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A experiência de um padre médium

A experiência de um padre médium

Padre Miguel Fernandes, que comanda as paróquias de Santa Filomena e Santa
Edwirges, no Distrito Federal, deve dar uma grande “dor de cabeça” à Igreja. Há
dezoito anos, ele recebeu o espírito do Frei Fabiano de Cristo e desde então
assumiu sua mediunidade (intercâmbio espiritual), desenvolvendo trabalhos
filantrópicos e espirituais, sob a orientação do Frei, sobretudo voltados a
leprosos e crianças.

Sem papas na língua, ele fala o que vem à tona, critica certos dogmas da
Igreja, a exemplo do celibato, defende o ecumenismo e que a Igreja se aproxime
mais do seu rebanho. Alerta que a humanidade precisa descobrir o amor de Deus e
somente quando isso acontecer é que vai melhorar. Aos 60 anos, mas um problema
de coluna o faz andar envergado, apesar de apressado, cuja postura se assemelha
com o Frei Damião.

Denomina-se como um padre espiritualista. Todos os sábados à tarde, ele
recebe o espírito do Frei Fabiano de Cristo em sua Igreja e atende às pessoas
que buscam ajuda espiritual, aplica passes (estender das mãos sobre a cabeça
para emitir fluídos magnéticos), justificando que estes são bênçãos. Garante que
fruto deste trabalho de ajuda do intercâmbio com o Além, milhares de pessoas
melhoraram de vida depois da bênção do Frei Fabiano de Cristo, exemplificando
reconciliação de casais, conversão de pessoas que haviam se afastado da Igreja.

Além da mediunidade, Padre Médium disse que já constatou verdades sobre a
existência da reencarnação. “Já identifiquei algumas pessoas, com quem convivi
em vidas passadas. As almas estas estão prontas desde o início do mundo. São
milhares que vão lá (no Além) vem cá e retornam quantas vezes for preciso para
evoluir, garante.

Quanto ao ecumenismo, padre Miguel acha que as religiões têm que se unir,
para que haja mais amor, mais fraternidade e acabar este puritanismo, sectarismo
e proselitismo que imperam. Questionei como seria esta união se cada qual quer
defender, com unhas e dentes, suas teorias? “Não precisa buscar ninguém de lá
para cá, mas promover união numa conferência, num diálogo. Isso não significa eu
ser padre e viver dentro de um terreiro de umbanda, centro espírita ou igreja
protestante, mas posso ser amigo do pastor, do pai-de-santo, de um espírita,
numa convivência amistosa”, respondeu.

Perguntei-lhe ainda qual seria o caminho para aproximar-se de Deus. Ele disse
que os ensinamentos de Jesus Cristo é tudo neste processo. “Usar fraternidade
com o irmão. Fraternidade, caridade, bondade, mansidão, carinho, amor para com o
sofredor. Em pleno século XXI, estão falando em guerra pela inexistência de tudo
isso que falei”

E sua mensagem final: “Que todos sejam fiéis a Jesus Cristo e ao evangelho e
não sejam fariseus”.

O Norte – 09 de fevereiro de 2003