Os Últimos Serão os Primeiros
Os ensinamentos de Jesus são adaptáveis a qualquer época. No passado serviram
para verberar o procedimento dos escribas e fariseus. Atualmente servem para
fazer salientar o procedimento de muitas criaturas que se julgam boas, mas que,
na realidade, estão cheias de hipocrisia.
Dizendo que os chamados pecadores entram no Reino de Deus adiante de pessoas
supostamente virtuosas, o Mestre objetivou fazer com que elas sejam menos
orgulhosas e egoístas, pois aqueles que se julgam os depositários fiéis de todas
as virtudes, em muitos casos, serão os últimos a conquistarem o Reino de Deus,
pois o falso conceito que fazem de si próprios e as virtudes que julgam possuir
constituem graves entraves no processo evolutivo da criatura e, muitas vezes,
não se coadunam com os deveres de um autêntico cristão.
Todos aqueles que são chamados de pecadores, os quais são tidos como
irremediavelmente perdidos e sérios candidatos às chamadas “penas eternas”
apregoadas por algumas igrejas, através das reencarnações sucessivas adquirirão
maior soma de virtudes do que muitos dos que já se julgam redimidos, e,
conseqüentemente, ganharão muito mais rapidamente as benesses do Alto, pois as
recompensas divinas não são dadas por antiguidade, mas sim, por mérito.
Jesus Cristo, a certa altura dos seus ensinamentos, afirmou que não devemos
julgar o nosso semelhante, porque com a medida que usarmos para medi-lo também
seremos medidos, pois é sumamente difícil fazer um julgamento reto em torno das
qualidades morais e espirituais de uma criatura. 0 sofrimento retempera o
Espírito e faz com que ele procure se reformar interiormente, por isso não
devemos estranhar que muitos dos que passam pela Terra como supostos hereges ou
pecadores, sejam dos que “virão do Oriente e do Ocidente para tomarem parte no
grandioso banquete espiritual, no Reino dos Céus”, segundo o judicioso dizer de
Jesus Cristo.
(Jornal Mundo Espírita de Agosto de 1998)