Uma Orientação de Emmanuel
Conversando com o nosso Chico Sobre os problemas administrativos de uma
instituição espírita, quando, não raro, estamos mais interessados em disputar
cargos do que assumir encargos, fazendo prevalecer o nosso ponto de vista e não
o ponto de vista doutrinário, ele nos transmitiu uma preciosa orientação de
Emmanuel:
– “Diz o nosso Emmanuel que, numa diretoria composta de três elementos, que é
o mínimo exigido por lei, em qualquer reunião administrativa que se promova, um
deles tem que estar viajando e outro impedido de comparecer.. Assim a obra segue
para a frente porque existe POUCA CONVERSA E MUITO TRABALHO.
Refletindo na orientação do estimado Benfeitor Espiritual, concluímos que, de
fato, ele está com a razão, porquanto muitas reuniões de diretoria acabam numa
polêmica infindável, adiando decisões importantes para futuras reuniões, quando
não estabelecem um clima de permanente animosidade entre os elementos do grupo.
(…) A sábia orientação de Emmanuel faz-nos recordar ainda uma sua pequena
mensagem psicografada pelo Chico, intitulada “Ação Pronta”, inserida no “Livro
de Respostas”, que tem inspirado o trabalho de muitos confrades, incentivando-os
a transformar teoria em ação. Hei-la:
“Se a idéia relativa a algum bem por fazer saltou do silêncio para a tua
cabeça, não perguntes, demasiadamente, aos outros, sobre a maneira de
executá-la.
Comece a trabalhar e o teu próprio serviço trará os companheiros que
colaborarão contigo, auxiliando-te a pensar no melhor a ser feito”.
Infelizmente, são muitos os planos que não saem do papel e outros que não se
concretizam por culpa dos “perfeccionistas”, aqueles que estão sempre
inventariando dificuldades de forma minuciosa e apontando falhas que não se
dispõem a sanar, porque ainda não aprenderam o simples ato de “arregaçar as
mangas”…
A orientação de Emmanuel não fere o principio de autoridades que deve vigir,
portas adentro, nas nossas instituições e não é um convite à rebeldia
administrativa. É um alerta para que sejamos mais práticos e objetivos, como
objetiva e prática é a Doutrina Espírita, não permitindo que a excessiva
formalidade anule as nossas ações espontâneas no Bem.
Conhecemos companheiros que são vítimas da inveja de outros que não fazem e
não deixam fazer, São adeptos dos conhecidos chavões: “Não vai dar certo…”;
“Isso é perigoso”; “Vamos aguardar; “Você não tem a experiência necessária”; “Eu
não entro nessa”; e por ai afora…
Os que ocupam cargos em diretoria necessitam ter discernimento, a fim de que
não se façam “pedras de tropeço” para a obra. Foi por isso que Jesus disse que
quem quiser ser o maior no Reino dos Céus seja, na Terra, o servidor de todos.
Ele mesmo cingindo-se com uma toalha, lavou os pés dos discípulos..
Quem ocupa qualquer cargo diretivo no Espiritismo precisa ainda ter
humildade, fazendo-se respeitado pelo exemplo e não pela autoridade que o cargo
lhe confere.
Aí está a liderança natural de Chico Xavier, liderança conquistada em 61 anos
de abnegação e renúncia.
Considerando-se o último dos servos de Jesus, a sua
vida é um roteiro de bênçãos para quantos desejem acertar mais e errar menos,
extirpando d’alma os antigos inquilinos conhecidos pelos nomes de
“personalismo”, “vaidade”, “ambição”, “orgulho”…
Não é ao título de presidente ou de médium que devemos aspirar numa
instituição, mas, sim, o de servidor!
Analisemos em profundidade a orientação de Emmanuel, verificando se ela não
se aplicará a nós ou à instituição que, por mercê do Senhor, permanece só a
nossa diretriz.
(FLAMA ESPÍRITA No. 2571)