em “Obreiros da Vida Eterna” no capítulo VIII relata: “A princípio, impulsos de reação afloraram-me no espírito surpreso.” Para logo mais ser chamado à atenção pelo assistente. Em atendimento ao apelo, muda a sua atitude: “Reajustei o campo emotivo, rogando a Jesus me conferisse forças para olvidar o “homem velho” que gritava dentro de mim.” Não devemos pois, condenar os nossos impulsos, antes valorizá-los como fonte de informações sobre atos mais conscientes e de transformações a serem realizadas dentro de nós.

Continua…. parte 3

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