O relacionamento pais e filhos deve ser fundamentado no
amor e no diálogo. Estes recursos são indispensáveis ao entendimento, à paz e à
harmonia dos membros da família.
Outros recursos são importantes, mas estes não podem faltar nunca sob pena do
relacionamento se degenerar em desentendimento.
É indispensável que pais e filhos cultivem o amor. Com ele no coração, as
pessoas se tornam mais compreensivas, pacientes e indulgentes para com as
imperfeições e faltas dos outros.
O diálogo deve ser uma prática constante em família. A rigor, deve começar
antes da reencarnação dos filhos, quando os espíritos que virão na condição de
filhos se aproximam dos futuros pais. Deve continuar durante a infância, quando
os pais, esforçando-se para descer ao nível das crianças, fala sua linguagem e
se fazem compreendidos.
Na adolescência, o diálogo tem importância capital, não podendo ser
negligenciado de maneira alguma. Nesta fase, é necessário agir com muito tato e
tolerância, porque os adolescentes costumam ser mais sensíveis e emocionalmente
instáveis e inseguros. E os adultos têm mais condições de compreendê-los.
Após a adolescência, é ideal que o tratamento, que era de pais para filhos
adolescentes, passe a ser de adultos para adultos, porquanto os jovens já sabem
discernir bem o certo do errado e já têm condições de escolher o seu caminho,
embora não devam dispensar as orientações e experiência dos pais.
A liberdade é um dos direitos da criatura e deve ser proporcional à
maturidade e responsabilidade de cada uma. É ideal que a liberdade seja
concedida aos filhos de acordo com a responsabilidade. Mais do que uma
concessão, deve ser uma conquista dos filhos que, para isto, devem procurar agir
com muita responsabilidade. Quanto mais maduros e responsáveis, mais liberdade
conquistam.
Perguntas & respostas
01 – Frente à atual liberdade pregada pela mídia e pela psicologia
moderna, como os pais devem desenvolver a educação dos filhos?
Apesar das grandes mudanças no comportamento do homem moderno e da liberdade
defendida na atualidade, os pais devem continuar desenvolvendo a educação dos
filhos de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Evangelho de Jesus, cuja
moral tem caráter de eternidade. Quem tem acesso às obras espíritas, dispõe dos
ensinamentos dos Espíritos que nos oferecem sábias orientações neste campo.
02 – Mas como explicar à criança ou ao adolescente que a educação
liberal que ele vê o amiguinho receber não pode ser a mesma para ele?
Os pais devem conscientizar os filhos de que a sua preocupação é a de
preparar o espírito para a vida na Terra e no plano espiritual. Para atingir
estes objetivos, precisa desenvolver nos filhos as qualidades do coração, as
virtudes, os valores internos. E isto não se consegue sem um comportamento
diferente do homem que vive de forma materialista.
03 – Como deve ser o ensinamento religioso para os filhos?
Os pais devem cuidar do ensino religioso para os filhos desde a mais tenra
idade, tanto no lar, como no templo religioso. Os pais espíritas não devem
deixar de levar os filhos às aulas de doutrina dentro do centro espírita.
04 – Se um filho não quiser seguir a Doutrina Espírita, o que fazer?
Os filhos têm a liberdade de escolher a religião que desejarem, o que não
impede aos pais espíritas de envidarem esforços para fazê-los seguir o
espiritismo. Para convencê-los, os pais devem mostrar a fundamentação lógica da
Doutrina Espírita, o que a torna uma doutrina ímpar no mundo.
Às vezes, um filho recusa-se a ir ao centro, por preguiça ou outros motivos.
Neste caso, os pais podem utilizar de mecanismos que o forcem a ir, como fazem
quando ele recusa-se a ir à escola.
Naturalmente que estes recursos devem ser de natureza mais pedagógica e
adequados ao grau de desenvolvimento do filho.
05 – Quando e como começar a falar sobre sexo com os filhos?
Os pais devem aproveitar todas as oportunidades para passar aos filhos noções
de sexo equilibrado. Isto desde a infância. No início, irão passando os
conhecimentos sobre reprodução. Posteriormente, falarão de sexo equilibrado.
O ideal é que estas informações sejam dadas de forma gradativa, de acordo com
a compreensão dos filhos. A abordagem deve ser feita de forma natural, sem
constrangimentos. Para isto, os pais precisam preparar-se, sobretudo
libertando-se dos tabus que cercam esta questão.
Muitos pais alegam que não se sentem à vontade para chamar os filhos para
conversar sobre sexo.
Esta dificuldade pode ser superada, elaborando-se um programa de
esclarecimentos e estudos que contenham, ao lado de outros conteúdos, o assunto
sexo.
06 – É correta a regra que diz que, em matéria de educação sexual, o
pai deve só falar com o filho e a mãe só com a filha?
A educação dos filhos é tarefa dos pais. Ambos podem abordar a questão com
filhos e filhas. Podem, inclusive, transmitir os esclarecimentos juntos. Isto
não impede que a mãe tenha colóquios mais íntimos com a filha e o pai com o
filho, para aprofundar em alguns detalhes. É importante salientar que a regra
que estabelece que o pai fale com o filho e a mãe com a filha é uma das
conseqüências dos tabus.
Quem se liberta desses tabus, naturalmente deixa de seguir esta regra, por
que descobre que o sexo é belo e sublime, podendo ser abordado com toda
naturalidade.
07 – Se os filhos começam a conviver com colegas que os influenciam em
vícios, com tóxicos, álcool e fumo, como devem agir os pais?
O ideal que os pais acompanhem os filhos de perto, influenciando na escolha
de suas amizades, desestimulando as inconvenientes e reforçando as boas. Se,
apesar destes cuidados, os filhos começarem a conviver com colegas que tenham
costumes inadequados e vícios, os pais dispõem do recurso de fazer um trabalho
educativo e preventivo, conscientizando os filhos quanto à nocividade destes
vícios e costumes, tanto para o corpo, como para o espírito. É muito importante
também conservar um ambiente harmonioso em casa, procurando fazer com que os
filhos sejam felizes e não precisem destes estimulantes para sentirem-se bem.
08 – E se o filho já estiver com algum vício, como os pais devem
ajudá-lo?
Os pais devem se aproximar, o máximo possível, do filho e sondar-lhe o
íntimo, tentando identificar as razões que o levaram a se envolver no vício e
procurar resolver o problema, atacando a causa. Não adianta desesperar ou
ameaçar o filho. É importante sondar se existe alguma influência espiritual e
adotar as medidas adequadas. Também não pode exigir resultados imediatos. De
modo geral, a solução definitiva de problemas desta natureza demanda tempo e
paciência.
09 – Como deve ser a convivência dos pais frente aos filhos? Devem
evitar as costumeiras discussões na frente das crianças? E os exemplos?
Um ambiente harmonioso é extremamente importante para a boa educação dos
filhos. Os pais devem procurar resolver os seus problemas conversando com
serenidade e evitando discussões agressivas.
Agindo assim, estarão dando bons exemplos para os filhos. Se não conseguem
proceder desta maneira, é melhor acertar as suas diferenças longe deles,
sobretudo se costumam discutir sem a devida serenidade.
10 – Em caso de pais separados, como conseguir dar uma boa educação
para os filhos, sem deixá-los complexados pela situação de desunião?
Quando os pais são separados, para que a educação dos filhos não fique muito
prejudicada, o pai (ou a mãe) que estiver morando longe dos filhos deve procurar
conviver com eles com a maior freqüência possível e procurar agir com a máxima
atenção e aproveitar todas as oportunidades para cuidar da sua educação e
amenizar os efeitos negativos da separação. É importante também não envolver os
filhos nos problemas da separação e orientá-los no sentido de evitar tomar
partido.
11 – Como agir com o filho problema? Aquele ser cheio de complexos,
introvertido, arredio, difícil de lidar?
Os resultados melhores na solução deste tipo de problema têm sido obtidos com
o trabalho conjunto de pais e psicólogos especializados em atender adolescentes.
Muitos pais, entretanto, não têm condições de contratar os serviços de um
psicólogo. Neste caso, terão de agir sozinhos. Entre os recursos que poderão
utilizar está o diálogo, que deve ser empregado com insistência. Os pais devem
estimular o filho portador deste tipo de problema a dar respostas em frases
completas. Cuidarão igualmente para que converse olhando nos olhos do
interlocutor. Outra medida consiste em ajudá-lo a fazer amizade e conviver com
crianças ou jovens da sua idade. É importante utilizar recursos psicológicos que
reforcem a comunicação e enfraqueça a timidez, os complexos, o medo, o
sentimento de inferioridade.
Os pais podem se valer destes conhecimentos para libertar os filhos deste
tipo de problema.
12 – Quando o pai deve optar pela repreensão física (moderada), ao
invés do diálogo?
Nem sempre os pais conseguem resolver todos os problemas de comportamento dos
filhos com o amor, o diálogo e os diversos recursos pedagógicos que se utilizam
na educação dos filhos. Nesta situação, a utilização da repreensão física
moderada pode evitar males maiores, sendo, portanto, medida compreensível.
13 – Até quando deve haver cuidados dos pais para com os filhos? Quando
devemos deixá-los “andar com as próprias pernas”?
Após a adolescência, os jovens já têm condições de saber separar o certo do
errado e podem escolher seu próprio caminho. Nesta fase da vida, o tratamento
entre pais e filhos deve passar a ser de adultos para adultos.