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Visão e Objetivo da Política

Visão e Objetivo da Política

Cada
vez mais destaca-se, no contubérnio das relações humanas, uma palavra – Política!

A
política internacional, a política nacional de cada povo, a política das
religiões, a política social, a política partidária, a política econômica,
a política do Cristianismo, a política de preços…

E
a política, estudada empiricamente por Aristóteles, passou a ter um caráter
realístico para definir uma ordem de valores sociais e administrativos sobre o
Estado tornando-se, com a sucessão dos tempos, um instrumento de constante
variação conforme as épocas: Idade Média, Renascença, Revolução francesa,
alterando os seus métodos filosóficos de conceituação.

A
busca do poder pelo homem, faz que se utilize de mecanismos políticos, quase
sempre arbitrários, para atingir as metas que persegue.

Raramente
são movimentados os recursos saudáveis e nobres para levá-lo à ascensão, a
serviço do Estado.

Como
conseqüência, a política para a conquista de valores não éticos, tornou-se
repelente, passando a representar objetivos degradantes, esconsos, subalternos.

O
homem está fadado à conquista de si mesmo, através da qual e exclusivamente o
poder perseguido avidamente em todos os estágios do comportamento social perde
o seu significado de dominação de qualquer forma.

O
logro do poder temporal é precedido de aflições inomináveis e transcorre
entre inquietações difíceis de catalogação. Para transferi-lo de mãos,
torna-se fator dissolvente da paz íntima, ao tempo em que seqüelas corrosivas
permanecem no âmago de quem o utilizava.

Na
luta pelo poder todos os meios são lícitos, mas apenas para quem da política
somente conhece os meandros escuros da politicagem.

A
política representa em cada lugar a alma do povo que a acolhe.

A
vida social, os relacionamentos dos grupos, as movimentações de valores
aquisitivos não podem prescindir de uma política bem elaborada para o intercâmbio
entre as Nações. O êxito porém, de tal empreendimento, funda-se no valor ético
de cada indivíduo.


está o fulcro da questão essencial: o homem na ação política e não a
atividade política no homem.

A
política do poder é inevitável, estrutura maquinismos de preservação e
engendra fórmulas de sustentação dos seus interesses.

O
político é um homem que aprende a movimentar-se conforme o seu e o interesse
do grupo ou do partido, não podendo olvidar-se da massa e do Estado que lhe
confiam o dever de salvaguardar-lhes os interesses, de preservar-lhes os ideais
e de melhorar-lhes as condições de vida.

Somente
quando o político esteja consciente da sua qualidade humana, iluminado por
objetivos essenciais que o levem à renúncia, à superação dos interesses
pessoais apaixonados, é que se desincumbirá dos vícios partidários em favor
dos objetivos a que se entrega.

Falta
claridade no discernimento da consciência política, que caracteriza a condição
de inferioridade da Terra e o primarismo daqueles que a habitam. O progresso porém
é inestancável. Geometricamente ele produz resultados crescentes e trabalhado
nas conquistas dos valores que se multiplicam por si mesmos, fomenta a superação
do pequeno cosmo dos interesses pessoais no afã enobrecido de construir a
felicidade para todos.

Esse
desafio se inicia na construção moral do homem saudável.

O homem ideal, não é o de Hegel,
nem o de Marx, mas o de Cristo, portador do amor afável, ressuscitado no de
Allan Kardec, conhecedor da sua imortalidade, das finalidades existenciais.

Este,
ao invés de falar sobre o Evangelho da política, trabalhará pela política do
Evangelho, dando-lhe estrutura nobre e consolidando os magnos ideais da
Humanidade, que podem ser sintetizados na consciência do dever, na
responsabilidade do ser e na produção do amar, como elementos essenciais para
um mundo melhor.

Não
está longe esse dia, que surgirá da grande noite, como a planta esquecida na semente arrebenta o solo e
agiganta-se, assim também a política do pensamento do Cristo pairará soberana
sobre as Nações, ensinando o respeito, a fraternidade, a liberdade, a justiça
equânime e a igualdade de todos os homens perante a Lei, na desincumbência dos
seus deveres, fruindo os direitos de ser feliz, que a todos será concedido.

José
Maria da Silva

Paranhos Júnior

(Barão do Rio Branco)

(Página
psicofônica recebida pelo médium Divaldo P. Franco, em 17/11/1999, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador-BA.)

(Jornal Mundo Espírita de Maio de 2000)