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Sociedades de Pesquisa Psíquica

Sociedades de Pesquisa Psíquica

Vimos no artigo anterior que o relatório da London Dialectical Society teve
um acolhimento pouco estimulante por parte da imprensa. O relatório em questão,
na realidade, compreendia um vasto e bem documentado repositório dos mais
variados fenómenos paranormais espontâneos (e alguns provocados), em tudo
semelhantes aos que já haviam sido e, posteriormente, passaram a ser também
registrados por outros investigadores.

Deve notar-se que a questão da sobrevivência após a morte, propositadamente
ou não, foi deixada de lado. No entanto, o conjunto fenoménico focalizado no
«relatório» teve uma grande influência e atraiu a atenção de pesquisadores
qualificados, para o problema da sobrevivência.

O doutor Alfred Russel Wallace, em On Miracles and Modern Spiritualism,
afirma que, dos 33 membros activos da comissão que colaboraram no «relatório»,
apenas oito acreditavam inicialmente nos fenómenos; apenas quatro eram adeptos
da teoria espiritualista. Os restantes 25 eram cépticos. No correr das
investigações, pelo menos 12 dos totalmente cépticos convenceram-se da realidade
de muitos dos fenómenos de efeitos físicos, quando faziam parte das subcomissões
que os investigavam. Três dos que eram previamente cépticos tornaram-se, mais
tarde, inteiramente espiritualistas. Praticamente todos concordaram com o
estabelecimento da realidade dos fenómenos paranormais. O «relatório» da
comissão nomeada pela London Dialectical Society, visto em seu conjunto,
constituiu enorme apoio à tese espiritualista. Iremos ver que, mais tarde, as
investigações levadas a efeito pelas primeiras sociedades de pesquisa psíquica
tiveram como um dos primeiros objectivos a investigação da possível natureza
espiritual do homem. Como consequência foram inicialmente estudadas as
manifestações mediúnicas, a telepatia, as alucinações, etc.

À medida que a constatação da fenomenologia paranormal parecia reforçar a
tese dos espiritualistas, uma reação também foi surgindo, visando opor um dique
àquela onda de espiritualismo. Aqui e ali apareceram focos de combate directo e
violento, como no caso da imprensa. Pensamos que a grande influência do
positivismo e a intransigência dogmática das religiões teriam contribuído
ponderavelmente para o nascimento e crescimento da reacção mencionada.
Entretanto, os adversários do espiritualismo não mostraram a sua hostilidade
constantemente de maneira frontal. Aos poucos foram provocando as mudanças
visadas, de maneira subtil e sistemática. A primeira modificação foi quanto ao
nome da fenomenologia. Inicialmente eram fenómenos espirituais, objecto de
estudo do «Spiritualism». Passou para Psychical Research. Em seguida, Emile
Boirac, Max Dessoir e outros adoptaram o termo parapsicologia. Houve, assim, uma
hábil mudança de rótulo e, conseqüentemente, no conceito acerca da natureza
desses fenómenos. O prefixo para colocava uma conotação nova, evocando a
paranormalidade, tanto dos fenómenos quanto das funções psíquicas correlatas. Os
referidos fenómenos e respectivas funções foram subtraídos ao seu enquadramento
como categoria metafísica ou espiritualista. Semelhante objectivo parece ter
inspirado Charles Richet ao criar o termo metapsíquica para denominar a
disciplina que trata da referida fenomenologia.

A aceitação maior, hoje, é para o vocábulo parapsicologia, sem embargo de que
ainda existam na Inglaterra e Estados Unidos alguns sectores persistindo em usar
a designação Psychical Research (pesquisa psíquica).

Embora o objectivo declarado das sociedades de parapsicologia tenha sido
rotulado cuidadosamente para não se confundir com o do espiritualismo, a
existência e sobrevivência do espírito após a morte continuaram a ser uma
preocupação subjacente de grande número de parapsicólogos.

The Society for Psychical Research

Em 20 de Fevereiro de 1982 a The Society for Psychical Research (SPR)
completou um século de existência. Foram cem anos de trabalhos profícuos e
colaboração preciosa para o reconhecimento da parapsicologia como disciplina
científica. Graças à sua austeridade, a SPR granjeou o respeito e a admiração do
mundo inteiro. As suas publicações, os famosos «Proceedings» formam uma colecção
monumental, um repositório vastíssimo de informações concernentes a trabalhos de
investigação de toda a extensa fenomenologia paranormal; é um tesouro de
inestimável valor, posto à disposição do mundo e das gerações futuras. Além dos
«Proceedings», são também editados o «Journal of the SPR» (o qual é distribuído,
cada três meses, aos sócios da SPR), bem como livros e panfletos.

Os nomes ilustres no campo da parapsicologia e das ciências têm figurado na
lista dos presidentes da The Society for Psychical Research. Entre eles podemos
destacar a título de exemplo, os seguintes: prof. Hen-ry Sidgwick (1.º
presidente), 1882-1884; prof. Balfour Stewart, 1885-87; prof. William James,
1894-95; sir William Crookes, 1869-99; F. W. H. Myers, 1900; sir Oliver Lodge,
1901-03; sir William Barret, 1904; prof. Charles Richet, 1905; conde G. W.
Balfour, 1906-07; rev. bispo W. Boyd Carpenter, 1912; prof. Henri Bergson, 1913;
prof. Gilbert Murray, 1915-16; lord Rayleigh, 1919; William McDougall, 1920-21;
Camille Flammarion, 1923; prof. dr. Hans Driesch, 1926-27; dr. W. F. Prince,
1930-31; e inúmeros outros não menos ilustres, como o doutor J. B. Rhine e
doutora Louisa Rhine.

Em 6 de Janeiro de 1882 o professor William F. Barret convocou uma reunião em
Londres, durante a qual foi planeada a constituição da The Society for Psychical
Research. Em 20 de Fevereiro de 1882 foi então eleito seu Conselho e esboçado um
programa para trabalhos futuros.

Os objectivos da SPR podem ser melhor conhecidos através dos seis itens que
compreendiam o programa então entregue às comissões especiais. Ei-los: «1 –
Exame da natureza e extensão de qualquer influência que possa ser exercida por
uma mente sobre outras, à parte de qualquer modo de percepção geralmente
reconhecido. 2 – Estudo do hipnotismo e das formas do chamado transe mesmérico,
com a sua alegada insensibilidade à dor; clarividência e outros fenómenos
correlatos. 3 – Revisão crítica das pesquisas de Reichenbach com certas
organizações chamadas «sensitivas», e um inquérito se tais organizações possuem
qualquer poder de percepção além de uma sensibilidade altamente exaltada dos
órgãos sensoriais conhecidos. 4 – Cuidadosa investigação de quaisquer relatórios
apoiando-se em forte testemunho, concernentes a aparições no momento da morte,
ou de outra forma, relativos a perturbações em casas com fama de serem
mal-assombradas. 5 – Inquérito acerca dos vários fenómenos comummente chamados
espiritualistas, com tentativas para descobrir as suas causas e leis gerais. 6 –
Colecta e colecção de materiais de apoio à história dessas questões. (Proc. SPR,
vol. I, parte I, Outubro, 1882, pp.3 e 4).

«O critério da Sociedade será a abordagem desses vários problemas, sem
prejuízo ou preconceito de qualquer espécie, no mesmo espírito de exacto e
desapaixonado inquérito que tem facultado à ciência resolver tantos problemas,
uma vez não menos obscuros nem menos apaixonadamente debatidos». (Opus cit.p.4).

Como pode ver-se pelas disposições atrás transcritas, a SPR propôs-se tratar
dos fenómenos paranormais por ela investigados, usando um critério rigorosamente
idóneo, positivo e científico. Realmente, a referida orientação foi seguida ao
longo desses 102 anos, e parece que continuará sempre assim.

Este facto não impediu, todavia, que houvesse alterações quanto à forma de
interpretar a fenomenologia paranormal, embora a SPR, como um todo, não deva ter
preferência por esta ou aquela doutrina filosófica, este ou aquele credo
religioso.

Seria tarefa praticamente impossível resumir, nas poucas linhas cabíveis
nestas colunas, a imensa soma de trabalhos efectuados pela SPR durante as suas
actividades. Como ocorre com grande número de sociedades, a SPR teve a sua fase
áurea, durante a qual surgiram os seus trabalhos mais importantes. Esta fase
áurea vai desde a sua fundação (1882) até 1905. Neste período, sobressaem as
extraordinárias actividades de Myers, Sidgwick, Gurney e Hodgson. Este último,
de 1887 até 1905 – data de sua morte -, levou a efeito as investigações
consideradas as mais importantes da SPR. Nesta época surgiram as famosas
«correspondências cruzadas» e as observações da mediunidade da srª Leonore E.
Piper. Três foram os investigadores que estudaram, em conjunto, as faculdades
mediúnicas da srª Piper: sir Oliver Lodge, prof. James Hyslop e o dr. Richard
Hodgson. Este último, inicialmente materialista, tornou-se espiritualista, tal a
soma de evidências obtidas naquelas investigações.

Apesar da imensa quantidade de material de pesquisa portador de fortes
evidências em apoio à tese da sobrevivência, colectado pelos seus
investigadores, a SPR tem-se mantido irredutivelmente neutra a respeito deste
problema. A constituição da Sociedade não permite um pronunciamento oficial que
revele opinião de carácter colectivo.

Inicialmente, reinava perfeita harmonia entre os seus membros adeptos da tese
materialista e os da espiritualista. Com o tempo, surgiram profundas
divergências entre os que chamaríamos hoje de parapsicólogos e os
espiritualistas. O motivo das divergências encontrava-se nas atitudes das
respectivas fracções. Os parapsicólogos preocupavam-se em estabelecer a verdade
dos fenómenos, exercendo controlos às vezes tão rigorosos e exigências
operacionais tão difíceis de serem atendidas, que teriam, sem dúvida, o efeito
de inibir os fenómenos ou tornar impossível a sua pesquisa. Por sua vez os
espiritualistas davam como suficientemente demonstrada a sua tese e procuravam
enquadrar a maioria dos casos na categoria de sua preferência. Houve posterior
radicalização por parte das facções. A simpatia inicialmente votada aos
espiritualistas deu lugar a sistemática hostilidade e acusações de fraude e má
observação contra eles, por parte dos primeiros.

Finalmente a SPR passou a ser apontada como uma Sociedade votada
principalmente a exercer excessivo criticismo em relação a toda a investigação
em torno dos fenómenos paranormais.

Sir Oliver Lodge na sua obra The Survival of Man (London: Methuen, 1909, pp.
6/7) faz uma crítica à posição da SPR, acima citada: «…A hostilidade do mundo
lá fora e da Ciência ortodoxa à investigação (pesquisa psíquica), embora às
vezes feroz e desdenhosa, sempre ponderável e significante, tem sido
relativamente suave — talvez porque fragmentária e intermitente — quando
comparada com as amargas e razoavelmente contínuas diatribes que foram
publicadas e ainda muitas vezes se publicam pela imprensa espiritualista, contra
a enfadonha, pesada e repelente atitude dos responsáveis pelo funcionamento da
Sociedade».

«Ela tem sido considerada uma Sociedade votada à supressão dos factos, à
maciça imputação de impostura, ou desencorajamento do sensitivo e ao repúdio de
toda a revelação do tipo que se reconhece ser ela mesma importante para a
Humanidade, partida das regiões de luz e do conhecimento». (Opus cit. pp. 6/7).

Embora as críticas de sir Oliver Lodge e de outros mais que militaram na SPR,
naquela época, possam ser procedentes no caso particular da posição positivista
e materialista de alguns de seus membros, isso não tira o grande mérito dessa
Sociedade e nem empana o brilho das suas realizações através de todo o largo
tempo das suas actividades. Por esta razão, a SPR sempre mereceu e continua a
merecer o máximo respeito e admiração dos que se tornaram cientes da imensa
contribuição desta Sociedade, para o conhecimento da natureza espiritual do
homem. Endereço: The Society for Psychical Research – Adam and Eve Mews – London
W8 6UG / Inglaterra

The American Society for Psychical Research

Em 1885 foi fundada, em Boston, EUA, por ocasião de uma visita do prof.
William Fletcher Barret, a The American Society for Psychical Research (ASPR).
Foi seu primeiro presidente o prof. Simon Newcomb. Em 1889 a ASPR filiou-se à
SPR de Londres. Nesta ocasião era seu presidente o prof. S. P. Langley. De 1887
a 1905 as pesquisas da ASPR foram orientadas pelo dr. Richard Hodgson.

Com o falecimento de Hodgson em 1905, a ASPR foi dissolvida e, em 1906, foi
restabelecida novamente como sociedade independente, sob a presidência do dr.
James H. Hyslop. Actualmente a ASPR tem a sua sede em New York, 5 West 73rd
Street, NY 10023 – USA. Os objectivos da ASPR, no que concerne à pesquisa
paranormal, abrangem toda a gama dos fenómenos paranormais, sem excepção. Eles
incluem, também, a investigação dos fenómenos que dão apoio à hipótese da
sobrevivência após a morte do corpo físico.

Entre os pesquisadores pertencentes a ASPR, destacam-se os doutores Karlis
Osis e Ian Stevenson.

Karlis Osis tem levado a efeito investigações acerca de «visões em leito de
morte», «desdobramento astral», «casos de poltergeist» e outros, na sua maioria
com resultados que dão apoio à tese da sobrevivência.

O doutor Ian Stevenson é bastante conhecido dos nossos leitores. Ele é
director da Divisão de Parapsicologia da Universidade de Virgínia, em
Charlottesville, USA. É é o maior investigador de casos de reencarnação, tendo
colectado, no mundo todo, cerca de dois mil casos desse tipo. No Journal of The
American Society for Psychical Research, de Abril de 1983, vol. 77, nº2, foi
publicado um notável trabalho de análise, em computador, dos casos «não
resolvidos» que estão incluídos na enorme colecção de Ian Stevenson. Esta
análise consiste na comparação das principais características de «casos
resolvidos» com as características dos «casos não resolvidos».

Os «casos não resolvidos» são aqueles para os quais não foi possível
localizar a personalidade anterior e completar assim totalmente a investigação.
Estes casos apresentam evidências intrínsecas e circunstanciais, mas não são
completos, por faltar a total identificação da personalidade prévia. Não
obstante, eles têm grande importância quando comparados com os «casos
resolvidos», e servem igualmente de apoio à tese da reencarnação. Infelizmente,
por ser um trabalho altamente técnico, não nos é possível explicá-lo melhor
nestas linhas. Mas, em resumo, a análise comparativa mostrou que os «casos não
resolvidos» possuem muitas semelhanças significantes com os «casos resolvidos».
Desse modo, eles conservam o seu valor como evidência de apoio à tese da
reencarnação. «Entretanto, os casos não resolvidos podem consistir de pelo menos
três tipos: 1) puras fantasias; 2) memórias de vidas prévias que são
inverificáveis devido à falta de informação suficiente necessária à sua
constatação; 3) um punhado de memórias reais de vidas passadas misturadas com
floreios de detalhes irrelevantes e incorrectos ou de recordações normais de
eventos da meninice da vida presente». (Opus cit. p. 34).

A The American Society for Psychical Research mantém-se em franca actividade
e, como a SPR de Londres, tem realizado importantíssimos trabalhos no campo da
parapsicologia. Ela distingue-se pelo grande destaque que tem dado à pesquisa em
torno da sobrevivência.

The Foundation for Research on the Nature of Man

A FRNM tem um nome que significa Fundação para a Pesquisa da Natureza do
Homem. Foi fundada em 30 de Julho de 1962. Ali militaram o doutor Joseph Banks
Rhine (1895-1980) e sua esposa doutora Louisa E. Rhine (1891-1983). Ambos
fizeram parte, desde a sua fundação, do Parapsychology Laboratory da
Universidade de Duke, onde, em 1928, data da sua organização como primeiro
laboratório de parapsicologia experimental, foram lançadas as bases da moderna
ciência do paranormal. Actualmente Rhine é considerado o pioneiro dos estudos
sistemáticos em laboratório, visando a determinação quantitativa dos índices de
percepção extra-sensorial e psicocinesia no homem.

Rhine não se declarava um espiritualista na acepção do termo. Entretanto,
para ele, o factor Psi assume aspectos muito próximos daquilo que
metafisicamente significaria o espírito ou a alma. Ele praticamente coloca o
factor Psi fora do contexto material, admitindo, entretanto, a existência de
conexões energéticas entre aquele e a matéria. Para Rhine, Psi deve ser anterior
à manifestação da vida e teria funcionado como um dos factores básicos da
evolução biológica, desde os primórdios da sua origem na Terra.

A FRNM edita uma revista trimestral, o Journal of Parapsychology, a qual
contém material informativo da mais alta qualidade. Endereço da FRNM: The
Foundation for Research on the Nature of Man – Box 6847, College Station –
Durhan, North Carolina 27708 – USA

Parapsychology Foundation, Inc.

A Parapsychology Foundation, Inc. foi criada em 14 de Dezembro de 1951, por
Eileen J. Garret (1893-1970), com o suporte financeiro de Frances P. Bolton.

Eileen Garret foi uma de entre as mais famosas médiuns inglesas. O prof.
William McDougall e Joseph Banks Rhine, da Duke University, investigaram sua
mediunidade em 1934. Ela dirigiu a PF, como presidente, desde a criação desta
Fundação até 1970, data da sua morte.

A PF tem contribuído para o desenvolvimento da parapsicologia, através de
ajuda financeira à pesquisa e desenvolvimento de novos laboratórios, auxílio a
estudantes, financiamento de viagens de estudo, promoção de conferências, apoio
a investigadores isolados, etc.

Dentro do seu extenso programa de pesquisas e suportes financeiros a PF
sempre incentivou a pesquisa da sobrevivência após a morte, a reencarnação e o
mediunismo.

A PF edita, bimensalmente, uma revista, a Parapsychology Review, excelente e
noticioso periódico, além de publicar vários livros sobre assuntos
parapsicológicos. Endereço da PF: Parapsycho-logy Foundation, Inc. – 228 East 71
st Street – New York, N.Y. 10021 – USA.

Psychical Research Foundation

A Psychical Research Foundation (PRF) foi fundada em 1961 por Charles E.
Ozanne, já falecido. Em Abril de 1963 começou a ser editado um boletim, hoje
revista, denominado Theta e destinado a divulgar os resultados das suas
investigações. O seu programa consiste na pesquisa da sobrevivência após a
morte.

O seu director é o doutor William G. Roll. Em 1969, Roll ampliou o quadro de
investigadores da PRF, que contava de início apenas com ele próprio. Os
colaboradores passaram a ser aliciados entre o pessoal da Comunidade
Universitária, pois agora a PRF situase próximo do Campus Oeste da Universidade
de Duke, em Erwin Road, nº 2013.

O interesse de W. G. Roll no problema da sobrevivência começou quando ele
terminou o ginásio em sua terra, a Dinamarca, em 1947, e foi para a Universidade
da Califórnia, em Berkeley, para estudar filosofia e psicologia. Certa ocasião,
quando estava a tirar uma soneca, na International Houve, ele despertou e
levantou-se para acender a luz. Aí, ele notou que o seu dedo parecia penetrar na
chave da luz. Olhou para a cama e viu seu próprio corpo ainda deitado. Percebeu,
então, que se achava «desdobrado» espiritualmente! Nunca mais conseguiu repetir
a experiência, mas o facto despertou o seu interesse em conhecer e investigar os
fenómenos paranormais. Somente mais tarde, na Universidade de Oxford, ele pôde,
durante oito anos, estudar parapsicologia com o prof. H. H. Price. Ele
graduou-se apresentando uma tese sobre as suas pesquisas de percepção
extra-sensorial, com cartas Zener, orientado pelo doutor J. B. Rhine. Devido a
isso, W. G. Roll foi convidado a trabalhar em Durham, no Parapsychology
Laboratory, naquela época dirigido pelo doutor Rhine.

William G. Roll é também um bom especialista em casos de poltergeist.
Endereço da PRF: Psychical Research Foundation, Inc. – 2013 Erwin Road – Duke
Station, Durham, N. C. 27706 – USA.

Institut Metapsychique International

Em 1918, o industrial francês Jean Meyer fundou, em Paris, o famoso Institut
Métapsychique International (IMI). Jean Meyer era adepto de Allan Kardec.

O primeiro director do IMI foi o doutor Gustave Geley, que era reconhecido
como espiritualista e autor de notáveis trabalhos, entre eles a obra clássica
«De L´Inconscient au Conscient».

O primeiro comité era integrado por homens ilustres: prof. dr. Charles Richet,
P. N.; prof. Santoliquido; conde de Gramont; dr. Calmette; Camille Flammarion;
ex-ministro de Estado Jules Roche; e dr. Treissier. Entre os seus membros
figuravam sir Oliver Lodge, Ernesto Bozzano e o prof. Leclainché,
inspector-geral dos Serviços Sanitários.

Pelos nomes relacionados acima verifica-se que no IMI predominavam os
espiritualistas. O próprio prof. Charles Richet, que inicialmente se colocava
numa posição materialista positivista, rendeu-se, no final de sua carreira, à
irretorquível dialéctica de Ernesto Bozzano, aderindo à tese espiritualista, sem
se tornar propriamente espírita.

O IMI teve sua época áurea na primeira metade do século XX. Com a II Guerra
Mundial, passou por crise financeira. Actualmente encontra-se a funcionar
normalmente. Endereço do IMI: Institut Métapsychique International – 1, Place
Wagram – 75017 Paris – França.

Conclusão

Actualmente, há no mundo um grande número de instituições votadas ao estudo e
pesquisa dos fenómenos paranormais. O seu número alcança a casa das centenas. No
Brasil há também várias instituições rotuladas de parapsicológicas. Infelizmente
nem todas estão a obedecer a uma linha rigorosamente científica e de pesquisa
pura. Entretanto há algumas excepções, entre as quais gostaríamos de mencionar
três apenas: a Associação Brasileira de Parapsicologia – ABRAP, à qual se filia
o Instituto de Parapsicologia do Rio de Janeiro (Av. Maracanã, 475 (Tijuca) –
Rio de Janeiro); o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas – IPPP
(Rua da Concórdia, 372, sala 47 – CEP 50000 – Recife – PE); o Instituto Nacional
de Pesquisas Psicobiofísicas – INPP, ligado à Faculdade de Ciências
Bio-Psíquicas do Paraná (Caixas Postais 7313 e 2428 – CEP 80.000 – Curitiba –
PR).

Neste último há uma óptima equipa de investigadores, quase todos pertencentes
à Faculdade de Ciências Bio-Psíquicas. Apesar das dificuldades financeiras que
actualmente assoberbam todas as instituições de ensino do nosso país, o INPP
prossegue as suas actividades, sem esmorecimento, prometendo ganhar, em futuro
próximo, o primeiro lugar entre os nossos melhores institutos de parapsicologia.

Nota: Artigo de Hernâni Guimarães Andrade, escrito em Janeiro de 1985