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Quem não tem medo de nada levante a mão parte 6

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Enéas Canhadas

Algumas dicas para superar os medos. Primeiramente é preciso aceitar seus próprios medos. Consiste em admitir que temos medos. Admitir também que todos têm medos. É o primeiro e decisivo passo para iniciar o caminho que o levará a superar os medos. Não podemos e não devemos duvidar dos medos que as pessoas sentem. Os medos, enquanto sentimentos, são sempre reais. Mesmo os medos fóbicos que são chamados de irracionais ou inexplicáveis, provocam sentimentos verdadeiros. É importante ajudar os outros a reconhecerem os seus medos.  Ajudar os outros neste sentido vai ser de grande valia para todos. Se você compreende, compartilha, acredita nos medos do outro, já estará ajudando muito. Entre em contato com os seus medos. Examine-os e procure entrar em contato com o que lhe causa medo. Um exemplo muito simples é o medo de ficar sozinho em casa. Como você ensina uma criança a perder esse medo? Aos poucos, ganhando confiança e segurança.

Aprenda a identificar e prestar atenção aos órgãos do seu corpo que são mais sensíveis às situações de medo que você enfrenta. São os chamados órgãos de choque. Esses dados são importantes para o seu massagista, acupunturista, médico homeopata, professor de meditação ou de ioga, e assim por diante. O nosso corpo fala e ele tem uma linguagem própria a ser decodificada e compreendida. Você é um espírito que habita um corpo, e essa consciência corporal poderá ajudá-lo. Exercícios de auto hipnose, ou de visualização podem promover essa consciência corporal.

Procure conhecer mais sobre os seus medos. Como? Através de terapias, conversas, leituras, troca de experiências, arriscando-se a sentir alguns medos. Pratique a ousadia de arriscar-se a sentir alguns medos até que você os supere. Assista filmes que possam esclarecê-lo e informá-lo a respeito. Teste-se nas ameaças que o impressionam. Procure tratamentos alternativos como homeopatia, florais, cromoterapia, meditação, relaxamento, auto sugestão, e outras técnicas e medicinas já disponíveis. Vencer os medos só depende de você. Ninguém poderá isso no seu lugar. Aprenda a praticar o auto controle. Atualmente muitas técnicas foram desenvolvidas e, efetivamente tem funcionado apresentando resultados benéficos. Este aprendizado irá habilitá-lo a praticar o auto- controle e o ajudará no seu auto desenvolvimento.

Fique atento quando a sua “zona de conforto” for invadida ou situações limites de “stress” estiverem acontecendo. Serão necessários cuidados especiais para não aumentar as ansiedades ou não provocar novas. O “stress” costuma mandar avisos. A ansiedade que vai tomando conta de você enviará alertas úteis prevenindo futuras situações de desequilíbrio.

Procure relaxar antes de dormir e pela manhã antes de levantar-se ou durante o banho. Lembre-se do seguinte aviso. Se você gastar dez minutos diários num relaxamento, ainda tem a seu dispor vinte e três horas e cinqüenta minutos do seu dia para viver a sua vida. Procure abrir ilhas de auto controle para relaxar. Se for preciso, fuja para o banheiro ou para uma sala onde ninguém o encontre por alguns minutos. Lembre-se que a sua atenção começa a falhar depois de uma hora e meia ou duas de atenção concentrada. Lembre-se que os músculos do seu corpo estão sofrendo por estarem há muito tempo numa mesma posição. Lembre-se que o seu corpo precisa de um copo de água fresca, na verdade, de vários copos por dia. Lembre-se que uma volta no quarteirão, no corredor da fábrica ou no andar de baixo do prédio do seu escritório, podem revigorar-lhe as forças, a atenção e os reflexos e podem fazer o seu corpo recuperar-se da fadiga.

Tenha cuidados com a alimentação. Não é verdade que somos obrigados a experimentar e comer de tudo. O nosso organismo tem afinidades e também incompatibilidades com os alimentos que ingerimos. Cada organismo é uma edição única de manifestação da vida. Os gostos são diferentes, um precisa do salgado e outro do doce, de alimentos ácidos e outros de substâncias alcalinas. Aprenda a observar o que faz bem e o que faz mal na sua alimentação. Com isso você estará promovendo o equilíbrio orgânico, e ouvindo o que seu corpo fala. Tornar-se-á mais equilibrado(a) e seu Eu, mais consciente. Encerrando esse papo sobre os medos, qual a saída? Existem saídas?

A primeira saída é deixar de controlar a situação. Uma pessoa amiga usa uma boa imagem para representar tal atitude.Ela diz que o medo é semelhante ao enforcador do cachorro. Quanto mais você fizer força para escapar dele, mais estará se enforcando. Se o cão percebesse isso sofreria menos.

O que fazemos com o medo, muitas vezes, é o esforço extremo para escapar dele ou vencê-lo. Transformamos os medos em algemas numa insana e infrutífera tentativa de controle da situação. É o momento de dizer para si mesmo: pare de querer controlar. Não somos onipotentes. Podemos ir somente até onde uma potência maior começa a cuidar de nós e do nosso medo. Há um momento em que temos de abrir mão. Quando isso acontece, encontramos a primeira saída.

Quando decidimos não controlar mais, entregamos a Deus como se diz. Não é à toa nem por acaso, aí está a segunda saída, que só pode ser oferecida através da fé. Quando pensamos na fé, somos tomados pela confiança de um caminho que transcende. É o momento de deixar o nosso Ser, finalmente descansar no seu modo de ser mais espontâneo, verdadeiro e humilde. É quando fazemos a entrega, seja da nossa vida, seja das circunstâncias que se apresentam. É a compreensão maior da nossa finitude. É quando nos tornamos, mágica, forçosa ou repentinamente, seres finitos. Percebemos que toda a nossa vida foi vivida para compreendermos esta finitude. Por fim, é a possibilidade de transcender como espíritos imortais que somos. Encontramo-nos então, predispostos a viver a eternidade em permanente evolução para a luz.  Sundartará, a Ignorante, uma bailarina indiana, disse que “somos espíritos imortais e divinos. Fortes e inalteráveis. Sempre tendentes a melhorar, a aperfeiçoar, a apurar as nossas qualidades. A nossa missão, uma só: evoluir”.