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A Era do Espírito

Indubitavelmente vivemos a Era do Espírito. Os que tem olhos de ver e ouvidos
de ouvir, percebem claramente o espírito se derramando sobre toda a carne, como
previu a própria Bíblia. O Espiritismo, embora não se dizendo o único caminho, e
nem a única verdade, percebe mais claramente essa verdade, e antecipa de mais de
um século o movimento Nova Era.

O Espiritismo tem uma força, um vigor extraordinário, e se lhe cerceiam a
liberdade em algum lugar, ele contorna o obstáculo e aparece mais à frente.
Ouçam o que escreveu Allan Kardec sobre a força do Espiritismo na Revista
Espírita de novembro de 1861:

“A força do Espiritismo tem duas causas preponderantes. A primeira é a que
torna felizes os que o conhecem, o compreendem e o praticam. Ora, como há muita
gente infeliz, ele recruta um exército inumerável entre os que sofrem. Querem
lhe tirar esse elemento de propagação? Que tornem os homens de tal modo felizes,
moral e materialmente, que estes nada mais tenham a desejar, nem neste, nem no
outro mundo. A Segunda é que ele não repousa na cabeça de nenhum homem que possa
ser derrubado; não tem um foco único que possa ser extinto; seu foco está em
toda parte, porque em toda parte há médiuns que podem comunicar-se com os
espíritos; não há família que não os possua em seu seio e que realizam essas
palavras do Cristo: vossos filhos e vossa filhas profetizarão e terão visões”.

Este pronunciamento feito em 1861 ainda é muito válido e nos mostra o caráter
consolador e iluminador do Espiritismo. A felicidade é o objeto de procura
constante da humanidade. O Espiritismo dá essa felicidade, mas não porque
oferece bens e vitórias materiais, curas milagrosas, fenômenos chocantes que
ensombram a razão, mas sim porque revela ao homem a sua origem e seu destino.
Ele não oferece riquezas, títulos, posses, mas conduz o homem para dentro de si
mesmo.

Conhecendo o porquê da vida e a sua destinação, ele não torna o homem
conformista, porém, tira-lhe a ansiedade e faz com que se desapegue das coisas
materiais, para evoluir e conquistar as coisas transcendentais.

O espírita deixou de ser profano e místico para ser cósmico. Embora
valendo-se das coisas do mundo, não se prende a elas, e fica livre para o seu
vôo transcendental rumo às estrelas.

Embora a Doutrina seja dos espíritos, como afirmou Allan Kardec, ela é também
humana, pois o próprio Kardec foi um dos seus elaboradores, e homens de bom
senso, como Leon Denis, Delane, Geley, Bozzano, Carlos Imbassahy, Deolindo
Amorim, Herculano Pires e muitos outros vem contribuindo para as formulações
doutrinárias. Como disse o próprio Kardec, seu foco está por toda parte, porque,
por toda parte existem médiuns e espíritos.

Estamos encerrando o ano de 2002 e temos grandes esperanças que o mundo entre
pelos caminhos da paz, da justiça social, da solidariedade. O homem terá que
perceber que precisa parar de destruir o meio-ambiente e canalizar as fortunas
gastas em armamentos, para solucionar os graves problemas que afetam as nações
pobres.

Guardemos a certeza que em 2003 estaremos em plena construção de uma nova era
de paz e realizações.

19/1/2003