Você sabia?
Conforme relato de Martin Ebon, na revista “Psychic”, de agosto de 1976, Carl
Jung desde os 21 anos dirigia sessões espíritas em sua casa, com a participação
de parentes e amigos. Depois, durante 64 anos, praticou o Espiritismo. As sessões
domésticas de Carl Jung começaram em 1895. Entre os médiuns principais estavam Helly
Preiswerk, então com 14 anos, e D. Emile, mãe de Jung. Eis o relato de uma das primeiras
sessões: foi colocado um copo no centro da mesa e feita uma corrente com as mãos
sobre a mesa. Os dedos tocavam-se levemente. De repente o copo começou a tremer,
a mesa também. Todos ficaram assustados. Jung observou em voz baixa: – “Há um excelente
médium entre nós”. Helly começou a tremer, retirou suas mãos da corrente, e disse:
-” Vovô está nos visitando. Eu devo viajar agora. Ele me tomará…” E caiu, como
se perdesse os sentidos. Jung, calmamente, indagou: “Helly, onde está agora? Então,
responda o espírito que a tomou!” Uma voz muito diferente, de um homem velho, falou
através da jovem médium: “Não tenham medo. Saibam que estou com vocês todos os dias.
Eu sou Pai Samuel (avô de Jung). Rezem e peçam ao Senhor que permita a minha neta
(referia-se a Helly) alcançar seu objetivo. Agora mesmo ela está no Pólo Norte,
num ponto glacial elevado, mas o mais curto caminho para a América.” Houve rápido
diálogo entre o Espírito Samuel e Carl Jung, durante o qual todos ficaram sabendo
que Helly viera, em desdobramento ao Brasil, para visitar sua irmã Bertha, que se
casara com um brasileiro e acabava de dar à luz um menino. Semanas depois, uma carta
chegou do Brasil – disse Jung – anunciando o nascimento do filho de Bertha, no mesmo
dia e na mesma hora em que Helly recebia o Espírito Samuel. Note-se que Helly se
recordava perfeitamente de tudo. “Eu assisti o nascimento da criança”, dizia. (1)
Carl Gustav Jung:
Um dos primeiros seguidores de Sigmund Freud, criador da psicanálise, afastou-se
do mestre em 1912 e fundou sua própria teoria, a psicologia analítica, para a
qual é inaceitável a tese freudiana de que todos os fenômenos inconscientes se
explicam por influências e experiências infantis ligadas à libido. Nasceu em Kesswil,
Suíça, em 26 de julho de 1875. Filho de um pastor protestante, desistiu da carreira
eclesiástica para estudar filosofia e medicina, nas universidades de Basiléia
e Zurique. Interessado nos problemas de transtorno de conduta, seguiu os ensinamentos
do neurologista e psicólogo francês Pierre Janet no hospital de la Salpêtrière
de Paris. De novo em Zurique, trabalhou com o psiquiatra suíço Eugen Bleuler,
que se tornaria célebre pelos estudos da esquizofrenia. A partir de 1907, Jung
entrou em contato com Sigmund Freud, com quem manteve estreita relação. Discípulo
predileto do mestre, tornou-se o primeiro presidente da Sociedade Psicanalítica
Internacional.
Lincoln e Mr. Douglas
Abrahan Lincoln, décimo sexto presidente dos Estados Unidos da América, nasceu
em berço humilde. Aos 21 anos de idade sabia apenas ler e escrever. Foi lenhador,
agricultor e comerciante. Mais tarde formou-se em direito e se iniciou na advocacia,
em 1836. Era contra a escravatura. Foi deputado por Ilionois de 1834 a 1842, em
quatro legislaturas. E senador, de 1846 a 1849. Liderou vigorosa campanha abolicionista.
Foi eleito presidente do seu país em 1860 e reeleito em 1864. O líder político Stephen
Douglas não perdoava sua origem humilde e não perdia oportunidade para referir-se
à ela de modo sarcástico. Certa feita, numa roda animada, declarou que vira Lincoln,
pela primeira vez, atrás de um balcão de armazém. E louvou a qualidade de Lincoln,
como atendente de bar. Todos riram a valer. Lincoln, que estava presente, apenas
se limitou a dizer, sem qualquer alteração: – Mr. Douglas tem razão! De fato, tive
um armazém no qual vendia de tudo, desde velas a charutos. Às vezes vendia também
uísque. Mr. Douglas lembra-se bem disso, pois era um dos meus melhores fregueses.
Ele do lado de fora do balcão e eu do lado de dentro. Muitas vezes lhe vendi bebida.
Essa era a diferença entre nós. O tempo passou e esse quadro mudou, parcialmente.
Eu saí de trás do balcão. Mr. Douglas, porém, lamentavelmente, continua freqüentando
o lado de fora do balcão tão obstinado quanto outrora.” (2)
O olho mole de Chico Xavier
Como se sabe, o brilhante médium Chico Xavier há muito tem enfermo seu olho esquerdo.
Certa feita, ele comentou o fato com o médium Carlos Antonio Baccelli e à sua esposa,
dona Márcia Baccelli: – “Esse meu olho esquerdo adoeceu numa noite de 1931, quando
eu estava recebendo as poesias do “Parnaso de Além túmulo” e Emmanuel havia chegado
recentemente à minha vida mediúnica. Havia acabado de receber uma poesia do vale
fluminense Casimiro de Abreu. Os ponteiros do relógio mostravam uns 10 a 12 minutos,
mais ou menos, para às duas horas da madrugada. Eu estava a sós na sala maior da
casa em que morávamos, quando senti que meu olho esquerdo parecia incomodado com
alguns fragmentos de areia. Esfreguei-o numa tentativa de me libertar da possível
areia que me preocupava, mas a coceira continuou. Experimentei fixar a luz elétrica
com o meu olho direito e a visão estava perfeita, mas quando fechei o olho direito
e procurei fixar a luz com o olho esquerdo, não mais vi a lâmpada acesa e sim um
foco difuso, parecendo que o órgão fora colhido por uma neblina grossa. Fiquei assustado
e me entreguei à oração. Nesse tempo, o Dr. Bezerra de Menezes já me prestava a
caridade de abençoada assistência. Ele me apareceu, tateou o olho e disse: ” – O
olho amoleceu em vista de causa que não podemos saber agora. Prepare-se para ir
ao tratamento em Belo Horizonte, para que sua família não diga que você ficou sem
tratamento por nossa causa.” Dois dias depois, um amigo levou o Chico a Belo Horizonte
e o oculista confirmou o que o Dr. Bezerra lhe dissera: ” – O olho amoleceu. Isso
é um tipo de catarata obscura e inoperável”. E o Chico arrematou: ” – Agora faço
a vocês, Carlos e Márcia, a mesma pergunta que me faço há anos: Não seria tudo aquilo
o resultado de alguma agressão de falanges das trevas, procurando impor-me a cegueira
para que a tarefa do livro espírita – cristão não permanecesse em minhas mãos? Deixo
a pergunta no ar para meditarmos. O que sei é que há quase 55 anos (isso aconteceu
em 1986), devo medicar o olho doente, com colírios à base de cortisona e clorafenicol,
cujas doses, nas crises, os médicos que me tratam determinam. Mas tudo está bem.
E só contei a vocês a ocorrência para nossos estudos”. (3)
Um fato diferente
O italiano Roberto Setti (1930-1984) fora um dos mais extraordinários médiuns
do final do século XX. Deixou vários livros mediúnicos, publicados pela Edizioni
Mediterranee, de Roma. Foram muitos os fenômenos que produziu. Selecionamos o que
segue para este mês de maio: Setti estava em sua casa com sua irmã Luciana e alguns
amigos, quando sentiram forte odor de violeta. Era este o sinal de que seu mentor
espiritual, Dali, havia chegado. Fecharam, então, as janelas da casa e vedaram os
olhos do médium, que logo entrou em transe e o Espírito pediu-lhes que pegassem
uma câmara fotográfica e focalizassem o rosto do médium, enquanto os demais presentes
oravam. Serviram-se de uma máquina Polaroid. Das 5 fotos batidas, apenas 2 saíram
claras e nítidas. Ambas mostravam expressiva fisionomia de um homem barbudo, bem
diferente da fisionomia de Roberto Setti. O Espírito disse que a imagem fotografada
era de um tal François. Mais tarde descobriu-se que se trava de François Joseph
Victor Broussais (1772-1838), oftalmologista, amigo do pintor Jaques Louis David,
para quem serviu de modelo para algumas de suas telas. François apareceu nas fotos
tal qual aparece na tela de Louis David, alusiva à autocoroação de Napoleão. Dali
informou que o rosto de Broussais “foi mentalmente copiado dessa tela”. (4)
Ponha o copo!
Uma tia, solteira, do cientista brasileiro Carlos de Brito Imbassahy morava com
eles em Niterói e trabalhava no Rio, no Ministério da Justiça. Um dia, depois do
trabalho, ela tomou a barca para ir para casa. Quando chegou estava visivelmente
contrariada, pois durante a travessia uma voz lhe atormentou, dizendo: “Ponha o
copo!” Ela não era muito a favor desse tipo de sessão espírita que hoje só é praticada
por pessoas com bom conhecimento doutrinário, a fim de estudo, pois os espíritos
que comparecem nesse tipo de sessão, quase sempre, são inferiores o que pode trazer
complicações aos leigos. E além do mais a família toda estava se preparando para
viajar no dia seguinte. Contudo, precisava se livrar daquela voz. Foi, então, pegar
a cartolina apropriada para a tal sessão, que continha as letras do alfabeto, em
círculo, e dois outros círculos menores. Um destes continha a palavra SIM e o outro
a palavra NÃO. Puseram a cartolina sobre uma mesa e no centro dela colocaram um
copo. Se houvesse entidades espirituais que quisessem se manifestar o copo sob o
dedo de uma pessoa do grupo deslizava e ia apontando letras que escritas a parte
iam formando palavras e frases de uma mensagem. Sentaram-se em volta da cartolina
e após uma prece a tia, que era uma boa médium colocou o dedo sobre o copo. Este
se pôs a deslizar imediatamente e formou logo uma única frase: “Não viajem amanhã.
Pascoal”. Pascoal fora hanseniano e amigo da família Imbassahy, que o conheceu em
Belo Horizonte. Fora também médium portador de uma das mais raras mediunidades em
riqueza de variação. Sua afinidade com os Imbassahy era muito grande. Desencarnado,
estava agora, ali, pedindo que os amigos não viajassem no dia seguinte. O que levou
todos a supor que estava para acontecer algo no dia seguinte. Mas o tempo passou
e nada de novo apareceu… A tia já estava com um pé atrás e disse: – Por isso é
que eu não gosto… aquilo foi um grossa mistificação e vocês não deveriam ter levado
a sério tal aviso. À tarde, porém, as coisas mudaram. A senhora Imbassahy, de repente,
começou a vomitar sem parar e por acréscimo tonturas e uma dor de cabeça incrível
a levou para cama. Durante dez dias os médicos procuraram um remédio que cessasse
aqueles vômitos. Estava explicada a preocupação do Pascoal. (5).
O valor da autodeterminação
Franz Rosenzweig, escritor alemão, que a par de suas incursões pelos domínios
da Filosofia, traduziu para a língua pátria a Bíblia. Até aí nada demais. Tantos
outros também traduziram a Bíblia. Mas com ele foi diferente, pois era vítima de
esclerose amiotrófica lateral, que provocou a progressiva paralisação de seus músculos.
Nos últimos anos de sua existência passava os dias reclinado numa cadeira de braços,
a cabeça sustentada por uma alça. Totalmente imobilizado. Os únicos músculos que
conseguia movimentar eram os dos olhos, com os quais estabelecia contato com o mundo
exterior. Pois bem, uma máquina de escrever com teclas grandes e bem espaçadas foi
especialmente construída para ele. Ele, então, fixava os olhos numa letra e sua
esposa acionava a tecla. Assim “falava”, escrevia a tradução da Bíblia e mantinha
vasta correspondência. (6).
Bibliografia:
- (1) “Anuário Espírita -1978”;
- (2) “A Revelação da Chave”;
- (3) “Chico Xavier, o Homem, o Médium, O missionário”;
- (4) “Revista Internacional do Espiritismo” – Novembro/1997;
- (5) “Memórias Pitorescas de Meu Pai”;
- (6) “Temas de Hoje, Problemas de Sempre”.