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Uma ponte para o… além

José Lucas

O desastre de Entre-os Rios, em Castelo de Paiva chocou o país, pela violência do mesmo e pela suas consequências trágicas. Muito se falou dele, muitas análises sob vários ângulos se efetuaram, no entanto ninguém abordou o assunto do ponto de vista espiritual. Será que existe uma lógica para tudo isto?

A morte ainda é essa eterna inimiga da humanidade, o papão terrível que nos bate à porta, à socapa, quase sempre sem contarmos. Vivendo numa sociedade essencialmente materialista, que não cogita da condição espiritual do ser humano, é natural que ainda não tenhamos aprendido a lidar com esta fatalidade – a morte do corpo físico.

A doutrina espírita – ou espiritismo – veio matar a morte há cerca de 140 anos, provando à saciedade, experimentalmente, que a vida continua após o decesso do corpo físico. Múltiplas experiências foram efetuadas por vários sábios e cientistas da época, dos quais se destaca Allan Kardec (o codificador do espiritismo) e o célebre cientista William Crookes, que vieram comprovar aquilo que de há muitos se acreditava: que a vida continua num outro plano existencial e que é possível contactar com aqueles que nos precederam na grande viagem que todos teremos inevitavelmente de fazer – a largada do corpo físico pelo fenómeno natural da morte.

Psicólogos e psiquiatras têm evidenciado a realidade da reencarnação nos seus consultórios, através das regressões de memória

Vem tudo isto a propósito da queda da ponte de Entre-os-Rios, em Castelo de Paiva.

Estudando a teoria da reencarnação – que cada vez mais é aceite por psicólogos e psiquiatras que têm evidenciado a realidade da reencarnação nos seus consultórios, através das regressões de memória – poderemos verificar que as nossas vidas de agora se ligam estreitamente às nossas existências passadas, bem como a existências futuras, havendo quase sempre um nexo de causalidade nos acontecimentos durante a nossa existência terrestre, com eventos acontecidos em vidas anteriores. Nesse sentido, por vezes acontece aquilo a que se denominam os “resgates coletivos”, em que sob a providência divina, algumas dezenas, centenas ou milhares de pessoas se juntam num local “como que por acaso” para que venham a terminar a sua existência colectivamente, de forma violenta. Acontece nos cataclismos naturais, assim como noutros acontecimentos em que a incúria humana é utilizada pela providência divina para que a lei de causa e efeito se cumpra, servindo paralelamente para alertar o ser humano para a necessidade de evoluir moral e tecnologicamente, seja através da solidariedade que sempre acontece nestas situações, seja pela busca de novas soluções que evitem desastres idênticos.

O espiritismo mostra-nos que a morte, seja ela qual for, é passaporte para uma nova vida, no mundo dos espíritos, à qual se segue o retorno à Terra, em nova reencarnação.

Para aqueles que largaram de forma tão trágica o seu corpo físico, a vida continua, em novos planos existenciais, e devemo-lhes o respeito e a solidariedade, enviando-lhes pensamentos de paz, de harmonia, de ânimo, de coragem para a sua nova vida no plano espiritual, na certeza de que amanhã seremos nós os viajantes que trilharão a fronteira entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual, de uma maneira mais serena ou violenta, de acordo com as nossas necessidades evolutivas, objectivando sempre o nosso aprimoramento espiritual como seres eternos em busca da felicidade. Depois, será um espaço de tempo nesse plano espiritual, refazendo forças anímicas, fazendo uma análise da existência terminada e projectando novos horizontes para a reencarnação que em breve nos trará de volta ao planeta Terra, conferindo ao mesmo psiquismo de outrora um novo corpo material que lhe faculte agora, novas experiências iluminativas, objectivando sempre a sua felicidade no porvir.

«Nascer morrer, renascer ainda, progredir sempre tal é a lei».

Para os interessados sugerimos a leitura de «O Livro dos Espíritos», de Allan Kardec, essa obra monumental de filosofia espírita, que já vai sendo estudada em algumas universidades do mundo, bem como uma consulta à página da Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP) em www.terravista.pt/bilene/3095

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