Desobsessão
“É o domínio que alguns espíritos logram adquirir sobre certos pessoas. Nunca
é praticado senão por espíritos inferiores que procuram dominar” (Livro dos
Médiuns, Cap. 23 item 237)
“É a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo.
Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem
perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das
faculdades mentais.” ( O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. 25, item 81)
A obsessão é e sempre foi um dos maiores problemas da humanidade. Difícil de
ser tratada por esbarrar na dureza do coração humano. Tratada pela medicina como
problema puramente físico, ainda não tem encontrado através dela, um meio de
alívio para milhares de seres que sofrem sua ação. É para a ciência, em muitos
casos, problema insolúvel, catalogado como resultado da hereditariedade, apesar
de a maioria dos casos contestar esta afirmação.
A par com a medicina, a religião oficial vem dando a sua contribuição no
âmbito do terror quando diz, que quem sofre um mal deste tipo está endemoniado,
tendo que ser exorcizado, o que leva a maioria das pessoas a se afastarem delas
por medo de ridículo ou incompreensão, preferindo apesar dos pesares continuar
sua peregrinação através dos consultórios.
A Doutrina Espírita, única a dar uma explicação racional sobre o problema,
tem se desdobrado através de trabalhadores incansáveis, no sentido de aliviar
aqueles que sofrem desse mau, de maneira tranqüila e os trazendo de volta a uma
vida saudável.
A obsessão só pode ser racionalmente explicada sob o prisma da doutrina
espírita. É uma faceta do relacionamento humano, que continua a se fazer sentir
entre os seres, embora já tenham desencarnado alguns e outros continuarem
encarnados.
Este relacionamento se mantém devido as ligações boas ou más existentes entre
as partes envolvidas que prendem uns aos outros, até que a justiça e o
aprendizado inerente a este acontecimento esteja assimilado.
Jesus, como profundo conhecedor da psiquê humana e seus defeitos, deixou
escrito o ensinamento que se obedecido livraria o homem desse mau.
“Perdoa, o teu inimigo enquanto estais em caminho com ele, para que ele não
te leve a juiz e não te condene, pois se isso vir a acontecer, ficará preso até
que pagues o último cetil.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo).
Nesta parábola ele nos dá o antídoto. O Amor é o caminho. O perdão, a
paciência, tolerância, tudo o que leva as pessoas a um bom relacionamento. Não
criando por isso motivos de represálias de ninguém.
Quando criarmos barreiras em nós mesmos, tirando do nosso coração o orgulho,
a vaidade, o egoísmo, e vivenciarmos bem com todos em acordo com o evangelho,
não existirão mais esses relacionamentos negativos e sim somente os positivos,
onde todos serão amigos e ajudarão uns aos outros no caminho evolutivo.
2 – Classificação da Obsessão
Allan Kardec, através dos seus estudos classificou a obsessão por seus
estágios, sendo que por isso mesmo, não tem um caráter definitivo, servindo
apenas como parâmetro para estudo, uma vez que a obsessão é muito variada em
seus aspectos, sendo difícil estabelecer onde uma fase começa e termina a outra.
- SIMPLES – É a influência sutil na atitude do espírito, encarnado ou
desencarnado. - FASCINAÇÃO – É a ação direta de um espírito sobre o pensamento de
outro. - SUBJUGAÇÃO – É a paralisação através da ação mental, que um
espírito determina sobre a vontade de outro.
Participantes:
- Encarnado para encarnado
- Desencarnado para desencarnado
- Encarnado para desencarnado
- Desencarnado para encarnado
- Auto – Obsessão
3 – Fatores que levam à Obsessão:
O que predispõe um espírito (encarnado ou desencarnado) à Obsessão, são as
imperfeições morais. Na medida que o espírito se aperfeiçoa moralmente, ele não
se predispõe à obsessão.
4 – Quando podemos reconhecer a Obsessão:
- Quando sentimos idéias torturantes a se fixar.
- Quando sentimos forças interferindo no processo mental.
- Quando se verifica a vontade sendo dominada.
- Quando se experimenta inquietação constante.
- Quando se sinta desequilíbrio espiritual.
5 – Acessos à Obsessão:
- Idéias profundamente negativas
- Depressão / Desânimo
- Revolta
- Medo
- Irritação / Cólera
- Vícios / fumo / tóxicos / álcool
- Desregramento sexual
- Maledicência
- Ciúme
- Avareza/Egoísmo
- Ociosidade
- Remorso
6 – Processo Obsessivo:
O que rege o processo obsessivo é o atendimento à “lei de sintonia”, que é a
predisposição de atração recíproca, através da emissão e recepção de ondas
mentais. A obsessão prolongada pode causar:
- Desordens patológicas (doenças)
- Loucura
- Morte Física
7 – Obsessor e Obsediado:
O estudo da obsessão tem levado à compreensão de que as criaturas
encontram-se na grande maioria envolvidas por conflitos do passado.
São enfermos que reclamam tratamento à luz do esclarecimento, pois somente
através do perdão das partes envolvidas, poderá desmanchar os liames doentios
que os prendem. É preciso notar que os laços são modificados, nunca rompidos.
Onde há ódio, passará a haver compreensão, entendimento, paciência. Em benefício
desse objetivo deixarão pelo menos, de prejudicarem um ao outro, ganhando com
isso, equilíbrio, que os conduzirão ao respeito e futuramente ao perdão total
dos compromissos. Fazendo-os continuarem ligados, mas agora unidos pelos ideais
de ajuda e quites com a justiça divina.
O Obsessor que guarda hoje sentimento de revolta e vingança, é alguém carente
de amor e compreensão.
8 – Desobsessão:
No sentido amplo da palavra significa o ato de curar alguém da obsessão.
A cura espírita da obsessão baseia-se na conscientização do enfermo e do
espírito agressor, posto que o paciente, é o agente da própria cura.
Para isso a Doutrina propõe:
- O esclarecimento através do estudo
- Renovação interior por intermédio da ação do pensamento e da vontade.
9 – Como evitá-la:
( Conheça a ti mesmo)
Através do exercício constante da análise de si mesmo, o ser humano passa a
se conhecer, colocando parâmetros entre o que pode e o que não pode realizar.
Com isso passa a perceber as induções mentais que não se coadunam com seu modo
natural de ser. Quando se conhece, se vigia, não aceitando idéias diferentes das
suas. Vivendo de acordo com o preceito de Jesus; “Orai e vigiai, para não
cairdes em tentação”
Paulo de Tarso diz: “Tudo me é possível, mas nem tudo me é permitido”. Nos
alerta através dessas palavras que tudo podemos fazer com o nosso livre
arbítrio, mas nem tudo que fazemos se reverterá em nosso proveito espiritual. A
sabedoria do espírito é saber discernir entre o que traz felicidade momentânea
ou a felicidade eterna. A opção da escolha é sua, não podendo a ninguém imputar
culpa posterior.
10 – A família perante o enfermo:
Há que se destacar que no processo desobsessivo, a família assume papel
preponderante, podendo colaborar sobremaneira para que o tratamento da equipe de
desobssessão surta o efeito esperado.
Ela, na maioria das vezes é a mais afetada pelo problema, não sabendo como
proceder com o enfermo.
Por esse motivo são feitas as seguintes recomendações à família:
- Paciência com o enfermo;
- Ausência de curiosidade sobre o obsessor;
- Não atribuir-lhe (ao obsessor) os acontecimentos desastrosos que os
visitem; - Não ter repulsa aos perseguidores;
- Não desejar que eles (os perseguidores) sofram o reverso da medalha;
- Esperar, sem pressa;
- Confiar no tratamento dos bons espíritos;
- Não buscar meios violentos ou aparentemente rápidos para desalojar o
obsessor; - Orar sinceramente em favor do perseguidor.
11 – A desobsessão no centro espírita:
O Centro Espírita é a peça fundamental para o tratamento da obsessão. Para
isso deve dispor de equipe experiente para proceder a recepção e o diálogo com
os obsessores.
O seu ambiente é impregnado de fluidos salutares que influi positivamente na
reforma moral tanto do desencarnado como do encarnado.
Mantendo reuniões evangélicas ou cursos doutrinários para onde devem ser
encaminhados os necessitados encarnados. Também trazidos pelo plano espiritual
que assiste a casa, os desencarnados envolvidos no processo receberão
esclarecimentos. Assim ambos terão bases sólidas para mudarem hábitos e
atitudes, condicionando-se a atitudes mentais mais saudáveis.
12 – A equipe
Deverá ser constituída de pessoas totalmente empenhadas no trabalho, para
isso superando todos os obstáculos. Com bases doutrinárias sólidas, não se
deixaram abater por impedimentos nem da vida social, nem também ligado a
querelas do personalismo, nem tampouco os causados por influências espirituais
no decorrer do trabalho.
O ideal é que a equipe seja pequena, porque isso favorece a harmonia entre os
seus integrantes, mas esse fato não impede uma equipe grande, desde que se tenha
um clima de respeito e fraterno entre todos.
A equipe deverá ser constituída por:
- Dirigente
- Médiuns de Incorporação
- Doutrinadores
- Médiuns de Sustentação
Todo o êxito da reunião dependerá da equipe, que se não encarar com seriedade
o trabalho, poderá sim atrair muitos problemas para si. Com claros prejuízos a
todos.
Por isso enumeramos alguns requisitos básicos para se fazer parte de uma
dessas equipes:
- Interesse pelo estudo
- Disciplina
- Pontualidade
- Assiduidade
- Vivência com os postulados Cristãos
- Fraternidade
- Amor pelo semelhante, etc.
13 – Escala Espírita:
A classificação dos espíritos funda-se no seu grau de desenvolvimento, nas
qualidades por eles adquiridas e nas imperfeições das quais ainda não se
livraram. Esta classificação nada tem de absoluta. Neste parâmetro Kardec
classificou os espíritos em 3 (três) ordens.
a) PRIMEIRA ORDEM – ESPÍRITOS PUROS
Caracteres Gerais – Predominância do espírito sobre a matéria; superioridade
intelectual e moral absoluta.
Classe Única – Espíritos que percorreram todos os graus da escala e se
despojaram de todas as impurezas da matéria.
b) SEGUNDA ORDEM / ESPÍRITOS BONS
Caracteres Gerais – Predominância do espírito sobre a matéria, desejo do bem.
Quatro Classes:
- Espíritos Benévolos;
- Espíritos Sábios;
- Espíritos Prudentes;
- Espíritos Superiores
c) TERCEIRA ORDEM / ESPÍRITOS IMPERFEITOS
Caracteres Gerais – Predominância da matéria sobre o espírito, propensão ao
mal.
Cinco Classes:
- Espíritos Impuros;
- Espíritos Levianos;
- Espíritos pseudo-sábios;
- Espíritos Neutros;
- Espíritos Batedores e Perturbadores.
NOTA: Enquanto o homem não incorporar em seu comportamento e hábitos
as lições de Jesus, a obsessão continuará a existir no meio humano. Com ela,
resgatamos os erros do passado, e aprendemos a modificar o nosso relacionamento
humano para melhor. Quando superarmos a maldade em nossos corações, saberemos
respeitar os direitos do próximo, e a nossa querida terra não mais será habitat
de espíritos vingativos e dominadores, que serão banidos por falta de sintonia,
da psicosfera. Teremos nos libertado do mal, caminhando rápido para a era do
espírito.
Por isso, a vivência das palavras do Cristo, assume caráter imediato e
imperativo, para felicidade nossa e do nosso mundo.
Bibliografia:
- Apostila de “Obsessão e Desobssessão”- Milton Felipelli e Rubens P. Meira.
- Nos Bastidores da Obssessão – Hermínio C. Miranda
- Diálogo com as Sombras – Hermínio C. Miranda
- Ação e Reação – André Luiz
- Missionários da luz – André Luiz
- Vampirismo – Herculano Pires
- O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
- O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
- O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
NOTA ESPECIAL
” Se você precisa de uma orientação, sobre assunto espiritual, ou necessita
de ajuda, tratamento ou está em busca de cursos sobre a Doutrina Espírita,
compareça em nossa Sede, Rua Castelo Branco, 200 Vila Barros Guarulhos – SP, nas
quartas-feiras, pois neste dia Temos uma equipe para atendê-lo, ao qual chamamos
de ” Dialogo Fraterno ” a partir das 18:00 até as 22:00 horas.