Resultados do Censo
Com a publicação dos resultados do último recenseamento muitos espíritas se
preocuparam com o pequeno índice apresentado, de pessoas que se declararam
espíritas. Muitos centraram a culpa na má divulgação, no que eles tem razão, mas
parcialmente, no nosso modo de entender.
A literatura espírita é vigorosa, mas como a maioria dos livros publicados
são romances, os compradores, em grande número, não estão compromissados com o
Espiritismo, e lêem romances por diletantismo, como leriam Agatha Cristie, ou
Sheldon, ou Paulo Coelho.
Alguns jornais da Grande Imprensa mantém colunas espíritas, assim como pelo
Brasil inteiro existem programas de rádio que vão de 5 minutos a duas horas de
duração. Há, também, alguns poucos programas de televisão, mas este é um veículo
muito caro, e praticamente fora da nossa realidade nos canais abertos, e nos
demais, como UHF a audiência é pequena.
Contudo, temos a Rádio Rio de Janeiro, da Fundação Espírita Paulo de Tarso, e
a Rede Boa Nova de Rádio, pertencente à Fundação Espírita André Luís. O Rádio é
um veículo de grande penetração e merece atenção especial. Assim como a Rádio
Rio de Janeiro, a Rede Boa Nova de Rádio enfrenta desafios gigantescos. A
primeira é regionalizada, mas a nossa Rede transmite via satélite para todo o
Brasil, e via Internet para o mundo. Mas como isto tem um custo alto, criamos o
Clube do Ouvinte, para ajudar-nos na manutenção da programação, e esperamos que
você tenha motivações para participar.
Mas voltemos ao censo. Será que ele reflete a realidade? E se reflete não
estaria dando o retrato do mundo sem o Espiritismo? Se uma mensagem tão lúcida,
se pensamentos tão consoladores, que, filosoficamente, resolve a maioria dos
problemas humanos e metafísicos, porque tão poucos adeptos? Falha na divulgação?
Talvez! Contudo, achamos que o cerne da questão está no produto que oferecemos.
Enquanto oferecemos um árduo trabalho para a renovação mental e a construção
da felicidade nesta vida ou no plano espiritual, enquanto motivamos ao trabalho
fraterno para a transformação do mundo, enquanto ensinamos que céu e inferno
estão no coração ou na consciência de cada um, enquanto oferecemos trabalho
muito trabalho para alcançar a felicidade, o produto oferecido por várias
confissões religiosas é a felicidade para agora e a salvação para depois da
morte.
Não importa o número de espíritas que existem, e sim o nível de consciência
dos que existem. O Espiritismo não é proselitista, não anda oferecendo vantagens
em troca da conversão. A grande responsabilidade da situação caótica que o mundo
vive é das grandes religiões, sejam elas cristãs ou não.
Continuemos com a nossa modesta posição, trabalhando sempre para crescer
conscientemente. Vamos dar a nossa contribuição à divulgação, como faz a Rede
Boa Nova de Rádio, mas lembremo-nos sempre que a maior divulgação é o exemplo.
Vivamos os ensinamentos espíritas na sua maior pureza.
Vamos parafrasear o Dr. Albert Schwetzer dizendo: enquanto o mundo for
violento, injusto, fazendo guerras… Enquanto pessoas morrerem de fome, sem ter
onde morar, sem ter escolas, assistência médica… Enquanto existirem
criminosos, ladrões, corruptos, traficantes de drogas, viciados, bandidos que
matam, estupram, roubam… Enquanto houver os que maculam a inocência, exploram
a prostituição, o trabalho escravo, o trabalho infantil… Enquanto houver
crianças fora da escola, e os mais pobres não tiverem acesso aos cursos
superiores… Enquanto faltar trabalho… enquanto não existir fraternidade,
solidariedade e amor, EU NÃO TENHO O DIREITO DE DESCANSAR.