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Reciclagem Mediúnica

Reciclagem Mediúnica

30 – Há no trabalho mediúnico necessidade de metodização, regras a serem
observadas?

Grande parte dos problemas encontrados no exercício mediúnico provêm da:

falta de estudo, de conhecimento, causador do uso indevido, irregular e
desvirtuado que o médium faz das suas faculdades.

Todo trabalho, seja qual for sua natureza, o fim a que se destine – se
pretende imprimir-lhe seriedade, alcançar determinados resultados, haverá de ter
organização, método, regras a serem observadas.

Em mediunidade, essa necessidade se faz imperiosa, marcante, uma vez que sem
observância de pequenos cuidados surgirão ou teremos:

1 – a improvisação – isto é, tudo aquilo que é feito de repente, sem
preparação prévia e que no caso do trabalho mediúnico pode torná-lo estéril, sem
frutos, não atendendo às legítimas aspirações da sessão em si, decorrendo disso
as banalidades, os resultados insignificantes, as mistificações e outros tantas
situações que levam ao comprometimento.

2 – se ao contrário, há resultados satisfatórios, tudo passa a ser atribuído
exclusivamente aos desencarnados. Com o tempo, haverá decepções, necessárias
aliás, pois fazendo surgir a dúvida, o espanto, restabelecerão o equilíbrio no
senso crítico indispensável, nas avaliações do final de cada trabalho, onde
continuamente se percebem pontos, situações, acontecimentos a serem mantidos,
incentivados, corrigidos ou restabelecidos.

3 – sem regras que norteiem, podem surgir as críticas levianas, imperar o
misticismo, a dependência e as comunicações gerarem em torno do trivial,
destituídas do interesse de, ao servir indistintamente, levar o crescimento ao
todo.

Ao invés disso, quando se estabelece atmosfera de estudo, simpatia, união,
discussão, aprendizado e busca conjunta para a solução dos problemas ou dúvidas
surgidas, esclarecendo posições, definindo papéis, criar-se-á sustentação,
estímulo, proteção e auxílio recíproco que leva os participantes encontrar no
espírito analítico, fraterno, caridoso, vigilante e prudente o meio termo entre
o demasiado ceticismo e a credulidade excessiva, ambos extremos igualmente
perigosos.

“A todos que desejam nos trabalhos mediúnicos chegar a resultados sérios e
verdadeiramente úteis essa metodização é necessária. Se se desejar apenas
comunicações sejam estas quais forem, sem atenção à qualidade do
trabalho, essas preocupações são desnecessárias”. (LM – 331)

 

31 – Haveria alguns outros cuidados a serem lembrados?

 

A direção terrena, pela disposição moral conhecimento, caráter, etc. liga-se,
une-se à uma direção espiritual, sintonizadora, afinizada pelos propósitos de
que se imbui e exterioriza. Mutuamente se completam, inspirados neste caso em
objetivos igualmente elevados unidos na busca de fins comuns.

Assim – o dirigente encarnado do trabalho não será o médium psicofônico,
psicógrafo, etc. Sua atenção estará toda voltada para atender a tudo e a todos
durante o desenrolar dos trabalhos.

Velará no respeito aos horários, na assiduidade, freqüência, faltas, licenças
dos componentes do grupo.

Sessões mediúnicas de improviso, quer por necessidades de momento, por
curiosidade ou para atender a quaisquer objetivos não devem ser realizadas.

Entre todo grupo, há que reinar a harmonia do prazer de estar juntos, no
equilíbrio das opiniões, sem exigências pessoais ou possíveis rivalidades
(ciúmes – antipatias – divergências – etc.).

Através do estudo, nas reflexões que o mesmo propicia, manter o clima de
união em ambiente moral superior do trabalho que a todos eleva.

Uma vez iniciada a reunião, não mais permitir entrada de possíveis
retardatários.

Essas lembranças são detalhes, porém importantíssimos porque estabelecem sim
a diferença entre trabalhos. Como regra geral, evidencia-se que, todo aquele que
se dispõe ao trabalho mediúnico, deve estar imbuído do propósito de desenvolver
um trabalho coletivo e nunca pessoal.

 

32 – A necessidade de um padrão moral tão enfatizado quer indicar que deva
ser o médium alguém “santificado”?

 

Não. O médium não é uma pessoa diferente e nem deve afastar-se do mundo para
exercer seu compromisso.

Justamente pelo entendimento que possui do que significa a bênção da
faculdade em si, nesse presente momento da existência, será ele pessoa alegre,
espontânea, natural, criatura normal que, na medida em que se esforça, mais e
mais aprende a selecionar suas relações espirituais, aprimorando-se,
tornando mais seguro o exercício da faculdade. O médium que se renova é aquele
que se mantém em equilíbrio e procede no dia-a-dia dentro de ambiente espiritual
de amor ao próximo. Em “O Livro dos Médiuns” 252, ensinam os Espíritos, que o
esforço que se faz, a luta que o indivíduo envida para alcançar e manter tal
campo é que atrai os bons Espíritos.

A medida que as mudanças vão acontecendo, de dentro para fora, lentamente vão
decorrendo as experiências vitais, conscenciais, estabelecedoras das mudanças
profundas, na visão íntima do mundo e da vida, a se refletir em escolhas,
procedimentos, atitudes, ações, que espelham aquilo que está se processando na
essência, no íntimo do ser.

 

33 – Qual a maior necessidade do médium?

 

Segundo Emmanuel em “O Consolador” 387, a primeira ou maior necessidade do
médium, é antes de entregar-se às tarefas doutrinárias, evangelizar-se,
pois sem isso, conviverá com inúmeros aspectos (personalismo, vaidades,
melindres, etc.) que contarão pontos negativos em relação a si e ao trabalho que
desenvolva.

Não podemos falar em Mediunidade sem lembrar Jesus, que vem ao mundo para
despertar o homem ao trabalho da sua própria libertação em função da própria
imortalidade. Chega sem qualquer prestígio material mas com magnitude moral.
Imprime novos rumos à vida por dirigir-se acima de tudo ao Espírito.
Transmitindo as ondas mentais das esferas de onde procedia e com as quais se
mantinha unido, transita entre os homens, despertando-os para as energias da
vida maior.

 

34 – Em síntese, o médium que desejar comunicações sérias do que não pode se
esquecer?

 

Há que se lembrar que a condição básica para granjear a boa vontade dos bons
Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação e o mais absoluto
desinteresse moral e material. O médium evangelizado, melhora espiritualmente e
beneficia não somente a si mas, a tantos quantos o rodeiam. Assiduidade,
perseverança, pontualidade, fidelidade a Jesus, a Kardec são compromissos do
médium evangelizado.

“Força mediúnica sem Evangelho é fenômeno sem amor.

Força mediúnica sem Doutrina Espírita é fenômeno às cegas sem esclarecimento.

Força mediúnica com Espiritismo mas sem evangelização é realização
incompleta.

Força mediúnica com Evangelho mais Espiritismo é penhor de vitória espiritual
e valorização dos talentos divinos”.

 

35 – Há perigos em se lidar com os Espíritos?

 

Não se pode contestar que não haja perigo aos imprudentes que sem estudo
prévio, sem conhecimento, sem preparo e método se entreguem às investigações.
Também àqueles que fazem do trato com o fenômeno passatempo, frívola diversão,
sem dúvida atraem elementos não moralizados, oportunistas do mundo invisível,
cujas influências fatalmente se farão sentir. Ainda aqueles que,
inadvertidamente, inspirados pelos interesses materiais, sejam estes do teor que
for, tornar-se-iam objeto de infinidade de mistificações, joguetes de Espíritos
pérfidos, oportunistas, interesseiros ou frívolos, que lisonjeando suas
inclinações, seduzindo com brilhantes promessas, captariam confiança, para
depois tê-los em suas malhas.

Se há perigos, entretanto, não são eles específicos ao Espiritismo. Qualquer
mecanismo que nos disponhamos a manipular sem a devida precaução e conhecimento,
implica em perigo.

Aliás, reflete a Revista Espírita de 1858, não há uma só coisa que seja em
si, boa ou má – o uso que se faz é que as torna boas ou más, perigosas ou não.
Se quisermos proscrever da sociedade tudo quanto possa causar perigo, tudo
quanto possa dar margem a abusos, praticamente pouca coisa restaria, mesmo
aquelas consideradas de primeira necessidade como o fogo, uma faca, uma estrada
de ferro, etc., etc.

Se analisarmos porém, que as vantagens compensam e superam os inconvenientes
e que para lidar com os diferentes aspectos são necessários precauções,
conhecimentos, aprendizagem, equilíbrio, bom senso, etc., certamente nos
garantiremos contra inevitáveis perigos.

(Jornal Verdade e Luz Nº 170 de Março de 2000)

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