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Eterno, em grego “Aionios”, não significa tempo sem fim, mas indefinido

Infinity

Um dos mais frequentes erros dos teólogos são os exageros nos assuntos referentes a Deus. Se esses exageros fossem no sentido de destacar Deus como o ser de amor incondicional e irrestrito para com todas as suas criaturas, tudo bem, mas eles fizeram o contrário, usando a onipotência divina no sentido de massacrar os que erram, quando a misericórdia de Deus é infinita.

Os teólogos gostavam de amedrontar as pessoas, dizendo que Deus é misericordioso, mas é também justo. E os líderes religiosos se apresentavam como os salvadores dos fiéis, mas estes tinham que correr para as igrejas e ficarem dando tapinhas nas costas deles e polpudos dízimos. Certamente, muitos desses líderes religiosos agiam e agem de boa fé.

Se a justiça de Deus é perfeita, Ele não poderia dar uma pena maior do que a merecida pelos pecadores! Por mais numerosos que sejam os nossos erros, eles são sempre limitados. E uma pena ilimitada ou para sempre para os nossos erros seria injusta. Como ficariam a justiça perfeita de Deus e a sua misericórdia e amor infinitos? Ademais, os nossos pecados são contra Deus, mas não é Ele que sofre com eles, mas as vítimas de nossos pecados, e, por consequência, nós que lhes fizemos mal. “Se pecas, que mal lhe causas tu? Se as tuas transgressões se multiplicam, que mal lhe fazes?” (Jó 35: 6). Se Deus sofresse com os nossos pecados, Ele seria o ser mais infeliz, pois a Humanidade peca a todo instante. “Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará.” (Provérbios 24: 16). Ora, sete na Bíblia é um número imensurável. E o justo é um santo. Mas, realmente, não é Deus que sofre com os nossos pecados.

E os teólogos “entenderam” de modo totalmente errado a sua lei de causa e efeito ou de colheita do que semearmos, defendida também pelo excelso Mestre: “A cada um será dado conforme suas obras.” (Mateus 16: 27). E acabaram traduzindo o adjetivo grego “aionios” para o latim por “aeternus”e para o português “eterno” e outras línguas com o sentido de um tempo de duração sem fim, quando na realidade, esses dois adjetivos das Línguas Grega e Latina significam tempo de duração indefinida ou indeterminada, e não sem fim.

O fogo simbólico e esotérico do inferno não é igual ao nosso fogo exotérico (com x), e sua duração “eterna” é também, como já foi dito, de tempo indefinido e não sem fim. Também o substantivo eternidade, “aêon” em grego, e “eternitas” em latim, significam um tempo indefinido e não sem fim. Por isso, na Bíblia, se fala em mais de uma eternidade e não apenas numa. “Mas a misericórdia de Deus é de eternidade a eternidade sobre os que o temem.” (Salmo 103: 17). Também em hebraico do Velho Testamento, a palavra “ôlam”, derivada do verbo “âlam”, é traduzida erradamente por eterno, cujo significado correto deve ser também de tempo indefinido e não sem fim. Tempo sem fim seria em grego “áidios”, e em latim “sempiternus”. Mas por que tempo indefinido? Porque depende da quantidade de pecados de cada um. Além disso, as penas podem ser diminuídas ou amenizadas com ações de amor que cobrem multidão de pecados. (1 Pedro 4: 8).

Vimos que o inferno figurado da Bíblia é mesmo eterno (temporal) e não sempiterno (para sempre), o que confere com a profecia de Oséias: 13: 14: “…Eu os remirei do poder do inferno…Onde está, ó inferno, a tua destruição?..”