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O Que Ensina o Espiritismo Cristão?

O Que Ensina o Espiritismo Cristão?

Vocês devem compreender meus caros irmãos, que ao nos impor este trabalho de
publicar uma revista que deverá chamar de volta para o bom caminho todos os nossos
irmãos, estamos fazendo um grande esforço de vontade, porque foi um trabalho suplementar
que pedimos a nosso Pai e que Ele decidiu nos confiar. Estamos aqui prestes a lhes
dar, periodicamente, bons conselhos para permitir que saiam desse estado estacionário
em que se encontram há tanto tempo. Poderão depois seguir nossos conselhos, naquilo
que lhes concerne, e tirar disso o maior proveito possível porque têm todos uma
grande necessidade deles. Estejam muito atentos, então, ao que iremos dizer, pois
tudo isso é o resultado de um grande trabalho que nos foi confiado ao nos apercebermos
do risco que estão correndo ao continuar a vegetar assim, nessa devassidão que vocês
insistem viver sobre a Terra.

Ao contrário é preciso progredir, pois esta é a Lei Divina. É preciso, repito,
progredir para nos aproximarmos de nosso Pai e atingirmos o que Ele nos quer fazer
entrever. Desta forma saberão, meus caros irmãos, que somente chegarão ao seu próximo
pela BONDADE e pelo AMOR. Aprenderão, por aquilo que lhes daremos, tudo o que devem
fazer e saber para permitir ao seu planeta evoluir e atingir o cume designado por
Deus e que deve, obrigatoriamente, ser atingido. Muitos dos seus irmãos não compreenderão
o propósito dos seus esforços, quando fizerem o bem se privando, pessoalmente, a
ponto de mais nada possuírem. A esses digam: « DEUS O QUER E SOU SEU FILHO, DEVO
OBEDECER DE OLHOS FECHADOS, SEM LIMITE E SEM RESTRIÇÃO ALGUMA. » Vocês mostrarão
assim a todos os seus irmãos a abnegação e o Amor perfeito. Vocês que desde o início
me compreenderam, sejam então exemplos para os outros irmãos. Nas suas vidas, aqui
em baixo, conseguirão fazer retornar o maior número possível de irmãos para o aprisco
de nosso Pai. Rogo-lhes, desde os primeiros números desta revista, para não fazerem
um julgamento muito prematuro e, sobretudo, para continuarem a lê-la. A palavra
« espírita » vai chocar certos leitores que esperavam ver nesta revista histórias
de espíritos que voltaram. Não, vocês não verão isto nesta nossa publicação. Nessas
páginas, vocês poderão encontrar consolações para os seus casos pessoais que particularmente
mais lhes interessam.

Devo acrescentar que as diferentes religiões não se opõem àquilo que lerão nesta
revista, ao contrário, pois que na base de toda religião existe Deus. Quando estiverem
nas suas igrejas, tenham bons pensamentos e, sobretudo, creiam em Deus, porque alguns
frequentam as igrejas, sinagogas ou templos sem acreditar em nada. Vão lá por puro
hábito. Assim, peço a todos que tenham a felicidade de ler estas páginas que escreveremos
em sua intenção, para que, em primeiro lugar, vocês creiam ter um Pai que é Deus
e que Ele é único. Cada religião tem feito isso à sua maneira, em seu próprio interesse
particular. Mas, em cada uma, é preciso se veja um só Deus, Pai de todos nós.

 

Comunicação recebida em 22/03/1935
pelo médium escrevente S…

Sim meus caros irmãos, o Espiritismo Cristão é a doutrina que foi ensinada por
nosso irmão JESUS CRISTO e que, infelizmente, não tem sido aplicada nem seguida
pelos seus irmãos, os homens. É por isso que atualmente vocês poderão constatar
um desenvolvimento bastante rápido das mediunidades que vão permitir ao Espiritismo
suprir essa falta que tem levado o mundo ao ponto em que está, quer dizer na maior
miséria que tem existido e que não faz senão aumentar a cada dia. Vocês logo poderão
constatar que os efeitos da doutrina que iremos divulgar trarão o bem que jamais
deveria ter deixado a alma humana, porque o único objetivo das reencarnações, é
de tornar bons todos os filhos de nosso Pai. Todos devem evoluir para o bem e praticar
a maior bondade. O que a isso os poderia conduzir senão uma doutrina como o Espiritismo?
As outras religiões não o conseguem, pelo contrário, causam a hipocrisia do homem
que teme mostrar suas opiniões religiosas porque seu próximo zombaria e riria dele
e, assim, cada um se esconde ao praticar a religião que escolheu ou que tenha recebido
de seus pais.

É preciso que aqueles que serão encarregados de divulgar nossa doutrina, para
o que trabalhamos há algum tempo em sua companhia, estejam isentos de toda reprovação
e suspeita. Não se deve falar somente, é preciso mostrar pelo exemplo e o exemplo
não se mostra senão pela abnegação, pelo mais completo desinteresse e pelo devotamento
de todos os instantes a seus irmãos, sem distinção de raça, nacionalidade, religião
e costume, enfim, em uma palavra, sem distinção alguma. Isso poderá se adquirir
e se desenvolver no seu Centro, porque malgrado as aparências que podem parecer
enganosas, vocês têm todos os elementos necessários aos trabalhos que lhes incumbem.
Nada temam, meus caros irmãos, finalmente sua elevação vai ser iniciada. Mas para
que o resultado procurado seja atingido é preciso que, todos os que foram chamados
a contribuir, tornem-se a própria bondade em todas as circunstâncias da vida. É
preciso, lhes disse, porque vocês assim prometeram e pediram esta tarefa a nosso
Pai. Ela lhes foi confiada, estejam à altura aperfeiçoando-se o mais possível. Aproveitem
os conselhos que são dados por seus irmãos invisíveis que procuram apenas trazer
uma ajuda eficaz. Eles devem ajudá-los e o farão, mas é preciso, também de sua parte,
grandes esforços de boa vontade para a prática desse bem que nós pregamos desde
há muito tempo. Muitos poucos entre vocês tentam colocar em prática esses conselhos.
É preciso entretanto e sem tardar, aplicar e praticar o que nós ensinamos. O Espiritismo
Cristão, meus caros irmãos, poderá ser divulgado no seu globo e atingirá os resultados
que deve atingir, quando vocês mesmos tiverem adquirido a dose de bondade indispensável
para tal.

Meus caros, meus queridos irmãos, creiam e saibam que nossa função não é a de
fazê-los passar noites agradáveis ou não, porque não mais devemos perder nosso tempo;
por nossa vontade queremos evoluir e nos aproximarmos de nosso Pai. Se estacionarmos,
nunca chegaremos a ascender; ora, somente o fazer o bem permite ascender para nosso
Pai. O que desejam ser? Bons filhos de nosso Pai, ou filhos indignos? Grandes e
pequenos, todos devem aproveitar os benefícios do Espiritismo. Meus caros irmãos,
que isso não seja visto como uma espécie de presente que partilharão somente entre
vocês e com alguns amigos com quem se dão bem. Não, é preciso que seja liberado
e aproveitado por todos. Vocês não devem conservar só para si os frutos que logo
poderão colher. Devem dar tudo e mesmo aquilo que não possuem, porque nada lhes
pertence nesse mundo e tudo é distribuído para todos os irmãos da Terra. Seus propósitos
somente poderão ser atingidos quando vocês mesmos tiverem adquirido aquilo que devem
adquirir, quer dizer, a bondade pura, a eterna bondade em todas as coisas, em todas
as circunstâncias. Sua bagagem será somente essa e com ela poderão ir longe, muito
longe, em um bom caminho, sempre melhor, que os conduzirá ao degrau do repouso,
da felicidade e do amor perfeito.

 

Comunicação recebida em 19/04/1935
pelo médium escrevente S…

Boa noite meus caros irmãos. Estou aqui já por um bom tempo. Eu os aguardava:
obrigado por haverem tomado o lápis como sempre. Podemos começar a trabalhar para
recuperar o tempo perdido. Iremos então retomar nossos trabalhos interrompidos e,
por fim, colher as flores que lhes têm sido prometidas há muito tempo. Vocês poderão
receber uma Comunicação muito importante esta noite. Falar-lhes-ei de fenômenos
do Além que poderão constatar e julgar.

Eu lhes dizia que deveriam chegar a obter resultados tangíveis: pois isso é agora.
Vocês vão poder finalmente receber belas coisas que os satisfarão inteiramente.
Desde já podem acreditar que as árvores floridas produziram frutos que, embora não
muito desenvolvidos, poderão lhes dar, entretanto, a esperança de vê-los maiores,
mais belos e de sentir seu perfume delicado depois de impregnados do fluido divino.
Vocês poderão degustar esses frutos quando estiverem bem maduros e bons. Enquanto
esperam, vão poder aspirar esse bálsamo benfazejo que é o perfume que se exala e
toca seus sentidos insatisfeitos com resultados tangíveis e palpáveis. Todos vão
enfim poder apreciar os resultados do longo trabalho de alguns de vocês; os outros,
os que chegaram depois, serão recompensados, como os primeiros, porque merecem essas
satisfações celestes que lhes permitirá continuar no bom caminho em que estão engajados
e do qual não se devem desviar. Permitam, então, a todos os seus irmãos degustar
essas alegrias que são para todos vocês, terráqueos, as manifestações espíritas,
quer dizer os fenômenos do Além.

Vocês não podem penetrar este Além que, entretanto, os intriga. Desejariam conhecê-lo
em todos os mínimos detalhes! Mas em que isso poderia ajudar? Acreditariam mais
em nosso Pai quando tivessem visto uma materialização diante de seus próprios olhos?
Não, não é assim. É uma simples curiosidade e uma ocasião de exercer sua vaidade
que, a despeito de tudo que façam, sempre está em vocês, malgrado todos os esforços
que façam para escondê-la. Entretanto isso é humano, dirão vocês? Sim, vocês têm
razão, esse é um defeito muito humano do qual é muito difícil se desfazer em uma
só existência. Do maior ao menor, cedo ou tarde chega o momento de demonstrar, mais
ou menos visivelmente, sua vaidade. Este defeito todo espírita deve combater com
todas as suas forças, para chegar a ser simples, com a simplicidade que é o início
da bondade que deve guiá-los todos nesta existência na qual têm a felicidade de
ter conselheiros sérios que são seus irmãos invisíveis aos quais devem escutar e,
acima de tudo, acreditar.

Sim meus irmãos muito queridos, vocês estão no caminho da evolução, desejada
por nosso Pai e por vocês mesmos, antes de sua reencarnação sobre esta Terra. Então,
vocês sabem que não basta dizer « Sou espírita. » Não, sua função não deve se limitar
a palavras, mas antes aos fatos que, por si só, farão compreender aos seus irmãos
a bondade desta Doutrina que professam e que devem seguir, pois que o bem daí decorre
e permite uma felicidade que não poderiam esperar. É a alegria do dever cumprido.
É, já lhes disse, o sorriso da criança a quem permitiram comer um pedaço de pão,
quando nada tinham para comer e é também o olhar cheio de amor da mãe que recompensa
o simples gesto que acabaram de fazer com toda simplicidade. Não devem mostrar que
doaram, porque dar é ser bom e não se pode ser bom sem ser simples em toda a acepção
da palavra, porque nesta fase atual que estão passando, tudo é apenas abnegação,
sofrimento e privações do corpo, para o bem do espírito que permanece, não morre
e que não pode e não deve mudar senão pelo bem. Apenas a bondade pode permitir a
qualquer um se dizer grande; está aí a grandeza da alma que devem adquirir.

Ocorrem fenômenos que são para todos, ou somente para alguns, provas enviadas
por Nosso Pai para lhes lembrar o que prometeram e que com freqüência esquecem.
É um apelo ao bem que os interessados nem sempre compreendem, mas que alguns aplicam.
Estes se beneficiam porque o bem que daí recolhem pode fazê-los evoluir para se
aproximarem mais rapidamente de Nosso Deus, para quem todos os olhares, todas as
esperanças devem estar voltadas com a sinceridade completa do coração e da alma
que, para isso, é indispensável. Vocês poderão então reconhecer o que lhes está
destinado aplicando esses conselhos, que sempre damos, sob qualquer forma que sejam
prodigalizados, para o bem de cada um. Sejam sempre bons, cada vez mais, e encontrarão
o melhor.

Não larguem o lápis ainda, tenho alguma coisa a lhes dizer nesse assunto « da
bondade ». É preciso que todos possam demonstrar este exemplo que pode conduzir
para Ele todos os filhos que se afastaram. Vocês não podem consolar todas as misérias
que se apresentarem, mas façam e apliquem o que sentirem necessidade de fazer; pois
seus guias espirituais os estarão influenciando. Como muitos acreditam, vocês poderão
seguir seu primeiro impulso; ele é inspirado, adverte quer do perigo, quer do bem
que devem fazer, o que só vocês podem julgar. Sem esta inspiração não saberiam o
que fazer a não ser por meio de seu cérebro e de seu coração, quer dizer, não saberiam
fazer aquilo que a alma manda, diretamente, a despeito de vocês mesmos. Entretanto
o livre arbítrio dirige, como bem lhe parece, o espírito de cada um para o bem ou
para o mal. Nem sempre se consegue compreender onde está o bem e o mal. Essa consciência
que lhes fala é a confirmação do que acabo de dizer; sim, ela é ditada pelo guia
dos encarnados, sobre o bom caminho, a boa via a seguir. Ouçam sempre seu guia que
já progrediu entre vocês e é quem os tem conduzido neste Centro.

 

Comunicação recebida em 24/05/1935
pelo médium escrevente S…

Não se desencorajem, pois no momento oportuno terão tudo o que lhes foi prometido.
O momento ainda não é chegado para conseguir tudo o que tão ardentemente desejam
receber, mas não percam esta paciência que os anima e todos os esforços serão grandemente
recompensados. Mais tarde poderão apreciar o que significa este período de calma
nos seus trabalhos; então compreenderão o significado das manifestações que, agora,
podem parecer insignificantes. Saberão então usar a paciência como sempre lhes recomendamos
e também se adaptar a todos os conselhos para o bem que tentamos inculcar em vocês
desde há muito tempo.

Queríamos poder ter constatado em vocês agora aquilo que deveriam ser. Infelizmente
para alguns, esta evolução na bondade é muito difícil de praticar, pois é difícil
tornar muito bom alguém que talvez tenha tido maus instintos em outras existências.
Mas saibam que é assim que a alma progride, reencarnando várias vezes e perdendo
em cada uma um pouco de maldade e adquirindo uma dose correspondente de bem, de
bondade, porque todos foram um dia, como bem o supondes, selvagens com maus instintos.
Mas, por outro lado, quanto cada um de nós tem progredido! Isso é bom constatar
para diferenciar daquilo que se era outrora. Então, saberão que seu progresso tem
sido bastante rápido e que chegaram a este atual estado de desenvolvimento no qual
devem fazer os maiores esforços para suportar as misérias como a privação e a abnegação
de todo seu ser, para o bem de seu próximo. Somente o amor deve guiar sua marcha
ascendente na escala da bondade e do bem, sob todos os seus aspectos.

É preciso então, meus queridos irmãos, que cada um complete a missão que pediu
e que foi imposta. É preciso, entendam-me, e isso no seu próprio interesse, tornar-se
o melhor possível. Isso significa dizer que é necessário praticar o mais possível
a bondade em torno de si, para criar uma atmosfera de bem estar que, malgrado os
grandes sofrimentos que algumas vezes deve suportar, lhe permita ser o mais humilde
e ao mesmo tempo o mais destacado em bondade, quer dizer, viver fazendo o bem, sempre
mais, sem disso fazer estardalhaço. Sim, é preciso praticar o bem em silêncio, às
ocultas, anonimamente; sobretudo para que aqueles a quem se dirige não fiquem chocados
e possam aceitar de bom coração e com toda confiança, sem aquela apreensão de ter
de baixar a cabeça a seu benfeitor e ser humilhado por ser menos afortunado que
ele. É preciso evitar isso e fazer acreditar a seus protegidos que é a mão de nosso
pai Deus que o enviou, porque em realidade, quem permite doar senão aquele que de
início o permitiu possuir; com efeito, porque os infelizes, aqueles que nada têm,
não podem, malgrado toda sua bondade voluntária, partilhar o que não possuem. Devemos,
entretanto observar que esses, sobretudo são os melhores do ponto de vista da abnegação
e da privação. É preciso crer que a privação faz sentir a dor da fome e da falta
absoluta de tudo. Então, vocês terão de imitar o melhor que puderem aqueles que,
tendo apenas um pequeno pedaço de pão, o cortam em duas partes iguais para partilhar
com um irmão mais infeliz.

Precisamos distinguir a verdade, no sofrimento como em tudo, e não dar maquinalmente
a qualquer um que estende a mão; não, porque, creiam, há espíritos encarnados que
vivem na dependência dos outros e procuram enganar o mais possível àqueles que se
apiedam de sua sorte. Precisamos saber e fazer o esforço necessário para distinguir
quem é verdadeiramente pobre daquele que o é apenas em aparência. Então, devemos
ser perspicazes em todas as coisas.

Comunicação recebida em 18/12/1935

pelo médium falante B…

O crime e o remorso jamais estão de acordo. Pode o criminoso, se o podemos chamar
assim, ser responsável por seus atos? Pode-se admitir e levar em consideração o
remorso pelo ato cometido? No que concerne ao primeiro ponto, se poderá responder
afirmativamente, porque todos são responsáveis pelos atos que a justiça dos homens
pune severamente, se por justiça a podemos denominar. Mas esta justiça não leva
em consideração os remorsos que poderiam se manifestar. De fato, se partimos inicialmente
procurando as causas de nossas más ações, é fácil de se entender as dificuldades
que encontra a justiça humana na aplicação das sanções, porque as leis que segue
são totalmente diferentes das Leis Divinas. Com efeito, como poderia apreciar as
razões que levam ao crime? Como poderia ela admitir o remorso e perdoar? Apenas
o Espiritismo pode solucionar este problema delicado. Somente a compreensão dos
princípios que ele ensina e que o homem geralmente recusa admitir, pode explicar
a responsabilidade de um ser pelos atos que comete. E, portanto, um dos ramos da
ciência reconhece como não responsáveis pelos seus atos aqueles que não podem controlar
a si mesmos por causa de anomalias de sua conformação, de fadiga ou desarranjo de
suas células cerebrais. Esta ciência, por seus estudos, tenta designar a cada um
o seu grau de responsabilidade e de liberdade. Conseguirá obter resultados justos?

Um exemplo: a premeditação demonstrada em juízo e sancionada pela humanidade
implica, de acordo com a lei, a total responsabilidade do sujeito porque, nesse
caso, sua irresponsabilidade não pode ser admitida. É isso justo? Não haveria outras
causas que pudessem atenuar esta responsabilidade? A ciência espiritual indica os
elementos e dá os conhecimentos necessários que permitem compreender as causas que
levam certas pessoas a atingir o próximo sem, todavia, lhe atingir a alma. Esse
problema tão dificultoso não pode ser resolvido pela ciência humana, a despeito
da sua pretensão em fazê-lo. Com efeito, ela não pode provar que os atos dos homens
são a conseqüência de causas anteriores. Somente a doutrina espírita pode provar
isso pela produção de certos fenômenos e por suas máximas, e resolver de fato a
questão.

Não se limita aí a ação da doutrina espírita. Sendo conhecido que ela baniu o
rancor e o ódio para substituí-los pelo perdão e pelo amor, as más ações que, mais
freqüentemente, são inspiradas pela vingança de um ato anterior, encontram-se contidas,
e não é raro se veja deter um braço, preste a bater, quando o indivíduo está impregnado
dos princípios da doutrina. E se, todavia o delito é realizado, a doutrina faz o
autor refletir e o leva a se interrogar. Ele se diz: « Que foi que eu fiz? Por que
fiz isso? ». O fato está feito, e malgrado tudo o que pudesse advir, aparentemente
não deve de se repetir, o remorso existe e nada mais se pode fazer do que reprovar
o ato cometido. A justiça humana não pode se deter nessas considerações porque é
impossível para ela fazer aí um estudo aprofundado. Este estudo não pode ser bem
feito senão pelo Espiritismo que, por suas reminiscências leva a compreensão do
porque dos fatos da vida: comparando os que se produzem atualmente com aqueles de
ontem, constata-se que estes são a conseqüência daqueles.

Devemos sempre perdoar o mal que possam nos fazer e isso de maneira completa,
sem pensar no passado. Porque se subsistir o mínimo ressentimento, este último pode
se tornar a causa de repercussões que se manifestarão ou se reproduzirão ao curso
de múltiplas encarnações. Com efeito, acontece que para agradar à sociedade ou às
pessoas que nos cercam, ou ainda sob a influência dos amigos, perdoamos porque,
por assim dizer, a isso se é quase forçado. Mas conservamos um certo rancor e quando
a ocasião de nos vingarmos, direta ou indiretamente, se apresenta, não o deixamos
de fazer. É para evitar isso que a doutrina recomenda perdoar definitivamente e
sem pensar no passado. Além disso, é menos meritório perdoar sob a influência de
um terceiro do que fazê-lo por nossa própria vontade.

Freqüentemente o homem blasfema e protesta contra a justiça humana e, como desconhece
o perdão, acredita estar no direito de se vingar e não compreende que depois a justiça
o condene. Ele se diz: « A justiça me puniu erradamente, se Deus existisse, Ele
não permitiria uma tal injustiça contra mim que sou bom e que nunca fiz mal a ninguém.
Por que então me oprimem assim? Acabarei por acreditar na impostura da existência
de Deus e de todas as suas leis. Vou acreditar que não existe senão uma justiça:
a minha, que farei por mim mesmo. » Se esse homem refletisse em lugar de se revoltar,
se quisesse raciocinar saudavelmente, diria: « eu nunca fiz mal a ninguém então
qual a razão que pode ter este ser em me causar aborrecimentos? Devo me vingar ou
é melhor procurar a justiça dos homens? Por outro lado, se crio dificuldades para
o meu adversário, serei eu mesmo punido em seguida. Então, que deverei fazer? »
O homem que raciocina assim e que procura aprofundar os fatos, em lugar de ficar
se queixando ou de fazer justiça pelas próprias mãos, adota a melhor linha de conduta
que é esta: Se fizerem uma perversidade contra nós, fiquemos passivos e esperemos
os resultados, sem nos enervar, nem nos melindrar. Pelo contrário, fiquemos calmos,
impassíveis, e muito freqüentemente o mal não virá, os fatos não se produzirão como
aparentavam. Com efeito, a calma é um muro intransponível que derrota o adversário
e lhe arrebata os seus meios.

Mesmo sendo o remorso o inimigo do crime, por vezes nos perguntamos se devemos
admitir o arrependimento, já que a justiça humana não leva em conta nada disso.
Para encerrar esta questão, o homem que sabe raciocinar deve recorrer a si mesmo.
É necessário estudarmos todos os nossos feitos e atos, e se percebermos que pessoalmente
sentimos remorsos após a realização de certos atos de nossas vidas diárias, podemos
daí deduzir que precisamos igualmente admitir o remorso entre aqueles que tenham
cometido um delito.

Só o Espiritismo cristão pode liberar-nos de certos erros, ao facilitar sua compreensão
e resolver certos problemas desconhecidos, problemas aos quais não se podem aplicar
as leis humanas.

 

Comunicação recebida em 18/03/1936
pelo médium falante B…

Freqüentemente o homem fica triste sem motivo. Ele sofre e chora em silêncio,
sem saber a que atribuir sua angústia. E quando quer pesquisar a causa, a única
explicação que pode encontrar é esta: o pressentimento de uma notícia má. Em realidade
ignora a verdadeira razão dessas idéias sombrias que o assaltam. Somente o Espiritismo
pode dar uma explicação racional desses fatos ao mostrar que são conseqüência de
causas anteriores, causas que iremos determinar: O Espírito, a despeito de sua ligação
com essa matéria que é o corpo (que lhe é emprestado provisoriamente para permitir,
durante um lapso de tempo, contribuir em alguns trabalhos) segue automaticamente
sua evolução. Quando no homem se produz o fenômeno que chamamos de sono, o espírito
se desliga do corpo material e, no curso de seu deslocamento nesta baixa esfera,
revê cenas que lhe recordam atos repreensíveis que cometeu durante suas existências
precedentes. Então, o medo, se assim podemos chamar esta impressão,dele se apossa
e o espírito retorna de, como um relâmpago, para o corpo que tinha momentaneamente
abandonado. À sua revelia, a imagem do que viu permanece no seu cérebro de maneira
confusa, e a lembrança obscura de seu passado, entrevisto, é a causa desta surda
angústia que lhe aperta e da qual não pode determinar a razão.

Os adeptos espíritas que estudam essas causas e suas adaptações, nunca sofrem
em casos similares porque conhecem em parte a lei de conseqüênciados fatos anteriores.
E, se lhes ocorre atravessar uma passagem penosa da vida, dizem: « Esse fato deveria
se cumprir de uma forma ou de outra, e eu deveria passar por ele. Obrigado meu Pai
por me haver permitido dela sair sem ter falhado e obrigado a todos os irmãos espirituais
que me têm ajudado e sustentado no cumprimento desta missão. » E a alegria e o contentamento
renascem em um sorriso. Assim, o sofrimento não existe para eles, apesar de que
em certos casos o corpo se ressinta. Porque sendo o corpo matéria, é normal que
sofra o choque. Mas o espírito que nele está apazigua esta dor, pois o sofrimento
é passageiro e em conseqüência não tem porque lhe dar atenção.

O que é esse trajeto tão ínfimo do curso de uma existência tão curta? Não se
pode comparar de forma nenhuma à vida real, a verdadeira, aquela que tem lugar no
espaço imenso. É evidente que aqueles que estão presos às paixões carnais, não podem
conceber isso. É-lhes difícil, por causa de seu orgulho e de seu egoísmo, adquirir
a convicção das coisas espirituais, malgrado a fé diminuta que possam possuir. Algumas
vezes querem chegar a compreender, mas suas paixões materiais os impedem. E quanto
tiverem deixado esta matéria e Deus lhes permitir que se reconheçam, dar-se-ão conta,
na vida espiritual, dos erros que cometeram e dirão, como tem sido visto em algumas
manifestações: « Só me resta recomeçar. »

Repetimos para terminar: Só o Espiritismo pode facilitar a compreensão dos fatos,
ao explicar que têm por causa a conseqüênciados atos anteriores, seja no curso de
sua existência presente, seja durante suas existências passadas. Procurem nesta
grande ciência, e a solução lhes será fornecida.

 

Comunicação recebida em 08/05/1936
pelo médium falante B…

As descobertas de mundos e de mecanismos desconhecidos até então, fizeram furor
sobre a Terra. Novas invenções se produzem a cada dia e as sumidades intelectuais
as apresentam ao público sob diversas formas, umas justas e outras deformadas. Não
se deve perder de vista que a evolução perpétua, aquela que nunca pode cessar e
que progride dia e noite, tem por objetivo a melhora do ser humano. Ora a tendência
de evolução, tal qual é compreendida pelos homens, se concretiza em uma só e única
coisa: melhorar as condições da existência humana, sem se preocupar com o porvir.
Para eles, só conta um objetivo: viver o máximo de prazeres, gozos e aplausos, satisfazer
suas paixões, suportar o mínimo de sofrimentos ou privações e se afastar o mais
possível da miséria que lhes parece muito penosa. Numerosos são aqueles que destroem
voluntariamente sua existência antes de ter envelhecido completamente porque não
puderam participar desses gozos terrestres e preferiram se suprimir em lugar de
combater corajosamente e procurar conhecer a razão de sua existência. É necessário
lembrar ao homem uma noção mais exata, mais saudável e menos egoísta de sua existência,
a fim de que ele se dê conta de seu erro, que modifique sua maneira de conceber
a vida, e que proceda melhor para evoluir mais rapidamente. É a isso que se dedica
o Espiritismo.

Os sábios e os pesquisadores dedicam-se sem cessar a encontrar novos aperfeiçoamentos
para suas invenções fazendo face às múltiplas adversidades que se apresentam, e
guardam sempre a esperança de chegar a resultados antecipados, malgrado os entraves
que os importunam e as dificuldades que encontram. O Espiritismo Cristão evolui
da mesma maneira. Aqueles que vêm a ele para estudá-lo vêem multiplicar-se diariamente
suas descobertas, por meio das máximas, dos exemplos e das mensagens que tão simplesmente
lhes são dadas. Percebem então novos horizontes, percebem a explicação dos fatos
que se produzem no curso da vida, e compreendem que suportam hoje as conseqüências
de suas ações de ontem. Àqueles que sofrem e se revoltam pretendendo que a justiça
de nosso Pai seja iníqua, pois que uns têm muito e outros não têm o bastante, o
espiritismo ensina da forma mais simples que é preciso ter um pouco de paciência
e humildade. Um pouquinho de fraternidade, por mais fraca que seja e um sentimento
de caridade para com seus semelhantes, lhes fará discernir a relação entre seu passado
e seu presente. E se, no seu sofrimento, por maior que ele possa ser, se dedicarem
a amar e a perdoar, em lugar de se deixar cair no ressentimento, acabariam por compreender
a grandeza e a elevação da dor. E o amor se desenvolvendo, os tiraria de sua decadência,
afastando deles este medo, esta angústia não explicada que experimentam, evitando-lhes
a queda. Com um pouco de paciência e o amor de nosso Pai, poderiam combater seu
relaxamento que os leva a destruir sua própria existência e conheceriam as causas
reais de seus sofrimentos, que aceitariam então com resignação.

O Espiritismo Cristão faz renascer, faz reviver aquele que sofre, ao facilitar
a compreensão das coisas. E no maior desespero, na desordem mais profunda, o coração
de um verdadeiro adepto espírita encontrará na sua doutrina, o maior consolo e o
mais completo apaziguamento.

 

Comunicação recebida em 10/06/1936
pelo médium falante B…

Quando na natureza se manifesta um fenômeno raro, os grandes professores como
as grandes eminências se colocam a estudá-lo dia e noite com obstinação e o tempo,
nesses momentos, lhes parece bem curto. As descobertas são infinitas e é por essa
razão que quando uma nova constatação tem lugar, a ciência inteira se interessa
por ela e luta sem cessar na esperança de chegar um dia a explicá-la. Freqüentemente,
a fadiga e o desespero vêm surpreender esses pesquisadores que se obstinam em suas
investigações, malgrado ignorarem os princípios ou os sintomas que poderiam guiá-los
ou fazer-lhes estabelecer uma relação entre o fenômeno estudado e outras descobertas
já conhecidas. Alguns a abandonam, mas algumas vezes resta somente um que persiste
nas suas pesquisas, sem relaxar. Pode acontecer que ele deixe a existência antes
de chegar ao objetivo que se propôs, mas terá feito uma parte. Ele deixa uma luz,
por mais fraca que seja, um rastro, que outros irão continuar e desenvolver. Assim
evolui o Espiritismo Cristão.

A chaga e a dor do paciente transformam-se em desespero e confusão quando o ser
não sabe a quem atribuir o sofrimento que o tortura. Ele não sabe o que fazer uma
vez que tem sido bom, amando e ajudando seu próximo. Que fez então para merecer
esta dor imensa que o corrói sem cessar, dia e noite, e que o impede até de repousar?
O Espiritismo Cristão vem lembrar isto: « O amor já nasceu nele, já o compreende
e tem aplicado bem? » A paciência é desconhecida dele, e perde assim as vantagens
desse bálsamo, é privado da esperança benfeitora que, com o tempo, cicatriza a dor
do desespero e que, junto com o amor, permite chegar a compreender seus erros e
a ver com clareza. Assim, a paciência, mal compreendida e mal seguida, os conduz
nesse caminho. Procurem compreender o porvir, e vocês verão a luz clarear sua rota,
mostrando que os sofrimentos não são errados, mas sim um dever a cumprir.

Saibam que as dores têm uma causa inteligente. Fatos sem causa jamais são produzidos
nem se produzirão. Com muita freqüência vocês constatarão, em um paciente, uma enfermidade
que pode parecer incurável; na verdade essa enfermidade permite prolongar a existência
do interessado, e sem ela, esse último já teria deixado este mundo. Da mesma forma
certas dores, certas mudanças que se manifestam no curso de uma existência, e que
não se sabe a que atribuir, não são nada além de bálsamos benfazejos, uma vida nova
que é infundida pelo amor de nosso Pai e que permitirá ensinar a paciência, a devoção
e a escutar a própria consciência. Sigam o caminho reto da bondade eterna, do amor
que emana do sentimento fraternal, e serão conduzidos no caminho real que é o amor
fraterno que os levará ao bom cumprimento do dever que cada um de nós mesmos nos
impusemos.

 

OBSERVAÇÕES.
Os fenômenos espíritas com efeito têm sido refutados pala ciência porque não são
compreendidos ou são julgados incompatíveis com os princípios da ciência atual.
Somente alguns homens, amantes da verdade, têm tido a coragem de vencer as dificuldades
e perseguido teimosamente seu estudo. Eles chegaram a resultados escassos que outros
continuadores têm refeito e desenvolvido. Assim o Espiritismo começa a ser admitido
e, pouco a pouco, seus ensinamentos serão compreendidos pela maioria e serão de
proveito para todos.

 

Comunicação recebida em 26/08/1936
pelo médium falante B…

 

O Espiritismo não é senão uma doutrina simples que não cessa e nunca cessará
de pregar o amor e a fraternidade universal, o único que pode reanimar os corações
estigmatizados e os sentimentos que, por vezes, foram abolidos por dogmas fanáticos.
O Espiritismo ensina e dá como único símbolo isto: UM SÓ PAI UNIVERSAL EXISTE, E
NÓS TODOS SOMOS SEUS FILHOS. Então, não há razão alguma para crermos que somos pioneiros.
Devemos englobar em um simples e universal amor, todos os que trabalham, qualquer
que seja o ramo, pelo amor divino. Não existe nenhuma razão para que não sejamos
todos irmãos.

O Espiritismo cristão é uma ciência moral que não tem nenhuma mística. É somente
uma doutrina sã e afável, que se coloca à disposição de todos, do mais simples ao
maior. Ela estende a mão aos sofredores e aponta o caminho a tomar. O Espiritismo
não é um passatempo, como tem sido praticado algumas vezes, e quem quer que pretenda
desconhecê-lo hoje, aprendê-lo-á tristemente amanhã. Seu arrependimento será muito
justo porque compreenderá, nesse momento, que teve muitas ocasiões de conhecer esta
verdade, mas que, por sua arrogância, seu orgulho e sua triste vaidade, desdenhou
conhecer o Amor real.

Somente o Espiritismo cristão lhes estende a mão e prega, hoje como amanhã, o
AMOR e a FRATERNIDADE UNIVERSAL.

 

Comunicação recebida em 21/10/1936
pelo médium falante B…

Meus caros irmãos, a assim chamada ciência oculta, termo sob o qual em certos
meios da sociedade se quer denominar o Espiritismo, é por vezes considerada como
uma simples diversão. E, entretanto, a doutrina espírita acolhe humildemente todos
aqueles que vêm a ela e lhes diz: « Meus caros irmãos, no Espiritismo, nada há de
ocultismo, tudo é compreensível e palpável. Se qualquer coisa não se encontra à
sua disposição, dirijam-se aos irmãos espíritas que terão como um amável dever explicar
o que vocês não compreenderam, provando assim que a doutrina nada tem de oculto
ou misterioso. » Todos podem ver e compreender, e todos devem saber. A doutrina
espírita lhes ensinará a reconhecer os seus erros. Ela os conduzirá no caminho da
bondade e os incitará a se amarem uns aos outros. Ela os esclarecerá a respeito
de sua luz divina, os fará entrever o que é o misticismo, e convencerá o cético
ao lhe provar a realidade dos fatos dos quais duvida.

O Espiritismo não é outra coisa senão o amor real, o amor sincero, e não uma
crença fanática. Ele não dogmatizará nem imporá crenças cegas. Nunca propagará fantasias
ou imaginações, mas confirmará verdades reais. Explicará sua posição, indicará como
o amor de nosso Pai deve ser compreendido e como nosso Pai perdoa a todos os seus
filhos, por mais faltosos que sejam. Desvelará igualmente a realidade desse bem
estar a que temos direito. Em uma palavra, o Espiritismo ensinará os deveres do
pai para com seus filhos e, reciprocamente, dos filhos para com o pai, sem omitir
os deveres de todos para com nosso Pai nos céus. Seus temores, seus medos da vida
serão dissipados, porque o Espiritismo pode fazê-los compreender o que são, em realidade,
as penas que podem lhes afligir e que o homem chama de « males ». Ele lhes explicará
que não são senão leis que devemos suportar, Leis que freqüentemente desconhecemos.
As dores, que por vezes os levam à desordem e os conduzem à beira do precipício,
serão explicadas por razões tangíveis que « dissolverão » suas angústias e os afastarão
do abismo. A doutrina espírita lhes estende fraternalmente a mão e diz: « Irmão,
eis o seu caminho. »

 

Comunicação recebida em 12/01/1937
pelo médium falante B…

– Como o Espiritismo deve ser compreendido?

– Que alegrias, que benefícios pode trazer?

– Qual é o caminho que ele nos aponta?

– Em resumo, qual é o objetivo desta doutrina?

– Vem para nos regenerar ou reformar?

A doutrina, a ciência espírita, é simplicidade e amor. Todos, grandes e pequenos,
podem estudá-la e nela evoluir, sem por isso ter de recorrer aos sábios ou sumidades.
Para compreendê-la basta simplesmente reconhecer os fatos que se manifestam, e não
se omitir em fazer o bem.

A doutrina espírita não é outra coisa senão as palavras e os conselhos gravados
sobre a pedra bruta pela santa mão de nosso irmão Jesus em sua passagem sobre a
Terra. Essas palavras, o Cristo as repetiu a seus apóstolos muitas e muitas vezes,
apoiando-as com máximas e exemplos, a fim de que pudessem propagar seu amor. Seu
amor que não era outro senão a fé e o respeito para com nosso Pai, e a caridade,
a ajuda e a proteção para com nosso próximo. Assim, o espiritismo não vem renovar
e ainda menos destruir a crença de cada um, jamais tentará desviar quem quer que
seja de sua religião ou de sua fé. Limitar-se-á simplesmente a dizer: « Meus caros
irmãos, vocês são todos falíveis porque ignoram ainda muitas coisas. Então, sejam
humildes, o mais que puderem, e ajudem-se uns aos outros. Não sejam descrentes porque
a descrença é uma dúvida que os leva para a idéia do mal e, se nisso persistirem,
não farão senão atrair para vocês um doloroso e triste ambiente que decorre da impaciência
e do desconhecimento do verdadeiro amor. »

O espiritismo lhes explicará o sentido profundo da palavra FRATERNIDADE. A fraternidade
espiritual não pode ser comparada à fraternidade carnal; ela é muito mais elevada
e extensa. A fraternidade espiritual, é a verdadeira compreensão das coisas, é o
conhecimento do amor, do sofrimento e da dor.

O espiritismo cristão lhes permitirá se darem conta do que somos sobre este planeta
Terra, com todo conhecimento de causa ele aconselhará isto: Qualquer que seja o
caminho que tomem para ir para nosso Pai, sejam firmes, tenham confiança e Ele lhes
conduzirá no caminho reto. Jamais se desesperem mesmo nas suas maiores dores e na
mais sombria desordem. Tenham sempre confiança nele e em lugar de se lamentarem
ou se revoltarem digam assim: « Meu Pai, se esta triste passagem, se esta penosa
dor, se esta desoladora enfermidade forem provas que fazem parte de minha missão,
prometo suportá-las e levar minha tarefa a bom termo. Peço ainda que me ajude, porque
sei que ama todos os seus filhos e que não esquece de nenhum. Perdoa as fraquezas
que por vezes possa ter sob o efeito do desespero e ajude-me Pai, porque tenho uma
fé humilde, mas infinita. » Esta prece, formulada no recolhimento, simplesmente,
mas com profunda sinceridade, os farão sentir um grande alívio, como se um bem estivesse
penetrando em vocês, e não sentissem mais o peso de sua dor ou os tormentos de sua
enfermidade.

O espiritismo cristão ensina que, para amar nosso Pai e seguir sua lei, não há
necessidade de ser fanático nem de crer cegamente em dogmas estabelecidos. Ao contrário,
ele nos ensina que precisamos fazer o esforço de compreender. Pelos meios mais simples,
nos explica o que parece ser um mistério, demonstrando assim que, na natureza, nada
é misterioso para quem quer raciocinar e saber. A crença em nosso Pai, a fé que
Lhe devemos, não pode ser inculcada por outros. É preciso que a convicção deste
amor seja adquirida e criada por nós mesmos, porque somente a própria experiência
conta.

O espiritismo cristão nada vem reformar. Ele se coloca simplesmente à disposição
de todos para que seus ensinamentos sejam bem compreendidos. Infelizmente tem dado
lugar a numerosas mistificações porque alguns têm querido fazer do espiritismo um
passatempo, embora seja uma coisa real, profunda, do qual se precisa conhecer o
verdadeiro sentido e a verdadeira razão.

O espiritismo cristão nos explica as palavras simbólicas do amor; se pregamos
nosso Pai a todos, não há razões para que, sobre o planeta Terra, não sejamos todos
irmãos e para que não nos amemos uns aos outros. Esta doutrina não repele ninguém,
estende a mão a todos e em particular aos deserdados que se encontram sem abrigo,
abandonados, e que não sabem reconhecer o porque de seus males. A esses o espiritismo
cristão diz: « Irmão de sofrimento, irmão de martírio, venha, deixe falar seu coração,
pois você será compreendido. Esta existência é apenas uma passagem efêmera. Venha,
veja e compreenderá a outra existência que o espera amanhã. Que importam essas dores
e essas penas que sofre, são provas que deve atravessar. Seja firme e valente, persista,
seja constante e amanhã verá qual será seu alívio. Você dirá então como tantos seres:
« Se soubesse não teria me revoltado e teria suportado mais humildemente, sem prantos
nem cólera as misérias que sofri. »

A doutrina espírita incita a todos os irmãos a raciocinar e escutar a voz que
nos transmite conselhos e sabedoria. Mas para sentir plenamente seus benefícios
é preciso procurar, na medida do possível, inicialmente entendê-la e em seguida
aplicá-la. Nisso, jamais existiunenhum mistério. A ciência desta doutrina consiste
em adaptar e seguir esses conselhos, a cada passo de nossas ações. Para isso, no
fim de cada dia, recapitulem seus atos e vejam se eles estão de acordo com os ensinamentos
dados pelos irmãos espirituais. Se não estiverem, tomem a resolução de modificar
sua maneira de agir no futuro, e esforcem-se por se tornar melhores nos seus pensamentos
e nos seus atos.

Nosso Pai jamais concedeu privilégio a quem quer que seja. Ninguém tem o direito
de agir à sua guisa e de pensar somente em si mesmo. Os conselhos, a ajuda, a consolação
que Deus nos prodigaliza, sua palavra simbólica, não devem jamais ser comercializados,
mas simplesmente distribuídos da forma como foram dados. Recordem o gesto de Jesus,
no curso de sua passagem sobre a Terra, quando Ele expulsou do templo os mercadores
que queriam se enriquecer com o que não lhes pertencia. Os monopolizadores, que
somente querem lucrar com o que Deus tem dado, sofrerão mais tarde por seu egoísmo.
Em cada lar o chefe detém um depósito que deve distribuir eqüitativamente: a afeição
fraterna, o conhecimento e o amor de nosso Pai.

Cada um de vocês, durante sua permanência sobre o planeta Terra, tem uma missão
a cumprir, da qual deve dar conta quando tiver deixado a existência. Ser-lhes-á
perguntado: « Que fizeram durante sua estada terrestre? » Aquele que disser: « Eu
economizei e deixei sobre a Terra uma imensa fortuna da qual aliás não aproveitei
quase nada. » Ser-lhe-á respondido: « Você havia pedido, exigido a riqueza, você
a teve mas fez o uso para o qual tinha sido acordado? Cumpriu todas as boas ações
que tinha se proposto fazer1 ? Seus semelhantes aproveitaram os bens
que foram permitido obter? » Este sofrerá penosos sofrimentos porque deverá retomar
sua existência que foi estragada por causa da má utilização dos meios que lhe haviam
sido dados. Ele quis guardar somente para si o que lhe havia sido prodigalizado
e seu egoísmo foi a causa de não manter as promessas que havia feito a si mesmo2.

Outros darão estas explicações: « Tive bens sobre a Terra 3, mas não
soube guardá-los. Eu os distribui sem conta e nada me restou. Tive, entretanto a
alegria de ver que aqueles a quem os doei, fizeram-no frutificar e dele tiraram
proveito; pude assim, aliviar e recuperar bastante miséria. »

A estes será dito: « Vem, eis seu lugar. Olhe seu passado e seu presente, e se
dê conta do resultado de suas boas ações. » E terão seu lugar reservado porque somente
os benefícios realizados contam para nosso Pai. Eis o que a doutrina espírita ensina.
Ela explica assim, de maneira muito simples e à disposição de todos, as máximas
e os símbolos que os irmãos espirituais vieram dar para nos ajudar a evoluir.

 

OBSERVAÇÕES.

A última parte desta comunicação nos faz compreender porque alguns são ricos
e outros pobres, alguns sábios e outros simples. Essas desigualdades podem passar,
na aparência, por privilégios ou injustiças pelo fato de vermos seres malvados gozando
importantes rendimentos e uma fortuna insolente, enquanto homens de bom coração
vivem penosamente. Na verdade, isso nada significa porque, do ponto de vista da
elevação espiritual, os pobres e os simples de espírito podem ser mais avançados
que os ricos e os sábios.

Se certos homens são instruídos e afortunados, é porque o pediram antes de vir
para a Terra. Eis porque ninguém tem o direito de se vangloriar de seus bens ou
de seu saber; são depósitos que lhes foram confiados e que devem utilizar para o
bem da comunidade.

Os pobres e os simples de espírito são almas por vezes muito elevadas que escolheram
um destino de sofrimentos e de humilhações a fim de se temperar, de se exercitar
e de se elevar mais na espiritualidade. É por isso que freqüentemente se pode encontrar
muita bondade e sentimentos puros e nobres entre os pobres. É a explicação espírita
das palavras de Jesus FELIZES OS POBRES DE ESPÍRITO, FELIZES AQUELES QUE SOFREM,
FELIZES OS FRACOS etc, etc…

 

1 – Tem sido explicado, nos boletins precedentes, como o espírito, antes
de se reencarnar, traça para si mesmo seu destino. Esse destino é previsto de maneira
a permitir resgatar faltas cometidas nas existências anteriores e cumprir boas ações
que o elevarão na escala espiritual. Mas, quando a alma está encarnada, cede por
vezes à tentação; obedece aos maus instintos que ainda não estão inteiramente sufocados
e se afasta da linha que se tinha traçado. Com efeito, se nossa existência estivesse
totalmente prevista com antecedência, não teríamos livre arbítrio, isto é a faculdade
de optar entre o bem ou o mal; malgrado a intervenção dos bons espíritos que estão
à nossa volta e principalmente de nosso guia espiritual (anjo guardião) que nos
aconselha e nos inspira boas ações, somos geralmente livres para agir como bem entendemos
e para suportar mais tarde as conseqüências disso.

 

2 – A riqueza é pedida por alguns espíritos para a encarnação futura, visando
poder fazer muito bem. Mas este caminho é dos mais perigosos porque os bens e o
poder freqüentemente desenvolvem nos homens o orgulho e a vaidade, o que faz com
que só uns poucos ricos utilizem sua fortuna como tinham decidido antes de seu nascimento,
isto é, para o bem do próximo. É por isso que Jesus disse:

É MAIS FÁCIL UM CAMELO PASSAR PELO BURACO DE UMA AGULHA, DO QUE UM RICO ENTRAR
NO REINO DOS CÉUS.

 

3 – Não se trata somente de bens materiais, mas também de bens espirituais
tais como, ciências, artes, etc. Devemos distribuir tanto as riquezas temporais
quanto o saber que tivermos podido adquirir seja pelo estudo, seja por nosso trabalho
ou por nossas descobertas pessoais.

 

Comunicação recebida em 15/01/1937
pelo médium escrevente S….

Desejo dizer algumas palavras sobre os efeitos da bondade na espiritualidade.
Basta apenas ser bom sobre a Terra para sentir na vida espiritual os efeitos de
seus atos caridosos. Começa-se, inicialmente, sentindo um grande bem estar em toda
sua pessoa. Isto se produz logo ao deixar a existência, sem que ainda se tenha dado
conta disso. Depois, pouco a pouco, a realidade aparece: começa a se aperceber de
sua partida da Terra sem, todavia, disso se convencer logo de início; depois, esta
idéia toma raiz e passa-se a admitir a hipótese da partida. Então, se passa uma
coisa muito estranha: pergunta-se, primeiro, onde está. Evidentemente, não pode
de imediato reconhecer sua posição, mas logo isso acontece e o espírito se vê naquilo
que vocês chamam Céu.

Com efeito, é o Céu esta nova vida, que não tem comparação alguma com aquela
que se acabou de deixar. É muito difícil lhes fazer compreender de maneira perfeita
essa nova vida. Assim, vou tentar levantar para vocês, uma ponta do véu que a oculta.
Farei o melhor que posso. Se tiver sido bom e se tiver realizado exatamente a missão
que havia pedido a nosso Pai, antes da reencarnação, a realidade do reconhecimento
se faz mais rapidamente. Caso contrário, a alma não compreendendo sua nova posição
e não se apercebendo mesmo que deixou seu envelope de carne, continua a viver para
ele, procurando comer, beber, e sendo perseguida por todos os vícios ou defeitos
que esse corpo possuía. A alma continua a sofrer por não poder satisfazer o que
acredita serem ainda as necessidades vitais do corpo. Ela fala aos humanos que,
evidentemente, não a compreendem nem a escutam, e por conseqüência, não lhe respondem.
Ela roga de início, depois se irrita e por fim sofre enormemente, grita e tenta
tudo quebrar. Isso de nada adianta à sua evolução.

No outro caso, aquele que cumpriu exatamente sua missão, não sente esses sofrimentos
terríveis. Sente, como já lhes disse, um grande bem estar e parece dormir um bom
sono. Ao despertar, neste caso em que, resumindo, um trabalho foi efetuado, toma
consciência de seu novo estado com extrema facilidade. Encontra-se rodeado de numerosos
espíritos guias, que vêem lhe ajudar a continuar a tarefa a cumprir porque, é preciso
admitir malgrado tudo, que se pode ter cometido novos erros nessa última existência.
É preciso então, antes de tudo, procurar reconhecer seus defeitos, para poder tentar
repará-los. Os espíritos que pediram esta missão se encarregam então de cumprir
tais atos que os farão expiar suas últimas faltas. Tudo isso se faz em condições
de tal forma doces, deliciosas, que é uma alegria constante, a despeito dos pesares
que se pode ter por ter deixado aqueles a quem se amava. É permitido freqüentemente
revê-los e guiá-los algumas vezes. É uma satisfação que se pode qualificar de muito
grande, já que o amor une os corações.

 

Comunicação recebida em 19/02/1937
pelo médium escrevente S….

Boa noite meus queridos irmãos, vocês me fizeram esperar um pouco, porque já
estava aqui faz algum tempo, vendo vocês reunidos, pensando que a seção fosse começar.
Isto, felizmente, não tem uma importância capital e podemos começar imediatamente
nosso trabalho. Nós estamos, acredito, dispostos a escrever algo sobre a bondade.
Poderá talvez lhes parecer que « isso já foi dito »; creio que uma coisa tão simples
como a bondade se compreende rápido, mas raramente permanece no coração daqueles
que toca. Assim é preciso, como se diz sobre a Terra, lhes refrescar a memória;
é o que iremos fazer!

Ser bom significa não gozar sozinho, sem compartilhar com seus irmãos, de todos
os fatos bons ou maus da Vida que está repleta de pequenas misérias e de grandes
alegrias. Aproveitar sozinho seria um grande egoísmo que é preciso banir para sempre
de vocês. Todos os homens são egoístas de uma maneira geral, mas com um pouco de
atenção, é fácil eliminar esse grande defeito que os encobre e lhes entrava os passos.
Uma pequena atenção sustentada, disse eu, fará desaparecer para sempre este egoísmo
do qual todos, uns mais outros menos, são atingidos. Saibam que jamais poderão aproveitar
sozinhos aquilo que vocês têm, porque o prazer não compartilhado é insípido. Vocês
têm podido constatar, o quanto ele é doce ao se desabafar com outra pessoa uma grande
dor ou alegria então, acreditem que tudo mais ocorre da mesma forma. Amar as riquezas,
quando se sabe que se deverá abandoná-las ao deixar a Terra, não é inteligente e
isso todo mundo o sabe. Entretanto, muitos acumulam durante toda sua vida, para
deixar, dizem eles, para os seus descendentes. Fazem então um mau emprego daquilo
que Deus lhes permitiu obter, seja pelo nascimento seja ao longo de sua existência.

Deus, vocês o sabem, fixa a cada um de seus filhos a sua missão aqui em baixo.
Porque querer forçar o que chamam de destino? Se seus descendentes não devem gozar
desses bens nesta existência, eles os perderão com uma rapidez surpreendente, e
sua missão se cumprirá obrigatoriamente. Ela parecerá então ainda mais penosa para
eles, porque a eventualidade da riqueza já tendo podido ser entrevista, o despojamento
dela pareceria ainda maior e, desse modo, tornaria mais penoso o resto de sua existência.
É preciso então evitar complicar a de seus filhos. Nada lhes será contado quer tenham
deixado muito ou pouco para seus filhos ou se, ao contrário, mesmo o podendo, nada
tivessem deixado; entretanto, isso não significa que alguém deva se desembaraçar
totalmente dos bens que pode obter. Não, sobretudo é preciso fazer um muito bomuso,
ainda mais se, além disso, o tivermos prometido antes de nossa reencarnação. Porque
saibam, nada é deixado na sombra: tudo está previsto no limiar da Vida.

Então, não precisamos abusar de nada e devemos pensar constantemente que, malgrado
a própria infelicidade, sempre há uma infelicidade maior que a sua. Assim, no curso
de nossa existência, tentemos sempre fazer o bem em torno de nós. Sejamos bons,
lhes digo, em todas as circunstâncias e não esqueçamos jamais de que somos todos
irmãos, filhos de nosso Pai. Aí está a base da bondade. Veriam, sem se emocionar,
um de seus irmãos carnais sofrendo, enquanto vocês têm tudo o que precisam e talvez
mesmo o supérfluo? Não, não é? Pois bem! Pensem que todos os homens, quaisquer que
sejam, são seus irmãos espirituais, mesmo que não o sejam carnais. Pensem que a
família existe apenas aqui em baixo e que após esta existência vocês encontrarão
afeições não suspeitadas, entre outros irmãos, além daqueles de sua própria família.
Que vocês estejam ligados a esta família terrestre, se concebe e é necessário, porque
ao vir, vocês assim o desejaram, mas é preciso sobretudo que considerem a todos
os semelhantes como a si mesmos dizendo: « E SE EU ESTIVESSE EM SEU LUGAR? » Somente
esta suposição os fará entrever o amor que deve reinar em vocês por tudo o que os
envolvem. Amem, amem então, inicialmente, seus amigos, depois tentem fazer o mesmo
por seus inimigos.

Perdoem suas maldades que para vocês serão apenas erros cometidos por eles, sendo
vocês mesmos suscetíveis de cometê-los diariamente; assim devem se aplicar em perdoá-los
e depois em lhes prestar serviço. Vocês constatarão o bem que pode fazer prestar
serviço a um inimigo. O reconhecimento será maior pelo fato mesmo da animosidade
dele contra vocês que, por causa disso, pode desaparecer para sempre e lhes atrair
um amor sincero do qual até então estiveram privados.

A bondade então é uma coisa muito bela. Como querem que dela não falemos sempre?
A vocês, que começam a compreender esta doutrina espírita, cabe divulgar esses sentimentos
e assim tentar fazer desaparecer do coração humano a maldade e o egoísmo.

 

Comunicação recebida em 26/02/1937
pelo médium escrevente S….

Boa noite meus caros irmãos; aqui estão vocês de novo reunidos para receber a
palavra que nosso Pai nos encarrega de trazer. Creiam-me que é de coração que o
fazemos, lamentando somente o fato de não termos começado mais cedo. Se nos for
permitido, tentaremos com imensa boa vontade recuperar o tempo perdido. Se for permitido,
disse eu? Sim, meus caros irmãos, creiam que esse tempo dificilmente poderá ser
recuperado, mas, com o arrependimento, isso não será muito importante se, de outra
forma, a balança puder pender para o lado de nossas boas ações.

O que pode ser considerado como uma boa ação? Elas são mais numerosas do que
podem imaginar. Creiam então que todos os seus atos diários, por pequenos que possam
parecer, podem se constituir em boas ações. Fazer o bem é fácil quando se o quer,
bastando para isso considerar como irmãos bem-amados a todos os homens de quem se
aproximem e agir com eles como mandaria seu coração caso se tratasse de seus próprios
irmãos. Isso é muito simples, entretanto, há em vocês uma coisa bem mais penosa
que é o próprio julgamento.

Quando se encontram em presença dos homens que, segundo vocês, são seus inferiores,
têm a tendência de julgar os seus atos, e freqüentemente, de os julgar severamente,
bem entendido segundo seu ponto de vista. Quando ao contrário, se encontram em presença
daqueles que consideram maiores, vocês se fazem pequenos e tentam, por sua conversação,
parecer uma pessoa qualquer. Como qualificar isso? VAIDADE! Vocês não conseguem
se ater à sua pequena função; não, aos olhos dos outros precisam se elevar, materialmente
bem entendido, na presença deles jamais tentariam uma ação caridosa e humilde. Isso
poderia lhes prejudicar e se prestar à crítica. Com efeito, seus interlocutores
falariam de vocês em termos humilhantes, se tentassem em sua presença ser caridosos
como deveriam ser. Alguns poderiam supor que vocês querem se mostrar e humilhá-los
com sua bondade em público, que eles não praticam. Outros, ao contrário, pensariam
que querem atrair a atenção sobre vocês por este ato bom em que teriam podido, da
mesma forma, estar cometendo um mal.

Então, sendo mal julgado por meus semelhantes não posso ser bom, isto é, ser
diferente deles. É assim que na sociedade uns guiam os passos dos outros. Infelizmente
poucos são os que praticam publicamente o bem. E assim o mau exemplo é seguido em
vez do bom. Em toda doutrina é preciso haver mártires. Sejam um desses, sofram desde
o início essas zombarias, humilhações e dores materiais que os farão progredir rapidamente
na espiritualidade e permitirão atrair numerosos irmãos que não ousam dar o primeiro
passo. Uma vez dada a partida, a marcha não mais poderá ser detida. Os contraditores
não serão menos ferozes, mas com o crescimento do número de adeptos, eles diminuirão
enquanto vocês progredirão.

Estes conselhos se dirigem a todos aqueles que a Doutrina Espírita atrai, permitindo
mostrar o caminho que eles apenas tocaram.

 

Comunicação recebida em 23/04/1937
pelo médium escrevente S…

Boa noite meus caros irmãos, essa noite é para mim um momento de grande alegria
ao poder reencontrá-los todos fielmente no posto, base da missão que vocês haviam
escolhido e que, constato com um imenso prazer, completam com amor e sinceridade.
Como é lindo dedicar-se assim, de todo o coração, à mais bela de todas as obras,
a de conduzir seus irmãos extraviados a um bom caminho, traçado e querido pelo Pai
de todos nós. É preciso amar cegamente a Deus que é tão bom e cujos atos são a expressão
de sua bondade Divina.

Creiam meus caros irmãos, é tentando imitar uma bondade perfeita que chegaremos
a evoluir rapidamente. Quanto melhores formos, mais prodigalizaremos o bem em torno
de nós aos nossos irmãos infelizes. Esse bem que devemos aplicar instintivamente
a todos, pequenos ou grandes, ricos ou pobres, porque todos têm dele uma grande
necessidade. É preciso fazê-lo sob todas as formas imagináveis e crer que todas
são úteis, mesmo as mais simples; as que parecem mínimas às vezes são maiores que
as outras.

Os atos que são feitos sobretudo no silêncio são os mais venturosos. A humildade
enfim, é recomendada em todos os gestos da vida, tanto terrestre quanto espiritual.
É preciso ser, em todas as circunstâncias, bom e humilde, só isso os conduzirá para
a vida eterna que todos nós devemos atingir mais ou menos rapidamente: nosso interesse
e também o de nossos semelhantes é o de subir o mais rápido possível esses degraus.

 

Comunicação recebida em 30/07/1937
pelo médium falante B…

– O que se deve entender pela palavra espírita?

– Quais são as conclusões que se pode tirar do ESPIRITISMO?

– É uma CIÊNCIA?

– Em que ele pode contribuir para a melhora do ser humano?

– Quais são os benefícios e as críticas?

Ser adepto espírita, não é de forma alguma ter uma disjunção nas idéias. Não
é de forma alguma querer que se abandone os dogmas, nem mudar as idéias ou as opiniões
de quem quer que seja.

Ser espírita não é outra coisa senão conhecer o amor e seus benefícios. É reunir
o que a natureza pode nos dar para distribuir.

Ser espírita é conhecer algumas causas e certos fatos que vêem por vezes perturbar
a existência e que o ser parece ignorar.

Ser espírita não é de forma alguma uma queda; não é de nenhuma maneira procurar
fazer mal ao seu próximo, mas é ao contrário dele se aproximar.

Ser espírita, no verdadeiro sentido da palavra, é ocupar-se essencialmente da
elevação da alma, esta alma que não é outra coisa senão a inteligência prisioneira
do corpo humano e que, ao se elevar no espaço, forma a relação espiritual. É por
isso que denominamos espírita aquele que estuda a espiritualidade, não para fazer
uma analogia ou mudança nas idéias, mas para conhecer certas razões que contribuirão
para a própria elevação e a de seus semelhantes.

O espírita ama e pesquisa tudo o que o aproxima de Deus. Seu princípio é amar
e se confraternizar com todos aqueles que, perto ou longe, procuram a via que leva
ao Pai.

O espiritismo é de alguma forma um questionamento que desvela uma ciência que
facilita aos mais jovens como aos mais idosos, do mais pobre ao mais rico, o conhecimento
e a compreensão das razões que nos trazem a este planeta, a fim de poder encontrar
a palavra final, ainda que a palavra final não possa ser encontrada porque tudo
está em evolução perpétua e tudo está sendo continuamente renovado.

Ser espírita não é de forma alguma uma desonra. O espírita não procura nenhuma
glória que sabe ser vã. Uma só coisa conta para ele: o conhecimento e, em seguida,
ensinar aos outros o caminho reto. A ciência espiritual favorece este conhecimento
e, conseqüentemente, ajuda a evolução perpétua do espírito. O espírita não se encerra
em um círculo restrito, mas ao contrário alarga esse círculo cada vez mais e sempre
por mais tempo. Seu raio é sem limites porque o espaço é ilimitado e não pode ser
medido. É como se quiséssemos procurar a origem do caminho da evolução que está
de tal forma longe que se perde no espaço incomensurável e por conseqüência não
se poderia chegar a uma conclusão ou a uma definição. E isso nos ensina que é preciso
continuar sem cessar e sempre, o trabalho e o progresso, a ajuda e a proteção para
todos; é somente por esse meio que a evolução se propaga e que facilitará amanhã,
novas progressões, porque a evolução é um progresso perpétuo que pode avançar apenas
em firme harmonia e em melhor união.

Então, se procuramos esta evolução, é preciso nos confraternizarmos em uma união
universal. É preciso esforçarmo-nos para nos aproximarmos uns dos outros, agruparmo-nos
em consciência e raciocinarmos em comum, de maneira a facilitar e desenvolver a
compreensão de cada um. É a única maneira de levantar esse véu que oculta o universo.
Esse véu é devido à vaidade e ao orgulho dos homens que se crêem superiores uns
aos outros, não querendo admitir o arrazoamento do próximo, daí resultando esta
incompreensão que freia o progresso. Esta vaidade é o maior erro que pode existir.
E, entretanto, todos os dias vemos os grandes terem necessidade dos pequenos como
os pequenos dos grandes. Se esses que se dizem grandes o fossem realmente, se fossem
verdadeiramente superiores, não teriam necessidade dos pequenos. Mas as leis divinas
são bem feitas, e esses pequenos são indispensáveis aos grandes, isso prova que
o orgulho e a vaidade não têm nenhuma razão de ser, pois que todos temos necessidade
uns dos outros. A alma mais elevada é então aquela que conhece o verdadeiro valor
do que possui e que sabe reparti-lo, aquela que não faz nenhuma distinção no amor
e na fraternidade.

Como reconhecer aqueles que estão engajados no bom caminho? Seriam os que se
dizem espíritas e que pretendem conhecer as verdadeiras leis de nosso Pai? Não,
isso não basta. A lei divina é a lei que rege todos os seres e não poupa ninguém,
nem grandes, nem pequenos. É a lei de amor, aquela que devemos todos adotar, e que
nos levará à fraternidade ao nos aproximar uns dos outros, pequenos e grandes. É
a lei que rege o ser desde sua primeira existência no mundo até as que virão depois,
passando pelas diversas progressões intermediárias. Aqueles que estão no bom caminho
são então os que seguem esta lei, quer sejam espíritas ou não.

Infelizmente, em nossa condição, nos cremos superiores aos outros, e devido a
esse fato, nos afastamos desta lei. Retiremos então o véu do orgulho que cria essa
doença, e procuremos outros meios que não esse ao perseguirmos nossa rota. Bastará
nos aproximarmos uns dos outros para encontrarmos o melhor caminho porque, com um
pouco de boa vontade, a união se fará por si mesma, a doçura facilitará a compreensão
e o bom entendimento, afastando a inveja e a raiva. Desta forma, se expandirá em
nós a sinceridade e conheceremos esse bálsamo benfeitor que Deus repartiu no mundo.
Porque fazemos todos esses desvios quando um só bom pensamento nos elevaria para
a divindade de nosso Pai que nos acolheria com amor dizendo: «Sejam bem-vindos
meus filhos; um só arrependimento permitirá a continuação de sua evolução; sigam
seu caminho e mais tarde, vocês conseguirão transpor esse obstáculo.»

Por que menosprezar nossos semelhantes crendo-nos superiores? Por que continuar
com nossos erros? O arrependimento é permitido na última hora, mas quantas faltas
cometemos, freqüentemente, sem nos dar conta, para gozar uma triste felicidade que,
mais tarde, deveremos pagar pelo sofrimento. Não! Meus caros irmãos elevemos nossos
corações, estendamo-nos as mãos, ajudemo-nos com toda sinceridade, com toda lealdade.
Preguemos o amor divino que nosso Pai não cessa de semear. Que o ato siga a boa
palavra, entre os mais simples como entre os maiores, a fim de que todos sejamos
elevados. Ajudemo-nos uns aos outros, esforcemo-nos para nos compreendermos mutuamente,
estudemos e raciocinemos em comum para penetrar e conhecer o que é o Amor e evitar
confundir o erro com a realidade.

Ser espírita, não é uma infelicidade.

Ser espírita, não é inspirar o desdém.

Ser espírita, não é de forma alguma estar condenado.

O espírita é aquele que abre sua porta aos desesperados e que os acolhe de braços
abertos. Venham aos espíritas que lhes estenderão a mão e os chamarão: irmãos. Porque
sobre este planeta, os homens não são mais seres espirituais, mas irmãos carnais
que sofrem. Os adeptos espíritas são seres que amam e que procuram propagar os sentimentos
que estão nos seus corações. Um dia, sua consciência despertou e lhes disse: « Levante-se
e grite ao mundo: Nada de suspiros, nada de calamidades, nada de entraves no caminho
da verdade. » O entrave impede o conhecimento desta verdade, mas estejam certos
que o homem pode destruí-lo facilmente, bastando-lhe estender fraternalmente a mão
ao universo e se aproximar de seus semelhantes.

O espírita é aquele que dá o exemplo de fraternidade, pelos meios que lhe são
permitidos, e que diz ao seu próximo: « Venha a mim, caro irmão e lhe mostrarei
o caminho da verdade. Não creia que o impedirei de continuar na via que quer seguir,
simplesmente o aconselho a ser bom e a raciocinar por você mesmo, logicamente. Não
entre numa corredeira sem conhecê-la, porque seria talvez difícil daí tirá-lo. Observe
antes esse rio, estude-o, e encontrará a passagem onde poderá atravessá-lo facilmente.
» Como é doce, meu caro irmão, passar do triste erro à bela luz. Que felicidade
quando nos damos conta de onde se estava e de onde se está, após se haver desviado
do mau caminho para entrar no caminho reto. Que alegria conhecer hoje o que se ignorava
ontem, e estender uma mão leal àqueles que vêm a vocês.

Ser espírita, é conhecer as razões que nos levam ao bom caminho da realidade.

Ser espírita, é ser bom e semear a bondade.

Em uma palavra, ser espírita é conhecer, praticar o amor e a bondade, preconizá-los
à sua volta, ser doce e servidor e esquecer os ódios e os rancores.

 

Comunicação recebida em 04/08/1937
pelo médium falante B…

No desespero como na dor, na aflição como na inquietude, na angústia como no
desejo, a curiosidade, freqüentemente, impulsiona o homem a querer conhecer sua
sorte. Daí decorrem múltiplas altercações entre ciências que se assemelham ao espiritismo
sob cores que lhes dão uma autoridade que na verdade não possuem. Porque para dar
um certo destaque, um maior valor à essas ciências, coloca-se-as sob o véu misterioso
do ocultismo. É assim que a doutrina espírita tem sido desfigurada por pessoas que
se servem de seu nome para dar mais peso às suas manobras e tirar falsas conclusões,
assemelhando uma quantidade de casos que não têm nada a ver com esta doutrina e
despojando-a totalmente do seu belo sentido e do amor que ela encerra.

Muitos acreditam que o espiritismo é uma ciência de tal forma complicada que
acham melhor se afastar porque quem dele se aproximar poderá ter problemas. ERRADO!
O espiritismo cristão, na sua grandeza composta de amor e bondade, se contenta simplesmente
em esclarecer o que o homem já conhece, mas freqüentemente esquece, e tem como dever
refrescar-lhe a memória. O espiritismo não tem absolutamente nada de oculto. Ao
contrário, é uma doutrina sã e afável que está a disposição de todos. Sua clarividência
e grandiosa compreensão do amor é talvez o que o faz passar por ocultismo, quando
na verdade este amor nada mais é do que a ciência ensinada pelo espiritismo. E esta
mesma ciência não tem nada escondido, pois todos podem colocá-la em prática e entender
suas razões.

Meus caros irmãos, a doutrina espírita simplesmente diz: Todos, sem exceção,
procurem não entravar de forma alguma sua evolução. Saibam que, para chegar a um
certo grau, é preciso continuar progredindo sem cessar. Dediquem-se a estudar os
conselhos que lhes são dados, tentem colocá-los em prática e poderão concluir por
si mesmos, dando-se conta dos bons resultados que obterão. Não procurem segui-lo
de longe, mas tão perto quanto possível e constatarão os bons efeitos que serão
produzidos pela adoção dos símbolos e das máximas que diariamente receberão. Não
se façam de indiferentes sob o pretexto de se mostrarem inteligentes, porque ao
se acreditar estar acima da realidade freqüentemente serão induzidos ao erro, e
se afastarão da verdade em lugar de se aproximarem dela. Procurem, nos seus atos
e nas situações diárias que se produzem, se adaptar aos conselhos que lhes são dados
pelos irmãos espirituais, por mínimos e infantis que possam parecer à primeira vista,
em vez de os rejeitar ou mesmo menosprezar e então verão que serão úteis e se regozijarão
por havê-los seguido.

Em relação à ciência espírita devemos operar da mesma maneira seguindo, antes
de tudo, um estudo aprofundado à medida que seu saber neste ramo se expanda. Acreditem
ser esta uma ciência que visa apenas conhecer os símbolos dos irmãos espirituais.
Suas parábolas são para todos. São ditadas pelo amor e então são dirigidas a todos,
porque se fosse preciso fazer exceções para cada um, a humanidade não teria razão
para existir. Assim o amor pregado pela doutrina espírita, nos seus conselhos, nunca
faz particularidades e isso é uma razão a mais para que seja digna de ser estudada
e seguida. Aprofundem essas pequenas mensagens, essas máximas, essas palavras, procurem
adaptá-las à sua vida corrente, e vocês daí discernirão as relações. Eis todo o
segredo desta ciência; vocês compreenderão sua importância quando tiverem julgado
os resultados. Compreenderão então com facilidade a linguagem dos seus irmãos espirituais,
linguagem que vocês não podem assimilar no momento.

Numerosos são aqueles que, no curso das diversas peregrinações da vida, se encontram
mergulhados no desespero e algumas vezes se deixam arrastar para casos muito graves.
A maior parte dentre eles gostaria de saber, mas sem para tal se dar ao trabalho,
quais são as causas que os obrigam a sofrer. Eles não podem admitir que, sendo Deus
justo e não fazendo nenhuma diferença entre seus filhos, possa haver alegria entre
uns e infelicidade entre outros. Onde está então sua equidade? O espiritismo cristão,
por seus estudos, exemplos, símbolos e máximas, explica a razão lógica para esse
estado de coisas. Ensina, àqueles que querem saber, a causa de suas perturbações
e de seus tormentos. Esta ciência, que parece tão simples, os fará compreender tudo
isso, mas para aí chegar é preciso que vocês sejam assíduos e constantes. Dediquem
diariamente apenas um instante a este estudo tão sadio e tão fértil, e um dia serão
largamente recompensados pelo seu esforço, quando tiverem conquistado este conhecimento
que tanto reconforto nos dá.

A doutrina espírita, por seus conselhos, revelará a cada passo sua moral, fazendo-os
conhecer quais são seus múltiplos deveres, que muitos freqüentemente esquecem, e
lhes indicará como é preciso se conduzir para cumprir aqueles que são particularmente
penosos. E lhes permitirá suportar mais facilmente as provas que atravessam, explicando
sua utilidade, seu objetivo e sua necessidade. Eis, então, o que o espiritismo cristão
ensina.

Eis o que ele lhes diz: « Sejam sempre simples, mas sempre bons. Sejam sempre
constantes, coloquem em prática os conselhos que lhes são prodigalizados e chegarão
à compreensão. Porque não será vindo uma única vez às nossas sessões, ou as esquecendo,
que obterão resultados. Sejam assíduos como o são em seus trabalhos, e cedo ou tarde
serão recompensados por seu sacrifício que será sua alegria nos momentos de grande
aflição. Assim, vocês se regozijarão e se felicitarão por haver conhecido a doutrina
espírita que então será, para vocês, o melhor bálsamo e o maior reconforto, que
apaziguará seus sofrimentos, cessará suas tristezas e as substituirá pela resignação
e pela alegria. E dirão então como os irmãos espirituais: « NÃO HÁ EFEITO SEM CAUSA.
»

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