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João Fusco

João Fusco

 

Filho de pais humildes e católicos, viveu a maior parte de sua infância e
mocidade na cidade de Araraquara, casando- se no ano de 1910, com d. Regina
Pavezi Fusco. Fez ainda nessa mesma cidade os cursos primário e de Contabilidade
e, mais tarde, em S. Paulo, estudou Ciências Econômicas. Era profundo conhecedor
de Direito e História. Possuía marcante inteligência e uma personalidade moral
que causava assombro a todos que com ele conviviam.

João Fusco tornou- se espírita na cidade de Rio Preto, no longínquo ano de
1929, após ler alguns livros sobre Espiritismo. O que contribuiu decididamente
para a sua conversão foi a cura, por seu intermédio, de uma senhora doente, após
ter ela sido desenganada por médicos, padres, pastores e curandeiros.

A partir dessa época tornou- se profundo estudioso das obras da Codificação
Kardequiana. O Centro Espírita “Allan Kardec”, da cidade de S. José do Rio
Preto, foi o marco inicial de uma nova era na vida de João Fusco, pois os
dirigentes daquela instituição, vendo nele um homem culto, estudioso, enérgico e
moralista, resolveram entregar- lhe a direção do Centro.

Jofus reorganizou vários Centros Espíritas do Estado de S. Paulo e do
Triângulo Mineiro, instituindo a escrituração, elaboração de estatutos, quadro
associativo, bibliotecas, venda e distribuição de livros, jornais e revistas
espíritas. Instalou cursos de Evangelização da Infância, de estudos de “O Livro
dos Espíritos”, de alfabetização de adultos e crianças, de oratória e de
desenvolvimento mediúnico, tornando- se mesmo um pioneiro na implantação das
escolas espíritas.

Encetou numerosas viagens pelos Estados de S. Paulo e Minas Gerais,
proferindo palestras, distribuindo livros e folhetos de sua autoria, numa lídima
campanha contra os conspurcadores da Doutrina Espírita. Em 1931 travou
conhecimento pessoal com Caírbar Schutel, passando a manter estreito contacto
com o apóstolo de Matão, em tudo aquilo que dizia respeito à difusão do
Espiritismo, formando- se mesmo o eixo Matão – S. José do Rio Preto, na obra de
esclarecimento e de combate aos pseudos cristãos.

Entre os escritos de João Fusco podemos destacar os folhetos “O Anticristo”,
“Os Violadores da Lei”, “Desfazendo Calúnias do Clero Romano”, “Advertências”,
“Falsos Profetas”, “Contrastes”, “Aviso aos Incautos”, “Deus”, “Os Centros e
suas Denominações”, “Escola Nova”, “Os Mortos Vivos”, e outros.

Em 1933 transferiu sua residência para S. Paulo e, nessa cidade, prosseguiu
sua tarefa persistente em favor da disseminação do Espiritismo. Recebia
diariamente volumosa correspondência vinda de pessoas que demandavam o consolo
espiritual, conselhos e orientação para a cura do corpo e da alma.

Jofus possuía várias faculdades mediúnicas, dentre as quais a vidência,
audição, curas e transporte. Há uma enorme bagagem de feitos benéficos efetuados
por intermédio desse saudoso companheiro, durante a sua permanência entre nós,
notadamente no período de 1929 a 1945.

Espírito varonil, comunicativo, afável para com todos, a sua palavra
consolava sobremaneira. Todos sentiam- se bem em sua presença. Situava a
Doutrina dos Espíritos acima de tudo e era intransigente no cumprimento dos seus
deveres cristãos.

Em 30 de janeiro de 1939 fundou no bairro do Itaim, na Capital do Estado de
S. Paulo, o primeiro Centro Espírita a prestar homenagem ao apóstolo de Matão,
dando- lhe o nome de Centro Espírita Caírbar Schutel. Foi ainda fundador de
outras sociedades espíritas, dentre elas o Centro Espírita Ismael, em Vila
Guarani, na mesma cidade, fato ocorrido no dia 30 de junho de 1940.

O efeito de sua obra ainda hoje se faz sentir e sua amplitude não pode ser
descrita numa pequena súmula biográfica.