Amilcar Del Chiaro Filho
Pedimos licença aos leitores deste artigo para abandonar o plural da modéstia, e falar na primeira pessoa do singular, porque queremos falar de um amigo querido e especial, já desencarnado, e que foi programador da Rádio Boa Nova. Estamos falando de Oswaldo Sibineli, titular do programa “Caminhando Juntos”, e que deixou no coração do seu público, e dos amigos, uma saudade imensa. Por muitos anos ele manteve cursos gratuitos de autoestima e, psicoterapia autógena, e a fila de espera para inscrições era sempre muito grande. Voz suave, como seus alunos e ouvintes do seu programa, ele magnetizava os seus ouvintes. Sabe, meu querido Oswaldo. Um dia eu estava a procurar um amigo que me ensinasse a sorrir com os olhos e com a alma, um riso, maravilhoso sem amargor. Um amigo que me ensinasse a ter coragem para suportar e superar os momentos de angústias e dores, de perigo ou agressividade. Um que me ensinasse a escolher e usar as ferramentas para garimpar os bons momentos da vida, os instantes felizes, e a joeirar o próprio sofrimento, em busca da paz, da harmonia. Um amigo que me mostrasse como superar o medo e a morte, que me ensinasse a rimar dor com amor, para que o amor balsamize a dor. Estava a procura um amigo que caminhasse comigo entre as pedras que me machucam os pés e espinhos que me dilaceram as carnes, mas também um amigo que me ensinasse a aspirar o perfume das flores que vem do campo no bojo da brisa, um amigo que plantasse flores, semeasse estrelas e distribuísse esperanças e paz. Este amigo encontrei-o em você, Oswaldo, nos seus exemplos de dignidade, força, trabalho e fé. Encontrei na sua firmeza de caráter, e na poesia da sua alma. Contudo, um dia você foi embora. Não porque você quisesse ir, mas seu corpo, desgastado por enfermidade grave, não pode resistir. Mas você nunca foi embora verdadeiramente, porque continuas habitando o coração dos amigos, e sentimos a suavidade da sua lembrança nas coisas simples que você amava e ama. Por isso digo com a religiosidade de amigo. A você, Honra ao Mérito. Não lhe ofereço uma medalha, mas o meu próprio coração.