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Ramakrishna e esta nova coluna

José Reis Chaves

Vocês, prezados leitores e leitoras, que já nos têm honrado com a leitura de matérias nossas em “Opinião” de “O Tempo”, vão poder ter um encontro conosco, a partir de hoje, aqui nesta nova coluna, em todas as segundas-feiras. Conversaremos sobre espiritualismo, Bíblia, teologias, Teosofia, esoterismo, auto-ajuda, livros, notícias e eventos afins, com muito respeito e lealdade para com todas as correntes filosófico-religiosas. E você poderá participar dela, se o desejar, enviando-nos temas correlatos a serem objeto de nossas elucubrações.

Não falaremos em nome de religião alguma, já que não somos autoridade nem porta-voz de nenhuma delas. Falaremos de Deus e do espiritualismo, em geral, sob a ótica de um pluralismo religioso, sem nenhum preconceito dessa ordem, bem ao estilo do iniciado e santo indiano do Século XIX, ou seja, Ramakrishna, fundador do Caodaísmo, o movimento que tenta, já com alguns resultados positivos, unir na Índia o Hinduísmo, o Budismo e o Cristianismo, e, na chamada Indochina, o Confucionismo, o Budismo e o Cristianismo. Segundo o testemunho de muitos observadores, por causa desse movimento religioso, aumentou em muito naquelas regiões o número de casas e templos com imagens de Jesus, de Nossa Senhora e de vários santos católicos, que são objetos de veneração e devoção dos orientais.

E quem sabe se João XXIII, um homem de um coração tão amorável quanto o de Ramakrishna, não se teria inspirado no Caodaísmo, pelo menos em parte, para convocar, em 1963, o Concílio Vaticano II, que deu início ao movimento ecumênico da Igreja? Uma coisa é certa: Se Ramakrishna tentou unir troncos religiosos tão diferentes, por que não se poderiam unir facções cristãs tão semelhantes?

Ele chamava Deus,carinhosamente, de Mãe. E eis uma oração dele: “Mãe, Mãe, Mãe! Todos pressupõem tolamente que apenas seu próprio relógio oferece a hora certa. É uma insanidade a afirmação de que apenas a minha religião é verdadeira. Mãe, Mãe, Mãe! Como eu gostaria de orar junto dos cristãos em suas igrejas, e prostrar-me junto com os devotos mulçumanos em suas mesquitas! Todas as religiões são gloriosas!”

Uma frase desse texto faz-nos lembrar daquela da Igreja Católica do passado:”Só a Igreja salva”. E algumas igrejas evangélicas, que têm herdado alguns erros teológicos antigos da Igreja, ainda pensam assim, não se dando conta de que tal pretensão é fruto do egoísmo e do orgulho de nosso ego.

Já quase encerrada esta coluna inicial de hoje, quero deixar claro aqui que não sou um guru ou coisa semelhante. Apenas estudo e pesquiso assuntos espiritualistas de modo racional, e com consciência de alteridade, ou seja, respeito ao pensamento do outro, bem de conformidade com a Filosofia do Entendimento e da União, acima mencionada, de Ramakrishna.

Agradeço, desde já, a atenção e o apoio que me derem os meus leitores, muitos dos quais já me conhecem, também, através de minhas palestras e livros.

E que Deus nos abençoe e dê paz plena para todos nós, colunista e leitores!

Autor do livro, entre outros, “A Face Oculta das Religiões”, Ed. Martin Claret, SP. E-mail: escritorchaves@ig.com.br