Kardec é Razão
“Ah! quando todos os homens compreenderem tudo o que encerram as palavras
amor e caridade, na Terra não haverá mais soldados nem inimigos; só haverá
irmãos; não haverá mais olhares torvos e irritados; só haverá frontes inclinadas
para Deus!”
“Não há fé inabalável senão a que pode encarar face a face a razão, em
todas as épocas da humanidade. “
“Os homens não são igualmente ricos por não serem eles igualmente
inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes
para conservar.”
As frases acima são palavras ditas por Kardec, que denunciam sua pujante
inteligência e, por simples que possam parecer, somos muito limitados para
compreendê-las totalmente, exigindo de nós freqüente repetição e constantes
reflexões.
A propósito do três de outubro que passou, quando comemoramos com alegria a
data de nascimento do Codificador do Espiritismo, ocorreu-nos pensar rum pouco
mais sobre seu trabalho na Terra, além de analisar sua luta na educação dos
homens, que sempre foi seu objetivo primeiro, como se tivesse vindo habitar este
inundo corri a missão bem clara de iluminar as almas que aqui se encontram.
Sempre é bom lembrar e reconhecer a importância da existência de Kardec, não
só na implantação de uma nova doutrina.
Muito antes de se deparar com os fenômenos das mesas girantes, que em sua
época eram motivo de distração e curiosidade entre os homens ociosos e ávidos de
divertimento, encontrando por trás deles os Espíritos, sua causa determinante, o
professor Hippolyte, seu nome antes de se popularizar como Allan Kardec, fora
homem que se destacou pelo seu espírito de método e organização, em vários os
campos da ciência, mostrando-se perseverante na busca da verdade, o que
demonstrou em todos os seus trabalhos, entre eles a própria codificação do
Espiritismo.
Suas numerosas obras publicadas, de natureza muito diferente umas das outras,
como gramática, aritmética, geometria, física, química, astronomia, fisiologia,
além de numerosas outras de métodos didáticos, demonstram sua capacidade
intelectual.
Sua evolução moral é demonstrada na sua preocupação em esclarecer as massas,
o que já fazia desde muito cedo como discípulo de Pestalozzi. Conciso, profundo,
era capaz de se fazer compreendido pela linguagem simples, própria das grandes
almas, corri a qual passava seus conhecimentos àqueles que o rodeavam
interessados em aprender, pois o saber, nesse tempo, era reservado a uma minoria
privilegiada.
Ainda nesta linha de raciocínio, devemos lembrar que esse trabalho era
gratuito, em sua própria residência, que se transformara em escola.
Apesar de sua forma humilde de viver, era reconhecido como homem íntegro e
honrado, sábio e fecundo, por seus trabalhos muito apreciados, o que o fez
participar de inúmeras associações entre os intelectuais de seu tempo.
Estes são simples comentários sobre sua atuação na seara de Deus, irias que
lembram sua bandeira com as palavras: Trabalho, Solidariedade e Tolerância.
Que sirva para que, conforme propõe a Revista Espírita de maio de 1869, na
biografia de Allan Kardec: sejamos como ele, infatigáveis, tolerantes e
solidários, e não temamos seguir-lhe o exemplo, reconsiderando, quantas vezes
for preciso, os princípios daquele que matou a morte e mostrou-nos o caminho da
perfeição, a exemplo de Jesus, renovando nossas esperanças de Paz e Felicidade,
além de trazer-nos a compreensão do que nos rodeia e do que nos aguarda como
espíritos eternos, criados para o aperfeiçoamento constante.
Ação Espírita – Outubro/Novembro/Dezembro de 1999