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Viagem através do tempo

Um dos temas por demais explorados em contos de ficção é a de viagens dos
personagens através dos tempos, indo e voltando, quer ao passado, quer ao
futuro. Até mesmo o famoso romance Cavalo de Tróia, tentando dar um cunho
científico às experiências, a fim de que pudesse aparentar-se verídico, usou
esse artifício a fim de lançar seus personagens à era de Cristo para confirmar
os acontecimentos da época.

Com isso, uma das perguntas mais difundidas entre os leigos é: – pode-se
viajar no tempo? Aparentemente, o assunto não demonstra nenhuma correlação com o
fenômeno espírita e, se não fora uma das hipóteses para justificar a
interpenetração do objetos em recipientes fechados, até herméticos e deles serem
retirados pelos espíritos, poder-se-ia, mesmo, dizer que esse problema do tempo
não interferiria nas ocorrências mediúnicas.

Primeiramente, para esclarecimento, vejamos a hipótese de que se fala: tem-se
como forma física de se colocar um objeto dentro de outro fazendo com que um se
acelere no tempo e seja colocado de forma que, quando o outro chegar, com sua
velocidade normal, já encontre o outro naquele lugar, justaponde-se a ele, o que
faz com que um fique no interior do outro. Hipótese. Neste caso, porém, o que se
discute é a possibilidade física da aceleração do tempo que, se não é
experimental, pelo menos, pode se justificar matematicamente.

Ora, posto isso, se é possível acelerar o tempo, a primeira conclusão é a de
que, quem se submeter ao processo, caminhará para a frente; depois, é só se
retardar e voltará para trás; e vice-versa. Seria possível! Aliás, o fenômeno,
em si, pode ser concebido porque as equações o permitem; o grande problema que o
leigo não percebe é que, se acelerarmos o tempo, vamos nos adiantar às
ocorrências e, como tal, não vamos penetrar no futuro, senão, nos anteciparmos a
ele na sua posição e nada mais do que isso. Ora, posto, como o tempo do futuro
ainda não terá chegado lá, em relação a quem tenha se acelerado no tempo, o que
vai ocorrer é que não se encontrará o fato que será vivenciado nesse futuro.

Em se tratando do passado, quem se retardar no tempo, não vai encontrar mais
nada porque suas ocorrências já terão sido transcorridas. Eis aí porque não se
pode mergulhar no túnel do tempo nem para se viver as cenas já passadas ou se
antecipar às que ainda irão ocorrer. O que se pressupõe que as Entidades
desencarnadas façam é acelerar momentaneamente um objeto e, depois, mantê-lo num
compasso de espera, o que, provavelmente, pode ser possível porque os espíritos
vivem e têm existência em dimensões diferentes da material; pertencem a um
domínio externo ao universo; atuam sobre esse universo modulando sua energia a
fim de dar-lhe formas ditas materiais; encarnam-se em seus mundos; enfim detêm
um poder que os encarnados não conseguem, por um simples motivo: estão
mergulhados no próprio universo e, vinculado a ele, têm que se deslocar no tempo
com a sua velocidade de expansão que, em astrofísica, é uma grandeza
fundamental.