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Sobre o Amor

01 – Amo um homem que me ama. Porém sou casada e ele também. Ambos temos
filhos. Haverá inconveniente em nos unirmos, considerando que me sinto uma
mulher adulta e capaz de assumir essa responsabilidade?

Não parece. Quem admite desfazer dois lares para realizar-se afetivamente
estagia na imaturidade. Qualquer pessoa que tenha o siso sabe que é impossível
edificar a própria felicidade sobre infelicidade alheia.

02 – Estou me relacionando com um homem casado. Tentei várias vezes
terminar, mas gosto muito dele e ele de mim. Não consigo me sentir culpada por
isso.

Isso é grave. Existindo o sentimento de culpa, a consciência de que se está
fazendo algo indevido, nem tudo está perdido. Podemos mudar de rumo. Quando nos
acomodamos ao erro, sob inspiração do egoísmo, podemos permanecer por largo
tempo no desvio, até que venham as rudes lições da dor, a mestra infalível.

03 – O que deve fazer uma pessoa que ama e não é correspondida?

Cuidar da vida. Alimentar ilusões em torno de alguém que não corresponde às
nossas expectativas é marcar passo na jornada humana, sofrendo inutilmente. A
idéia de que não se pode ser feliz sem um amor correspondido exprime um equívoco
cometido por pessoas que ainda não compreenderam que o amor à vida é a grande
fonte de felicidade.

04 – Há dois anos sofri uma desilusão e não consegui mais me encontrar.
Por que isso acontece?

Por que você está convivendo com um cadáver. Em princípio a desilusão é algo
positivo. Significa que estávamos iludidos. É a morte da ilusão. O problema é
que as pessoas costumam guardar esse cadáver no armário. É horrível! Cheira mal!
Melhor cuidar da vida, sem alimentar fantasias…

05 – Tive um namorado que amei muito. Ele desencarnou antes do casamento.
Hoje sou casada com outro. É possível a convivência com dois amores?

Devemos ser monógamos no amor romântico e polígamos no amor fraterno. O
primeiro é um compartimento fechado, estreito, onde não é aconselhável
conviverem mais de duas pessoas. O amor fraterno é um universo – cabem filhos,
pais, irmãos, amigos, colegas, ex-namorados… Não raro eles se confundem no
processo reencarnatório. O filho de hoje pode ser o namorado querido de ontem,
ensaiando estágios mais nobres de afetividade, nos domínios do amor.

06 – Duas pessoas que se amam e renunciam ao amor nesta encarnação para
não causar sofrimento a alguém, poderão ser felizes e realizarem o amor numa
próxima?

O amor verdadeiro, envolvendo a comunhão as almas, tem cunho de perenidade.
No desdobramento das experiências reencarnatórias podem ficar transitoriamente
separadas, por força de seus compromissos, mas sempre retornarão ao convívio,
estreitando laços de afetividade.

07 – Sou uma mulher jovem e amo um homem casado. Devo abrir-me com ele
demonstrando como o amo? Sinto que é o homem de minha vida…

Para que? Para tentá-lo? Para confundi-lo e comprometer-se? É preciso
cuidado. Quando nos entregamos a devaneios é fácil nos envolvermos com fantasias
amorosas, que podem causar sérios embaraços a nós mesmos e a outras pessoas.

08 – Se após uma amizade de longos anos nasce uma atração entre o homem e
a mulher, pode surgir o amor?

Não há nenhum problema, desde que ambos estejam “livres e desimpedidos”.
Desejável que o relacionamento comece com uma grande amizade, a melhor forma de
amor. Que venha depois o envolvimento passional, o contato físico, o desejo de
acasalamento. Quando essa sinalização é invertida pode dar tudo errado.
Empolgação primeiro, tédio e insatisfação depois, quando a pessoa verifica que o
parceiro não é exatamente o que procurava.